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Robby andava pelo sótão da velha casa em que morava, o garoto não queria ir lá mas algo o chamou e ele tinha que ir ou não ia conseguir dormir.
Ele estava naquele sótão de tamanho mediano sem saber o que procurava, mas ele tinha que achar sabe se lá o que.
Dizer que o local é empoeirado ainda é chamar de elogio, o lugar é extremamente empoeirados, com madeiras velhas e quase quebrando, várias e várias caixas com coisas dentro jogada, mas o que mais lhe chamou a atenção foi que no local, bem no canto de uma das paredes continha uma cama super velha e correntes presas a parede acima da cama.
Robby achou aquilo completamente perturbador, o que aquilo tudo significava? De quem era aquela cama? Ou melhor, para quem aquele cativeiro servia?
Robby já estava sentindo frio na espinha com esse lugar, talvez ir embora dali seja melhor para ele no momento.
Assim que Robby se virou para descer de volta para o segundo andar, se assusta, caindo no chão quando viu que não estava sozinho naquele lugar, ele estava acompanhado de duas pessoas que nunca viu na vida, um garoto e uma garota jovens igual ele, ambos loiros e com olhos claros e de pele branca.
Mas o que mais assustou Robby foi o fato da garota estar segurando uma faca e o garoto continha um sorriso macabro no rosto.
Os dois desconhecidos se aproximavam de Robby de uma forma assustadora e o garoto de olhos verdes se levantou para correr para longe dali.
Mas sua tentativa de fuga não deu em nada pois a garota conseguiu fazer um corte na sua perna com a faca, derrubando Robby no chão nesse processo.
O garoto tentava sair dali, gritando por ajuda, mas parecia que seus pais não o ouviam por mais alto que ele gritasse.
O assassino de olhos azuis novamente se aproximou dele, o puxando pelo cabelo até onde ficava a cama, aproveitando aquelas correntes para prender Robby.
Robby tentava se soltar, mas não conseguia, então a única coisa que ele tinha que fazer era implorar para que não o matem, dizendo coisas como "eu nunca fiz mal a ninguém para merecer isso", "se me deixarem ir embora eu juro que nunca conto a ninguém sobre vocês", coisas assim que as pessoas falam quando estão no auge do pavor. Mas é claro que o universo não estava do seu lado, pois no mesmo segundo depois daquilo a garota que estava segurando a faca avançou nele como se não houvesse amanhã.
Robby acordou com um grito alto e suado, procurando para ver se continha algum corte no seu corpo e não tinha nenhum, pelo menos ele estava na sua cama e isso tinha sido apenas um pesadelo infeliz, já é o terceiro dia na semana que ele tem pesadelos que era morto por esses dois seres misteriosos em algum local da casa diferente a cada pesadelo.
Mas o que mais lhe assustava é que nesses 3 pesadelos ele via uma terceira pessoa que não fazia nenhum mal a ele, ele somente ficava num canto quieto, escondido o máximo possível, evitando olhar ou chegar perto de Robby, esse 3 ser misterioso ficava onde tinha sombra e por isso Robby só conseguia ver a cor da sua pele e o seu cabelo preto e cacheado, quem eram aqueles seres e por qual motivo estão o assombrando?
Enfim, Robby não tinha tempo para pensar nisso agora, ele tinha que se arrumar para ir a escola.
Robby não gostava nem um pouco daquela escola, ele não tinha amigos e quando tentava falar com alguém era desprezado e ninguém vinha falar com ele por livre espontânea vontade, os professores passam uma matéria que ele não entende direito pois era mais complexo do que o que os professores ensinavam em LA, ele é realmente excluído e alvo de bullying nessa escola nova e isso o desanimava, mas seus pais sempre davam tudo que ele pedia, ele pode recompensar isso não desistindo e dando orgulho a eles.
Robby criou coragem para levantar, tomar um banho rápido, se secar, se vestir e arrumar sua mochila, tudo isso em meia hora afinal é sua mãe que o leva a escola e ela não podia se atrasar para o trabalho e Robby não podia se atrasar para a escola. O café da manhã de Robby foi algo rápido, um pouco de café, uma torrada com manteiga e um pedaço de bolo, ele normalmente não sente fome de manhã, só come mesmo para não acabar passando mal na aula e sua mãe não gosta que ele saia para a aula de estômago vazio.
Agora na escola, Miguel (sem aparecer em "forma física" vamos dizer assim, somente em forma de sombra) observava Robby ouvir música sozinho no meio do corredor vazio, sentado no chão enquanto escrevia algo em seu caderno, é triste isso, Miguel queria muito aparecer e dizer que Robby não estava sozinho, mas ia ser assustador se um fantasma aparecesse do nada e falasse: Você não precisa se sentir solitário, eu sempre estou de olho em você, inclusive você parece um anjo dormindo.
Miguel tinha vontade de fazer isso, mas não fazia, as coisas iam ser tão mais fácil se Robby também estivesse morto, oportunidades dele o matar não faltam pois o garoto passa a tarde toda sozinho e as vezes a noite sozinho em casa e seus pais nem se preocupam em ligar para saber como ele está, ninguém desconfia de um sufocamento, existem pessoas com asma e Robby poderia ter também e a polícia não ia fazer toda uma investigação para saber como Robby morreu, mas não, Miguel nunca matou ninguém ou machucou alguém, nem quando estava vivo, muito menos morto.
Até quando seu pai o matou em 1923 e enterrou seu corpo no porão da casa, Miguel tentou lutar contra isso, na verdade ele lutou contra, mas não procurava machucar Hector nesse processo, por mais que o pai quisesse fazer algo bem pior que o machucar, Hector no final conseguiu e como não queria ser preso enterrou o corpo do filho na parede do porão da casa e os restos mortais de Miguel está lá até hoje, ninguém nunca quis realmente procurar por Miguel já que Hector inventou uma história idiota de que o filho ficou com medo e fugiu de casa, a mãe caiu nessa história e sua avó já estava morta ia fazer 5 anos naquela época, mas quem sabe um dia alguém ache os ossos de Miguel, 100 anos de atraso é melhor que nada.
Miguel se distraiu da sua encarada a Robby quando viu que um outro garoto se aproximou de Robby, um afro-americano chamado Shawn Payne, Miguel se lembra dele pois ele foi a única pessoa da escola que ainda não desprezou Robby, até o cumprimenta todo dia assim que Robby chega na escola, só que Shawn não é de conversar muito.
Robby tirou os fones assim que viu Shawn e fechou seu caderno.
- O que faz sozinho aqui?- Shawn pergunta todo educado
- Prefiro ficar sozinho somente no meu mundinho que encarar quem me despreza que é literalmente 99,9% da escola
- É porquê você é novato, é normal as pessoas demorarem para se acostumar com você, por isso elas te ignoram ainda- Tenta justificar
- Ignorar é diferente de desprezar e Bulinar, as vezes eu não entendo como você consegue falar comigo sem me zoar nesse processo
- Porque eu gosto de você. Já está na hora do almoço, quer ir almoçar comigo? Assim você não vai ter que comer sozinho de novo- Pergunta, Robby sorriu fraco para ele aceitando o convite
Pelo menos Robby não ficava sozinho 100% do tempo na escola, Shawn sempre passava um tempo com ele.
[...]
Depois do fim do horário escolar, Robby foi para casa e como ele já imaginava seus pais estavam no trabalho, pelo menos tinha pizza de ontem na geladeira para ele almoçar, Robby é péssimo na cozinha e Shannon disse que não tinha dinheiro trocado para ele comprar almoço.
Assim que Robby terminou de comer os pedaços de pizza que esquentou, estava com a intenção de ir se jogar no sofá e passar o resto da tarde vendo TV, mas sua atenção é tirada quando escuta a campainha da casa.
Ele estranhou isso, pois ele não tem amigos e Shawn não sabe onde ele mora, seus pais não pediram nada online e não tinha literalmente ninguém que visitava os seus pais, eles estavam há pouco tempo na cidade para fazerem amizade sinceras ao ponto de confiarem o seu endereço.
Robby então abriu a porta, ficando chocado quando era um garoto mais ou menos da idade dele, pele cor de canela, cabelo preto e cacheado.
"Igual ao terceiro ser desconhecido dos meus pesadelos"- Ele pensou
Mas o garoto tinha um sorriso que fez Robby já gostar dele e um olhar tão profundo que fez Robby ficar um pouco excitado, então esse é o que seus pais costumam chamar de Diabo, pois com um olhar já fez Robby ficar assim, isso só pode significar que esse cara talvez seja uma verdadeira perdição.
- Posso ajudar?- Robby pergunta, tentando não olhar muito naqueles olhos
- Oi, desculpa atrapalhar, mas eu me mudei ontem para uma casa à algumas quadras de distância e queria conhecer a vizinhança, me chamo Miguel Diaz- Ele fala, a única coisa que ele resolveu falar a verdade foi seu nome, mas o resto ele mentiu
Uma mentira boba, mas ele tinha que chegar perto de Robby e descobrir por qual motivo aquele garoto o atraia tanto depois de 100 anos de Miguel não sentindo nada por ninguém que pisava naquela casa e se ele tinha que se disfarçar como um humano para isso acontecer, ele iria fazer com todo o prazer.
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