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Capítulo 10

ALLAN

 Eu queria muito impressionar ela, era a primeira vez que a vi olhar com interesse para o campo, ela iria mesmo fazer aquilo, iria mesmo me assistir jogar. Muitas outras garotas já tinham me assistido  jogar sem que eu precisasse pedir, e eu já tinha feito gols para elas, mandando beijos, feito danças. Mas a diferença era que todos sabiam para quem eu estava me mostrando.

Hoje não, se fizesse um gol, olharia para ela, e ninguém saberia para quem era, talvez ela soubesse e ficasse envergonhada. Tinha certa beleza nisso, tinha um ar mais empolgante em fazer um gol para ela, eu não saberia explicar melhor o por quê dessa vez era diferente.

    Mas eu sabia que era.

Então quando tive oportunidade de fazer o gol, olhei pelo canto do olho para ter certeza de que ela ainda estava assistindo, e foi nessa que um jogador do outro time se chocou com toda força em mim, propositadamente. A dor foi intensa, então eu soube que tinha sido sério, eu rugia de dor, meu treinador estava com uma raiva e também estava nervoso. Me levaram para fora de campo.

Fora a dor que consumia meu corpo, meu pensamento estava nela, queria que Becca viesse atrás de mim, preocupada. Fui levado para a enfermaria para os primeiros cuidados e ver a gravidade da situação. Meus pais vieram logo atrás, bastante preocupados, e o pior foi dito bem na minha frente e sem rodeios. Eu tinha deslocado o ombro, poderia ficar meses sem jogar. Meus pais me acompanharam na ambulância e fizemos todos os procedimentos, alguns mais dolorosos do que outros.

Homem chorava sim e eu era a prova viva deste fato.

Fui liberado rapidamente com vários papéis de medicamentos para comprar e a chapa do meu ombro deslocado. Colocaram uma tipoia em mim e o médico disse que eu melhoraria rápido, eu tinha uma boa recuperação, já tinha quebrado outras partes do corpo jogando bola e o médico me conhecia bem.

Quando cheguei em casa, parecia que tinha um velório acontecendo ou um aniversário, pois haviam muitas flores ao redor e muitos presentes. Ursos, cartas de meninas do colégio e guloseimas. Haviam lá suas vantagens, a primeira coisa que fiz foi pegar as guloseimas e dizer a todos da casa para não tocar em nenhuma delas. Pelo visto o pessoal era bom em achar endereço das pessoas, eu precisava aprender essa proeza também, além das ligações; o telefone da casa não parava de tocar com pessoas querendo saber como eu estava. Anunciei que só queria atender a uma ligação caso houvesse, o nome da garota era Rebecca, deixei bem explícito para os moradores daquela residência.

***

REBECCA


Ele estava bem. Sabia disso porque tinha ficado na janela da sala desde que cheguei da escola para ver quando ele chegasse em casa. Tinha quase certeza que ele tinha sido levado ao hospital, então fiquei horas esperando, quase dormindo, na janela da sala. Sendo questionada por vovó o motivo da vigia, inventei qualquer desculpa e não desgrudei os olhos da rua até ver um carro estacionar em frente a casa ao lado. A família saiu com caras tranquilas, Allan estava até sorrindo, mas estava com uma tipoia que segurava seu braço, um pano cobria seu ombro também, mas ele andava tranquilamente, ainda com as roupas de jogador.

Não sei porque, mas me sentia aliviada agora, pude tomar banho e fazer as lições de casa, ele era um ser humano, valia a preocupação. Foi isso que mantive em pensamento enquanto varria a casa e colocava a roupa pra lavar, o pior já tinha passado e eu mantive a promessa de assistir ao jogo todo. Estávamos quites. Ou pelo menos eu achava que estava, até a desconfiança vir com uma ligação muito suspeita de uma voz muito conhecida.

— Meus pais saíram e eu caí, preciso de ajuda! — ele disse ao telefone. Em primeiro momento eu fiquei imóvel, como ele sabia o número da minha avó?

Mas então o senso de ajuda falou mais alto e saí correndo de casa, indo bater na porta da casa ao lado. Para minha surpresa, uma criança abriu, um menino de cabelos cheio de cachinhos pretos e olhos grandes, seus traços me lembrava muito alguém.

— O que deseja? — o menino perguntou, com uma voz muito fina e enjoada.

— Quem é você? — eu não me segurei na pergunta, não lembrava nos cinco anos que morava aqui no bairro de ter visto uma criança sair da casa com aquela família.

— Sou irmão do Jorel, mas quem é você? — ele quis saber, me olhando de cima a baixa como se eu fosse um ser muito estranho.

— Allan disse que precisava de ajuda.

— Jorel chamou você? — ele ainda me olhava de um jeito estranho e parecia achar um absurdo a minha presença só pelo modo como falava a palavra "você".

— Espera, quem é Jorel? — eu franzi o cenho, quantas pessoas tinham nessa casa que eu não sabia?

— Allan Jorel, ele odeia esse sobrenome, mas é assim que o chamo para implicar, não conta a ele — o menino piscou, me vendo agora como uma cúmplice e resolveu simplesmente abrir caminho e me deixar entrar.

Ainda incerta, eu entrei na casa, olhando tudo a volta e esquecendo que alguém talvez estivesse precisando da minha ajuda, agora eu me sentia incerta sobre a veracidade das palavras dele, pois ele não estava sozinho em casa. E tinha as duas pernas boas para se levantar sozinho.

— O quarto do Allan é lá em cima, segunda porta a esquerda.

Eu segui pelo caminho que o menino indicou e subi uma escada que rangia aos meus pés, anunciando a minha chegada ao andar de cima, a casa dele era linda como eu imaginava. Ainda mais, na verdade, porque ele tinha muitas coisas incríveis, como frigobar no quarto, eu percebi assim que entrei sem bater na porta do quarto de Allan. Estava tudo arrumado, mas tinha muitas coisas espalhadas no chão e na cama, eram presentes, coisas com laços rosas, vermelhos e todas as outras cores. Não quis olhar muito o idiota sentado confortavelmente na cama, sem camisa e com um ursinho no colo. Ao invés disso, comecei a olhar e mexer em tudo para que ele se sentisse desconfortável como eu estava.

— Disse que não estava mais um babaca — acusei ao abrir uma gaveta, tinha cuecas e várias embalagens de camisinha. Fechei a gaveta com um barulho exagerado.

— Não estava preocupada comigo? — ouvi sua voz vindo da cama e ela continha um sorriso, por isso nem precisei olhar para ele.

— Não, ouvi dizer que atletas se machucam com frequência — mexi nos troféus dele que ficavam em uma prateleira, tirei todos do lugar, deixei até um caído para deixá-lo irritado propositadamente. Ele iria me pagar por me chamar atoa.

— Desse jeito você me magoa. É essa a sua intenção? — percebi pela visão periférica que ele continuava sentado e me olhando, então continuei mexendo nas coisas.

Olhei um cartão que estava pendurado em uma cesta cheia de chocolates, era endereçado a ele e foi enviado por uma menina, muitos outros presentes tinham nomes de meninas.

— Se machucou de propósito para ter esse luxo todo? Porque diria que você foi inteligente pelo menos uma vez.

— Não vou responder uma pergunta tão absurda, meu ombro está ressentido com você agora.

Parei em um canto longe da cama e de sua nudez e olhei em seus olhos, cruzei os braços e ele me olhou de volta, franzindo o cenho.

— Cadê os seus pais?

— Saíram. Provavelmente para comprar remédios pra mim — ele deu de ombros e se arrependeu, sei disso pela careta de dor que fez.

— Se você tem um irmão, Jorel, trate de usá-lo, não me chame de novo ou a situação ficará pior pra você — avisei. Vi que ele ficou vermelho ao ouvir seu outro nome, e foi isso que o fez levantar.

— Vou matá-lo – ele virou em direção a porta, mas eu corri e bloqueei a saída.

— Se tocar nele, vai se ver comigo. Se quer saber, foi curioso ver como ele achou estranho minha visita, como se fosse um absurdo você receber alguém como eu — eu cruzei os braços e dei um passo pra trás o calor do seu corpo chegou até mim, me avisando que estávamos perto de mais.

— Quando virou a defensora daquele pirralho? E se ele disse algo que a ofendeu, peço minhas sinceras desculpas — ele parecia mesmo arrependido, mas eu não liguei. O quarto dele cheio de presentes me fez notar ainda mais o meu lugar, que não era nessa casa linda.

— Ele não disse nada, deixe seu irmão em paz. E como que eu não sabia que você tinha um irmão?

— Você que tem que me dizer, talvez seja porque você nunca deu a menor importância para a minha existência, quanto mais da minha família — ele colocou a mão do braço bom na cintura.

— Você tem toda razão! E como conseguiu meu número? — uma última pergunta até a minha fuga.

— Agendas telefônicas ainda são muito úteis. Tem seu número e endereço — ele apontou para sua cama onde tinha o calhamaço da agenda e sorria satisfeito. Que sem noção.

— Bom, boa sorte para abrir todos esses presentes — deixei ele falando sozinho e desci a escada, encontrando seu irmão jogando videogame em uma TV enorme na sala.

— Morre, seu monstro idiota! – o garoto berrou, sem tirar os olhos da TV.

— Já estou de saída, foi bom conhece-lo, irmão do Jorel — eu disse, mas ele nem tirou a cara da TV para me responder.

— Tchau, garota estranha que mora ao lado — e ele voltou a gritar com a TV. Até a criança sabia que eu morava ao lado, então ele devia sair como um fantasminha, para justificar a minha falta de atenção por nunca tê-lo visto.

Voltei pra casa e perguntei a vovó se tínhamos uma lista telefônica também, e não é que realmente tínhamos? Era normal uma senhora idosa ter, mas uma família rica? Folheei a lista e achei vários números de farmácia, mercados, lanchonetes e de vizinhos escrotos. Então decidi que ia entrar no jogo dele, afinal, se ele queria atenção, o bobalhão teria a minha atenção, não do jeito que ele espera ter. Ele não sabia que tinha mexido com a pessoa errada, mas em breve saberia.

Na semana seguinte, contei alguns de meus planos Ana Paula, talvez ela me ajudasse em alguns enquanto estivesse passando o fim de semana lá em casa. E apesar de achar o cara um bom partido, ela tinha gostado das minhas ideias de trotes para fazer com ele. Decidi que não contaria com Cris, pois muito provavelmente ele ia achar que estávamos perdendo o nosso tempo, o que ele podia ter razão, mas eu não queria ouvir a razão no momento. Só a voz na minha cabeça que dizia que eu era uma adolescente e precisava me divertir quando a oportunidade batia na minha porta, ou ligasse pra mim, como Allan tinha feito.

— O irmão dele também é asiático? — perguntou Ana, enquanto caminhávamos pro refeitório, Cris tinha ido ao banheiro e nos encontraria depois.

— Sim, todos eles tem os olhos puxado, só que a criança não tem o cabelo escorrido como os pais e o irmão.

— O cabelo dele é como?

— Parece de anjinho, só que preto — respondi ao meu sentar em uma cadeira e Ana sentou ao meu lado com seu prato de comida.

— Ele deve ser tão fofo — Ana sorria daquele jeito que parecia uma boneca de pano.

— Ele é, mas tem uma língua afiada.

— Tenho que conhecer o seu futuro cunhado!

— Está louca? — eu quase engasguei com meu suco e olhei ela de cara feia, a cara mais feia que consegui fazer.

— Calma, só estou brincando — ele levantou a mão na frente e comecei a rir em seguida.

— Também quero rir — Cris sentou na mesa com a gente e inclinou o corpo pra frente, esperando ouvir a foca. Mas eu não disse nada, ainda estava com raiva e Ana não parava de rir.

E infelizmente a garota não conseguia se controlar, toda vez que olhava pra mim começava a rir de engasgar, eu estava quase desejando que ela passasse mal de verdade. Fala sério, eu já era zoada o bastante para ter que ouvir gracinhas vindo da minha própria amiga. E Cris que não sabia de nada, pareceu até deslocado estando ao nosso lado o tempo todo. Bem que eu já tinha percebido, a nossa amizade era mesmo muito estranha.

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