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•Capítulo Quartoze•


Dois dias depois

Olhei pro teto do meu quarto.

Mais um dia.

Mais um dia que eu acordara com aquela peste na cabeça. Nossa discussão no banheiro desencadeou um ódio maior em Giuseppe, não dava pra saber se era por mim ou por ele mesmo, porquê sinceramente,ele tinha que reconhecer que errou. Apenas quando ele admitisse isso e parasse com a galinhagem que ele está,eu o perdoarei.

Em pleno século vinte e um,as coisas já tinham evoluído e ele parecia ter congelado no século dezenove,ficando com todas as garotas que apareciam na frente dele enquanto eu tenho que aceitar tudo calada.

Papai me disse que conversou com Enrico,e ele falou que era pra dar mais uma chance para Giuseppe. Eu não dou mais uma chance para ele,não dou enquanto ele não mudar. Queria se casar comigo pra quê? Pra ficar me traindo? Pra ter uma mulherzinha idiota pra fazer comida e esperar ele chegar em casa depois das noitadas? Eu jamais aceitaria isso,ou ele mudava,ou eu não o aceitava.

Ele até podia me ter,mas sem o meu consentimento. Seria algo cru e vazio.

Eu implorava a deus todos os dias depois que eu acordava para que ele me ajudasse a aguentar tudo isso,mesmo amando Giuseppe,eu não suportaria ser apenas um enfeite para ele. Queria algo real,não viver uma mentira com um homem que me prendeu a ele mas que fica com outras.

Peguei meu celular no criado ao lado da cama e abri nas mensagens. Ele tinha me mandado aquelas mensagens na noite em que discutimos,na comemoração de natal. Por isso eu sabia que estava furioso.

"Você sabe que eu vou descobrir quem foi o maldito que tocou em você!" "Você vai se arrepender muito de ter feito o que fez,eu estava querendo me desculpar com você e enquanto isso estava abrindo as pernas para outro!" "Você se acha esperta não é? Vamos ver quem vai ganhar essa merda".

Eu não o respondi,por que com certeza escreveria alguma merda e pioraria a minha situação. Naquela noite eu deitei na minha cama e comecei a me perguntar se Giuseppe tinha algum problema mental. Seriamente,ele se irritava facilmente,até mais que Enrico,que era bem frio. Mas Giuseppe,ele tinha algo escondido ali,alguma coisa que o incitava cada vez que ficava nervoso a ficar violento,e isso não era normal. A maioria das pessoas tinham uma forma de se controlar em uma situação como a que passamos,mas Giuseppe não conseguiu se controlar. Como eu viveria com um homem violento? E se ele me batesse? Viveria como tantas mulheres na máfia? Machucada?

Depois que Enrico o segurou ele pareceu angustiado, arrependido,então em um surto me mandou todas essas mensagens no meio da madrugada. Poderia estar bêbado? Ou drogado? Giuseppe usava drogas?

Estava disposta a cavar mais fundo nessa história e encontrar minhas respostas,tinha 11 meses pela frente,tempo suficiente para saber o que estava errado com Giuseppe,o que desencadeava esse comportamento tão violento.

E eu descobriria,descobriria para o meu bem,e para o bem dele,para sua saúde mental.

1 de Janeiro

Saí do carro na garagem subterrânea do prédio onde Pietra estava morando. Olhei para o motorista de papai partindo e me apressei até o elevador. Pietra disse que me ajudaria com os preparativos do noivado,e pediu que eu viesse até aqui,tínhamos mais privacidade e os homens estariam fora. Assim que entrei no elevador apertei o botão do último andar.

Olhei para todos os lados enquanto o elevador subia,sentindo o familiar frio na barriga. Engoli em seco por saber que estava tão perto do apartamento de Giuseppe-minha futura casa,e estava ansiosa para ver Pietra de novo. Depois daquela confusão eu e ela não conversamos,nem mesmo pelo celular. Mas ontem ela me ligou se oferecendo para ajudar, já que faltava tão pouco para minha festa de noivado.

O elevador parou e apitou,logo que as portas se abriram uma fera de pelos pretos e olhos brilhantes me observava abanando o rabo de um lado para o outro.

Em câmera lenta,um grito subiu pela minha garganta,fino e alto, ecoando por toda a cobertura,enquanto a fera gigante pulava em cima de mim.

- SOCORROOO!!!!! PIETRA!! - ainda tentei correr da criatura mas ela pulou em cima de mim,me jogando no chão do elevador.

O cão começou a lamber meu rosto,me babando. Fechei os olhos e a boca bem fechados,parando de gritar quando vi que o cão era dócil.

- Oh Mariá!- ouvi a voz de Pietra,divertida quando viu minha situação.

- Dianna,venha aqui! - o cão saiu de cima de mim e foi rebolando até Pietra,que acariciou sua cabeça enquanto ela lambia sua mão.

Me sentei,soprando uma mecha de cabelos-que já começavam a crescer,desciam até meus ombros.

Pietra se aproximou e me ajudou a levantar,rindo de mim.

- Não ria de mim! E que animal é esse? - olhei o cão,arregalando os olhos - Quem te deu essa fera? Olha o tamanho da boca desse bicho!

Pietra gargalhou e colocou a mão na cabeça do animal.

- É a Dianna. E Enrico que me deu ela,a resgatou de um dos clubes de rinha ilegais que alguns traficantes mantinham no território da Cosa Nostra.

Fiz biquinho olhando para o cãozinho.

- Oh Jesus! Um clube de rinha? Coitada da Jeana! - exclamei.

- É Dianna. Enrico acabou com o clube assim que o descobriu,acho um grande absurdo lindos cachorros como esse morrer por pura crueldade do ser humano.

Me abaixei na frente da Jeana e acariciei seu pescoço,olhando maravilhada quando ela fechou os olhos e colocou a língua pra fora,gostando do carinho.

- Você é muito linda Jeana..

- É Dianna! - corrigiu de novo.

Ri e me levantei,voltando minha atenção para a minha irmã.

- Bom,que seja,tenho uma festa de noivado para organizar - falei andando pela cobertura. Fui até a copa e coloquei minha bolsa em cima da mesa.

Pietra foi atrás de mim,se sentando em uma das cadeiras. A cadela ficou sentada ao seu lado,observando tudo com seus olhos atentos.

Me sentei em outra cadeira e ficamos olhando uma para a outra.

- Estive pensando em algo nos últimos dias - comentei olhando como ela reagiria - Já pensou sobre Giuseppe ter uma doença mental? Algum transtorno?

Pietra fez uma careta.

- Nunca pensei sobre isso - ela disse pensativa - Talvez Enrico tenha algo para falar,que possa ajudar.

- Converse com ele por favor,tente descobrir.

Pietra sorriu para mim,tentando passar tranquilidade.

- Não se preocupe - ela segurou minha mão,e quando fez o movimento vi uma cicatriz em seu pulso,parecia profunda. Ela não estava lá quando Pietra estava na nossa casa.

Segurei seu braço,olhando a cicatriz. Pietra puxou o braço do meu aperto e o escondeu.

- Que isso Pietra? Que cicatriz é essa?

&+✓

Gente,eu tô ficando com medo de vcs kkkkkkkkk jesus!!!

Bom pessoal,no próximo capítulo vcs não descobrir pq a Pietra é tão sensível e encara as coisas de forma diferente. Ttcchaaauu jujubaaaaasss!!!!!!

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Um pouquinho das irmãs juntas ❤❤❤❤❤

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