[20]
SALVEEEEEEEEEEEE
Espero que curtam o capítulo, votem e comentem se gostarem. Boa leitura! 💕
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Lembro de não ter te contado sobre a moto, então meio que você estava esperando que eu aparecesse de carro para o nosso passeio pela cidade. Entrando a rua do circo já te avistei parado na frente dele, como o combinado quando te liguei antes de sair se casa.
Você ficou olhando todo curioso quando viu um cara "estranho" parar a moto ao seu lado.
Você não tinha mesmo medo de ser assaltado, não é?
— Sou eu, príncipe — anunciei, tirando o capacete.
Eu te vi arregalar os olhos e desencostar da bilheteria, a cara surpresa foi uma graça.
— Eu não estava preparado. — Então fechou os olhos e respirou fundo. — Caralho, que tesão...
— Amor! — exclamei, embasbacado. — Seu sem vergonha!
— Qual é... Você está um gato em cima dessa moto. — Me analisou de cima a baixo. — Deus...
Neguei com a cabeça.
— Não vai me dar um beijo, não? Vai ficar só parado aí, com esse cara de pervertido.
Você estava mesmo com uma cara impagável de pervertido.
— Você não disse que tinha medo? Estamos na rua.
Dei de ombros.
— Não me importo mais. — Arqueou uma das sobrancelhas. — Vem logo.
Você não pareceu relutar ao se aproximar de mim, sorrindo ao encostar o quadril no tanque da moto e me abraçar pelo pescoço.
— Para onde vamos? — em meio a um selo e outro, indagou.
— Podemos conhecer uns lugares bonitos na cidade, e nas vizinhas também. Trouxe um piquenique para nós. — Apontei para os dois bagageiros nas laterais da moto. — Prometo que não vai ser um sequestro.
Você fez bico. — Que pena...
Neguei com a cabeça, sorrindo bobo, e te passei o capacete reserva. Você subiu e se agarrou em mim, e eu cheguei a conclusão de que não me importaria em andar de moto com você pelo resto da vida.
Pelo resto do mundo.
Te guiei, ao decorrer daquela tarde, por lugares dos quais eu considerava a paisagem agradável de se olhar. Vimos ela do alto, do baixo, nos esgueiramos e costuramos pelas estradas, conhecemos cidades vizinhas. E paramos para montar um piquenique num parque. Gramado, arborizado e esbanjando o verde natural, aproveitamos a sombra de duas árvores altas. A moto ao lado, a toalha sob as comidas e nós.
Ao redor, afastado, crianças e cachorros corriam de um lado a outro, país vigiavam, casais namoravam, idosos caminhavam.
— Para onde vocês vão? — Em algum momento da nossa tarde, eu precisei saber. — Quando saírem daqui, digo.
Eu usava o tronco da árvore de encosto, sua cabeça descansava sobre a minha coxa.
— Europa. — Arregalei os olhos.
Era muito longe...
Jungseok estava por aquelas bandas. Disse que iria para Milão, mas ele era imprevisível. As chances de vocês se esbarrarem eram mínimas, embora não completamente nulas.
— Como? Quero dizer... Vocês têm duas carretas. Há um oceano inteiro entre a América e a Europa.
Você achou graça da minha ingenuidade, olhando para cima; para mim.
— Navio, ué... É comum transportar caminhões em navios, achei que soubesse.
Não sabia, mas fiz uma árdua pesquisa após descobrir.
— Bom... Chinhae conhece um cara que trabalha com esses negócios de porto e que tem uma influência considerável. Ele meio que faz essa comunicação entre os portos do país e agiliza tudo. A gente só paga pelo frete dos carros. Tudo dentro da lei, é claro, mas sem tanta burocracia.
Seus olhos se fecharam com o carinho que passei a fazer nos fios dourados dos seus cabelos.
— Mesmo assim gastamos uma grana com isso, mas... vale a pena. A Europa é onde a gente ganha mais; seja amor, reconhecimento pelo nosso trabalho ou dinheiro. As pessoas de lá gostam muito. Fora que a família do Hoseok é europeia. Paradise é de lá. Veio para a América há umas três décadas, que foi onde minha mãe entrou como trapezista já que o antigo circo que ela trabalhava faliu. Paradise caiu do céu na vida dela. — Vi que enrugou a testa. — Desculpa, você não perguntou sobre isso...
— Não! Conte, eu gosto de saber mais sobre a sua história.
Você sabia mais sobre mim do que eu sobre você.
— Nunca perguntei porque... queria que me contasse quando se sentisse à vontade.
Negou com a cabeça, me olhando. — Eu peguei trauma por contar coisas que as pessoas não queriam ouvir, então é melhor perguntar quando quiser saber algo.
Minha vez de negar. — Comigo você pode falar até sobre o tempo se quiser, nunca vai ser tedioso para mim.
Te fiz sorrir.
— Hm... Ainda sobre a Europa... — Suas bochechas adquiriram um tom avermelhado, e eu senti que tinha te deixado sem jeito. Situações assim sempre foram um feito histórico, fazer sua timidez aparecer não era uma tarefa fácil. — Nós sempre ficamos bastante tempo lá. É grande e tem muitos lugares e países para ir... e... a última vez que fomos... Nós ficamos uns quatro anos. — Mordiscou o canto da boca. — Quatro anos só rodando pelo continente, apresentando Paradise à nova geração. Paradise fez parte da infância da maioria do pessoal mais velho. Os mais velhos ainda se lembram dele, é muito fofo. — Desviei os olhos de você para o céu quando você sorriu em pura nostalgia, provavelmente lembrando do tempo em que passou lá. — Bom... agora eu meio que sei falar alemão. E um pouco de russo, saberia mais se o alfabeto e a pronúncia não fossem tão difíceis.
Soprei um riso.
E como eu não disse nada depois disso, nem você, nós caímos em quietude. Uma longa, mas que não se tornou pesada por conta dos latidos e das risadas das crianças ao longe.
— Quando vamos nos ver de novo? — questionei baixinho, embora receoso. — Já sei que não vai ser nos próximos quatro anos.
Soou engraçado na minha cabeça quando pensei em dizer, em voz alta saiu exatamente o contrário. Mas não era a intenção, eu só queria descontrair.
— Amor... — murmurou, quase em tom de repreensão. — Eu não sei, Jungkook. Desculpa.
Quando foi a última vez que me chamou pelo nome?
Apertei os olhos antes de te olhar.
— Nada disso é culpa sua, não se desculpe. — Lhe ofereci um sorriso ameno, me inclinando para beijar sua testa.
Outro selar, desta na sua boca. E foi quando eu te dei o terceiro beijo, esse que acarretou em uma risadinha adorável sua, que escutei meu celular tocar sobre a toalha florida. No visor, o diabo me atormentava.
Foi impossível não xingar ao ver quem era.
— Impossível ignorar ele, não é?
— Ignorar é pior — contei, sentindo um gosto amargo na boca ao lembrar das vezes que ousei não recusar ou ignorar as ligações dele.
Por isso atendi, pousando o celular sobre seu abdômen
— Você não me contou que estava tirando carteira de moto também — a voz irritadiça soou alto ao que pus no viva-voz.
Não acredito em algumas coisas, mas duvido que o tão famigerado inferno seja pior que conviver com aquele cara. Para ser sincero, comparado a toda a minha infância e adolescência, o inferno deve ser o paraíso.
— É, eu estava — confirmei, me derretendo em desinteresse. — Só não achei necessário te contar. Você não me conta nada sobre sua vida, porque eu teria que contar da minha?
— Porque você é meu filho? Me deve satisfações — devolveu ácido, como se a resposta fosse óbvia.
— Não mais. Eu sou adulto, não manda mais em mim.
Jungseok ficou quieto por um tempo.
— Você é um moleque.
— Só me ligou por causa disso?
Te olhei ao sentir minha camisa ser puxada, então li em seus lábios: "o que você está fazendo?"
Dei de ombros.
— Você acha que eu não sei o que você faz, não é, Jungkook? — Permaneci em silêncio quando a voz dele saiu do celular, só te olhando. — Você sabe que eu sei que você sai todos os dias depois da escola. E que tem voltado bem tarde nas últimas semanas.
Seu rosto tencionou.
— Para onde você vai? Porque não é para comer a Jooyoung. Eu sei que ela não sai com você. — Travei o maxilar ao mesmo tempo que seu olhar caiu para o aparelho.
— Acho melhor repensar em como fala dela, Jungseok. Tenha respeito. — Ele soprou um riso irônico. — É, eu não saio com ela. E me deixa em paz! Quando você voltar, faça o que quiser. Me transforma no que você quiser, eu não me importo. Mas, por enquanto, eu vou fazer tudo o que eu quiser até ter a minha alma sugada por você.
Ele ficou quieto mais uma vez e seu olhar veio de novo para mim.
— E relaxa que ninguém vai saber sobre nada do que eu estou fazendo. As pessoas vão continuar acreditando no meu romance com a Jooyoung e todas essas merdas que você faz questão de manter uma imagem boa — acrescentei.
De repente você ficou tão... inexpressivo. Me questionei, por um momento, quais pensamentos e indagações flutuavam dentro da sua cabeça.
— Com quem você está saindo, Jungkook?
Te vi engolir em seco e abanar a cabeça de um lado para o outro; um pedido mudo para que eu não contasse a ele.
— Você não vai querer saber — foi a minha resposta.
— Garoto... — o tom dele era de ameaça, mas não era mais como antes. Não depois da conversa que tive com a minha mãe na noite anterior. — Me diz que você não está se envolvendo com... com...
Ele não conseguia nem terminar a frase.
Asqueroso. Ignóbil. Abominável. Que raiva!
— Homens? — Soprei um riso quando ele ficou quieto, vendo desespero surgir no seu olhar. Você estava com medo. — Estou. Estou sim. Eu sou gay, Jungseok. Cacete. Eu nunca vou transar com uma mulher, engula isso.
Eu estava transbordando e com muita raiva. Puto porque em alguns dias você não estaria mais ao meu lado.
— E não, eu não perdi a virgindade com a Joo. Foi com um homem, pai. — Jungseok não precisava saber disso, mas eu queria que ele soubesse. Queria causar ainda mais desgosto nele.
— Você é nojento, Jungkook. — Vi seus olhos se encherem d'água. — Eu tenho nojo de você.
É recíproco.
— Eu não me importo.
— Eu vou te colocar no lugar, você está me ouvindo? Vou acabar com a sua vida quando eu voltar, como acabou com a minha. — Eu já escutei coisas piores vindo dele, não doía mais. Mas eu sabia que você estava se segurando para não chorar alto, porque provavelmente estava doendo em você. — Você vai ser um homem. Você vai casar com Jooyoung e vai engravidá-la. Eu não quero saber das nojeiras que você faz quando não estou perto. E eu acabo com você se mais alguém souber!
Ele não estava agitado assim pelo fato de eu ser gay. Ele já sabia a muito tempo. Motivo de todo esse alvoroço, essa preocupação, era de alguém de fora descobrir. Porque na cabeça acéfala desse animal, um filho gay explanado para a mídia seria a pior que merda que poderia acontecer na tão preciosa carreira dele. Jungseok não gostava nem de pensar na possibilidade de encontrar em alguma revista "Jeon Jungseok" e "filho gay" na mesma frase.
Estiquei o braço com cautela, deslizando o polegar sob seus olhos molhados.
Desculpa por ter escutado aquelas coisas.
— Depois eu que sou o nojento... — murmurei, alto o suficiente para que ele escutasse. — Combinado, Jungseok. Eu deixo você fazer o que você quiser comigo. Só me deixa em paz o resto do mês, sim? Não me enche o saco mais.
Eu finalizei a chamada e larguei o celular de qualquer jeito ao me inclinar sobre você. Meu braços rodearam seu tronco e não precisei dizer nada para que se agarrasse a mim de volta. Contra o meu pescoço, você soluçou pela primeira vez.
— Não deixe ele fazer isso com você, por favor.
Fechei os olhos com a mesma forma que te apertei no abraço.
— Eu amo tanto você, Jimin. Você Acho que ainda não faz ideia do quanto
— Por f-f-favor, amor. Não deixa.
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Por volta das cinco da tarde, estacionamos em frente a Paradise; afinal, o picadeiro tinha seu último espetáculo antes de partir. E eu fiquei com você, com todos vocês.
Não perderia aquilo por nada.
Namjoon passou o dia com Seokjin, nós chegamos e ele ainda estava com o palhaço. E continuou até o fim, assistindo ao último show juntos.
— O que a gente faz agora? — questionei baixinho, sabendo que Joonie podia me escutar, enquanto os circenses agradeciam ao seu público no final do espetáculo.
— Eu não sei, eu me apaixonei também. — Quando olhei, Nam mirava o pessoal em cima do palco. Seokjin, em específico.
— Por que você não vai com eles? — perguntei.
Então ele me olhou. — Você sabe o porquê.
— Se for por minha causa, peço que vá. — Ele soprou um riso, como se o que eu disse nem fosse uma opção, e ficou de pé quando todos começaram a levantar. Foi andando em direção ao palco abanando a cabeça de um lado para o outro e me deixou sozinho.
Eu permaneci exatamente no mesmo lugar até todo mundo sair. E então, quando fecharam a grade que protegia o circo lá fora, fui até você. Estava sentadinho sobre o palco, as duas pernas penduradas para fora dele.
Quando me sentei ao seu lado, varri os olhos pelas centenas e centenas de cadeiras vazias; como você fazia.
Paradise parece ainda maior vazio.
— Eu vou sentir sua falta — você disse.
Umedeci os lábios e peguei sua mão solta sobre a coxa, entrelaçando nossos dedos.
— Depois da escola eu passo aqui para ajudar vocês. — Apertou minha mão, deitando a cabeça sobre o meu ombro. — Mas tem que prometer que vamos dar outra volta quando anoitecer.
Você soprou um riso.
— Eu vou, querido.
Na volta para casa, Namjoon e eu fomos juntos. Na verdade, voltei apenas para deixá-lo. Eu não queria ir para casa ainda.
— Tem um pouco da sua atenção para escutar seu futuro marido? — questionei quando, depois de ser orientado a subir, Joo abriu a porta do quarto. — Ele está carente e com o coração partido.
A garota sorriu e me estendeu a mão.
— Eu sempre tenho para você, sabe disso.
E me deixei ser guiado para dentro ao segurar. Me acomodando na cama, esperei que fechasse a porta e sentasse ao meu lado.
— E então — indagou.
Tudo o que eu tinha para falar pareceu nítido quando decidi ir até Joo, embora diante dela tudo tivesse ficado turvo. Não confuso, mas difícil de se verbalizar.
— Eu... Eu estou sufocado, preciso de ajuda. — Era um pedido de socorro. — Eu não consigo pensar mais em nada, Joo. Por favor, me ajude a chegar numa solução.
Sem que eu precisasse explicar sobre o que estava falando, Jooyoung entendeu.
— Você sabe qual vai ser a minha solução para isso, Jungkook.
Secou meu rosto com uma das mãos.
— Mas eles vão para a Europa. Europa. — Ela deu de ombros.
— Vá também?
— Caralho... Eu não quero deixá-lo — pontuei. — Assim como não quero deixar você. Cacete... Eu nem terminei a escola. Eu não quero ficar anos sem ver você. Ou a minha mãe. Eu quero estar aqui caso alguma coisa aconteça e vocês precisem de mim. Entende, Joo? Por favor, diz que você me entende. Quem é que vai fazer cestinhas de chocolate e biscoito pra você? E ficar a tarde inteira assistindo vídeos de mini comidinhas? Você sempre pede para eu vir na sua casa quando não consegue dormir direito... Gata... Quem vai encobrir suas saidinhas com a sua garota?
As lágrimas de Jooyoung são tão raras quanto as minhas, eu entrei em alerta quando, ao final das dolorosas palavras que saíram de mim, algumas escorreram pelo rosto bonito.
— Para de ser frouxo, garoto — ela disse bem humorada, embora o choro fizesse a voz soar quebradiça. — Qual é, gato... Eu te amo mais do que tudo, e é óbvio que eu vou sentir falta de você. Pra caralho. Mas presta atenção no que seu pai está querendo fazer com você! — Limpou o rosto. — Ele vai te transformar no que eu não quero. E eu vou fazer de tudo para tentar impedir, nem que eu fique as próximas décadas sem te ver. Porque, apesar da distância, eu sei que você vai estar bem, com a pessoa quem te faz bem, sendo você mesmo.
Chegou mais perto e segurou no rosto, alinhando nossos olhos.
— Por favor, vá com ele. — Também era um pedido de socorro. — Eu sei que não sou apenas eu que quero isso. Eu sei que ele também quer. Que sua mãe quer. Namjoon. E eu sei que, no fundo, você também quer. — Acariciou minha bochecha. — Foda-se a escola. As provas já passaram, você sabe que suas notas são impecáveis. Serão apenas algumas semanas de falta que não vão te prejudicar em nada. Você já está formado. É independente agora.
"E eu... Qual é! Você acha mesmo que eu vou abaixar a cabeça para homem? Nem para o meu pai isso aconteceu. Eu vou tomar a presidência sozinha e eu vou tirar meu brevê de piloto, você vai ver. Eu prometo"
Nossos sorrisos apareceram quase ao mesmo tempo.
A maioridade dela eram em algumas semanas, mas Jooyoung já era uma mulher.
Eu dormi na casa dela naquela noite, e até que não resmungou tanto quando a abracei para dormir.
Fomos para a escola juntos, de moto. Pela primeira vez, não foi Namjoon que me levou.
Na volta, eu a deixei em casa e troquei de roupa antes de ir para o circo.
Não sabia como, mas enfiaram uma das carretas dentro da lona. Daquela forma, ela não ocupava espaço na rua e nem ficava tão longe para carregar tudo.
Como eu não fazia ideia de como arrumava ou onde colocava cada coisa, fui seguindo suas instruções; grudado no seu encalço. Até que foi divertido, o pessoal nunca deixava ninguém desanimar e Seokjin sempre acabava fazendo alguma piada idiota que fazia todo mundo rir.
Na primeira carreta ficavam os equipamentos usados durante os shows. As cadeiras, a fiação, os instrumentos da banda, a bilheteria e mais alguns objetos que eu não sabia para o que servia. Tirando as cadeiras, que eram empilhadas, e a bilheteria, que não dava para desmontar, todo o resto era separado e perfeitamente organizado em baús de madeira, para não ficar bagunçado nem correr o risco de quebrar na hora de guardar dentro do caminhão.
Entretanto, havia tanta coisa para guardar que não conseguimos fazer tudo num dia só.
No final daquele dia, depois que decidiram parar os trabalhos e continuar no dia seguinte, você e eu nos juntamos ao circo todo ao invés de curtir um passeio a dois. Numa roda enorme entre os carros, todos conversavam sobre assuntos aleatórios enquanto comiam. Uns já de banho tomado, outros com a roupa de mais cedo, ou então com a toalha sobre o ombro que disse minutos antes que estava indo tomar banho mas ainda não havia ido — Hoseok, para ser mais específico.
— Amor, olha...
Você me cutucou ao sussurrar, apontando para o um lugar mais afastado, mas não longe o suficiente para que não pudéssemos ver.
— Oh! — exclamei em surpresa, sorrindo ao ver que eram Namjoon e Seokjin encostados em um motorhome; beijando-se. — Quem será que foi o primeiro?
— Ótima pergunta. — Te olhei, sorrindo ao te ver sorrindo.
Sei que estava feliz por eles tanto quanto eu, por isso me inclinei e te beijei na boca, não me importando muito se haviam outras pessoas à nossa volta.
Eu me sentia seguro com eles.
Deitou a cabeça em meu ombro, relaxado, e eu gargalhei quando apertaram uma buzina colorida – certeza que era de Seokjin – ao lado de Hoseok. O barulho alto acarretou num susto que me deixou com a dúvida de quem tinha gritado mais: ele ou a buzina. Arrancou risadas de todo mundo, até mesmo das gêmeas.
— E aí: quem beijou quem primeiro? — perguntei quando, minutos depois, os dois mais velhos voltaram para perto de nós.
— Por que você quer tanto saber disso? — Joonie questionou, cruzando os braços.
— Porque eu e Jungkook apostamos uma coisa.
Os dois mais velhos se olharam.
— Eu — Jin respondeu. — Eu beijei ele primeiro. Mas não foi hoje... Faz um tempo.
Espremi os olhos na direção de Namjoon, que coçou a nuca.
Não me contou.
— E o que vocês apostaram? — ele quis saber, mudando de assunto com as orelhas parecendo dois morangos.
— Verdade, amor. Você ganhou — lembrei. — Você pode pedir o que quiser para mim.
Te vi morder o canto da boca sem tirar os olhos dos meus. Parecia pensar. Ao mesmo tempo que parecia saber exatamente o que pediria.
E não tinha ninguém no mundo mais curioso do que eu.
— Vem comigo.
Foi o que saiu dos seus lábios.
— Vem morar comigo. — Limpou a garganta. — Vem morar com a gente. Paradise.
Ah, Park Jimin...
Engoli em seco e desviei os olhos de você para Namjoon. Ele sorriu quase que imperceptivelmente antes de me lançar uma piscadela tão discreta quanto.
Voltando os olhos para você foi que notei que todo mundo me olhava. Todos queriam saber minha resposta...? Talvez sim, mas nenhum deles estava com um brilho tão lindo nos olhos quanto você. E, caralho. como eu amo seus olhos.
— Só se o Nam vier junto — foi a minha condição, tendo certeza que não poderia te dar outra resposta.
Seu sorriso foi tão grande que eu pude jurar nunca ter te visto sorrindo tanto em algum outro momento, e então se jogou em mim. Eu senti fata de ar com a força que fui abraçado.
— Puta merda, amor, você pode trazer quem você quiser!
E era bizarro como eu estava com medo, mas feliz. Medo do que podia vir dali para frente. Feliz exatamente pelo mesmo motivo.
— Eu vou com você, amor — repeti, talvez para me convencer de que: — Eu vou morar com vocês.
Ah, Jimin, de todas as loucuras que eu cometi, essa é a mais insana. Contudo, sentia que, como todas as outras, não iria me arrepender.
Não tinha como eu me arrepender quando, pela primeira vez, eu escolhi aquilo que prezava pela minha felicidade e não a dos outros
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E aí, anjos! Como vocês estão?
Hm... Essa resposta do JK no final do capítulo vai mudar, não só a vida dele, como a dos outros personagens. Porque ao mesmo tempo que uma família vai aumentar, a outra vai diminuir
Jungseok apareceu... Poderia ter continuado sumido que não faria falta kakaka mas ele ainda vai aparecer até o final da história, então esperem por isso
E, pela primeira vez, o JK enfrentou ele
Jungseok é como um bicho papão pro Jungkook, seu pior pesadelo em forma de gente
SPOILER: no próximo capítulo Jungkook e a mãe terão mais algumas conversas que farão bem a ele, e a ela também. Aguardem
Enfim, é isso. Por hoje
Se amem. Se cuidam. Se hidratem. Se protejam 💜
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