Já era tarde, as ruas estavam escuras, não havia quase ninguém na rua, pois todos assistiam ao famoso Monstro.

- Você não deve andar sozinha pelas ruas há essas horas - Sua voz fez todo o frio que eu sentia evaporar, e um nervosismo tomar conta de mim.

Me virei para encará-lo. Monstro estava montado em uma moto preta, vestia apenas uma calça jeans, deixando à mostra o seu peitoral.

- Quer carona? - Continuou, ao ver que não respondi-o.

O que fiz a seguir, foi inconsequente, eu simplesmente aceitei subir em sua moto. Mas só por que estava escuro, e frio.

- Obrigada - Agradeci, quando o mesmo me ajudou à subir.

- Segura em mim - Falou, pegando em minhas mãos e colocando em sua cintura, percebi que o mesmo ficou tenso.

Fiquei em pânico, ao lembrar que o mesmo dirigia à 100/h.

Agarrei a sua cintura, temendo cair. O mesmo ligou a moto e acelerou, dirigindo em uma velocidade mínima, minha cara de surpresa foi a melhor.

Não resolvi dizer nada, o seu olhar me encontrou pelo retrovisor.

- Quer que eu diminua mais? Ou assim tá bom pra você?

Sorri, sentindo o meu coração derreter.

- Assim tá ótimo, obrigado - Falei,  envergonhada.

Em menos de 5 minutos chegamos em minha casa, não fiquei surpresa ao saber que ele já sabia o meu endereço, provavelmente já sabia tudo da minha vida.

- Obrigado pela carona - Agradeci.

Ele desceu da moto e se escorou nela, me encarando.

- Você tem romance com alguém? - Perguntou.

Evitei o sorriso.

- Não, sou apenas eu e meu filho - Falei - Bom... Eu estou indo, boa noite.

Foi apenas eu virar as costas, para ele me prensar na moto e me beijar, pude perceber o cuidado com a minha barriga, ao colar os nossos corpos.

O beijo era intenso, após quase 2 meses sem beijar ninguém, pude dizer que aquele era um beijo intenso.

Uma de suas mãos agarrava o meu couro cabeludo, enquanto a outra estava em minha cintura, ele sabia exatamente como me beijar.

Deixei um suspiro profundo escapar, conforme ele descia os beijos para o meu pescoço e ombros, sua pele fria em contato com a minha blusa.

- Boa noite - Ele falou, um sorriso safado no rosto, conforme me soltava.

Seu olhar era profundo, ele esperou eu me acalmar para então me soltar. Minha boca estava entreaberta, conforme o meu peito subia e descia.

Mordi o lábio e sorri, me afastando levemente, sem querer ir, sua mão escorregou para a minha barriga, onde ele acariciou.

***

Revirava na cama, sem conseguir dormir, pensava no Monstro, e só no Monstro. Mudei de lado, mas mesmo assim o sono não veio.

Bufei alto e peguei o celular, era uma mensagem de Rafael e de um número desconhecido.

Rafael: Amanhã cedo um menor vai trazer as tuas compras.

Rafael: Tá tudo bem?

Me sentei na cama, e respondi-o.

- Ok, obgd. O bebê está bem.

Abri a outra mensagem, sem paciência, deve ser mais uma mensagem anônima com foto de Rafael com outra. A verdade era que Rafael nem estava mais em minha mente.

XXX: Você não sai da minha mente, puta que pariu.

XXX: Quando vem o replay? 😏

Como o Monstro conseguiu o meu número?

- Quem te deu o meu número? 😶

Apenas foi o tempo de salvar o seu número, para sua resposta vir.

Monstro: Isso não interessa agr, princesa.

Monstro: Acordada ainda?

Sorri, não iria falar à ele que também estava pensando nele, não queria mais me envolver com traficante. Se nem Rafael, que ficou comigo desde o começo da minha adolescência me respeitou, ficou só comigo, imagina então um traficante temido por todos? Eu seria apenas mais uma diversão.

- Sim, mas já vou dormir.

- Você deveria fazer o mesmo.

Sua resposta veio rápida.

Monstro: Traficante não dorme.

Ok.

Não respondi, apenas fechei os olhos e dormi.