Capítulo 5
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Em passos trôpegos, a jovem princesa de Olímpia, subiu a escada de dois em dois degraus.
Cega pelas lágrimas, foi direto para a porta do quarto da tia e bateu tentando não chamar muita atenção. Não queria ter de explicar a ninguém além de Penélope o motivo de estar chorando.
Bianca bateu mais uma vez e ouviu a chave girando na fechadura, para logo depois a porta ser aberta e ela se jogar nos braços da tia em um choro convulsivo.
— Mas o que... — a condessa ia perguntando e calou-se surpresa diante da atitude da sobrinha. — Bia, qué pasó?
— Você precisa me ajudar tía! — a garota pedia desesperada.
Penélope a levou para dentro fechando a porta novamente.
— Bianca fique calma e me conte o que aconteceu.
— Eu ouvi meus pais conversando, eles... — ela não conseguiu terminar voltando a chorar.
Só de lembrar que podia ser obrigada a ficar longe de Paolo, seu coração ficava destroçado.
— Mi amor, por favor, acalme-se e me conte o que aconteceu, sí? Assim eu posso ajudá-la.
Penélope a abraçou e acariciava suas costas gentilmente querendo que ela se acalmasse.
— Meus pais querem me casar com o duque. Não posso aceitar isso tía, eu amo o Paolo, não posso e não vou me casar com outro homem.
Bianca encarou a condessa e notou que ela não havia ficado surpresa, apenas parecia pesarosa.
— Você já sabia, não é?
— Não foi difícil adivinhar os planos de Cassandra, lo siento niña.
— E agora? O que vamos fazer?
— Primeiro acalme-se, precisamos pensar. Michael sabe dos planos de sua mãe, mas ele me disse que vai respeitar sua decisão.
— Eu o ouvi dizendo isso, mas papai sempre foi suscetível as decisões dela, está tudo perdido! — Bianca lamentou-se escondendo o rosto nas mãos e Penélope a abraçou novamente.
— No, nós precisamos tentar, nós vamos conversar com meu irmão sobre o Paolo.
— Ele não vai aceitar tía.
— Vamos tentar mi amor, amanhã daremos um jeito de sair somente nós duas, eu quero ver este rapaz.
— Melissa sabe de tudo, eu confio nela, ela também pode ir.
— Ótimo, vamos nós três.
— Gracias tía.
A condessa tornou a aninhá-la em seus braços, queria tanto acreditar que isso poderia dar certo. Ver sua garotinha feliz, mas as chances eram tão poucas, mesmo assim nunca deixaria de apoiá-la e ajudá-la.
...
O sol amanheceu brilhando forte em Olímpia, aquecendo até mesmo as longínquas montanhas que faziam fronteira com o território espanhol.
Enquanto arrumava-se para ir até o porto junto com a tia e a cunhada, Bianca sentia seu coração pesado, angustiado. O medo tomava conta de seus pensamentos e ela não conseguia enxergar um futuro em que tudo pudesse dar certo.
Bateram levemente na porta e ela virou-se a tempo de ver Penélope entrando.
— Buenos días niña.
— Hola tía.
— Hei mi amor, melhore essa carinha, vai dar tudo certo, sí?
A garota apenas assentiu enquanto se aninhava no abraço carinhoso.
...
O duque preparava-se para ir embora esta tarde. Estava ali representando a coroa espanhola apenas para a Festa do Vinho, havia chegado a hora de partir, seus compromissos o esperavam.
Apesar de que sentiria falta de Olímpia, esses dias lhe serviram como férias, férias estas que foram muito bem vindas.
— Quer marcar a reunião com o representante da empresa alemã para amanhã ou pretende descansar um pouco? — Eric perguntou e não obteve resposta.
Olhou para o duque e percebeu que ele estava distraído.
— Senhor? — chamou e o nobre continuava encarando a tela do tablet que segurava. — Senhor?
Leandro, que estava encantado com as fotos que Bianca havia postado da festa em seu perfil no Instagram, ouviu o chamado de seu assessor e levantou a cabeça o olhando.
— Deve estar vendo algo bem interessante para deixá-lo distraído senhor. — Eric observou divertido e o duque desligou o aparelho deixando-o sobre a mesinha ao lado.
— Nada demais. — explicou se levantando. — O que você me perguntou?
— Perguntei em qual horário quer que eu marque a reunião com o representante da empresa alemã.
— Ah sim, marque para depois do almoço.
— Certo. A condessa de Aragão ligou exigindo que o senhor retorne as ligações e responda as mensagens dela.
Leandro sorriu ao ouvir o rapaz falar sobre sua mãe e assentiu em um gesto de cabeça.
— Estou em dívida com ela, preciso lhe fazer uma visita.
Bateram na porta e Eric foi atender, fazendo imediatamente uma reverência ao ver Cassandra.
— Majestade, bom dia.
A monarca sorriu simpática.
— Bom dia, eu gostaria de falar com o duque.
— É claro.
Leandro ficou um pouco surpreso e foi ao seu encontro.
— Bom dia milady, estava quase descendo para o café da manhã. — disse enquanto pegava a mão dela e levava aos lábios.
— Bom dia milorde, sei que sim. Eu apenas gostaria de conversar um pouco.
O duque olhou discretamente para seu assessor que entendeu o recado e saiu do quarto.
— É uma pena que já está indo embora, não gostaria de ficar mais um pouco em Olímpia?
— Obrigado milady, mas tenho alguns compromissos marcados que exigem minha presença. No entanto, pretendo voltar ao seu reino.
— Ah eu espero que sim. — Cassandra comentou bem humorada. — Milorde eu não costumo deixar passar excelentes oportunidades, principalmente se percebo que não sou a única parte interessada.
— Perdoe-me, mas confesso que não estou entendendo.
— É claro, eu vou explicar. Posso? — a rainha consorte perguntou indicando a poltrona e Leandro assentiu.
— Por favor. — em seguida sentou-se também.
— Não gosto de rodeios, portanto serei direta. Eu percebi seu interesse em minha filha.
O homem apenas encarava a mulher loura sentada a sua frente, a reação surpresa evidente em seu rosto.
— E gostaria de expressar que tem a minha total aprovação.
— Milady... — Leandro se levantou sentindo-se desconcertado. — Acho que a senhora entendeu mal e...
— Então todos aqueles olhares para Bianca foram "coisa da minha cabeça"? — Cassandra perguntou divertida fazendo aspas com os dedos. — Eu sou uma pessoa bastante observadora milorde.
— Mesmo que houvesse algo de minha parte, eu jamais poderia, digamos investir, nessa história.
— E por que não?
— A senhora não percebeu?
— Não percebi o que? — ela indagou de volta levemente confusa.
— Sua filha está apaixonada por outro.
— O que?
Cassandra se levantou da poltrona não acreditando no que ouvia.
— A senhora foi sincera e direta comigo, acredito que isso me dá o direito de também agir dessa forma.
— É claro, por favor continue.
— Eu admito que a princesa Bianca me atraiu sim, desde o primeiro momento em que a vi ainda no aeroporto, confesso que fiquei até um pouco decepcionado ao pensar que fosse a esposa de Nicholas. Quando descobri quem ela era, tentei me aproximar, conhecê-la melhor, mas percebi que minhas investidas eram infundadas e passei apenas a observá-la.
Leandro colocou as mãos no bolso da calça e encarou a rainha consorte antes de continuar. Ela não conseguia disfarçar o quanto estava aflita.
— Então, ontem, durante o pisa a pé, eu notei que seu coração pertencia a outro.
— O senhor deve estar enganado milorde. — Cassandra tentava não soar preocupada e sim convincente, mas o sangue fervia em suas veias. — Minha filha não tem ninguém em sua vida, ela sabe que deve esperar por alguém a sua altura. A altura da realeza de Olímpia.
O duque não concordava com aquele pensamento preconceituoso, mas preferiu não debater com a monarca que estava visivelmente nervosa.
— Dificilmente eu estou enganado sobre algo milady, também sou uma pessoa bastante observadora e não me casaria com uma mulher apaixonada por outro homem. Creio que estamos em cima do horário para o desjejum, vamos?
Leandro indicou a porta dando o assunto por encerrado e Cassandra não teve alternativa a não ser assentir enquanto colocava um sorriso no rosto. Mas por dentro, ela praticamente fervia de ódio.
Aceitou a companhia do nobre e desceram juntos para o salão de refeições, porém qual não foi a sua surpresa ao ver apenas Michael e Nicholas à mesa. Os dois homens levantaram-se e foram cumprimentá-los.
— Buenos días mamá. — Nicholas lhe deu um beijo no rosto.
— Buenos días querido.
— Hola mi amor. — Michael beijou seus lábios suavemente.
— Hola cariño. Onde estão as outras mulheres da família? — perguntou tentando parecer bem humorada enquanto o filho segurava sua cadeira para que pudesse se sentar.
— Bianca e Melissa saíram há alguns minutos com tía Penélope. — o rapaz explicou sentando em seu próprio lugar. — Ela queria comprar mariscos e Bia disse que os melhores são vendidos mais cedo.
Cassandra teve que se segurar para não soltar tudo que estava pensando e serviu-se de café preto tomando um grande gole. Não via a hora de Penélope voltar logo para a Itália.
Se sua filha estava apaixonada por alguém que lhe era desconhecido, era óbvio que a titia querida estaria metida no meio, e talvez até a sua norinha songa monga.
O mais importante agora era descobrir quem era esse homem misterioso, e se era um partido melhor do que o duque.
...
Penélope dispensou a limusine geralmente usada pela família real e pediu ao motorista que usasse um carro mais discreto. Alguns seguranças faziam a escolta.
— Espero que acreditem na desculpa que nós demos. — comentou olhando pela janela.
— Acho que dificilmente acreditarão. — Melissa expressou sua opinião. — Comprar mariscos é algo que Maria poderia fazer.
— Mamãe não vai acreditar, disso eu tenho certeza.
— Não vamos demorar e diremos que eu não achei nada que me agradasse, sí?
As duas moças assentiram em silêncio.
O Audi Q8 preto foi se aproximando e o cheiro de peixe e frutos do mar foi ficando mais forte. O motorista estacionou e imediatamente desceu indo abrir a porta para que a condessa e as princesas pudessem descer também.
Os seguranças fizeram um cerco impedindo as pessoas de se aproximarem muito.
As fidalgas andavam tranquilamente pelo porto e acenavam para os súditos que tentavam lhes chamar atenção.
— Vá até ele discretamente. — Penélope sussurrou se aproximando de Bianca. — Estamos logo atrás de você.
Bianca passava por entre as diversas barracas que vendiam peixes, mariscos e outros alimentos, cumprimentava as pessoas enquanto caminhava em direção ao local onde os barcos ficavam amarrados. Ainda se lembrava muito bem da primeira vez que havia visto Paolo ao vir até aqui com Maria.
Verdade que o cheiro era insuportável e causava náuseas, mas a sensação de liberdade ao estar em um lugar tão diferente do palácio luxuoso lhe fazia muito bem. Ali, no meio daquele cenário um pouco caótico até, poderia imaginar que não era uma princesa nascida em berço de ouro com deveres e obrigações, mas sim uma moça comum, vivendo uma vida comum, e o mais importante, livre.
Seu coração disparou no peito ao avistá-lo. Paolo estava despido da cintura para cima e ajudava alguns homens a descarregar um barco.
Caminhou até lá em passos firmes mantendo o olhar nele. Paolo estava tão ocupado com o trabalho que ainda não havia notado sua presença.
Penélope ao perceber que a sobrinha se aproximaria demais e poderia dar margem a comentários maldosos, segurou em seu braço e tomou a frente. Já havia visto uma foto do rapaz no celular de Bianca e poderia identificá-lo.
— Buenos días señores. — cumprimentou animada atraindo a atenção dos homens.
Todos ficaram surpresos ao ver a irmã do rei e as princesas, ainda mais em um ambiente como aquele.
— Eu gostaria de falar com Paolo Vincenzi, por favor.
Surpreso, o italiano se aproximou enquanto vestia a camisa, o olhar preso em Bianca.
— Buongiorno signora condessa. Altezas. — fez uma pequeno aceno com a cabeça em direção as duas moças que sorriram.
— Buongiorno signore Vincenzi. Soube que seus mariscos são excelentes e gostaria de conversar a respeito.
Paolo sorriu olhando rapidamente para Bianca e entendendo tudo.
— Sì signora, só lamento informar que eles já acabaram. Talvez se tivesse me avisado eu os teria guardado.
— Não há problema, eu também não iria precisar para hoje, mas posso encomendar, sí?
— Certo.
Como se realmente fossem tratar de negócios, os dois se afastaram um pouco da multidão.
— Rapaz saiba que eu amo muito a minha sobrinha e faria qualquer coisa por ela, pela sua felicidade.
— Tenha certeza de que o sentimento é recíproco signora condessa.
— Ah eu nunca duvidei, Bianca é minha garotinha e só por isso estou aqui arriscando-me em vir vê-lo. Está mesmo disposto a enfrentar o que for para se casar com ela e fazê-la feliz?
Paolo encarou Bianca de um modo tão intenso, os olhos negros brilhando deixando transbordar todo o amor que sentia. Naquele momento Penélope não teve mais dúvidas dos sentimentos dele.
— La amo così tanto. Não consigo imaginar minha vida longe dela.
— Acho bom mesmo. — a condessa brincou. — Porque o que vocês vão enfrentar vai colocar este amor a prova diversas vezes, não será fácil.
— Por ela eu estou disposto a tudo.
— Gostei, você é dos meus, rapaz. Nós vamos conversar com o meu irmão e depois tentar convencê-lo a receber você, não será fácil.
— Só me dizer o dia e a hora.
O coração de Bianca estava acelerado no peito enquanto observava os dois conversando, não conseguia ouvir por conta do burburinho ao redor.
— Você tem sorte, ele é um gato! — Melissa cochichou em seu ouvido e as duas deram risada.
Algumas crianças se aproximaram e elas tiveram que dar atenção aos pequenos súditos.
Na viagem de volta até o palácio, Bianca sentia-se um pouco mais confiante e aliviada ao ouvir o que Penélope e seu amado Paolo conversaram. Não desistiria por nada nesse mundo e sabia que ele também nunca abriria mão desse amor.
Hoje à noite daria um jeito de burlar a vigilância constante da mãe e ir encontrá-lo. Estava com muitas saudades e depois de vê-lo hoje tão perto e ao mesmo tempo tão longe já que não podiam demonstrar, não ajudou em nada.
...
Melissa e Bianca entraram no grande hall rindo e brincando uma com a outra, Penélope vinha atrás também com um sorriso nos lábios.
— Até que enfim. — Cassandra comentou áspera levantando-se da poltrona onde estivera sentada.
As três pararam e o clima alegre se dissipou.
— Buenos días. — Melissa disse tímida, nunca conseguia se sentir à vontade na presença da sogra.
— Hola mamá. — Bianca manteve a pose altiva já se preparando para a batalha.
— Hola querida. — Penélope ainda mantinha o sorriso no rosto.
— Achei que haviam se perdido no porto. — seu olhar foi até as mãos delas notando que não tinha nenhum pacote e nenhum empregado entrou carregando nada. — E os tais mariscos? — indagou encarando a cunhada.
— Não tinham mais, entretanto eu encomendei com um simpático rapaz, que dizem inclusive, ser o melhor pescador.
— Eu queria a família toda aqui para se despedir do duque. — seu olhar foi direcionado a Bianca que tentou disfarçar a raiva. — Ele foi muito gentil e educado, e não merecia esse tratamento da nossa parte.
— Você, meu irmão e Nick estavam aqui querida cunhada, acho que são mais que suficiente. Falando nisso, onde eles estão?
— Trabalhando para Olímpia prosperar.
— Ok. Não se preocupe conosco, já tomamos café em uma simpática padaria, mas acho que precisamos de um banho para tirar esse cheiro de peixe, não é garotas?
As duas moças assentiram e foram em silêncio para a escada. Penélope pretendia ir também, mas Cassandra segurou seu braço a impedindo.
— Sei muito bem o que está fazendo querida cunhada, já lhe disse para não se intrometer em meus planos. Aliás, quando você vai embora mesmo? As festividades já acabaram.
Penélope teve vontade de sacudir seus ombros até despentear os cabelos louros que ela tanto amava, mas controlou-se e sorriu cínica, não deixaria aquela cobra desestabilizá-la.
— Estou pensando em esticar minha estadia dessa vez, minha sobrinha precisa de mim por perto.
Cassandra lhe lançou um olhar gelado.
— Fique fora do meu caminho. — murmurou em voz baixa e se afastou indo em direção a biblioteca.
Penélope inspirou fundo tentando manter a calma e foi para a escadaria.
...
Bianca andava inquieta pelo quarto.
Havia alegado cansaço logo após o jantar e retirou-se mais cedo fingindo que ia dormir. Agora esperava que todos se recolhessem para poder sair e ir encontrar-se com Paolo.
Alguém parou em frente a porta de seu quarto e tentou girar a maçaneta, mas a porta estava trancada por dentro, preferia assim. Provavelmente seria Penélope e era melhor não conversar com ela, tinha certeza de que a tia tentaria fazê-la mudar de ideia se soubesse de seus planos.
Esperou por mais alguns minutos e abriu a porta fazendo o mínimo de barulho possível, o corredor estava silencioso e todas as portas se encontravam fechadas.
Desceu a escada sem problemas e correu sorrateiramente para a sua rota de fuga secreta sentindo o coração acelerado no peito.
Ártemis estava a sua espera. Mais cedo havia pedido a um dos rapazes que trabalhava no estábulo que a levasse até ali, pediu também ao empregado que mantivesse segredo e prometeu recompensá-lo.
Sentia-se completamente livre e indomável enquanto cavalgava pelas falésias. O som das ondas quebrando na praia só tornava tudo ainda mais incrível, era como se fosse parte da própria natureza. Sabia que seu amado a aguardava e esperava que essa noite fosse especial para eles.
...
Paolo estava sentado debaixo de uma oliveira, sentindo a brisa gostosa. As noites em Olímpia costumavam ser quentes ou mornas e traziam uma espécie de encanto aquelas terras a beira do Mediterrâneo.
Então o vento lhe trouxe um cheiro diferente, um que ele já conhecia muito bem. Um suave perfume floral que somente uma pessoa usava.
Levantou-se e foi ao encontro de Bianca que tinha um sorriso maravilhoso no rosto.
— Amore mio. — sussurrou enquanto beijava os lábios doces como ambrosia.
— Paolo... — Bianca murmurou de volta completamente rendida.
— Tive que me controlar quando a vi no porto, estava tão bela mia ragazza.
— Yo también mi amor.
Mais um beijo romântico e eles sorriram um para o outro.
— O que a sua tia achou de mim amore mio? Não me esconda nada.
— Quer que eu seja sincera? — a garota perguntou de volta mantendo uma expressão séria e Paolo assentiu apreensivo.
— Sí, amore mio.
— Ela adorou você. — Bianca revelou enquanto abria um sorriso e para ele foi como se o sol tivesse aparecido depois de um longo período nublado e chuvoso.
Paolo agradeceu aliviado aos céus enquanto a abraçava com mais força. Ter o apoio da condessa era muito importante.
— Então ela vai mesmo nos ajudar?
— Por supuesto! Você ainda tinha alguma dúvida cariño?
— Bia, ti amo tanto, e acredito em você, mas sempre vou ter um pé atrás em relação a sua família. Scusa. — ele esclareceu enquanto pegava as mãos macias e levava até seus lábios.
— Todo bien mi amor, yo te entiendo.
— Não vamos falar mais disso, nosso tempo juntos é tão pouco.
— Por enquanto. — ela disse e Paolo assentiu enquanto abraçava sua cintura e beijava seus lábios.
O tempo passava e nenhum dos dois se dava conta disso.
Bianca sentia seu corpo pegando fogo sob o toque carinhoso das mãos de Paolo, algo havia sido despertado, uma urgência que dominava todo o seu ser.
Ele não estava diferente, tentava se manter racional, controlado, mas isso estava se tornando uma tarefa quase impossível. Sentir o corpo trêmulo e completamente entregue em seus braços o deixava excitado, louco de desejo.
Em um momento de lucidez, interrompeu os beijos quentes enquanto puxava o ar com força para dentro de seus pulmões obrigando-se a ficar calmo.
— Amore mio... é melhor a gente parar...
— Por quê? — Bianca questionou sem entender.
— Não posso fazer isso com você... — Paolo disse angustiado encostando a testa à dela.
— No entiendo. Você não quer?
— Quero amore mio, quero demais, mas não podemos, ainda não.
Bianca sorriu entendendo o que acontecia.
— Eu não quero esperar até nos casarmos mi amor.
Paolo a encarou completamente surpreso e seu coração disparou no peito.
— Eu quero ser sua.
— Bia, eu amo você demais, mas...
Antes que ele falasse mais alguma coisa, ela o interrompeu beijando seus lábios.
— Não me importa mais nada cariño, solo tu y yo.
Paolo sorriu enquanto acariciava o rosto perfeito. Amava demais aquela mulher para lhe negar qualquer coisa.
— Ti amo amore mio. — sussurrou antes de beijá-la com paixão.
Bianca se deixou levar por aquele sentimento novo e intenso, os beijos de Paolo faziam seu sangue incendiar. As mãos másculas e fortes desnudavam seu corpo com delicadeza e fascínio.
A princípio teve um pouco de vergonha em ficar seminua diante dele, mas aos poucos o receio se foi restando somente o desejo insano de pertencer àquele homem.
Paolo beijou-lhe suavemente os bicos rosados dos seios fazendo-a perder o fôlego, estremecendo, enquanto suas mãos agarravam os cabelos negros dele.
Em toques suaves ele explorava as curvas femininas provocando ondas de prazer. Paolo era um amante perfeito, demonstrando o amor intenso que sentia. Afastou-se rapidamente apenas para tirar a própria roupa, em seguida removia as últimas peças que cobriam a pele alva de Bianca, a lingerie cor de rosa.
— Bela, mais bela do que eu poderia imaginar... — sussurrou encantado mirando o corpo dela.
Bianca também o observou longamente, os músculos fortes e tensionados. Estendeu as mãos para tocá-lo, e elas deslizaram por sobre os ombros e o peito dele, a pele morena era quente.
— Gosto quando me toca amore mio. — Paolo gemeu voltando a beijá-la.
Bianca abria-se para ele como um botão na primavera, gemendo de prazer e dominada pelo desejo sem limites. Seu corpo respondia por vontade própria, ardia em paixão.
Correspondeu aos toques dele, explorando o corpo do amante como ele havia feito com o seu e sentia-se plena e feliz com os gemidos de prazer que ouvia.
Devagar, Paolo pressionou seus quadris e Bianca arquejou sentindo o quanto ele estava excitado.
Com todo o carinho do mundo, ele se afastou um pouco e começou a penetrá-la. Emocionada, a garota fechou os olhos se entregando de corpo e alma, sentindo apenas um leve incômodo.
— Está doendo? — ele perguntou baixinho e ela negou com a cabeça ainda de olhos fechados.
— Não...
Paolo fazia movimentos suaves controlando seus impulsos querendo que a primeira vez dela fosse perfeita. Beijava cada uma das lágrimas que ela derramava enquanto sussurrava o quanto era linda e maravilhosa.
Lentamente começou a mover-se para a frente e para trás, enquanto uma de suas mãos a estimulava.
Bianca arqueou o corpo ao sentir o prazer se aproximando e com um gemido alto entregou-se aquela paixão avassaladora. Paolo também deixou-se levar, mergulhando o rosto por entre os cabelos macios e cheirosos. Ela podia ser inexperiente, mas nunca nenhuma outra mulher lhe dera tanto prazer, se entregara com tamanha intensidade.
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