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SALVEEEEEEEEEEEE

Espero que curtam o capítulo, votem e comentem se gostarem. Boa leitura! 💕


🎪ི꙰͝꧖๋໋༉◈


"Um suposto romance? Lee Jooyoung, filha única do magnata Lee Matthew, e Jeon Jungkook, filho único do CEO Jeon Jungseok, aparecem juntos nesta noite de sábado." — li em voz alta ao abrir a matéria da qual a Joo havia compartilhado o link comigo acompanhada de algumas carinhas verdes de ânsia de vômito. — Puta merda... O quanto as pessoas podem ser fissuradas por isso? — questionei não esperando uma resposta, mas te ouvi soltar uma risadinha ao meu lado antes de esticar a mão para deslizar o indicador na tela, descendo mais a matéria.

"Com palavras ao pé do ouvido e sorrisos descontraídos, o suposto casal passou a festa de comemoração inteira juntos." — continuou lendo, demorando em algumas palavras. Você sempre teve um pouco de dificuldade para ler. — Isso parece os romances que Seokjin gosta de ler.

Gargalhei.

— Olha só, tem até fotos. — Cliquei em uma, abrindo na função "tela cheia". Era a parte da noite da qual ela e eu dançamos. — Nem parece que estávamos tendo uma conversa tensa.

Neguei com a cabeça, ligeiramente inconformado, e passei para o lado. A próxima era logo de quando cheguei, na entrada mesmo, onde foram tiradas algumas de nós dois juntos por insistência dos fotógrafos.

— Nossa, amor... — Você deu zoom em mim. — Estava uma gracinha vestido assim...

Te olhei com uma sobrancelha arqueada, fingindo incredulidade da sua ousadia.

— Fiquei gostoso? — Me olhou.

— Sempre. — Abanei a cabeça de um lado para o outro, voltando para o celular.

Havia se passado em torno de uma hora que nós havíamos nos tornado namorados. Nós trocamos o meio do quarto pelo conforto da cama, onde carícias e beijos, conversas e risadas, consumiram nossos até o momento em que Jooyoung me mandou aquela reportagem.

Eu sabia que fariam uma só para nós dois. Sempre faziam.

— Jungseok deve estar soltando fogos de artifícios lá de Milão — murmurei, bloqueando e deixando o celular de lado.

— Não invoca o demônio. — Seu pedido descontraído me fez rir. — Ei... Você parece amar tanto a sua mãe... Por que não gosta de falar sobre ela? — Suspirei e umedeci os lábios, o teto pareceu querer flertar comigo. — Claro, não precisa contar se não quiser. É que vocês parecem se dar tão bem. Seus olhos jabuticabas, que eu sou perdidamente apaixonado, brilham de admiração quando olham para ela.

É apaixonado pelos meus olhos, uh? E eu sou fascinado pelos seus.

Você segurou a minha mão sobre meu abdômen. Já eu, acariciei o dorso da sua e mantive o olhar perdido por um tempo.

Até começar a falar.

— Nós até que nos damos bem. Sempre nos demos, na verdade. Desde que eu era pequeno. — Apertei meus dedos ao redor dos seus. — Ela é uma pessoa incrível e bondosa. Não merece nem uma pequena parte da vida que tem. Ela... Ela merece muito mais. Simplesmente porque ela não queria nada disso.

Arrisquei te olhar.

— O casamento dos meus pais é igual ao meu futuro com a Jooyoung. Só se casaram pelo poder e dinheiro. A questão é que além dela não querer, tinha que aguentar tudo sozinha já que não se dava bem com Jungseok como eu e Jooyoung nos damos, nem tinha ninguém com quem conversar. Minha mãe não queria se casar, não queria Jungseok e não queria ter um filho. E não teve ninguém ao lado dela.

Abaixei o olhar para a ponta do seu nariz. Eu estava me abrindo de tal maneira que não tinha dúvidas de que poderia ver minha alma se olhasse em seus olhos.

E a minha alma não era tão bonita como é hoje.

— As vontades dela não foram ouvidas naquela época e não continua não sendo agora. E... E ela gosta de mim — Senti meus olhos arderem e sorri para disfarçar, mas não ousei erguê-los. —, mas não como filho. Ela foi forçada a fazer tudo o que fez até hoje. E basicamente Jooyoung e eu estamos indo pelo mesmo caminho.

Com um pigarro, buscando desfazer o nó da garganta. As lágrimas... Fazia anos que elas não me inundavam.

— Mas eu a amo e sei que ela também me ama, então meio que está tudo bem. Eu acho. Não sei. Eu só... queria que ela se libertasse disso, sabe? Daquele filho da puta. Ela... Ela não costuma ser assim quando ele está perto, o que você viu hoje não se vê sempre. Ela sorrindo e falando e caminhando lá fora e se vestindo daquele jeito. — Neguei com a cabeça. — Ela parece um robô perto dele, Jimin, nem levantar o olhar ela levanta, dá agonia de ver. E eu só queria poder fazer algo para mudar isso, mas tenho medo de piorar tudo e acabar fazendo com que ele a machuque... mais. Eu não duvido de mais nada que venha daquele homem vituperioso.

— Amor...

A voz quebradiça denunciava que as lágrimas que me faltavam encontraram você.

— É por isso que eu não gosto de falar sobre ela. — Abri os olhos e te encarei, permitindo que enxergasse a dor que carrego neles. — É por isso que machuca mais do que falar de Jungseok.

Embora você não soubesse o que dizer, tampouco o que fazer, te sentir me puxar contra o seu peito e me receber num forte abraço foi mais que o suficiente para que eu me sentisse bem.

Me sentisse melhor.

Numa tentativa de mudar o rumo do silêncio que se instaurou, sugeri que assistíssemos algo. Porque precisávamos nos manter escondidos, longe dos olhos daqueles que estavam só esperando eu cometer um deslize para abrir a boca para Jungseok, e principalmente porque eu daria tudo para assistir um filme na sua companhia.

— Pode ser — respondeu, tatuando um beijo na testa.

Da cama mesmo, me inclinando apenas para pegar o controle da televisão, nós assistimos a um filme que falava sobre uma pessoa que acordava todos os dias no corpo de alguém diferente. E que mesmo assim conseguiu fazer com que a garota que gostava se apaixonasse por si também, embora não tivesse uma aparecia fixa, ou sexo, ou gênero, ou estatura. Era uma história de fato interessante, mas eu sempre perdia o foco quando percebia o quão bom era assistir televisão com você daquele jeito: deitadinhos, abraçados na cama.

— Eu gostei — você revelou quando os créditos apareceram.

— Eu também. É baseado num livro, então deve ter uma continuação já que esse final ficou bem aberto. — Desliguei a televisão, voltando toda a minha atenção para ti; e consegui arrancar um sorriso seu ainda. — Está com fome?

Antes que pudesse ouvir sua resposta, te apertei em meus braços numa tentativa falha de demonstrar todo o afeto que carregava em meu âmago.

— Jeon! — reclamou, e eu te soltei porque sei que usei força demais.

De barriga para cima, senti você cruzar os braços sobre o meu peito. E ao deitar a cabeça sobre eles, me encarou sem pudor.

— Que foi? — indaguei.

Eu conseguia ver todas as suas sardas, eu pude me apaixonar outra vez.

— Nada. Só... Estou tentando me convencer que estamos namorando agora.

Meu coração bateu um pouco mais rápido no peito, eufórico.

— Você prometeu que voltaria para ser meu namorado. — Lembrei de quando éramos mais novos. — Você cumpriu, príncipe.

— É. Eu prometi. De dedinho.

Balancei a cabeça, derretendo sob seu olhar.

— Bem lembrado. — Deslizei as costas do indicador pela sua bochecha, depois pela ponta do seu nariz e pelos seus lábios cheinhos também.

Você descruzou os braços e, sem tirar os olhos dos meus, se inclinou na minha direção. Eu sorri quando sua boca tocou a minha; segundos antes de deitar-se por completo sobre mim e tornar nosso beijo duradouro.

Me tirou o fôlego e sempre gostei das vezes que nossos beijos me deixavam sem ar.

E preciso pontuar aqui a facilidade que você tinha de me nocautear usando nada mais que palavras, talvez como um dom. Foi algo que não mudou mesmo com todos os anos que passaram, não é?

E, também desde essa época, nunca fui muito bom com flerte; naquela tarde na minha casa não foi diferente. Você flertou comigo entre um beijo e outro e não parou nem mesmo quando conseguiu tirar toda a minha roupa.

Confesso que tentei dar o meu melhor, embora preciso confessar também que desliguei a partir do instante que descobri o quanto você era quente por dentro. Assim como o que fez comigo no terraço do prédio, era novo para mim o que fiz contigo em cima daquela cama.

Devo reservar este parágrafo exclusivamente para dizer que seu corpo é uma poesia. Poesia essa da qual eu sou o leitor mais árduo. Eu passaria horas te lendo por inteiro; seja com os olhos, com a boca ou com a ponta dos meus dedos.

E você era experiente... Me guiou mais uma vez, enquanto eu tentava não parecer tão moleque.

Tão patético.

Não deu muito certo, não é? De qualquer forma, o que eu poderia fazer? Você fazia eu me sentir um adolescente. Eu parecia um garoto na tua presença. Imaturo, inexperiente, fascinado pela tua sabedoria e preparado para receber seus ensinamentos sobre as vivências que teve lá fora; no mundo.

Embora sexo fosse — é ainda — algo que não me chamasse tanta atenção, nossos momentos de intimidade me fazem perceber o quanto você é importante. Eu não me conectaria com outra pessoa dessa forma, tampouco o ato seria intenso e carinhoso como nós dois fazemos ser todas as vezes.

— Não fui uma catástrofe, fui? — perguntei baixinho, com um leve tom de humor.

Você riu e beijou meus cabelos, descendo uma das mãos para a minha nuca suada. — Você foi perfeito, Gguk.

O sussurro me fez sorrir bobo e desencostar a cabeça do teu peito para te olhar. Todavia, nosso contato visual intenso foi quebrado ao ser beijado por você.

— Vamos tomar banho? — chamei.

— Daqui a pouco. — Se virou e deitou de bruços, mantendo o rosto virado na minha direção ao que pousou a cabeça com delicadeza sobre o travesseiro. — Vamos ficar assim mais um tempo.

Eu, deitado de lado com o cotovelo servindo de apoio, colei mais meu corpo no seu. Direcionando a boca à sua pele, te beijei no ombro.

— Como foi a sua primeira vez? — indaguei, deslizando as pontas dos dedos pelas suas costas nuas.

— Hm... — Pareceu pensar. — Eu tinha dezesseis anos. E... Eu gosto de sair pelos bairros sempre que chego. gosto de conhecer os lugares. — Vi os músculos contraindo-se quando deslizei pelo meio dela. Segundos depois você ficou todo arrepiado. — Eu já tinha visto o mar uma vez antes, mas eu era tão pequeno. E nesse dia eu... estava sentado na areia, sozinho, quando uma garota esbarrou em mim e...

Te vi sorrir.

— Acho que foi de propósito. — Eu ri também. — E ela perguntou se eu ia sempre ali e nós acabamos conversando por bastante tempo. Eu disse que viajava demais e que era minha primeira vez ali e ela se ofereceu para me mostrar os pontos mais bonitos da praia. Ela era de fato simpática, mas foi tão fácil notar que estava se jogando para cima de mim. — Soprou um riso, talvez ao relembrar a cena. — Foi quando chegamos numa parte mais afastada. Tinha pedra demais e... Era bonito. Ela contou que ninguém conseguia ver e era difícil aparecer pessoas ali... E aí eu a beijei.

Te vi franzir o cenho.

— Foi desconfortável, só tinha pedras. — Rimos juntos. — Mas não foi ruim. Eu estava meio nervoso, mas ocorreu tudo bem. Até hoje Hoseok dúvida dessa história, mas ele sabe que aconteceu algo por causa das marcas no corpo. E porque eu fiquei quase uma semana com o joelho todo fodido por causa das malditas pedras!

Gargalhei.

— Você é sem vergonha, garoto — zoei.

— Bom, eu não podia levar ninguém para o trailer. Fazer lá chama muita atenção. Então a maioria das transas que eu tive foram em lugares aleatórios. Públicos, exatamente onde não se deve fazer essas coisas. Eu não era nem doido de ir para a casa de pessoas que nunca vi na vida.

— Lugares públicos... Por exemplo? — Certamente eu estava curioso.

— Hm... No terraço de um prédio enorme. — Gargalhei de maneira irônica, te empurrando de leve. — Banheiro de balada é o clássico, foi mais de uma vez. — Meu deus, Jimin!— Cinema também.

— Me lembre de nunca ir ao cinema com você.

Sua vez de rir alto.

— Acredita que essa é a primeira vez que eu transo numa cama? — Me causou surpresa, de fato.

— Que honra então. — Rolou os olhos. — Mas olha que coincidência: também é a primeira vez que eu transo numa cama.

— Besta!

— Eu sou, seu porquinho? — Beijei seu ombro de novo. Você balançou a cabeça, escondendo o rosto no travesseiro. — Então vamos tomar banho, estamos grudentos.

Selei a pele morna de novo, agora no meio das costas.

Você resmungou que eu levantei, mas aceitou quando estendi a mão. Certamente, sendo protagonista do meu próprio romance, esperei que ficasse de pé para te pegar no colo. E, porra, sua risada é tão gostosa! Sempre me faz rir junto.

Caminhei até o banheiro contigo agarrado no meu pescoço e, com uma impressionante cara de pau, você resmungou outra vez, desta quando te coloquei no chão.

No banho, o tamanho do chuveiro te causou fascínio e eu não pude deixar de te roubava um beijo sempre que algo diferente chamava sua atenção.

— Para de rir de mim — avisou pela segunda vez, fazendo bico porque eu não parava de explodir com o fato de que as mangas do meu moletom ficavam sobrando quase um palmo depois de suas mãos.

Elas eram grandes em mim, eu gostava de roupas folgadas, e em você ficaram maiores ainda. Porque, diferente de quando nos conhecemos quando crianças, viramos adultos e você se tornou o menor entre nós. Poucos centímetros mais baixo, mas mais que o suficiente para eu te irritar por causa disso.

— É que ficou fofo, amor. — Beijei sua bochecha. — Você é pequenininho.

Eu não deveria ter dito isso, definitivamente. É claro que você me bateu, príncipe. Com o que sobrava da manga do moletom, mas me bateu.

Coisa feia!

— Jimin! — Te olhando incrédulo.

— Me respeita. — Bateu de novo.

Segurei o tecido. — tá certo, não te chamo mais de pequeno.

— Garoto... — Prendi a risada, beijando seus lábios crispados.

— Você fica uma graça irritado.

Eu gostei de passar o dia com você daquela forma, mas uma hora acabaria. E foi quando se aproximou das sete da noite que eu vi que essa hora chegaria em breve. E o aperto bateu.

— Dorme aqui... — choraminguei.

— Amor... — choramingou também.

— Eu te levo em casa amanhã antes de ir para a escola. — Me abraçou, escondendo-se em meu peito. — Eu quero ficar mais um tempinho com você, príncipe.

Você não respondeu de imediato, ao invés disso esfregou o rosto contra mim.

— Eu também quero ficar com você, mas eu tenho tanto medo. Se o seu pai descobrir que eu estou aqui... Ah, Jungkook...

Ele te assustava tanto quanto me assustava, e vocês só coexistiram no mesmo ambiente uma única vez. E enquanto te apertava em meus braços.

— Você pode ficar com as minhas roupas — quebrei o silêncio que se formou ao falar. — Mas tem que deixar algo seu aqui, para eu poder dormir mais tranquilo.

Você soprou um riso e se distanciou um pouco, me olhando.

— Pode ser um beijo?

Espremi os olhos.

— Eu estava contando que você me daria um beijo pedindo ou não. — Você gargalhou.

— Você acha que é tão fácil assim?

Arqueei uma das sobrancelhas.

— Deveria, você é meu namorado agora.

Te assisti abrir a boca e fechar, desistindo de falar como se estivesse pronto para rebater mas as palavras tivessem lhe escapado. Então você sorriu. — É. Eu sou seu namorado.

Sim, você era.

Eu gosto de beijinhos na testa, gostei quando deixou um longo na minha.

— Vou falar com Joonie para te levar — anunciei e findei nosso abraço embora quisesse que ficasse comigo.

— Não precisa, eu vou andando.

— A carruagem pegou vossa alteza no castelo, então ela vai deixá-la no castelo. — Abri a porta. — Apronte-se.

Foi a última coisa que eu disse antes de fechar a porta e descer; ainda escutando sua risadinha antes de, de fato, fechar. No andar de baixo, eu precisei sair da casa para encontrar Namjoon.

— Pode deixar Jimin em casa? — perguntei baixo quando saiu de perto do porteiro, do qual proseava, e veio até mim assim que me viu.

— Claro. — Entrou em casa comigo. — Vocês não saíram mesmo do quarto, não é?

— Fiquei com medo.

— Hm... E o que fizeram a tarde toda? — O olhei com os olhos semicerrados.

— Vai fofocar para a Jooyoung ou para o Hoseok?

Fez uma falsa cara de incredulidade.

— Nenhum dos dois, menino! Pelo amor...

— Sei — soltei, sem convencimento das palavras alheias.

Eu iria dizer alguma coisa, talvez que nos tornamos namorados em algum momento daquela tarde, mas eu te vi apontar no topo da escada. Parecia perdido.

— Nem é tão difícil assim — chamei sua atenção, te vendo soltar um suspiro aliviado quando me notou.

— Claro que é, isso é enorme! — Namjoon riu ao meu lado.

Você havia tirado a bermuda que te emprestei e vestido a calça que usava quando chegou, mas continuou usando meu moletom.

— E então? Se divertiu hoje? — Joonie perguntou a você, que sorriu meio bobo e desceu o último degrau. — Pelo sorriso...

— Muito — respondeu, me arrancando um sorriso.

— É, imaginei... Bom, vou lá pegar o carro — ele anunciou já dando passos em direção à saída, não me restava dúvidas de que me gozaria depois.

— Vai me ver amanhã?

Sua pergunta veio no instante em que você parou na minha frente, preservando mais de um braço de distância entre nossos corpos.

Um tremenda agonia não poder me aproximar.

— Sim, mas... — Enfiei as mãos nos bolsos da calça ao senti-las coçarem para te tocar. — Um pouco mais tarde. Eu tenho aula de moto. Devo aparecer lá depois das três e meia da tarde.

Você fez bico.

Eu costumava aparecer às 13h30, no máximo às 14h. Essas duas horas fariam falta, sabia disso.

— E vai ser assim amanhã, terça e quarta-feira. — Seu bico aumentou. — Mas eu prometo que é só isso. São as minhas últimas aulas de moto. Eu estou tentando adiantar todas para passar mais tempo com você.

— Sem problema, eu aguento. — Soprei um riso com seu bico fingindo, ajeitando a postura quando deu um passo na minha direção. — Quero que fique com algo. — Enfiou uma das mãos por dentro da gola do moletom e puxou o cordão para fora, tirando-o pela cabeça. — Seu moletom fica comigo... Quero que fique com isso.

Ao chegar perto o bastante, colocou-o em mim. Com carinho, soltou o pingente contra o meu peito.

— Não me devolva. É seu. Para poder sempre se lembrar de mim mesmo que... mesmo que eu esteja longe demais para te ver todos os dias.

Dor.

Nessa época eu já sentia dor antecipadamente para quando chegasse aquele momento. O momento em que você não estaria mais ao meu lado e eu não poderia te ver todos os dias por estar longe demais.

— Vamos? — Namjoon abriu a porta, aparecendo de repente.

— Vamos — você respondeu sem tirar os olhos dos meus. — Até amanhã, amor.

Selou a ponta de dois dedos e, ao passar por mim, os pressionou contra os meus lábios. Você sumir do meu campo de visão e eu fiquei com medo de te olhar partir, foi o motivo de não ter me virado imediatamente.

Ao abaixar o olhar e erguer o pingente, viajei nos significados por trás de ter me presenteado com um cadeado. Bonito, detalhado e prateado; ainda mais porque não era a primeira vez que eu estava vendo algo com os mesmos detalhes.

Por isso me virei rápido, por isso dei passos largos até você. Mesmo tendo a metade do corpo para fora da casa, não permiti que fosse. Segurei seu pulso e o puxei para mim, sorrindo com o pingente da sua pulseira.

A chave do cadeado.

Foi curioso você ter me dado o cadeado. Havia muitas coisas presas dentro de mim, as quais eu propositalmente mantinha presas. Porque tinha medo que me machucassem por causa delas, meu ambiente não me permitia ser eu mesmo. Curioso também você ter escolhido ficar com a chave, sendo o responsável por me fazer sentir confortável o suficiente para arriar todas as armaduras.

Você tem a chave da minha jaula.

Assim como Namjoon também tem. Assim como Jooyoung, Taehyung e, agora, minha mãe. São pessoas que me tiram diariamente do porão frio e escuro da minha própria cabeça, onde Jungseok me enfiou quando eu era só um moleque.

Sorri e ergui os olhos para você, que sorriu e me acariciou no rosto antes de se soltar da minha mão.

— Te mando mensagem quando chegar — garantiu, enfim saindo da casa para entrar no carro.

— Eu disse que você estava apaixonadinho! — Namjoon caçoou ao fechar a porta do veículo para você.

— Me erra!

Ele gargalhou enquanto dava a volta no carro preto.

E confesso que, ao fechar a porta de casa, eu colei as costas nela como num filme clichê de romance.

Porque... Ah, Jimin, eu estava apaixonado pra cacete, não poderia deixar de aproveitar tal sentimento.

Hoje em dia "paixão" tornou-se inofensivo se comparado ao que sinto por você.

— Eu nunca te vi assim, Kookie.

Minha mente foi puxada de volta com o timbre da minha mãe. Encostado na porta, sorri ao vê-la no pé da escada.

— Assim como?

— Feliz. — Veio até mim devagar. — Quer dar uma volta comigo no jardim? Você pode me contar como o conheceu.

Sorri e assenti, desencostando da madeira. Ao passar para o lado de fora da casa, esperei que fizesse o mesmo para fechar a porta. E juntos, lado a lado, caminhamos pelas laterais do casarão bem iluminado. Os arredores não estavam escuros devido a grande quantidade de LEDs e luminárias espalhados para todo o canto, inclusive no meio das árvores e arbustos.

Era uma bela noite de primavera.

— E então, de onde conhece o rapaz bonito?

Uni as mãos na base das costas, sorrindo para ela.

— Bom... Digamos que somos amigos de infância. — Desviei os olhos para o céu quando me olhou com surpresa. — Lembra de... de quando eu tinha treze anos e Jungseok ficou furioso por ter o desobedecido e voltado no circo?

— Perfeitamente. Faz bastante tempo.

— Sim. Bem, Jimin fazia parte desse circo. Faz ainda. Ele só tinha quatorze anos e... Acho que eu já gostava dele naquela época. — Me esgueirei por entre os arbustos, trocando a parte cimentada pela gramada. — Ele teve que ir embora por causa do circo e... Jungseok viu nós dois... juntos.

— Isso explica a fúria — ela comentou. — Ele não me contou o motivo pelo qual estava tão raivoso com você.

— Acho que queria manter sigilo. — Mordi o canto da boca. — De qualquer maneira, eu perdi contato total com Jimin. Por seis anos.

Parei de andar ao ser segurado pela barra da blusa que me cobria, onde apontou para um dos bancos graciosos espalhados pelo jardim. E eu me sentei ao lado dela sem interromper minha história.

— Há alguns dias eu esbarrei com ele na rua e... foi uma surpresa. Eu realmente não esperava vê-lo de novo. — Me sentei ligeiramente de lado para vê-la melhor. — Nos envolvemos rápido demais, mesmo sabendo que em algumas semanas ele pode não estar mais aqui. Ou meu pai que, quando voltar, vai fazer eu me casar com Jooyoung e começar a trabalhar com ele.

Minha mãe deixou um suspiro breve escapar, também sentando-se de lado. Um dos cotovelos pousou sobre o encosto de madeira do banco.

— Vocês parecem se gostar tanto... Não acho que deva deixar isso passar. — Colocou um pouco dos fios longos e pretos atrás da orelha. — Você sabe que não vai ter oportunidade nenhuma depois que deixar seu pai fazer isso, não sabe?

Assenti.

— Eu sei. — Esvaziei os pulmões. — Mas eu tenho medo.

— Medo do quê? Escolher entre Jungseok e liberdade não deveria ser tão difícil.

Passei a mão na cabeça, sentindo falta do cabelo comprido. O aperto que senti no peito ao fitar minha mãe me deixou assustado e até sem fôlego.

— Eu não quero deixar você sozinha, mãe. — Então, pela primeira vez em muito tempo, eu senti uma vontade esmagadora de chorar, embora as lágrimas ainda não tivessem voltado aos meus olhos. — Não sinto que vou conseguir ficar bem tão longe de você. Porra, você está tão bonita hhoje; sorrindo e falando, andando pela casa tão relaxada. Amo quando se veste assim.

Balanço a cabeça, percebendo o brilho que me faltava tomar conta dos olhos dela.

— Esse cara acaba com você. Eu odeio ele. E tenho medo de te deixar aqui sozinha. De deixar Jooyoung e Namjoon. E o Tae. — Ergui os ombros. — Meu sonho, Shinhye, é te ver feliz algum dia. Com alguém que te faça feliz. Com a vida que você sempre quis e sempre mereceu. — Toquei o peito, sobre meu coração magoado. — Se eu tivesse a chance de fazer um único pedido que me desse segurança de que seria realizado, esse seria que você fosse feliz longe desse imbecil.

Ela ficou quieta o tempo inteiro, inclusive depois que terminei de falar. Ela chorava em silêncio, mesmo que em abundância. Minha mãe é toda quebradinha por dentro, Jimin. E quando entendi isso, anos atrás, passei a me questionar se algum dia iria aparecer alguém capaz de juntar todos os pedacinhos e consertá-la.

Porque eu sabia que esse alguém não era eu.

Ainda sem dizer nada, ela se inclinou e me abraçou. Muito forte. O silêncio se estendeu por minutos, onde até as lágrimas alheias eram quietas, e eu esperei pelo instante em que pudesse ouvir a voz dela, mesmo que quebradiça, dizer algo.

Veio, embora tenha levado uns bons minutos.

— Jungkook, eu não tenho dúvidas de que Jooyoung já conversou sobre isso com você. Você, mais do que ninguém, a conhece. Jooyoung é uma garota forte, que nunca abaixa a cabeça. Nem para o pai dela, nem para a mãe. Você sabe que ela sabe se virar sozinha. — Me acariciou no rosto. — Ela quer o mesmo que eu, Jungkook. E Namjoon também. E Taehyung. Todos nós queremos que seja feliz, e você encontrou uma oportunidade de se livrar logo disso. Eu particularmente vou ficar muito chateada se você não tentar. Não precisa se preocupar conosco e sabe porque?

Não esperou uma resposta minha para concluir:

— Nós sempre vamos cuidar um do outro.

Me arrancou um suspiro de pesar. — Ah, mãe... Eu não sei.

Por favor. Pensa, pelo menos. — Era quase um imploro, minha mãe estava desesperada com a possibilidade de eu não ir em busca da minha felicidade. — Eu vou ficar bem mais tranquila em saber que você seguiu todos os seus sonhos. E tenho certeza que eles também.

Eu não tinha uma resposta definitiva para a vontade dela, ainda não havia pensado em todas as possibilidades. Por isso, me limitei a assenti com a cabeça e a puxar para outro abraço apertado.

— Prometo pensar — garanti.

Um segundo momento de silêncio surgiu, esse mais curto que o anterior, mas que foi igualmente apreciado por mim. Momentos como esse não aconteceram ao longo da minha vida, da minha infância e adolescência em especial, embora existisse uma fascinação retraída em conversar e passar o tempo com ela.

— Mãe... — chamei, findando o afeto de novo. — Quer ir no circo qualquer dia desses? Comigo?

Ela sorriu. — Eu vou adorar.


🎪ི꙰͝꧖๋໋༉◈


E aí, anjos! Como vocês estão?

O Jungkook se abriu e contou pro Jimin um pouco sobre a mãe dele

Em seguida, bateu mó papo de cabeça com ela

E é bonitinho ver que ele confia nela ao ponto de contar sobre o Jimin

Jungkook ainda está confuso sobre muitas coisas, isso é um fato, ele só precisa de uma garantia de que ninguém vai tocar nos seus bens mais preciosos: sua mãe e seus melhores amigos

SPOILER: no próximo capítulo vai ter mais interação entre os Jikook, para dar uma descontraída. Aguardem

Enfim, é isso. Por hoje

Se amem. Se cuidam. Se hidratem. Se protejam 💜

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