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•Capítulo Doze•


Giuseppe

As ruas perto da Spazio Blu estavam movimentadas,Tricy ao meu lado tagarelava sobre algo que eu não me importava menos para entender. Ela ajeitava a saia por cima da meia calça fina que vestia,o carro todo cheirava a sexo selvagem e bruto. Repetia sempre com Tricy por causa disso,ela me deixava fazer o que quisesse com ela.

Já fazia algumas semanas que Mariá se recusava a falar comigo,liguei várias vezes para acertarmos sobre nosso noivado mas sua mãe que atendia e falava que ela não queria falar comigo. Tivemos uma pequena discussão pelo celular,ela me falou que viu eu e Tricy juntos depois do colégio e ela realmente não me deixava explicar nada pra ela-Tinha entrado pela janela do seu quarto um dia antes e ela estava se contorcendo na cama,então ela disse no meio do sono que não se entregaria antes do casamento, ela gritou,me pedindo para afastar,e fosse o que fosse,ela disse antes mesmo que eu pudesse falar com ela,que não se entregaria,então continuei o que sempre fiz,até o casamento seria assim- Eu acabei ficando com raiva e falei tanta merda,falei que ela não me daria o que queria antes do casamento e eu não largaria minhas putas. Ela simplesmente desligou o celular na minha cara e depois disso não atendeu nenhuma das minhas ligações.

Estava ansioso para me encontrar com a minha ratinha e tentar me explicar pra ela direito,algo dentro de mim fervia de raiva por saber que ela estava longe e eu precisava dela. Fodia quantas meninas era possível afim de tirar ela da minha cabeça mas sempre me frustrava,nenhuma delas era Mariá,e nenhuma me satisfaria.

Parei o carro na frente da boate e levantei a porta,saindo. Tricy saiu calçando o salto alto dela e me seguiu para dentro da boate,aquele sorriso idiota no seu rosto. Eu realmente não sentia nada por ela,não se passava de uma foda,mas como Mariá entenderia isso?

Entrei,sentindo meus nervos a flor da pele. As últimas semanas têm sido difícil para mim também,os russos atacaram duas vezes e nessas duas vezes Pietra correu um grande perigo,na última quase morreu. Foi baleada duas vezes e caiu na piscina se afogando. Enrico claro,ficou desesperado,podia ver como estava com medo de perder a mulher. Pietra ainda estava se recuperando,estava boa já,mas não podia fazer muito esforço. Enrico se recusava a deixá-la sozinha na cobertura,e eu realmente não queria mais servir de babá. Pietra é uma ótima mulher,em todos os sentidos,e eu até hoje me sentia um idiota por ter dito as coisas que disse a ela. Pude ver como ficou ressentida,mesmo depois do atentado,debilitada na cama se recusava a aceitar meus cuidados quando Enrico não estava.

Confesso que saí um pouco do controle com ela,me sentia pressionado com toda a ameaça russa e ainda ter que ficar de olho nela e Paul. Naquele dia acabei estragando a minha única amizade de verdade,odiei dizer aquelas coisas para Pietra mas enfim,gosto muito do meu irmão para deixar que algo o magoasse,e ultimamente,antes daquilo tudo ele só andava magoado,triste. Depois que tudo isso aconteceu as coisas melhoraram para eles,mas para mim...só tem piorado. Pietra me olha com desprezo e Mariá me rejeita,cada vez que não fala comigo. Aquilo estava me deixando louco,sentia que podia quebrar a cara de qualquer um que ousasse olhar pra mim,com uma faísca que seja,eu mataria de pura raiva.

Queria tê-la comigo e não podia,mas depois do nosso casamento a colocaria dentro do meu apartamento e ela seria só minha,mais ninguém,a teria apaixonada por mim,faria tudo por ela.

Cerrei o maxilar e vire o corredor,deixando Tricy boquiaberta no meio das pessoas. Não estava com paciência para suas ladainhas.

Fui direto pra sala de Enrico,abri a porta sem bater e parei quando Enrico olhou para mim,irado,furioso. Ele estava em cima de Pietra no sofá,sua calça aberta e a saia dela levantada.

Pietra arregalou os olhos e desceu a saia rapidamente,Enrico se levantou fechando a calça,uma sombrancelha arqueada.

- Mas que merda, Giuseppe! Será que não dá pra bater na porra da porta antes de entrar? - disse levantando Pietra quando ela estendeu a mão para ele.

- Você podia trancar a porta,não acha? - resmunguei andando até a mesa.

- Eu vou no banheiro - Pietra disse para Enrico,nem sequer olhou pra mim.

Isso doeu em mim,eu gostava dela,ainda estava ressentida pelo que eu disse,mesmo depois de todo esse tempo.

Enrico a observou andar até o banheiro,seus olhos brilhando mas seu rosto sério. Assim que ela sumiu dentro do banheiro ele voltou sua atenção pra mim. Com um suspiro Enrico andou até a mesa e se sentou,observando-me.

- O que foi? Está nervoso, é difícil vê-lo assim.

Me encostei no encosto da cadeira e coloquei as mãos na nuca,olhando o teto.

- Mariá se recusa a falar comigo - falei alto,não me importando que Pietra ouvisse. Queria mais que ela ouvisse e saísse correndo para contar pra irmã - Eu sinto que estou ficando louco a cada dia que passa. Já tem semanas e nada! Nosso noivado é em janeiro,o que eu vou fazer,merda!?

Enrico se recostou na poltrona e me observou por alguns minutos.

- Você gosta dela,não é? - perguntou sério.

- Eu quero apenas fodê-la,e não poderei fazer isso se não estiver casado com ela - falei mais baixo dessa vez. Estava mentindo,sim,mas e daí?

- Bugiardo - "Mentiroso" falou com sua voz calma. Enrico coçou o queixo,estava me olhando demais,pensativo,seus olhos brilhando - O pai de Mariá pediu pra mim impedir o casamento...

Me endireitei na cadeira.

- É claro que você não vai fazer isso!

-..eu estive pensando muito no que ele me disse..- continuou sem nem ligar pro que eu falei -...e já que você quer apenas foder a menina eu acho melhor não ter casamento nenhum.

Cerrei as mãos em punhos e me levantei abruptamente. Enrico continuou tranquilo olhando pra mim.

- Você não pode fazer isso! - praticamente gritei pra ele.

Não estava me reconhecendo ultimamente,estava mais agressivo,mais sério,eu nunca fui assim,e todos ao meu redor estavam percebendo que eu estava mudando.

- Não posso? - disse se levantando com calma. Enrico descansou suas mãos espalmadas na mesa,me fitando a todo momento - Você está fazendo a menina sofrer. Se quer pegar suas putas pelo menos seja discreto enquanto não se casa. Mas se for pra fazer ela sofrer,desista agora,ou eu mesmo acabo com o casamento,foda-se se vão estar casados ou não. Você me entendeu?

Olhei no fundo dos seus olhos. Eu nunca senti raiva do meu irmão,e agora sentia vontade de matá-lo.

- Entendi - não esperei mais nem um minuto. Me virei e saí daquele lugar,sentindo a raiva borbulhar dentro de mim.

O que você está fazendo comigo,ratinha?

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