Capitulo 17
- Amor? - A voz de Isabela me fez despertar, sacudi a cabeça, desorientado.
Peguei o radinho, minhas mãos tremiam. Merda!
- Rafael e Mano J, brotem aqui na esquina da boca.
Desliguei o mesmo, enquanto Jerson e P3 pareciam me analisar. Fechei a cara, não poderia demonstrar o quanto estava atordoado.
- Chamou? - Rafael desceu da garupa da moto, enquanto Mano J estacionava a mesma.
- Rafael, quero que tu leve a Isabela pra casa, e fica lá com ela e com o Bruno até segunda ordem, pode pá? - Ele assentiu, confuso, me voltei para Isabela.
- Amor? Quem é esse cara?
Ela percebeu minha tensão.
- Meu pai - Sussurrei bem baixo em seu ouvido, ela tremeu - Preciso resolver essa parada, preciso que tu fique em casa, beleza?
- Amor... - Ela hesitou - Tudo bem, promete que vai se cuidar?
- Sempre - Pisquei e beijei os seus lábios.
Peguei o radinho e busquei os contatos, em busca de alguns vapores de confiança.
- Valeu ai, Jerson e P3 - Troquei toques com eles e peguei o radinho.
- Bigodinho e Mortadela, quero a casa 13 preparada daquele jeitinho, sacou?
- Opa, pra já chefe - Bigodinho respondeu.
- Tô chegando - Mortadela respondeu.
Desliguei o radinho após passar as ordens e encarei Rafael e Isabela adentrando à casa da mãe da mesma. Não poderia ficar com ciúmes agora, no momento os únicos em quem eu confiava eram ele e Mano J. Afinal, se Rafael quisesse, ele poderia ter tentado chances com Isabela quando eu sumi, ao invés disto, ele arrumou uma mulher.
Após dar uma coronhada em meu pai, coloquei o mesmo em cima da moto de Mano J, que parecia estático, assim como eu, não imaginava rever o irmão... Muito menos eu.
*****
- Acorda, filho da puta! - Joguei álcool no mesmo, que acordou prontamente.
Estávamos dentro da casa 13, apenas eu e Mano J, deixei os outros do lado de fora, eram de confiança o suficiente para me dizerem se havia carro de polícia se aproximando.
- Como tu tá vivo, filho da puta?! - Exclamei alto.
Ele gargalhou, aquela risada me causou sentimentos ruins o bastante, me fazendo esmurrar a sua cara.
- Tá bonito, cresceu tanto, se tornou igual a mim, temido por todos - Sorriu banguelo.
- De uma coisa eu tenho certeza - Mano J se aproximou - Igual tu, meu sobrinho não vai ficar não.
- Sobrinho?! - Meu pai gargalhou, Mano J ficou tenso - Você não contou para ele, não foi?
- Cala a boca - Mano J rosnou, segurei-o.
- Conta pra ele, que tu se apaixonou por minha mulher, irmãozinho! Espera ai... Você não falou para ele que ele é teu pai? Mas não teve coragem de assumir por que era novo demais!
Não pude acreditar....
Mano J era meu pai?!
Não pensei duas vezes ao atirar contra o peito do meu falso pai, e sair dali.
Isabela Narrando
Merda!
Meu peito doía enquanto imaginava Jean. Ele havia matado o pai! Mano J havia me falado isso!
Deixei Rafael na sala com Bruno e fiz um pote cheio de brigadeiro, guardei na geladeira e fiz pipoca, colocando na mesa.
A porta se abriu bruscamente, corri para a sala à ponto de ver Jean subindo as escadas rapidamente, encarei Rafael.
- Melhor tu conversar com ele - Falou - Bruno dormiu, vou colocar ele no quarto e já vou.
Assenti e coloquei em uma bandeja o brigadeiro, a pipoca, refrigerante e algumas besteiras, subindo as escadas à seguir.
Encontrei Jean sentado na cama, de cabeça baixa.
Pousei as coisas na mesinha ao lado da cama e abracei Jean por trás - Como você está?
Ele não respondeu.
Levantei a sua cabeça, contra a sua vontade, enxergando os seus olhos marejados.
- Vai ficar tudo bem, eu estou aqui, amo você - Sussurrei, abraçando-o.
- Mano J é meu pai... - Ele sussurrou tão baixo, que achei ter escutado errado.
- Oi?!
- Mano J é meu pai - Ele falou, agora encarando os meus olhos.
Puta merda.
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