Capítulo 20
- Eu não acredito que vocês estão juntos de novo, filha!
Minha mãe andava de um lado para o outro em minha sala, enquanto eu penteava o cabelo de Bruno tranquilamente.
- Pois é, mãe - Falei firme - Eu amo o Jean, vou lutar por ele até onde eu puder.
Ela suspirou.
- É, para ele fazer igual o Rafael? Ou pior ainda, deve estar te colocando mil chifres e você não sabe.
Olhei brava para ela.
- Mãe, para por favor. Você é a minha mãe e eu te respeito e muito, mas eu já tenho 18 anos e a vida é minha - Falei firme.
- Eu não vou fazer é mais nada - Levantou as mãos em rendição - Só vim aqui avisar que vou viajar, e pedir autorização para levar Bruno comigo.
Fiquei rígida.
- Ah mãe... Eu não sei - Falei incerta.
Bruno nunca havia se separado muito tempo de mim, e ainda tinha Rafael e Jean, não sabia bem como iriam reagir. Rafael eu sabia que aceitaria, agora Jean...
- Oras, eu sou a vó dele! Eu falo com Rafael, não tem problema - Falou.
- Isso, preciso falar com Rafael, e com Jean
- E por que com o Jean? Ele não é pai do Bruno. Ainda por cima tem isso?
Explodi, coloquei Bruno no sofá e levantei.
- Olha mãe, eu e Jean estamos juntos e você tem que aceitar isso. O Jean acompanhou toda a minha gravidez, ele e Bruno tem uma ligação, você querendo ou não, e se nem o Rafael, que é pai de Bruno, se impõe sobre isso, a senhora vai se impor?! O Jean é como um pai para Bruno.
Ela me encarou assustada.
- Olha, Isabela, você não aumenta o tom de voz para mim não! Eu sou sua mãe - Ela falou - E eu só quero o seu bem! Você é tão jovem e bonita, invés de se envolver com um cara do bem, você vai se envolver logo com o Monstro?! Achei que tivesse aprendido a lição com Rafael.
Suspirei, não querendo mais escutar.
- Pra mim chega.
Peguei Bruno nos braços e abri a porta de minha casa, saindo para fora. Era minha mãe, não iria pedir para ela ir embora da minha casa, mas não queria continuar escutando aquilo.
Observei minha mãe sair da casa e retomei à andar de volta para casa. Eu odiava brigar com minha mãe, mas as vezes era preciso.
Não, eu não me orgulhava de ser mulher de traficante. A melhor coisa foi quando soube que Jean havia limpado seu nome com a justiça, era horrível ir dormir sabendo que à qualquer hora a polícia podia baixar por aqui e levá-lo.
- Mamãe, por que você e a vovó brigaram? - Bruno perguntou.
- Nós não brigamos, filho. Só estávamos conversando. Agora vai assistir enquanto eu faço o almoço.
Deixei ele no sofá e fui até a cozinha, onde coloquei o feijão no fogo e retirei a massa da lasanha para fora.
***
Eram duas horas da tarde quando a porta se abriu, e Jean entrou.
- E aí, moleque - Bruno correu para os seus braços.
- Oi tio!
Jean sorriu, colocando ele no chão. Era muito bom essa conexão que os dois tinham, mesmo não sendo o pai, Jean não precisou de muito esforço para ganhar a confiança de Bruno. Faziam menos de duas semanas que Bruno havia começado a chamar Jean de tio. Eu queria muito que Bruno fosse mesmo filho de Jean, porém nem sempre temos o que queremos, e graças a Deus Rafael é um bom pai para ele.
- Oi amor - Jean segurou em minha cintura e beijou meus lábios - O Bruno tá todo arrumado por que?
- O Rafa vai vir buscar ele para ir na pizzaria - Falei.
- Ah - Ele mexeu nos cabelos - Ele não vai jantar com a gente?
- Não, amor. Hoje não - Falei.
Escutei batidas na porta e soube que era Rafael.
Fui até Bruno e ajeitei a sua bermuda, mexendo em seus cabelos.
- Seu pai chegou, filho - Falei.
Jean abriu a porta e Rafael entrou.
- E aí - Ele cumprimentou Jean e se aproximou de nós - Oi, Isa.
- Oi pai! - Rafael se aproximou e pegou Bruno no colo.
- Vamo? Sua tia tá te esperando no carro.
- Tchau mãe - Bruno me abraçou e correu para Jean - Tchau tio! Quando eu chegar você vai tá aqui?
- Claro, moleque - Jean bagunçou seus cabelos e sorriu.
Observei eles partindo e fechei a porta.
- Bom... Vamos comer?
***
Estávamos deitados na cama, eram 22h da noite e Bruno já havia chegado e estava dormindo. Jean estava com o peito nú, enquanto eu estava deitada em si, fazendo carinho em seu cabelo.
- Você está quieto hoje - Comentei.
Ele suspirou.
- Muitos inimigos surgindo.
- Como assim? - Levantei de seu peito, apoiando minha cabeça em meus braços.
Eu me preocupava muito sobre isso, principalmente por Bruno.
- Dois gerentes estavam roubando a boca - Falou.
- E aí?
- Os dois estão mortos. Interroguei um, e descobri que ele estava tentando se aliar com o morro do alemão.
Sua voz estava distante, ele parecia pensativo demais.
Beijei o seu rosto e fiz carinho em seu cabelo, sentia que aquela era a melhor forma de consolá-lo e lhe transmitir conforto no momento.
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