Jean narrando

Queimava lentamente o seu corpo, seria fácil demais jogar o álcool e colocar fogo, tinha que ser feito de maneira caprichada.

Joguei um pouco de álcool em suas pernas e acendi o isqueiro, vendo sua pele carbonizar, estava ficando entediado.

Escutei o rádio tocar e fiquei puto.

- Joga o corpo fora.

Atendi.

- Solta a voz, filho da puta.

- Oh chefia? Cola aqui na esquina, tenho um presentinho pra tu - Escutei a voz de Jerson, me causando certa curiosidade.

Guardei o radio e encarei Rafael, que estava ali por perto.

- Termina essa porra pra mim, tenho que resolver um bagulho.

- Beleza.

Andei rapidamente até o início da esquina, sendo observado por algumas pessoas.

Encontrei Jerson e P3 apontando à arma para um cara, que estava deitado no chão. Atrás de Jerson havia alguém, parecia ser uma menina, mas era tão pequena que não consegui identificar. Observei a mesma espiar e logo em seguida estava correndo até mim, era Isabela.

Seus cabelos estavam bagunçados, a roupa desgrenhada, a maquiagem borrada.

- Amor - Ela me abraçou forte e começou à chorar em meu peito.

- O que aconteceu? - Perguntei aos moleques enquanto abraçava-a de lado, ela não estava em condições de falar.

- Escutamos uns gritos e, esse porra ai, estava arrastando sua mina pelos cabelos.

Beijei à testa de Isabela e me aproximei do cara, mantendo-a perto de mim.

- Olha pra mim, comédia! - Chutei o rosto do mesmo, fazendo-o me encarar.

- Oi, Jean...

Cheguei à ver vermelho, o ódio tomou conta de meu corpo enquanto observava aquele rosto deformado, a boca sangrando enquanto sorria de um jeito doente.

Não acredito que ele estava vivo.