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Capítulo 28: A ti vim encontrar


"Os outros eu conheci

por ocioso acaso. A ti

vim encontrar porque

era preciso."

— Guimarães Rosa


O clima entre nós havia passado de pânico para o completo silêncio. Andávamos apressadas pela mata como se soubéssemos exatamente o caminho, quando, na verdade, nos guiávamos pelo sol.

— Como vamos achar essa praia? — Isabelle gritava, com o rosto vermelho de preocupação. — É um plano ridículo, tudo vai dar errado!

— Belle, olhe para mim — pedi. — O sol nasce no mar, podemos usá-lo como guia. Não estamos perdidas!

— Helene, não vamos conseguir...

— Vamos sim, não temos outra opção. — Olhei para Emma, seus olhinhos confusos nos encarava com curiosidade e cansaço. Uma criança não devia ter que passar por tudo isso. — Emma está aqui, e precisamos ser fortes por ela. Vamos chegar na praia junto do sol, e achar esse bendito barco.

— Certo, talvez você tenha razão — falou, ainda sem ter muita confiança.

Estávamos sob completo silêncio desde então. A tensão nos envolvia a cada passo, enquanto milhares de perguntas pulavam em nossas mentes. Meu corpo doía por inteiro, minhas mãos suavam frio e meu coração palpitava sob meu peito, mas precisávamos continuar seguindo a luz do amanhecer.

Jane se recusou a vir connosco, não sei se realmente compreendeu que estávamos lhe dando uma oportunidade de ser livre. — Não, não, não... — repetia — não posso sair de Dover...

— Jane, só temos uma chance. Tem certeza que não quer vir connosco? — Belle insistia, sabendo que a sorte para a tão sonhada vingança contra os Taylor não estava a favor de dela.

A verdade era que a sorte nunca esteve a favor dos necessitados. Precisávamos fazer a nossa própria sorte, cavar e encontrá-la com nossas próprias mãos. E vendo o olhar perdido de Jane, não sabia se estava sã o suficiente para tal feito.

Nos despedimos com abraços rápidos. Dessa vez meu coração se apertou ao ver a sombra de Jane ser deixada para trás, o mistério que tanto me perseguiu durante minha estada em Dover. Ficar era escolha dela, e tudo o que pudemos fazer foi rezar para que a sorte a encontrasse.

A floresta foi aos poucos se tornando menos densa e ficando para trás. No lugar das árvores altas e arbustos fechados havia grandes pastos e a extensa costa do mar a nossa frente. Um precipício se formava como se tivesse sido cortado à mão, deixando a mostra sua areia branca em contraste com o azul escuro do mar.

— Acho que chegamos. — Isabelle disse.

— O que viemos fazer aqui? — Emma, que até então nos seguia sem questionar, parecia confusa com o nosso destino.

— Vamos fazer uma viagem, está bem? — Me abaixei em meio ao pasto de grama alta para ficar da sua altura — Não se preocupe, você confia em mim?

— Confio... — respondeu, ainda não parecendo compreender o motivo de toda aquela aventura — mas e quanto a Abigail?

Meu coração gelou. Como poderia deixar Abigail para trás? Em breve seria uma moça, e o que pensaria de nós? Foi como se todo o plano e a minha força de vontade fosse por água abaixo.

— Belle, ela está certa.

— Não há o que fazer agora, precisamos ir! — ela protestava.

— Como posso deixá-la para trás? Já deve estar quase completando doze anos, vai achar que eu a abandonei! — Senti as lágrimas que tanto tentava segurar finalmente rolarem pela minha face.

— Pense em Emma, é ela que você tem no momento. Essa fuga é a única chance para vocês serem livres juntas e terem uma vida digna!

Isabelle mantinha uma expressão séria, nunca a tinha visto tão transtornada. Com os cabelos voando ao vento e o vestido todo sujo de terra eu a observei, e tive certeza que o meu maior presente em Dover fora sua amizade.

Me levantei da grama e a abracei. Não falei uma palavra, e nem sequer era preciso, estávamos gratas por ter uma a outra.

— O que fazemos agora? — Perguntei.

— Esperamos por Amélia e o Sr. Charles eu acho... — respondeu, e pelo seu tom de voz eu sabia que ainda achava estranho aquela ideia. — Acha que ele virá?

— Eu tenho certeza que ele vai aparecer. Você não acha?

— Não sei...

Por dentro sentia todo o meu nervosismo passear pelas minhas veias. E se ele resolvesse não aparecer? Há somente algumas horas estava pronta para abrir mão de tudo que construímos, mas depois de ouvir suas promessas só conseguia rezar pela nossa felicidade.

O tempo parecia não passar, e a cada minuto expostas na relva aberta dos penhascos eu temia que alguém nos reconhecesse. Qualquer barulho na mata adiante meu corpo tremia por inteiro, e se algum guarda chegasse bem naquela hora? Nem sequer havia para onde correr.

— Amélia! — Belle gritou, correndo em seu encontro como se não houvesse amanhã. Se jogou em seus braços e observei as duas caírem na grama alta e rirem juntas. Secretamente, eu implorava para que Charles aparecesse, mas o sol já havia nascido e não nos restava muito tempo.

— Precisamos partir — disse Amélia, segurando a mão de Isabelle sem medo. — O sol já nasceu e não tenho certeza se alguém me seguiu.

— Não podemos — falei, sentindo as palavras saírem de minha boca como se tivessem vontade própria. — Charles vai chegar, eu sei disso!

— Helene, sei que é difícil... — Isabelle se aproximou e segurou minha mão com carinho. Dessa vez, apesar de estar relutante, sabia que ela entendia o sentimento de um amor impossível. — Você precisa ser corajosa por Emma.

— Ele prometeu que viria...

— Sei disso, mas nós duas sabíamos que era arriscado. A mãe dele tem total controle sobre suas ações, e a casa dos Taylor está cercada de guardas!

— Helene — foi a vez de Amélia se aproximar. Ela limpou as lágrimas do meu rosto e abriu um sorriso cansado. — Em meu interior tenho a mais pura certeza de que o motivo dele não vir foi superior. Conheço Charles e sua determinação sempre esteve acima dos demais. Se por um acaso dependesse somente dele, estaria aqui com um sorriso no rosto lhe esperando. Contudo, podemos dizer que todas nós sabemos o peso de estarmos a mercê da sociedade.

Não respondi porque me faltavam palavras. O nó em minha garganta permanecia por mais que as lágrimas não parassem de rolar pelas minhas bochechas. Apertei a mão de minha irmã e acenei com a cabeça, precisava seguir em frente.

— Vamos, precisamos descer até a areia para chegarmos ao barco. — Amélia se pôs à nossa frente para mostrar o caminho.

Logo adiante havia uma escadaria longa de pedra até a praia. Parecia um pouco perigoso, como se qualquer deslize fosse nos levar para a morte certa. O vento soprava forte contra nós, fazendo o cheiro de maresia invadir nossos pulmões.

Olhei para a margem da floresta uma última vez, rezando contra todas as chances para que Charles aparecesse. Logo um arrepio tomou conta de mim e eu soube que ele não viria, e que não nos restava tempo para esperar.

Desci na frente, com Emma segurando minha saia chorosa. Para uma garota de seis anos ela era bastante corajosa, mas estar diante daquelas escadas que contornavam o penhasco assustaria qualquer um.

Já havia descido alguns degraus quando notei que Isabelle ainda não estava nem perto de nós. — O que houve? — Gritei para Amélia. Apertei os olhos a fim de tentar entender a cena, mas o sol já estava nascendo e cegava minha visão.

— Belle vamos, posso ouvir o som dos cavalos! — Amélia falou entre os dentes.

— Emma — abaixei cautelosa, posicionando minha irmã em um canto seguro. — Preciso que não se mova, independente do que ouvir.

— Por que?

— Só me prometa que não vai se mexer haja o que houver.

— Tudo bem... — respondeu, apesar de parecer indecisa quanto a isso.

O som dos cavalos e dos homens gritando na floresta ficava cada vez mais alto, fazendo meu estômago se retorcer. Somente Deus poderia nos proteger àquela altura.

— O que houve? — Perguntei, ainda um pouco distante do topo da escada.

— Belle está com medo dos guardas, não consigo acalmá-la. — Amélia chorava e apontava para Isabelle incessantemente. — Vamos Belle, ouço o trotar dos cavalos!

No segundo que tentei dar mais um passo a frente, Amélia fez um sinal para que eu não me movesse. Os homens haviam chegado.

— Paradas! — Gritavam com tamanha raiva que suas vozes chegavam a ecoar.

Amélia correu, sumindo da minha vista instantaneamente, mas os sons que ouvi arrepiaram cada centímetro do meu corpo.

— Não se movam!

— Nós nos rendemos! — Amélia gritou no meio do choro, fazendo-me sentir todo o seu desespero e angústia. — Não atirem por favor!

— É a assassina da floresta! — Os guardas gritavam com raiva. — Ela pegou Lady Amélia!

— Não é nada disso... — pude ouvir a voz de Isabelle tentando se explicar e soube que ela estava em choque. Rezei para que ela ficasse parada, quem sabe assim seriam mais benevolentes com ela. — Eu não sou quem vocês pensam, vocês não entendem...

— Belle, deixa que eu explico! Levante as mãos e fique parada por favor! — Amélia suplicava.

Tudo parecia acontecer lentamente, como se estivéssemos desacelerando o tempo. Os guardas, os gritos, as súplicas, tudo se misturava e nos tirava toda e qualquer gota de esperança dentro de nós.

Permaneci escondida abaixada na escadaria do penhasco contra a minha vontade, os olhinhos assustados da minha irmã me forçavam a tomar a decisão mais difícil da minha vida: me esconder. Queria gritar, sair correndo, assumir a culpa por Isabelle somente para vê-la feliz com Amélia. Contudo, não importa quantos planos você faz no amor ou em outras guerras, os inimigos sempre estão à espreita, e o destino traça seus próprios planos.

— É o último aviso! — Os homens gritavam, deixando o ódio nítido em suas vozes. — Saia de perto de Lady Amélia ou iremos atirar!

— Não! — Amélia gritou, tentando inutilmente se fazer ser ouvida.

— Amélia, — falou Belle calmamente — eu a amo mais do que a mim mesma.

Um barulho ensurdecedor ecoou no penhasco, um tiro havia sido disparado. Em seguida, o silêncio. Os pássaros voaram para longe, nos deixando a sós com nossos inimigos.

Tampava minha boca com as mãos a fim de abafar os soluços do meu choro, mas era inútil, nada seria capaz de silenciar meu sofrimento.

— Não! — Amélia repetia entre os gritos incessantes de dor e fúria. — O que fizeram?

Ainda sem entender completamente o que estava acontecendo, rezava para não ser o pior. Isabelle precisava estar viva, mais do que amiga, era minha irmã, minha maior aliada, meu maior presente entre todos os momentos de Dover. A única que realmente poderia me entender.

Um filme se passava em minha cabeça, desde que chegara na cidade Isabelle Thompson fora a pessoa de maior coração que havia conhecido. Acreditava que até mesmo se tratava de um presente divino para aliviar meus sofrimentos do passado. Não iria, e não conseguiria seguir a vida sem ela.

"Era mentira, acorde, é um pesadelo." Repetia sem parar em minha mente. Deus, o que a fúria cega fora capaz de fazer? Abracei minha irmã com toda a minha força, deixando que as lágrimas molhassem seus cabelos emaranhados.

— O que foi isso? — Emma perguntava, mas eu não tinha forças para responder.

— Me soltem, eu não vou a lugar algum! — Amélia gritava.

Pude ouvir seus gritos ecoarem pela floresta, junto do galopar dos cavalos, que diminuíram até que o silêncio nos envolvesse novamente. Uma ventania soprava contra nós, até o céu estava revolto.

— Fique aqui mais um pouco está bem? — falei para Emma, que assentiu por mais que não compreendesse o porquê de tudo aquilo.

Fechei os olhos, já não me importando com a altura do penhasco, a cada degrau que eu subia meu coração saltava mais e mais alto. Me guiava com as mãos através do toque das pedras, não queria abrir os olhos, não queria que nada daquilo fosse real.

Quando cheguei de volta à relva, sabia que precisava encarar a realidade. Não me lembro muito bem de como foi a ordem dos fatos, eu gritava, corria, chorava, agarrava o corpo inerte de Belle como se pudesse acordá-la. Estava banhada em seu sangue, que escorria como se quisesse se espalhar mais e mais.

— Acorde, Belle, acorde... — suplicava para os ventos, mas nada acontecia.

— Helene?

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