Capítulo 01
02 Meses Depois
Muita coisa havia mudado nestes dois meses que se passaram. Eu estava morando em uma casa grande, de 4 cômodos, e nada me faltava, graças a Deus. Rafael havia comprado esta casa para mim e bancava as contas do mês. Eu não queria, mas eu não tinha condições, claro que fazia os meus bicos e faxinas, mas apenas dava para comprar as coisinhas para o bebê e fazer umas compras.
Sobre minha mãe, sempre que ela podia, vinha me visitar, ela também só vivia trabalhando e me ajudava no que podia. Ela por outro lado, estava aliviada por saber que eu não queria mais saber de Rafael.
Bom, sobre Rafael, ele parece não ter se afetado com o nosso término, claro que nas primeiras semanas ele ficou atrás de mim e ainda houve alguns deslizes meus, ao qual acabamos dormindo juntos, mas eu sequer pensava em nossa volta. Para mim, traição não tinha perdão.
Sobre a minha gravidez, continuava na mesma. Estava preocupada, com quase três meses e minha barriga não estava muito crescida, mas pelo que a minha médica falou, era normal. E bom, o meu bebê estava saudável, e todo mês eu precisava tomar diversas vitaminas pois o meu corpo ainda não estava adaptado para aguentar uma criança. Nestes últimos meses sofri muito também com o olhar de julgamento das pessoas, porém conseguia ignorar isto com facilidade.
Terminei de limpar à casa já eram quase onze e meia, havia feito uma faxina caprichada na casa.
Olhei para as panelas guardadas e fiz careta, não estava com vontade alguma de comer a minha comida.
Meu celular começou à tocar.
Isa: Alô? - Atendi.
Mãe: Isa, onde você tá?
Usa: Em casa mãe, por quê?
Mãe: Vem almoçar aqui.
Sorri.
Isa: Tô indo.
Vesti um shorts jeans e uma blusinha de alcinhas, amava exibir a minha barriga de gravidinha, era ótimo a sensação de ter uma vida crescendo dentro de mim.
Deixei os meus cabelos soltos e tranquei o portão de casa, caminhando em direção à casa de minha mãe, distantes meia hora.
De repente o cheiro do hot dog da senhora Marta preencheu as minhas narinas, senti um desejo imenso tomar conta de mim, e quando vi, estava parada no meio da rua, encarando aquela barraca.
Eu não tinha dinheiro.
- Perigoso deixar uma grávida com desejo - Uma presença tapou a minha vista da barraca, voltei ao foco.
- Ah - Fiquei sem graça, ao ver ele com um hot dog nas mãos, me oferecendo - Não, obrigado!
- De verdade, não quero ver crianças com cara de hot dog pelo mundo.
Nós dois rimos.
Levantei a cabeça, para encará-lo. Cerca de um metro e oitenta, pele bronzeada e cabelos negros, uma bela boca avermelhada e lábios grossos, com olhos castanhos. Ele era um musculoso natural, não exagerado, fiquei intimidada com o seu olhar.
- E ai, monstro! - Percebi Mano J se aproximando, ele e o tal moreno trocaram apertos de mãos e o olhar do mesmo me alcançou - E ai loirinha.
Sorri, há cerca de dois meses, Mano J começou a me chamar assim.
- Pô, tô com uma larica da porra - Falou, encarando o meu hot dog.
- Não mexe com a comida da loirinha não - O moreno falou, encarando Mano J com uma carranca.
- Se conhecem? - Mano J alternou o olhar para nós dois, pude ver certa curiosidade e intriga,
- Acabamos de nos conhecer, ele me pagou o... - Levantei o hot dog para ele, louca para devorar aquele lanche.
Dei uma mordida no hot dog, sentindo a sensação ruim dentro de mim desaparecer.
- Hum - Mano J pareceu desconfortável - Tá indo para onde?
- Por ai, por quê? - Entrei na defensiva, eu era vigiada agora?
- Tá intimidando a mina, por que tio? E ai, eu te levo se quiser.
Encarei o mesmo, qualquer homem iria ficar longe de mim, pelo simples fato de eu estar grávida.
- Tô caindo fora - Mano J falou - Fé ai.
Me voltei para o moreno.
- Quem é você?
- Você é muito desconfiada, cara - Ele falou sorrindo - Sou conhecido como monstro, e tu loirinha?
Encarei o bar do outro lado, onde estava alguns caras familiares, e Rafael.
- Isabela - Pausei - Eu preciso ir, tchau ai.
Apressei o passo, sentindo o seu olhar em mim.
****
- Oi meu amor! - Minha mãe beijou a minha face, assim que adentrei a casa, ela parecia um tanto surpresa - Acabei de fazer um bolo!
Adentrei a casa, sentindo o cheiro familiar de lavanda, e me sentei no sofá.
- Como você está, mãe? - Perguntei.
- Ah filha, estou bem - Falou - E você? Tem ido no médico?
- Sim - Assenti.
De repente escutei uma gritaria e olhei pela janela, eram dois caras brigando.
Senti minha mãe ficar ao meu lado na janela. A briga estava feia, observei Mano J se aproximando, juntamente com o moreno conhecido como Monstro. Prestei mais atenção.
- Que porra é essa aqui?! - Monstro perguntou com uma voz rude, observei ele sacar uma arma da cintura e puxar um dos caras para trás, enfiando o cano da arma em seu pescoço.
- Meu Deus... - Minha mãe sussurrou, aterrorizada.
- Fala, porra! Perdeu a voz?! - Ele soltou o cara, dando um murro no outro.
- Filha, não faz bem pra você ver isso! - Minha mãe falou, saindo da janela.
Continuei olhando.
- Vocês acham que isso é palhaçada, porra?! Aparece no 521 que eu faço uns shows dahora por lá, tá ligado? - Os caras estavam tremendo!
- Pô Monstro, foi mal! Ele estuprou a minha mulher! Esse jack desgraçado!
O silêncio reinou no lugar, enquanto o outro cara perdia a cor lentamente. Monstro enfiou o boné na cara e fez um sinal para dois caras, que juntos levaram o estuprador dali.
O seu rosto virou e os nossos olhares se encontraram.
Obs (Jack: estruprador)
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