[16]
SALVEEEEEEEEEEEE
Espero que curtam o capítulo, votem e comentem se gostarem. Boa leitura! 💕
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— É foda, não é? — Jooyoung indagou manso, me fazendo tirar a atenção das pessoas vestidas em trajes finos e olhar para ela.
— O quê? — Sorriu fraco, sem mostrar os dentes, e me olhou.
— Fingir. — Devolvi o sorriso sem humor, tampouco vontade para sorrir. — Fico imaginando se um dia tudo isso vai ter um fim.
Esvaziei quase inteiramente meus pulmões e me aproximei mais, colando meu corpo ao alheio ao que tocava a testa morna com meus lábios.
— Eu também, gata. — A envolvi pelos ombros quando fui abraçado pelo tronco. — Aliás, acho que vamos nos casar assim que você alcançar a maioridade.
Eu havia passado o resto da tarde ao seu lado e mesmo que eu quisesse ficar mais, não podia. Com isso, me despedi de você – que é sempre a pior parte – e voltei para casa pouco antes do anoitecer. A festa seria na casa dos Lee, então me aprontei e deixei que Namjoon me levasse. Estava marcado para às 19h, eu cheguei poucos minutos depois disso. Naquele momento em que eu consegui um instante mais sossegado com Jooyoung – sem ter que falar com todas as outras pessoas – já deveria passar das nove.
— É. Eu escutei uma conversa do meu pai com o seu ontem. — Deixei a taça com espumante sobre a mesa farta do buffet, da qual estávamos ao lado, e a abracei em seguida, agora com ambos os braços. — Já conversei com a Sana e ela deixou eu me casar com você.
Soprei um riso, acariciando as costas nuas – o vestido que usava era aberto na parte de trás.
— Jimin também. — Mesmo com os olhos fechados pude sentir flashes sobre nós. Não apostava nem um dia para fotos nossas estarem em todos os sites de fofoca.
Jooyoung soprou uma risada também e me apertou um pouco mais.
— Quer dançar comigo? — chamei.
— Uhum. — Afrouxamos o abraço, contudo, antes de nos afastar por completo, ela grudou a boca na minha orelha e sussurrou: — Será que seria deselegante se eu quebrasse a câmera desse fotógrafo na cabeça dele?
Eu não consegui conter a risada, tampouco ela.
— Temo que sim. — Segurei a mão alheia quando enfim nos distanciamos. — O que é lamentável porque eu daria tudo para ver isso.
— É. Realmente uma pena.
Andamos para mais perto de onde tocava música. Não havia ninguém dançando, da mesma forma que não me importei em girar Jooyoung na minha frente e a segurar pela cintura quando a mão dela foi parar em meu ombro.
— Por que cortou o cabelo? — Toquei a bochecha dela com a minha, a conduzindo em passos calmos; de um lado para o outro. — Você disse que gostava dele grande.
— Eu não aguentava mais o meu pai falando asneiras no meu ouvido por causa dele. — Existia amargura em cada palavra que escorregou da minha boca. — De todo modo, já me conformei com a ideia de que nunca vou conseguir ter as coisas que amo.
— Ah, Kookie... Eu não acredito que você desistiu — o tom alheio era baixo e bem próximo da minha orelha, e era carregado de surpresa e... decepção?
A gente prometeu que se manteria forte um pelo outro e que não desistiria até conseguir liberdade. Só que cansava. Machucava.
Eu estava mentalmente desgastado, me tornando cada dia mais incapaz de suportar.
Nunca fui de falar palavras de baixo calão, embora, naquela altura do campeonato, minha sanidade já havia ido para a casa do caralho.
E não havia dado sinal de que voltaria.
— Me admira que eu tenha aguentado até agora.
— Não desista ainda, por favor — era um imploro. — Eu quero muito ser madrinha do casamento de vocês.
Soprei um riso, me afastando minimamente e a girando outra vez, sem soltar nossas mãos.
— E o que Jimin disse? Do seu cabelo, digo.
— Hm... — Voltamos a colar os corpos. — Ele não sabe. Eu o cortei assim que saí do circo. Tinha um lugar aberto, então... cortei pouco antes de vir para cá.
— Ele vai te matar.
— Vai. — Ri junto com ela.
Eu me mantive junto dela até o fim da festa, onde o caos foi se amansando até não restar nada mais que os resquícios dela.
A bagunça.
— Obrigada por vir. E por ter ficado até agora. — O agradecimento veio no instante em que entramos no quarto de Joo, já quase passando da meia-noite.
— Disponha. Não foi esforço nenhum. — A beijei na testa. — Vamos? Eu te coloco para dormir antes de ir.
— Não precisa — falou, mas grudou em mim.
Jooyoung ficava carente e manhosa quando estava em seu período menstrual; o que contrastava com o ogrinho bruto que não hesitava em te chutar para longe se aparecesse com demonstrações de afeto físico.
— Precisa sim.
Depois de trocar o vestido por uma vestimenta confortável, me deitei com ela; e não demorou tanto para que pegasse no sono. O dia foi agitado, ela estava realmente cansada. Assim que notei que dormiu, fiquei de pé e deixei o quarto sem acordá-la. Namjoon já estava à minha espera já que o chamei assim que subi para colocá-la para dormir.
Em casa, foi minha vez de trocar o terno por algo mais confortável, enfim relaxando na cama. E, antes de pegar no sono, te enviei uma última mensagem de boa noite.
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Domingo.
A manhã que chegou se tratava do domingo do qual Taehyung iria à minha casa para fazer um trabalho que sequer existia. A questão era: você finalmente conheceria minha casa.
— Que horas você vem? — questionei quando Tae me ligou perguntando se estava tudo certo para aquele dia.
Eram umas oito e meia da manhã.
— Depois do almoço. Eu vou e fico um tempinho aí e depois vazo. Marquei de ver o boy às quatorze.
— Beleza. — Umedeci os lábios. — Se alguém perguntar, diz que nosso trabalho é em trio.
— Por quê?
— Porque eu vou trazer Jimin para cá.
Taehyung já sabia sobre você.
— Opa! Será que eu finalmente vou conhecer ele?
Soprei uma risada com a empolgação alheia. — Provavelmente.
Embora Taehyung tivesse demonstrado agitação com a possibilidade, a chamada foi encerrada pouco tempo depois. E eu aproveitei sua recente mensagem de bom dia para te ligar.
— Te acordei, não foi? — Apertei os olhos quando te escutei murmurar alguma coisa.
— Talvez.
Sua voz rouca te denunciava.
— Desculpa. Volte a dormir. Depois eu te ligo.
— Não. Está tudo bem. — Soprou um riso. — Eu prefiro mil vezes ser acordado por você do que ter Hoseok e as pirralhas se jogando em cima de mim. — Imaginar a cena me fez rir.
— Bom dia, à propósito — desejei. — Dormiu bem?
— Uhum. Eu durmo pensando em você e acordo pensando em você. Não tem como dormir mal desse jeito. — Gargalhei.
— Então eu fico feliz por saber que te faço dormir bem.
— Faz. E... Hm... Eu fico imaginando como deve ser dormir e acordar com você.
Imaginar junto me fez sorrir e ficar com vontade também.
— Olha... Eu sou espaçoso e gosto de abraçar — confessei. — Vai ter que lidar com isso.
— Não vai ser problema algum, não me importaria nem um pouco em ser abraçado por você a noite toda. — Sorri para as paredes do meu quarto.
— Hm... — Mordi rapidamente o lábio inferior. — Então dorme aqui essa noite.
O fato de você ter ficado em silêncio por um tempo me deixou ansioso.
— Vai arranjar problema para você, amor — murmurou.
— Claro que não, príncipe. Bom... Nosso trabalho é em trio. A maioria do pessoal que trabalha aqui em casa tem folga no domingo e os poucos que ficaram acham que você estuda comigo e com o Tae. Não tem problema dormir aqui.
O suspiro que soltou foi diferente do apaixonado de antes, parecia pesaroso. Até decepcionado.
— Jungkook... Essa mentira está ficando maior do que deveria.
Mordi de novo, desta vez com mais força. Mentir se tornou a minha verdade, a única maneira que me permitia ser minimamente independente. Mas eu nunca gostei de falar mentiras na sua frente, por isso me esforçava um monte. Só que às vezes as mentiras escapavam, tão natural quando a verdade.
Sinto muito por cada uma que você teve que escutar tais saindo da minha boca, e pelas vezes que te envolvi nelas.
— Tem razão, desculpa. — Fechei os olhos. — Não precisa dormir... mas eu quero muito que venha e passe a tarde comigo.
O que escutei depois me deu a impressão de que você estava se espreguiçando.
— Você quer tanto assim me ver, menino Jeon? — Ri.
— Estou viciado em você, Park Jimin. Sinto sua falta o tempo inteiro que não estamos juntos. — Nós suspiramos ao mesmo tempo. — Estamos tão ferrados, amor.
— Estamos. Eu também sinto sua falta, Gguk.
Era a primeira vez que você me chamava daquela maneira e... Céus! Soou tão carente e manhoso.
— Hm... — Me virei na cama e deitei de barriga para baixo, colocando a ligação no viva-voz. — Tenho uma coisa para te contar... E é melhor eu falar antes do que você ver sem ser avisado.
— Ah, garoto, o que foi? — Era de apertar o peito perceber o quão aflito você ficava quando eu precisava fazer um anúncio. Todas as vezes, como se esperasse sem o pior. Sinto que, de alguma forma, Jungseok também traumatizou você. — O que aconteceu?
E o que eu tinha para falar nem era tão sério.
— Então... Você gosta do meu cabelo comprido, certo?
— Eu amo. Adoro colocar atrás da sua orelha. Você fica uma graça.— Estalei a língua no céu da boca. — Que foi? — Demorei um pouco para responder. Para falar a verdade, eu nem precisei responder para você sacar sobre o que eu estava falando. — Não me diga que...
— Uhum. Eu cortei.
— Droga, Jungkook... — resmungou. — Eu queria tanto que você não precisasse fazer as coisas desse jeito. Forçado.
Engoli em seco. — Eu também, mas nem sempre temos o que queremos.
— Mas você me tem.
— Até quando? Eu te quero e te tenho... mas até quando?
Ficou em silêncio por uns segundos, e então profetizou:
— Você sempre vai me ter, Jungkook.
Você profetizou.
Ao fim da chamada contigo, me aprontei para o almoço. No andar de baixo, encontrar minha mãe à mesa arrancou um genuíno sorriso meu. A rara presença pelos cômodos da casa não me deixou perder a oportunidade de me sentar ao lado dela
— Bom dia, mãe.
— Bom dia, Kookie. — Ela se inclinou e deixou um beijo suave na minha testa, tocando-o e sorrindo para o novo corte. — Bom dia, Namjoon.
Nam não estava, mas não levou segundos para aparecer, e seu cumprimento foi um sorriso enorme.
— Senhora — saudou educada e respeitosamente minha mãe. — Aproveitou um pouco mais o sono, acredito.
— Eu realmente dormi mais que a cama — ela comentou, nos arrancando sorrisos.
Nós conversamos a refeição inteira. Eu gostava de passar o tempo com a minha mãe. Ela era diferente quando meu pai não estava perto, era outra pessoa. Ela falava mais, sorria mais e às vezes até cantava. Ah, príncipe, minha mãe tem uma voz tão linda... Ela costumava cantar para mim quando eu era mais novo, sempre me fazia pegar no sono.
Eu não sabia se devia, Jimin, mas eu a amava tanto, mas tanto, que me fazia questionar se poderia amá-la de tal forma. A essa altura da nossa história eu ainda não havia te contado tudo, mas hoje você sabe das barbáries que Jungseok fez com ela. Dentre as situações desumanas, algumas acarretaram no meu nascimento. E era por isso que não sabia se devia amá-la como minha mãe; porque ela não me amava como filho.
Ah, Ji... Sempre foi tão complicado...
Posso ser sincero com você? Teve momentos que eu senti vontade de resetar, sabe? De simplesmente esquecer que um dia eu escutei tudo aquilo.
Porque dói. Dilacera. Me destrói por dentro.
Não é legal, mesmo depois de todos esses anos.
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Taehyung chegou pouco depois de uma da tarde.
Ele até que gostava da ideia de herdar as coisas do pai dele, gostava de mexer com essas coisas. Entretanto, detestava a parte em que deveria se casar com uma pessoa igualmente rica. Na verdade, Taehyung detestava a ideia de se casar. Ele nunca gostou nem mesmo de se envolver com alguém mais de uma vez.
— E o seu arroba? — Franzi o cenho para o garoto se esparramando na minha cama.
— Arroba? — Ele riu, provavelmente da minha cara de confusão. — Que diabos isso quer dizer?
— Meu Deus... Em qual século você vive? Quinze? — Ergui uma das sobrancelhas. — Seu crush, Jungkook. Namorado. Peguete. Amigo colorido. Sei lá o que vocês são.
— Ah... — Soprei um riso. — Nam foi buscá-lo, devem estar quase chegando. — Me sentei na cadeira giratória do computador, as rodinhas me permitiram chegar mais perto da cama e apoiar as pernas no colchão. — E então... Para onde vai com Yoongi?
— Então! — Bateu as mãos, empolgado. — Vamos ao cinema se pá. Ele disse que queria dar um rolê, mas não disse onde. E acho até bom, já que é a primeira vez dele saindo com um cara. Precisa se distrair. — O vi sorrir. — Eu só sei que quando escurecer, nós vamos para a casa dele. Ele vai estar sozinho. — Esfregou as mãos, mordendo o canto da boca.
Taehyung sempre foi o mais pimentinha entre nós três, eu temia pelas suas saidinhas.
— Tome cuidado, sabe que pode dar merda para vocês dois se forem pegos.
— Relaxa, amigo. — Bateu no peito. — Confia no pai.
Abanei a cabeça de um lado para o outro.
— Você–
Eu iria dizer algo, mas escutei batidas na porta.
— Entre! — permiti mas, por um momento, esqueci que não dava para ouvi lá de fora. — Vai lá, Tae, suas pernas estão mais novas.
Arqueou uma das sobrancelhas naturalmente vermelho-alaranjadas. — Eu sou mais velho, moleque!
— Três dias, apenas. Faça isso por mim, por obséquio. — E ele até levantou, mas não sem antes empurrar a cadeira que eu estava para trás. Ela teria batido na cômoda atrás de mim se eu não "freado" com meus pés. — Petulante!
Taehyung abriu a porta e nós sorrimos juntos ao ver o rosto do Joonie aparecer na fresta que se abriu.
— O príncipe chegou — ele anunciou, me fazendo rir.
O ruivinho voltou para onde estava; na cama. Namjoon terminou de abrir a porta e entrou, esperando que você fizesse o mesmo e... Foi inevitável não suspirar ao te ver.
Você é muito lindo.
— Eita que o moleque é bonito. — E Taehyung notou o mesmo.
Ignorando o que meu amigo disse, porque não havia dito nenhuma mentira, eu sorri mais quando você me olhou.
— Eu vou deixar vocês tranquilos. — Namjoon se despediu antes de fechar a porta.
Eu te apresentei para o ruivo jogado no colchão, sentindo-me radiante quando se cumprimentaram. E mesmo estando sem jeito, talvez com o lugar desconhecido ou por estar conhecendo alguém novo, você veio até mim com um sorriso pequeno e não se importou em inclinar-se para poder beijar o canto da minha boca.
— Oi — saudou baixinho.
— Oi, príncipe — devolvi no mesmo tom.
Falei que poderia ficar à vontade e você se soltou um pouco mais depois que sentou na cama junto do Tae, esse que era para frente o suficiente para questionar sua vida inteira. Certamente ele era extrovertido e bem mais comunicativo que eu, não foi uma surpresa para mim notar como se deram bem rápido.
Era impossível não gostar de Taehyung.
— Deu a minha hora, galera — ele anunciou ao olhar no relógio de pulso.
— Chame Namjoon, ele vai te ajudar a sair sem que ninguém veja — falei.
Namjoon também já sabia de toda a história.
— Pode deixar. — Ficou de pé e jogou a mochila nas costas. — Torçam por mim!
Soprei um riso, girando a cadeira de um lado para o outro. — Boa sorte!
— E vocês... — Parou na porta assim que abriu e nos olhou. — juízo na cabeça de cima e camisinha na de baixo.
Você achou graça, mas eu digo: jamais, em hipótese alguma, se deve levá-lo a sério. É um conselho.
— Vaza, Taehyung. — Ele fechou a porta, mas não sem antes nos lançar uma risadinha astuta.
Abanei a cabeça de um lado para outro e suspirei, voltando a atenção para você. A essa altura, estava deitado na minha cama.
— Eu gostei dele. — Fiquei de pé, empurrando a cadeira de volta para o computador antes de ir até onde estava.
— Ele é tão sem noção quanto Jooyoung.
Me sentei ao seu lado.
— Hm... — Esticou a mão na minha direção e tocou um pouco acima da minha orelha, arrastando o dedo ali como se fosse colocar uma mecha atrás dela. — Eu não sei qual prefiro, você simplesmente fica lindo de qualquer jeito. Dá raiva.
— Já se olhou no espelho? Você é lindo até do avesso. — Revirou os olhos, cheio de malcriação. — Que coisa feia, Park Jimin...
Vi um bico se formar em seus lábios quando escorregou a mão para a minha nuca, acariciando-a.
— E aí? O que achou da minha casa? E do meu quarto? — Acariciei sua coxa. — Exagerados, não é?
Olhou em volta.
— Eu não sei, na verdade. É tudo muito bonito. A casa também. Eu já vi por séries e filmes, mas... é a primeira vez que venho em uma colada no chão, sabe? É beeem diferente. É enorme.
Gracinha.
— Enorme? — Assentiu. — Então olha o banheiro.
Voltou o olhar para mim.
— Vai lá.
Você soltou uma risadinha e ficou de pé num instante.
— Aqui? — Balancei a cabeça quando apontou para a porta ao lado da mesa do computador.
— Pode abrir.
Te vi morder o lábio inferior em expectativa e abrir, arregalando os olhos ao enfim ver o interior do cômodo. — Não é possível! Isso não é um banheiro, é outro quarto!
Gargalhei.
— É uma piscina? — questionou lá de dentro.
— Quase. — Me deitei para trás, estirando o corpo sobre o colchão. — É uma jacuzzi. Tem hidromassagem, é muito gostoso.
— Eu não saberia viver numa casa. É assustadoramente grande. — Sua voz ficou mais perto e eu olhei a tempo de te ver saindo. — Imagina ter que descer uma escada e atravessar tudo isso para ir na cozinha? Eu consigo sair do meu quarto, ir ao banheiro e comer dando menos de cinco passos. Cinco minutos e está tudo limpo.
— Tenho que concordar com você, por isso acho tudo exagerado. — Voltou a ocupar o lugar ao meu lado. — Quer conhecer o resto da casa?
— Hm... — Se apoiou em um dos cotovelos e deitou parcialmente sobre mim. — Pode ser.
Meus olhos desceram para a sua boca.
— Tá bom. — Toquei sua cintura. — Daqui a pouco então.
E aí nós nos beijamos.
Não posso dizer ao certo quanto tempo ficamos rolando sobre a cama, tenho quase certeza que foi bem mais do que realmente pareceu ser. O que posso afirmar é que levantamos em algum momento e saímos do quarto.
Eu te mostrei todo aquele corredor: os quartos de hóspedes, outro banheiro e o quarto dos meus pais. Esse último estava vazio, o que queria dizer que minha mãe estava em algum outro lugar da casa.
Eu até te mostraria o escritório do meu pai, mas ele vivia trancado.
— Tem o sótão, mas não há muita coisa lá. Eu ia muito quando era mais novo — comentei, apontando para o teto.
— Eu já me perderia só nesse andar. — Ri, tocando a base da sua coluna.
— É apenas costume, amor.
Então nós descemos a escada para o térreo. Eu me afastei um pouco de você para não correr o risco de ser visto próximos demais, mesmo que não tenhamos trombado com ninguém no caminho, e passei a te mostrar todo o andar de baixo: mais quarto, mais banheiro, uma pequena biblioteca, cozinha, sala de estar, sala de jantar e...
— Porra... Não acaba mais?
Seu tom era de humor.
— Tem a área externa com a piscina e o jardim. — Arqueou uma das sobrancelhas na minha direção.
— Tenho que concordar: é realmente exagerada.
— Eu disse.
Ao ameaçar dar um passo adiante e sair do lugar, com o intuito de te levar para o lado de fora, a porta principal foi aberta.
Pela minha mãe.
Ela também se vestia da maneira que se sentia confortável quando meu pai não estava por perto. Geralmente usava vestidos ou saias coladas no nível do joelho embora, quando ficava livre dos olhos opressores de Jungseok, vestia-se com calças ou shorts e moletom. Sem se preocupar tanto com a formalidade e imagem de "esposa do empresário rico".
Eu juro que até já a vi usando um pijama todo amarelinho do Bob Esponja.
E eu gostava dessa versão da minha mãe. Porque era ela mesma e não outra pessoa.
— Kookie! — saudou sorridente, encostando a porta.
— Oi, mãe! — Sorri grandioso de volta, devolvendo o mesmo calor.
— Eu ainda preciso me acostumar com você sem o cabelão — confessou, quase fazendo bico, e pendeu a cabeça para o lado ao te olhar. — Você eu ainda não conheço.
Meio desesperado, você me olhou.
— Então... — Cocei a nuca, desviando os olhos de você para ela. — Ele é meu... — Franzi o cenho, pensando. — quase namorado.
Acho que seu olhar surpreso mostrou que não esperava escutar aquilo. Nem você, nem ela.
Na verdade, nem eu planejava te apresentar de tal forma. Só não consegui pensar em nada que nos resumisse melhor. Quase namorados.
— Hm... — Minha mãe sorriu, simpática. — É um prazer...?
— Jimin — você respondeu.
— É um prazer, Jimin — ela completou, erguendo a mão que foi prontamente segurada e apertada por você.
— O prazer é meu, sra. Jeon.
E aqui preciso destacar como o meu peito se abriu ao contemplar a cena dos dois maiores amores da minha vida se conhecendo.
— Deixe-me adivinhar: a história do trabalho de biologia não era verdade... Estou certa?
— Peut-être — respondi, arrancando um sorriso até que cúmplice.
— Ok. Não sei de nada. — Ergueu a mão na minha direção. — Achei no jardim, lembrei de você.
Era uma rosa; vermelha e enorme.
— Oh... — Sorri meio besta, pegando-a em mãos. — Obrigado, mãe, é linda.
Ela sorriu e tocou seu ombro.
— Ele ama flores, principalmente rosas vermelhas. — E você pareceu gostar de saber. — Vou subir. Tomem cuidado sobre o que conversam, as paredes ouvem. Às vezes até enxergam. — Assenti. — Foi bom te conhecer, Jimin.
— Igualmente — esbanjando simpatia, você devolveu.
Então ela se foi e voltamos a firmar sozinhos.
— Agora eu entendo de onde vem a beleza e o carisma. Ela é um amor.
— Você acha mesmo? — indaguei e você assentiu. — Eu também.
Eu também acho ela um amor.
Pigarreei, apontando para a porta.
— Vem, vou te mostrar lá fora.
Você caminhou comigo pela parte externa da casa. Com a flor presenteada pela minha mãe em mãos, eu te mostrei todo o quintal. Assim como minha mãe e eu, você ficou encantado pelo jardim.
Depois do pequeno passeio, nós voltamos para a segurança do meu quarto. Apenas por via das dúvidas, eu tranquei a porta.
— Você não me contou que gostava de flores..
Sorri, deixando a flor sobre a estante dentro de um copo comprido com água que peguei na cozinha antes de subirmos.
— Sim, eu amo flores.
— Bom saber. — Arqueei uma das sobrancelhas. Você sorriu e se aproximou. — Então quer dizer que eu sou seu quase namorado?
Choraminguei, querendo me esconder.
— Saiu sem querer — choraminguei.
Você aproximou um pouco mais o rosto do meu e desviou da minha boca quando quase a tocou com a sua, colando-a na orelha.
— Não tem problema, eu gostei. Só é uma pena que eu seja apenas quase, e não seu namorado.
Ah, Ji... Você me tirava do sério sem esforço algum.
Ao se afastar, seu nariz tocou com suavidade o meu, onde pude sentir sua respiração entrecortada se misturar à minha devido a proximidade tamanha
Quando abriu os olhos, todo o meu corpo se arrepiou em adrenalina.
— Me namora, trapezista? — pedi num sussurro, selando sua boca sem largar seus olhos. — E me deixe namorar você.
Eu não deveria pedir tal. Nada sobre nós e sobre nosso futuro era certo e eu sabia que te namorar seria complicado e talvez até doloroso, mas eu simplesmente não queria perder as poucas esperanças que ainda me restavam de que um dia eu conseguiria ser feliz com quem e o que eu amava.
E você também sabia disso, amor. Você sabia que nada daquilo poderia durar para sempre, porém, mesmo assim, disse a mim:
— Namoro.
Jimin, estávamos cada vez mais entregues. Cada passo que a gente dava significava que a dor duplicaria quando fôssemos obrigados a nos separar.
E parecíamos não estar nem aí!
Qual é... Nos tornamos namorados!
🎪ི꙰͝꧖๋໋༉◈
E aí, anjos! Como vocês estão?
Os Jikook são namorados agora 🤧
A sementinha que vou plantar na cabecinha de vocês é: por quanto tempo?
O JK falou mais um pouquinho da mãe dele nesse capítulo, até interagiram um pouquinho
Vão ter mais interações dos dois em breve. Algumas serão até um pouco melancólicas...
SPOILER: inclusive, no próximo capítulo o Jungkook vai trocar um lero pesadíssimo com a mãe. Aguardem.
Enfim, é isso. Por hoje
Se amem. Se cuidam. Se hidratem. Se protejam 💜
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