Capitulo 12
2 anos depois
Monstro narrando
A vida não é fácil, quando você pensa que tudo está bem, tudo desmorona.
Sempre fui um cara frio, e ainda sou, mato sem dó, porém agora tenho uma fraqueza, e espero que poucos descubram sobre Isabela.
Faziam exatamente dois anos desde que fui embora, sem dar satisfações, dois anos nos quais lutei para limpar o meu nome. Comprei a minha liberdade, fui incentivado à permanecer um ano sem chamar atenção, e com isto esqueceram de mim, comprei para manter minha ficha limpa e agora irei voltar para onde nunca deveria ter saído. Foi tolice da minha parte pensar que viveria bem no bairro sem que me descobrissem. Quando a polícia baixou, eu já sabia que precisava dar um jeito, e foi quando fugi.
Já dentro do carro, estava ansioso, ansioso para rever Isabela e Bruno, as pessoas mais importantes para mim, e meu tio.
Aproveitei a chance de telefonar para ele.
- Quem é?
- Quem tu acha?
- E ai, monstro... Onde tu tá, cara?! Meses sem me telefonar nessa porra, vai tomar no teu cú! Cadê você? Se sumir de novo te caço no inferno, filho da puta.
Sempre tão preocupado.
- Tô aqui na boca, parça. Estresse da porra... Mas adivinha ai quem tá na liberdade?! Tô livre, porra!
Assim que saí do carro, diversos olhares foram postos em mim, inclusive de um casal, que parecia estar brigando...
- Je... Monstro?! - Escutei aquela vez.
Escutar aquela voz novamente, fez tudo dentro de mim acender. Encarei Rafael, e minha expressão se fechou.
Pelo que soube, Rafael estava com uma mina, e ao ver aquela cena, só confirmou as minhas suspeitas, eles estavam juntos novamente.
- Quem é ele, mamãe? - Escutei uma voz baixa.
Isabela havia mudado pra caramba, agora deveria estar com os seus 18 anos. Seus peitos estavam maiores, ela havia ganhado mais corpo, até os seus cabelos cresceram, mas a feição de menina continuava a mesma.
Encarei o menino ao lado dela, era Bruno. Ele estava grande, os cabelos quase loiros caíam aos seus olhos, ele havia crescido tanto.
- Caralho! Ele tá enorme! - Foi o que saiu da minha boca.
- E ai - Rafael se levantou, aproximando-se - Filho, esse aqui é o...
- Oi, moleque - Baguncei os seus cabelos, me agachando em seu lado - Sou Jean.
Todos se calaram ao escutar o meu nome, ninguém nunca soube. Encarei Isabela, que tinha os olhos lacrimejados, um belo sorriso no rosto.
Contive à vontade de me aproximar da mesma, ela já não era mais minha.
Encarei Rafael, mas logo me voltei para o pequeno.
- Quer sorvete?
Ele abriu um sorriso.
- Quero! - Encarou Isabela - Posso tomar sorvete, mamãe?
Ela me encarou.
- Vou abrir uma excessão, só hoje.
Ele sorriu e me encarou, timidamente.
- Vamos lá.
Peguei na mão de Bruno e saímos daquele lugar. Como alguém deixa o filho se aproximar dali?
- Ei! - Isabela nos alcançou - Você voltou quando?
Ignorei.
- Quer de que sabor?
- Ei - Ela segurou o meu braço e olhou para algo atrás de mim, ou melhor, alguém - Fabí? Você pode levar o Bruno para comprar sorvete pra mim, por favor?
- Claro - Escutei uma voz feminina atrás de mim, mas nem virei - Vem, querido!
Bruno saiu correndo.
- Eu queria levar o moleque, caralho - Resmunguei.
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