Capítulo 11
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Bianca arrumou-se com esmero para ir ao aeroporto receber o noivo e sua família. Todos já sabiam que ela e o duque de Castilho y Sevilha, Leandro Álvarez de Almonte, primo do rei espanhol, iriam se casar dentro de poucos meses. No sábado à noite, seria realizado o baile oficial de noivado no palácio real de Alcaluz. Os preparativos corriam de vento em popa.
Olhando-se no espelho, ela ajeitou o pequeno chapéu nos cabelos bem presos. Sua figura estampava o modelo de perfeição que se esperava de uma princesa, mas por dentro sabia que estava aos trapos.
Contendo a vontade de chorar, Bianca inspirou fundo levantando a cabeça e encarando o teto pintado de branco.
A porta foi aberta e ela virou o rosto vendo a tia parada.
— Eu bati, mas você não escutou. — Penélope disse suavemente fechando novamente a porta e passando a chave.
Bastava apenas um olhar para sua menina e sabia o quanto ela estava sofrendo.
— Venha cá meu bem.
Bianca aninhou-se entre os braços protetores da tia querendo extravasar aquela angústia.
— Desista desse casamento niña. — Penélope sussurrou ao ouvido da sobrinha. — O duque pode ser um bom homem, mas você não o ama.
— Não posso fazer isso tía, e você sabe disso. — Bianca disse se desvencilhando do abraço e indo até a penteadeira pegar um lencinho para secar o rosto.
— A única coisa que eu sei, é que estou vendo você sofrer dia após dia levando essa situação em frente. Acha que eu não percebo quando sai discretamente no meio das reuniões para discutir os assuntos do casamento? Eu vejo seu olhar triste e perdido Bianca, sei que ainda chora a noite, revoltada com tudo que aconteceu.
A garota fechou os olhos com força perante as lembranças que aquelas palavras evocavam. Não queria mais se lembrar de tudo aquilo, não queria mais sofrer, mas infelizmente não tinha o poder de controlar suas memórias.
— Você não merece isso niña, e nem ao duque.
— Tía, eu sei que você não concorda com o meu casamento, mas respeite minha decisão.
— Sempre respeitei sua opinião, porque você sempre soube qual era a melhor decisão a tomar. Mas hoje, eu só consigo ver uma garota angustiada, sofrendo por um amor impossível agindo impulsivamente e metendo os pés pelas mãos. Essa união só vai lhe trazer mais sofrimento e desgosto, será que você não enxerga isso?
— Não tía, não vai.
— E como tem tanta certeza disso?
Bianca suspirou irritada a ponto de perder a paciência.
— Porque eu não o amo e nunca vou amá-lo. Porque nunca vai existir nenhum tipo de sentimento nesse casamento, será uma união apenas de fachada tía e você sabe muito bem disso.
— Será que ele vai concordar com isso?
— Não me importo que ele tenha amantes para se satisfazer.
— Você consegue se ouvir Bianca? Está ouvindo o absurdo que está dizendo?
— Tía eu não quero amar mais ninguém, este casamento com o duque é o que eu preciso agora, eu e o reino de Olímpia. Não se preocupe com o fato de eu sofrer, porque isso não vai acontecer. Meu coração está trancado, guardado a sete chaves e bem protegido de qualquer sentimento, e ninguém vai mudar isso.
Penélope abriu a boca para falar algo, mas antes que emitisse algum som, uma batida soou na porta.
— Mi hija. — era Cassandra. — Ligaram avisando que o jato já está quase pousando, está na hora de irmos.
— Já vou mamá. — Bianca gritou de volta encarando a tia.
— Não demore.
— Não vai conosco ao aeroporto? — a garota perguntou enquanto colocava as luvas brancas rendadas.
— Não, vou esperar aqui e verificar os preparativos para o almoço junto com Maria.
— Se prefere assim, con permiso tía.
Penélope ficou observando enquanto a sobrinha saía do quarto. Estava inconformada com tudo aquilo, tinha certeza de que essa união seria um fracasso. Bianca só estava se casando por achar que havia cometido um erro ao se apaixonar por Paolo e ter se entregado a ele. Não sabia mais o que fazer para que ela enxergasse o desatino que estava prestes a cometer.
...
As limusines reais deixaram o castelo minutos depois, indo em direção ao Aeroporto Internacional Princesa Lizandra, um pouco mais afastado do centro de Roccío, capital do reino.
Bianca ia no segundo carro junto com o irmão e a cunhada, as duas moças estavam sentadas lado a lado e permaneceram de mãos dadas.
— Você está nervosa. — Melissa comentou baixinho e Bianca assentiu.
— Um pouco. — respondeu no mesmo tom.
Nicholas observava as duas. Desde que sua adorável esposa havia chegado a Olímpia, elas se tornaram melhores amigas, viviam conversando, saíam juntas. Ao lado de sua irmã, a italiana se soltava, sorria, brincava, parecia até outra pessoa.
Os carros pararam em frente ao aeroporto, e quando a família real desceu, os súditos aplaudiam, gritavam e acenavam entusiasmados. Eles aprovavam o noivado de Bianca e Leandro, eram o casal perfeito vivendo um conto de fadas. Eles não faziam ideia do que acontecia de verdade.
Uma sala especial no aeroporto havia sido preparada para que Bianca e sua família conhecessem a família do duque com privacidade. Depois a comitiva voltaria ao castelo de Alcaluz. Um funcionário os levou até lá e informou que o jatinho do duque pousaria dentro de poucos minutos.
Bianca virou o rosto olhando pela janela e viu o jato pousando na pista principal, seu coração disparou no peito.
...
Leandro estava ansioso para rever a noiva, mas tentava disfarçar isso.
Assim que o jato pousou com segurança, ele e a família tiraram os cintos de segurança e levantaram.
— Olha, as fotos não fizeram jus à realidade. — Lucrécia comentou animada olhando pela janela. — Olímpia é belíssima.
Maria Isabella, a filha de Fred soltou um suspiro irritado e tirou os fones de ouvido.
— Vamos lá, desfaça essa cara de quem comeu e não gostou e coloque um sorriso no rosto. — Bruno sorriu brincalhão abraçando a sobrinha.
— Eu poderia ter ficado em casa. — a adolescente reclamou guardando o celular e os fones dentro da mochila preta de couro.
— Eu também, mas se fizéssemos isso, sua avó torceria nossos pescoços. — ele disse baixinho encarando a mãe e a garota sorriu cúmplice.
Todos desembarcaram e os funcionários foram cuidar da bagagem.
Leandro ia à frente do grupo de braços dados com a mãe, Fred e Lucrécia logo atrás deles. Bruno e Maria Isabella eram os últimos.
Assim que eles entraram na sala privada, conduzidos por uma comissária de bordo, Bianca levantou-se junto com sua família.
Leandro deu um passo à frente e foi até a noiva. Ela estava belíssima e isso o deixou extremamente tocado, saber que ela havia se arrumado com esmero tentando passar uma boa impressão para sua família.
— Olá. — ele disse gentil pegando a mão dela e levando até os lábios.
— Olá. — Bianca tentava controlar o nervosismo. — Como foi a viagem?
— Muito bem.
Ele queria conversar mais com ela, saber como foram os últimos dias, já que os dois trocavam apenas mensagens com assuntos relacionados ao casamento. Para ele, Bianca ainda era uma completa estranha.
— Quero lhe apresentar minha família. — Leandro a levou até eles enquanto a garota colocava um sorriso simpático no rosto. — Minha mãe, Regina. Condessa de Aragão. Mamãe esta é Bianca, princesa de Olímpia e minha futura noiva.
— Milady. — Bianca disse fazendo uma leve mesura. — Bem-vinda a Olímpia.
— Obrigada meu bem, me chame apenas de Regina. Creio que posso chamá-la de Bianca.
— É claro.
As duas trocaram um rápido abraço.
— Este é meu irmão Fred e sua esposa Lucrécia, duque e duquesa de Viana y Girona.
— Olá. — Fred também pegou na mão dela dando um beijo gentil.
— É um prazer conhecê-la, Alteza. — Lucrécia disse carinhosa fazendo uma mesura junto com o marido e Bianca gostou dela sem pensar duas vezes.
— O prazer é meu, e por favor, me chamem de Bianca.
— Este é Bruno, meu irmão mais novo. — Leandro continuou as apresentações. — E essa linda moça, é minha sobrinha, filha do Fred. Maria Isabella.
Bruno assim como os irmãos, também beijou a mão dela, enquanto a garota fez uma mesura em silêncio. Leandro havia dito que ela era filha de Fred, e somente dele. E reparando bem, ela não tinha nada de Lucrécia.
— É um prazer ter todos vocês aqui. — Bianca disse gentil como uma perfeita anfitriã. — Quero apresentá-los minha família.
Ela se afastou um pouco olhando para os pais e o irmão e eles se aproximaram.
— Meus pais, rei Michael e rainha Cassandra.
Todos fizeram uma mesura para o casal de monarcas.
— Meu irmão príncipe Nicholas e sua esposa, princesa Melissa.
Bruno que havia notado Melissa assim que entrou na sala, sentiu uma leve ponta de decepção ao saber que ela era casada, e ainda mais com o príncipe herdeiro ao trono.
Regina foi conversar com Michael e Cassandra, e a mãe de Bianca fazia de tudo para agradar a condessa de Aragão.
Bianca conversava com os futuros cunhados e sorriu de algo engraçado que Bruno havia dito, Nicholas e Melissa também se juntaram ao grupo.
Lucrécia se aproximou de Leandro sem chamar atenção e sorriu para o cunhado.
— O que foi? — ele perguntou a olhando e franzindo levemente e testa.
— Já entendi o porquê você quer se casar com ela, e assim tão rápido.
— Você não tem jeito.
— Ah propósito, gostei muito dela, é uma garota adorável.
Leandro apenas observou a noiva e seu sorriso encantador.
Quase uma hora depois, todos deixaram o aeroporto. Michael, Cassandra e Regina foram na primeira limusine, Leandro foi junto com Bianca e o irmão e a última trouxe Fred, Lucrécia, Bruno e Maria Isabella.
— Sei que nós não vamos demorar muito, mas eu gostaria muito de passear por Olímpia. — a duquesa de Viana y Girona disse empolgada olhando pela janela. — Esse lugar é lindo demais.
— Ainda não entendi por que tanta empolgação. — Isabella comentou com tédio deixando Lucrécia sem graça. O relacionamento entre as duas não era dos melhores.
— Filha, não é porque você não gosta, que as outras pessoas não são obrigadas a não gostar também. — Fred tentou ser gentil com a garota, mas a verdade é que já estava ficando sem paciência para as birras da filha.
— Tudo bem amor. Não foi nada. — Lucrécia sorriu tentando fingir que não havia ficado magoada. Ela não gostava de ser o motivo das brigas entre pai e filha.
As limusines passaram pelo portão de ferro e subiram a alameda ladeada por enormes palmeiras centenárias.
Penélope esperava nas escadas em frente ao castelo junto com os empregados, todos perfeitamente alinhados. Cassandra ficou surpresa ao descer da limusine e ver a cena, pois não havia dado ordens para que fizessem aquilo.
A família de Leandro desceu e todos os empregados se curvaram em respeito.
— Bem vindos ao castelo de Alcaluz. — Penélope saudou gentilmente.
— Essa é minha tia, Penélope Louisa. — Bianca apresentou. — Condessa de Valência.
Enquanto a condessa era apresentada a família de Leandro, Cassandra se aproximou discretamente de Edward.
— De quem foi essa ideia de trazer toda a criadagem para cá? — ela perguntou ao mordomo.
— Foram ordens da condessa, Vossa Majestade. Ela disse que seria bom para que todos nós conhecêssemos a família do duque de uma vez. Eu achei uma ideia excelente.
Cassandra encarou o homem de um jeito que o fez se calar e engolir em seco.
— Você não é pago para achar nada Edward. — ela murmurou raivosa.
— Sim, Vossa Majestade!
— Eu deveria imaginar que isso foi ideia dela, acho que vou ter uma conversinha com minha querida cuñada, de novo. Eu espero que o almoço esteja pronto, pelo menos.
— Tudo pronto Majestade, como a senhora ordenou.
— Certo. Leve todos para dentro e voltem aos seus afazeres.
— Sim, Vossa Majestade. — Edward assentiu curvando-se e se afastando enquanto Cassandra ia conversar com Regina colocando um sorriso afetuoso no rosto.
A família Álvarez de Almonte foi instalada na ala leste, Leandro ficou no mesmo quarto que dá outra vez em que esteve no reino. Ligou rapidamente para Eric querendo saber como estavam as coisas no escritório, pois seu assessor não tinha vindo. Esse final de semana ele não queria saber de trabalho, somente aproveitar ao lado de Bianca.
Fred observou enquanto a esposa abria as malas e revirava, na certa procurando alguma coisa. Ela havia dispensado uma dama de companhia ou assessora pessoal para ajudá-la durante as viagens, preferia ela mesma cuidar de tudo. O que era tão diferente de Karolyn e suas manias de grandeza.
— Procurando por algo? — perguntou se aproximando e abraçando sua cintura fina, e beijando delicadamente seu ombro.
— Achei, minha escova secadora. — Lucrécia ergueu o objeto. — Vou tomar banho e quero lavar meu cabelo. Depois do almoço, vou chamar Bianca e Melissa para um passeio por Olímpia, vou chamar a Isabella também.
— Duvido que ela queira ir. — Fred resmungou sentando em uma poltrona. — Aquela garota só saber reclamar e destratar você, acha que eu não percebo?
Lucrécia se aproximou sentando no colo do marido e abraçou seu pescoço.
— Dê tempo a ela amor, ela ainda não se adaptou.
— Nós estamos casados a mais de um ano, de quanto tempo mais ela precisa?
— Fred, ela sente falta da mãe dela, de você. Acha que é fácil ficar trancada em um colégio interno o tempo todo? Eu estudei em algo parecido quando mais nova, pelo menos ia pra casa aos finais de semana. Agora imagine uma adolescente passar quase um ano inteiro sem sair.
— Eu sei que não é fácil Lucrécia, mas ela precisa entender que não é mais uma criança e sim uma moça de quinze anos que não pode sair por aí fazendo birra e destratando as pessoas.
— Por que você não a tira de lá para ver como seria?
— Pra que? Ela destratar você mais ainda e me deixar louco?
— Eu aguento, e você? Isabella é carente, se sente rejeitada. Você, seus irmãos e sua mãe ainda vão vê-la com frequência, mas e a mãe dela?
— Karolyn é uma sem noção que não liga para a própria filha.
— Eu sei disso, você sabe, mas não adianta dizer isso a Isabella, ela precisa ver por si mesma. Faça o que eu estou dizendo meu bem, tire-a do internato e deixe que termine os estudos em um colégio perto de casa.
— Não sei se estou convencido disso.
— Faça por mim, por favor.
Lucrécia fez um carinho no rosto do marido e ele a beijou com extrema delicadeza. Amava demais aquela mulher e não conseguiria negar um pedido seu.
— Eu vou conversar com ela. — disse por fim quando seus lábios se afastaram dos dela. — Ver o que ela acha da ideia, não prometo nada.
Lucrécia abriu um sorriso lindo e virou-se de frente pra ele.
— Já é um excelente começo, alguém precisa dar o primeiro passo.
— Eu já lhe disse que você é uma ótima estrategista? — Fred murmurou enquanto beijava o colo dela, abaixando as alças do vestido preto.
A risada rouca dela foi a resposta para a pergunta.
— Ainda temos alguns minutos até o almoço... — os lábios femininos foram calados por um beijo ardente.
...
Cassandra estava na cozinha e junto com Maria terminava de verificar os últimos preparativos para o almoço.
— Eu quero mais quatro empregados servindo junto com a Dália. São muitas pessoas.
— Sí señora.
— Está lembrada da ordem dos pratos?
— Sí, de todos deles. Os empregados estão instruídos quanto ao modo de servir, vou pedir que os mais experientes sejam encarregados de servir aos convidados.
— Excelente Maria. Qualquer coisa me avise.
A governanta assentiu fazendo uma mesura e Cassandra saiu da cozinha indo verificar os preparativos no jardim. Estava tudo como ela havia instruído e resolveu ir até o seu quarto rapidamente antes de os convidados começarem a descer.
Ao chegar ao hall, ficou surpresa em ver Leandro descendo as escadas e esperou por ele que veio ao seu encontro.
— Milorde, preciso de algo? — perguntou afetuosa.
— Por favor, me chame de Leandro. Afinal seremos parentes.
— É claro, e me chame de Cassandra, sí?
— Certo. Ah, eu gostaria de falar com a Bianca, você a viu?
O rapaz parecia um pouco ansioso e Cassandra gostou daquilo, seus planos corriam maravilhosamente bem.
— Acredito que minha filha esteja em seu quarto, eu posso chamá-la se quiser.
— Se não for incomodá-la.
— Ah não é incômodo nenhum, eu não demoro. Quer que lhe sirvam algo enquanto espera? Posso pedir a Maria que lhe traga um suco, uísque, ou qualquer outra coisa que deseja.
— Não precisa, prefiro esperar pelo almoço que eu tenho certeza de que será maravilhoso.
— Tudo bem, eu vou chamar Bianca. Com licença.
A rainha subiu rapidamente as escadas e foi direto ao quarto da filha. Ao se aproximar da porta, ouviu risadas e abriu sem bater, vendo a garota e Penélope.
— Acho que você esqueceu que se deve bater na porta antes de abrir Cassandra. — a condessa comentou em um tom de voz levemente irritado.
— Eu estou em minha casa e este quarto é da minha filha. Querida, seu noivo está esperando por você lá embaixo.
— Eles ainda não são noivos. — Penélope rebateu para o desagrado de Cassandra.
— Tía, por favor. — a garota tentou intervir sabendo que acabaria em discussão.
— Por pouco tempo. Bianca vá ao encontro dele, está esperando por você no hall.
Em silêncio, ela levantou da cama e calçou os sapatos brancos de salto fino. Havia tirado o casaco que usou para recepcionar os hóspedes e usava um vestido florido acima dos joelhos. Seus cabelos continuavam presos em um coque.
— Retoque o batom e passe um pouco mais de perfume.
Ela fez o que a mãe pediu sob o olhar hostil da condessa.
— Por favor, não briguem de novo. — pediu ao sair do quarto.
Cassandra esperou que a filha se afastasse e fechou a porta, passando a chave. Não queria ser interrompida.
— Vai me bater? — Penélope perguntou debochada. — Saiba que se encostar em mim, também vai levar.
— Eu estou farta de você, farta de sua presença nesse castelo, aqui em Olímpia.
— Sinto lhe informar cuñada, este castelo pertence a minha família e não vou embora.
Cassandra deu dois passos se aproximando, encarando a condessa olho no olho.
— Fique longe dos meus empregados, não posso chutar você daqui Penélope, mas não vou tolerar certas coisas. Eu sou a rainha e são as minhas ordens que valem.
— Rainha consorte, não esqueça.
— Eu estou falando sério, condessa. — o título de nobreza foi pronunciado com desprezo.
— Eu vou provar a Bianca o que você fez. — Penélope atacou de volta. — Você deu um jeito de despachar o Paolo para bem longe e armar todo esse circo para casá-la com o duque. Eu estou procurando por ele e vou trazê-lo de volta, sua máscara vai cair, Vossa Majestade.
Sem se deixar abalar, Cassandra continuava a encará-la.
— Eu não fiz nada que não fosse preciso pela minha família. Se levantar uma calúnia que seja contra mim, eu exponho o seu passado Penélope, todo ele.
O olhar da condessa vacilou, demonstrando apreensão. Ela sabia que a outra seria plenamente capaz disso.
— Você hoje pode ser uma dama nobre, uma viúva extremamente respeitada, mas imagine o estrago que não faria em sua imagem se o caso com o segurança fosse revelado, sobre a gravidez.
Uma lágrima desceu pelo rosto de Penélope.
— Não se meta mais aonde você não é chamada, estou avisando, cuñada.
Cassandra saiu do quarto deixando uma Penélope abalada e receosa. Não queria deixá-la ganhar a batalha, mas também não queria que seu passado fosse exposto.
Cassandra jogava sujo e usava de qualquer artimanha para conseguir o que queria, não é à toa que se casou com seu irmão e assim se tornou rainha consorte de Olímpia.
...
Bianca desceu as escadas e viu o duque esperando por ela.
— Minha mãe disse que estava procurando por mim. — ela disse indo ao encontro dele.
— Sim, gostaria de conversar um pouco só nós dois, antes que todo mundo desça para o almoço. — Leandro disse a última parte de um jeito engraçado fazendo Bianca sorrir. Um sorriso que ele achou lindo.
— Podemos caminhar um pouco pelo jardim, se você quiser é claro. — ela sugeriu indicando uma porta lateral.
— Adoraria. — o duque aceitou oferecendo o braço a ela.
Fazia um lindo dia de sol em Olímpia, borboletas e beija-flores passeavam pelas flores. O castelo ficava em uma colina e a vista lá embaixo era para o centro histórico de Roccío e o porto.
— Então, como estão os preparativos? — Leandro perguntou puxando assunto.
— Para a festa de amanhã ou a cerimônia de casamento?
— Acredito que já esteja tudo resolvido para amanhã, então me conte sobre a cerimônia.
Bianca sorriu de leve mirando o magnífico flamboyant que ficava no centro do jardim. Suas flores vermelhas chamavam atenção de qualquer um que passasse por ali.
— Tudo que pode ser feito de antes, mamãe já cuidou pessoalmente. Assim que decidir a data, vamos pensar na festa em si.
— Prefere alguma data em especial?
Bianca encarou o rapaz, surpresa por ele lhe perguntar aquilo.
— Não, nenhuma específica.
Leandro parou de caminhar encarando a garota e ergueu a mão para fazer um carinho em seu rosto, mas o gesto deixou Bianca desconfortável e ela deu um passo para trás.
— Desculpe. — ele pediu sem graça pela reação dela.
— Tudo bem. — Bianca tentou sorrir, mas o clima havia ficado pesado. — Vamos voltar, está quase na hora do almoço. Todos já devem estar descendo.
— É claro.
Leandro ficou pensando no motivo daquela reação estranha dela.
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