Estes são os vestidos de baile de Bianca, da rainha, de Melissa e da condessa Penélope

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Uma mesa especial havia sido montada no jardim do castelo de Alcaluz para que Bianca, Leandro e suas famílias pudessem almoçar.

O espaço estava sobre um deck de madeira e coberto por uma tenda. A mesa estava enfeitada com flamboyants e o aparelho de jantar usado era branco com detalhes dourados e vermelhos, os guardanapos eram vermelhos. Tudo foi escolha de Bianca.

Michael e Cassandra foram os primeiros a chegar para recepcionar os hóspedes.
— Eu gostei dessa ideia. — o rei observou divertido.
— Foi ideia de nossa filha. — Cassandra comentou enquanto ajeitava os pequenos detalhes na decoração. — Eu não gostei muito, mas prometi que ia respeitar sua opinião. E confesso que gostei também, simples e acolhedor.

Michael sorriu e abraçou seus ombros em um gesto carinhoso.
— Acha mesmo que isso está certo? Não vejo nossa filha feliz.

A rainha encarou o marido e soltou um suspiro.
— Já conversamos sobre isso querido, foi Bianca quem escolheu assim. Por que não consegue simplesmente aceitar isso?

Michael também suspirou e já ia responder, mas viu Bianca e Leandro se aproximando. Cassandra também percebeu e sorriu para o marido.
— Os dois estão se dando bem e você aí preocupado. Apenas relaxe e deixe as coisas acontecerem como tem que ser. — ela beijou o marido e se encaminhou para receber o casal.

Bianca ao ver os pais colocou um sorriso no rosto, não queria dar motivos para preocupá-los.
— Nossa, ficou lindo. — disse encantada ao ver a decoração.
— Ficou sim querida. — Cassandra concordou e em seguida olhou para Leandro. — Tudo isso foi ideia dela.

O duque olhou para a noiva admirado.
— Realmente ficou lindo.
— Gracias. — Bianca agradeceu um pouco sem graça.

A família de Leandro foram os próximos a chegar, Regina e Lucrécia também ficaram encantados com a ideia de almoçarem no jardim, e com a decoração.
— Eu adorei essa ideia. — Lucrécia disse quando sentou à mesa, o marido a ajudando com a cadeira. — Almoçar com essa vista com certeza vale a pena.
— Fico feliz que todos tenham gostado. — Bianca disse também sentando-se enquanto Leandro a ajudava. — Obrigada. — murmurou agradecendo ao rapaz.

Penélope e Melissa também se aproximavam e quando chegaram ao deck, os homens levantaram em sinal de respeito. Leandro ajudou Penélope a se sentar e Bruno adiantou-se ajudando Melissa.

Ela o olhou surpresa e o rapaz lhe sorriu brevemente.
— Obrigada. — ela agradeceu também com um leve sorriso e Bruno alargou o sorriso piscando um olho para a moça.
— Disponha princesa. — sussurrou antes de se afastar.

Melissa sorriu consigo mesma ajeitando o guardanapo sobre o colo.
— Onde está o Nicholas? — Cassandra perguntou notando a falta do filho.

Melissa ergueu a cabeça olhando para a sogra.
— Eu não o vejo faz algum tempo. Estava em meu quarto.

Cassandra obviamente não gostou e Melissa percebeu desviando o olhar. Bruno notou também e olhou para a moça enquanto bebia um gole de água.
— Eu vou encontrá-lo. — Cassandra anunciou levantando-se. — Com licença.

O clima ficou um pouco tenso na mesa.
— Cassandra tem o dom de ser uma super mãe, porém as vezes ela exagera um pouquinho. — Penélope comentou divertida arrancando alguns risos. — Hermano por que não pega uma garrafa do Perla Olímpia para nossos convidados degustarem?
— Excelente ideia hermana. — Michael sorriu agradecido para a irmã por descontrair a tensão que começava a se formar.
— Nós já provamos seu vinho. — Fred comentou. — E é delicioso.
— Com certeza querido. — Lucrécia concordou com o marido. — Lembro-me de ter provado minha primeira taça do Perla Olímpia em um almoço com minha família. Estávamos em Atenas, em uma viagem de férias e meu pai pediu uma garrafa dizendo ser um dos melhores vinhos que já tinha provado. Eu tomei um pouco e se tornou um dos meus favoritos também.

Maria Isabella rolou os olhos de tédio enquanto ouvia a história da madrasta.
— Fico feliz sabendo disso milady. — Michael comentou enquanto se levantava. — Mas vocês vão experimentar agora em primeira mão uma nova safra que ainda não foi lançada.
— Que maravilha! — Lucrécia comemorou empolgada.
— Gostaria de me acompanhar e conhecer a adega? Meu filho ainda não chegou, temos tempo. Condessa, gostaria que nos acompanhasse também. — Michael se dirigiu a Regina.

As duas mulheres trocaram um olhar e assentiram levantando-se.
— Eu também vou. — Penélope levantou depois de tomar um gole de água. — Deixe os jovens conversarem. — ela piscou sorrindo para a sobrinha.
— Está gostando do castelo Isabella? — Bianca perguntou encarando a garota.
— É um lugar bonito. — a adolescente respondeu ciente da atenção do pai em suas palavras. — Mas eu confesso que preferia ir à praia.

Bianca e Melissa sorriram e Fred encarou a filha deixando claro que iriam conversar mais tarde.
— Ah não seja por isso, nós temos uma casa na praia, em Almería. Podemos ir até lá no domingo e passar o dia. Garanto que você vai gostar, as águas são extremamente azuis e nessa época do ano ficam quentinhas.

Os olhos de Isabella brilharam.
— Podemos ir mesmo?
— Mas é claro que sim.
— Obrigada, eu vou ao banheiro rapidinho. Com licença.

Fred esperou a filha se afastar e olhou para Bianca.
— Me desculpe pelo que ela disse, as vezes minha filha não pensa no que fala.
— Tudo bem, ela é uma adolescente. E adolescentes tem dessas coisas, não se preocupe. Eu percebi que ela é um pouco arredia, principalmente com você e a Lucrécia, se tiver algo que eu possa ajudar...

Fred encarou a futura cunhada e sorriu. Lucrécia tinha razão, Bianca era uma moça muito especial.
— Eu agradeço sua oferta, mas não sei se tem algo que possa ser feito. Maria Isabella é uma pessoa difícil de lidar e não aceita muito bem receber ordens.
— Desculpe me intrometer, mas não acho que ela seja um caso perdido e muito menos alguém difícil de se lidar. — Melissa comentou deixando todos surpresos, inclusive Bianca.
— E o que você sugere? — Fred perguntou a encarando.
— Sua filha quer chamar atenção, a sua atenção. Desculpe mais uma vez me intrometer, mas obviamente a Lucrécia não é a mãe dela e isso a incomoda profundamente.
— Eu me casei com a Lucrécia a pouco mais de um ano, mas já estávamos juntos a um bom tempo. E não nos casamos antes justamente por conta da minha filha, ela nunca aceitou.
— Não sei os motivos porque seu relacionamento com a mãe dela não deu certo, mas é nítido que a Isabella sente falta dela e sua também. Geralmente nessa idade estamos mais vulneráveis, suscetíveis a qualquer tipo de influência, negativa ou positiva. Adolescentes querem aprender, explorar, experimentar, mas para isso precisam se sentir seguros por mais que não admitam. Ao invés de brigar com ela, tente ver o lado dela, conversar e tentar entender o motivo de toda essa agressividade.

Bianca encarava a cunhada completamente chocada.
— Engraçado que minha mulher me disse o mesmo hoje mais cedo. — Fred comentou bem humorado e Melissa também sorriu.
— Peço que me desculpe se fui invasiva.
— De modo nenhum, agradeço por seus conselhos.
— E eu estou chocada! — Bianca comentou divertida. — Desde quando você é psicóloga e eu não sabia?!

Melissa sorriu mais uma vez ciente do olhar de Bruno sobre si.
— Eu queria cursar Psicologia. Depois que me formei em Literatura Italiana, cheguei a frequentar a Universidade de Nápoles por um ano cursando Psicologia, mas depois eu desisti.
— Nunca me contou isso, e não deveria ter desistido, você seria uma excelente psicóloga.
— Ela está certa, não deveria ter desistido. — Bruno concordou com Bianca deixando a italiana um pouco sem graça.
— E você Bianca? — Fred perguntou. — Fez algum curso?
— Sim, eu me formei em Letras na Universidade de Oxford, na Inglaterra. E pretendo estudar História Antiga, com especialização no Egito Antigo e mitologia egípcia.

Leandro olhava para a moça com admiração e orgulho, já sabia que ela era formada em Letras, mas não sabia que desejava estudar História Antiga. Depois do casamento a incentivaria a realizar esse sonho.
— O Leandro eu já sei que fez Direito e Ciências Políticas, e vocês dois? — Bianca perguntou divertida aos futuros cunhados.
— Eu fiz Direito e Ciências Políticas também, e Administração. — Fred respondeu.

Bianca e Melissa olharam para Bruno esperando por sua resposta e ele sorriu, seus dois irmãos também deram risada. O caçula era a ovelha negra da família, não gostava de trabalhar e vivia da herança que seu pai havia deixado e da rentabilidade das ações nas empresas da família, ações estas que Fred administrava.
— Eu fiz Contabilidade e depois tentei Direito, mas desisti depois do segundo período. — Bruno explicou com a maior cara de pau fazendo as duas garotas darem risada. Fred encarou o irmão mais novo também dando risada.

Enquanto eles ainda davam risada, Cassandra e Nicholas chegaram ao deck. Ao ver o marido e a sogra, Melissa parou de rir. Fato este que não passou despercebido a Bruno.
— Onde está seu pai meu bem? — a rainha indagou olhando para a filha.
— Foi pegar algumas garrafas do Perla Olímpia e também mostrar a adega para Regina e Lucrécia, tía Penélope foi com eles.
— Eu vou até lá, com licença.
— Me desculpem pelo atraso, eu tive um compromisso. — Nicholas disse sentando ao lado da esposa como era de praxe.

Melissa imediatamente sentiu um cheiro de perfume feminino que vinha do marido. Controlando a vontade de chorar, ela tentava disfarçar a mágoa. Nicholas não lhe escondia o fato de que vivia saindo com outras mulheres.

Bruno encarava princesa e percebeu que algo lhe deixou chateada, a alegria que antes iluminava os lindos olhos castanhos havia sumido. Bianca conversava com Fred e não percebeu, Nicholas se percebeu o que acontecia com a esposa, não estava dando nenhuma importância.

Maria Isabella voltou à mesa e sorriu para Bianca.

Logo depois Michael chegou acompanhado de Regina e Cassandra. Penélope e Lucrécia vinham um pouco mais atrás conversando. Os empregados traziam garrafas do famoso vinho olimpiano.
— Agora vamos a melhor parte. — o rei comentou divertido arrancando algumas risadas enquanto abria a primeira garrafa.
— Eu gostei da sua adega. — Lucrécia disse sentando-se novamente ao lado do marido. — Bem diversa e rótulos bastantes famosos.
— Fred sua mulher é um tesouro, cuide bem dela. — Michael elogiou deixando a duquesa encabulada. — Ela praticamente entende tudo sobre vinhos.
— Eu sei bem disso. — o rapaz disse apaixonado olhando para sua esposa e beijando o dorso de sua mão suavemente.

Lucrécia sorriu encantada para o marido, era nítido para todos os presentes o quando eles estavam apaixonados. Isabella fez uma expressão de desagrado para os dois.
— Eu apenas herdei o gosto do meu pai por vinhos milorde. Ele tem uma vinícola na Argentina e eu vou até lá sempre que posso.

Michael assentiu sorrindo e abriu mais garrafas para servir a todos.
— Pra você mocinha, suco de uva. — Penélope disse para Maria Isabella e a garota sorriu. Mal sabiam eles que ela já havia experimentado bebida alcoólica.
— É uma delícia. — Lucrécia elogiou depois de provar. — Vocês conseguiram um feito raro. Pegaram um vinho que já era perfeito e transformaram em algo extraordinário.
— Agradeço seus elogios milady, ainda mais de alguém que entende tanto de vinho.

Lucrécia ergueu sua taça e sorriu.
— Disse que seu pai tem uma vinícola e gosta de vinhos, eu também sou um apreciador. Convide-o para vir até aqui, gostaria de conhecê-lo.
— Tenho certeza de que ele vai adorar Majestade e eu o agradeço em seu nome. Assim que falar com ele, transmitirei seu convite.

Michael ergueu a taça e a duquesa aceitou o brinde. Fred não escondia o orgulho que sentia da esposa.

O almoço foi servido e os pratos foram bastantes elogiados.

Michael sentado à cabeceira da mesa com Cassandra em seu lado esquerdo e Regina do lado direito. Penélope estava sentada ao lado de Regina, seguida por Maria Isabella, Bruno e Lucrécia. Do lado esquerdo, Nicholas estava ao lado da mãe, sendo seguido por Melissa, Bianca, Leandro e por último Fred na outra ponta da mesa.

Enquanto o casal real junto com Regina e Penélope conversavam assuntos triviais, os mais jovens engatavam em um papo animado e divertido. Melissa apenas sorria de algumas coisas, o fato de ter o marido sentado ao seu lado com aquele perfume feminino grudado em si roubava metade de sua animação. Maria Isabella também estava quieta e ela preferia assim.

A sobremesa servida foi um doce tipicamente espanhol, Frixuelos das regiões das Astúrias, León e Cantábria. O crepe recheado com três opções de recheio foi bastante elogiado.

Bianca gostava de comer o doce de maneira tradicional, polvilhado com açúcar branco, sem recheio e enrolado para comer com as mãos, e foi justamente isso que ela fez.

Lucrécia também gostava de comê-lo assim e fez a mesma coisa que a princesa, apenas colocou um pouco do recheio de gelado de nata.

Leandro observou enquanto sua futura noiva se deliciava com o doce, sem se importar com o que os outros poderiam pensar por estar comendo sem talheres.

O cheiro do perfume dela era maravilhoso e gostaria muito de tocar sua pele macia, sentir aquele cheiro encostando o nariz em seu pescoço delicado. Gostaria de se aproximar dela, conhecê-la mais de perto, mas por algum motivo, ela havia se esquivado de seu toque mais cedo.

Leandro percebeu que ela ficou extremamente desconfortável e se afastou, gesto esse que mexeu com ele também. E queria muito descobrir o motivo daquele afastamento.

Após o almoço, Bianca e Melissa convidaram Lucrécia e Isabella para dar um passeio por Olímpia. A garota recusou o convite, mas Bianca insistiu e ela acabou cedendo deixando Lucrécia surpresa. Penélope também decidiu acompanhá-las, estava enojada de ver Cassandra tentando bajular a condessa Regina.

...

A noite do grande baile havia chegado.

Bianca olhou-se no espelho e abriu os braços dando uma volta. Os cristais bordados no corpete do vestido cor de salmão reluziram.

A porta do quarto foi aberta e Michael entrou, ele olhou encantado para a filha.
— Hola papá.
— Hola mi amor.

Michael beijou-lhe ambas as mãos.
— Você está belíssima.
— Gracias.
— Estão esperando por você.

Bianca apenas assentiu em silêncio.
— Tem certeza disso mi hija? Eu vou entender e aceitar sua decisão.
— Está tudo bem papá. — ela sorriu de leve e tocou no braço do pai para acalmá-lo.

Michael assentiu e beijou-lhe a testa.

Os dois saíram do quarto de braços dados e foram em direção a escada. Lá embaixo estava começando o baile real de noivado da princesa de Olímpia.

O corrimão da escada estava enfeitado com rosas brancas e alaranjadas, assim como todo o salão. Uma escolha da noiva.

Bianca e o pai apontaram no alto da escada e todos os olhares se voltaram para eles.

Esperando ao pé da escada, estava o noivo. Vestido em um elegante terno escuro, com uma rosa laranja pregada à lapela do seu paletó. Seus olhos não conseguiam desviar da garota que parecia uma rainha, o brilho em seu olhar não escondia seus sentimentos.

Bianca sentia o coração disparado no peito enquanto descia os degraus. Este era para ser o momento mais feliz de sua vida, talvez se Paolo a estivesse esperando lá embaixo poderia ser de fato. Mas ao invés disso, sentia-se como se estivesse afundando a cada passo que dava e fazia um esforço enorme para não se virar e correr para se trancar em seu quarto.

Leandro trocou um aperto de mãos com o rei Michael e beijou a mão da princesa antes de conduzi-la ao centro do salão.
— Você está linda. — ele murmurou suavemente.
— Gracias. — Bianca agradeceu tentando sorrir, mas sem sucesso. O braço dele enlaçou sua cintura e a proximidade daquele gesto a incomodou um pouco.
— Está nervosa? — Leandro perguntou quando começaram a valsar para o deleite dos convidados.
— Um pouco. — ela admitiu tentando fugir daquele olhar intenso que parecia tentar desvendar sua alma.
— Apenas relaxe.

Leandro sorriu apertando levemente sua cintura enquanto a conduzia em uma valsa tradicional.

Para quem estava vendo de fora, eram um casal perfeito. O vestido de Bianca era um luxo, assim como as joias que ela usava, a tiara presa em seus cabelos e os sapatos.
— Ela está linda. — Melissa murmurou observando encantada o casal no centro do salão.
— Está sim. — Penélope concordou. — Mas eu gostaria que estivesse feliz.

Cassandra e Michael também se dirigiram ao centro do salão. A rainha consorte de Olímpia também estava magnífica trajando um elegante vestido de baile vermelho escuro, bordado com fios prateados. Seus cabelos louros estavam presos em um coque e ostentavam uma coroa prateada.

Regina chamou o filho Bruno para que pudessem dançar também, representando a família do noivo. A condessa de Aragão usava um vestido verde musgo com poucos detalhes. Lucrécia e Fred foram os próximos.

A cunhada de Leandro tinha um sorriso maravilhoso no rosto. Seu vestido era azul escuro e sem mangas, o que ressaltava o belíssimo colar prateado com pingente em forma de uma safira em gota que repousava em seu pescoço. Os cabelos negros estavam meio presos e meio soltos, caindo em cachos perfeitos nas costas.

Nicholas viu-se obrigado a levar Melissa para dançar e a garota tentava disfarçar a alegria. Seus cabelos negros estavam soltos e tinha uma elegante e discreta tiara presa a eles. O vestido azul claro com bordados prateados destacava sua pele morena e caía como uma luva em seu corpo esbelto.

Normalmente ela não usaria um modelo daquele tipo, bem decotado e justo, mas assim que viu o vestido, foi amor à primeira a vista e não pensou duas vezes antes de comprá-lo. Ao vestir, sentiu-se a própria Cinderela. E sua felicidade foi dobrada ao perceber que Nicholas a olhara levemente surpreso pela primeira vez.

Penélope que usava um vestido cor de rosa, aproximou-se de Maria Isabella. A adolescente usava um vestido lilás decorado com flores. — Não quer dançar? Se quiser peço a alguém para levá-la. — perguntou gentil.
— Não, obrigada.
— Não gosta desses bailes, não é? — Penélope tentou mais uma vez em tom de diversão. Já havia percebido que ela era um pouco rebelde e agressiva com o pai e a madrasta.
— Pra ser sincera não muito. Só vim por causa do meu tio e da minha avó.
— E de docinhos de festa? Você gosta?

Isabella olhou para a condessa e abriu um sorriso tímido.
— Pode ir lá, não se preocupe.
— Obrigada. — a garota agradeceu e virou-se indo em direção a sala de jantar onde estava montada uma mesa com diversos tipos de canapés, docinhos e porções, e as bebidas.

Cassandra não concordou muito com aquilo, mas foi ideia de Bianca e ela não teve escolha. Para ver aquele casamento se realizar, fecharia os olhos para qualquer absurdo.
— Milady, concede-me essa honra? — Vicente Morales, o Primeiro-Ministro parou ao lado de Penélope estendendo a mão para ela.
— Deveria chamar sua esposa para dançar senhor Morales. — a condessa tentou ser educada e gentil em sua recusa, pois não queria causar conflitos.
— Frida não gosta de dançar milady.
— E o que ela acharia se nos visse dançando? Certamente não gostaria.
— Não se preocupe, pois eu lhe disse que a tiraria para dançar. Além do mais, estou apenas cumprindo meu papel como Primeiro-Ministro, já que a senhora é o único membro da família real que não está dançando.

Penélope tentou não sorrir e aceitou a mão estendida. O homem era esperto e ardiloso, não era à toa que dava tanta dor de cabeça ao seu irmão no Parlamento.
— Estou começando a ficar tonta. — Bianca disse baixinho e Leandro a olhou preocupado enquanto ia diminuindo o ritmo da valsa aos poucos.

Todos aqueles giros, aliados ao fato de que não havia comido quase nada o dia inteiro lhe causaram um breve mal-estar.
— Tudo bem? — o duque perguntou ainda mantendo-a junto de si.
— Sim, já me sinto um pouco melhor.

Os minutos seguintes foram de cumprimentos e apresentações.

Bianca queria ficar sozinha e respirar um pouco de ar puro, mas nesse momento ela era o centro das atenções. Mal teve tempo de comer alguns canapés e tomar uma taça de champanhe rosé, seu favorito antes que fosse novamente arrastada até o centro do salão para o pedido oficial de casamento.

Suas mãos suavam e estava ficando difícil respirar. O corpete apertado do vestido não facilitava em nada.

Leandro apoiou um joelho no chão e tirou uma caixinha vermelha do bolso. Abriu e mostrou o belíssimo anel de noivado. A aliança era dourada, com um grande diamante em cima e cravejada de diamantes pequenos.

Todos os olhares no salão estavam voltados para o duque e a princesa.

Bianca estendeu a mão um pouco trêmula e Leandro segurou com carinho enquanto colocava a aliança. Ele sorriu para ela e levantou mostrando a outra aliança dourada, só que mais simples. Ele também fazia questão de usar uma aliança na mão direita.

Bianca sentiu o coração pesado e tentou sorrir quando todos aplaudiram e Leandro a abraçou beijando carinhosamente sua testa. Porém, a única coisa que sentia era tristeza e uma imensa vontade de chorar.

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