
Capítulo 04
Capítulo lançado depois dos pedidos carinhosos (ameças) da querida tetecastarry, espero que gostem!
♪⋆Você é minha alma gêmea. Por toda a eternidade, continue ficando aqui — Friends
A sensação de abraçar alguém depois de muitos anos é indescritível, poder sentir o calor de um corpo vivo, mesmo sendo em um momento triste como esse. Mas infelizmente não durou muito, assim que o garoto deu sinais de que se afastaria, minhas mãos voltaram a atravessar seu corpo.
— Hyung, meu pai morreu, você consegue falar com ele? Eu não o vejo. Cuide dele pra mim eu não quero que ele se sinta sozinho. – Sua voz se tornou mais trêmula na última frase.
— Claro. – Em um tom carinhoso eu confirmei. Sendo alguém que também perdeu os pais muito novo eu entendia sua dor.
Mesmo já tendo a certeza de que o pai dele já tenha encontrado a paz e subido, eu confirmei, pra que de algum modo o conforte. O que pareceu funcionar já que ele já não chorava mais.
— Então você sempre pôde me ver garoto? – Em um falso tom de indignação e divertido eu perguntei.
— Sim, sempre o vi, e o meu nome é Jeon Jungkook mas meus amigos me chamam de Jungkook ou Kook. – Envergonhado ele confirmou. Seu nome de algum modo combinava com ele, sorri.
— Então porque fingia que não me via? – Curioso me sentei ao seu lado.
— No passado conheci outros espíritos como você hyung, no começo achei que eram humanos normais e sempre conversava com eles, porém ninguém nunca os via e sempre achavam que eu estava louco, então contei ao meu pai, ele me disse que também não via ninguém e que não era pra eu falar com estranhos. Dês de então eu finjo que não vejo e ouço ninguém, me desculpa. – Ele me encarou com aqueles grandes e brilhantes olhos. O escutando, consegui entender melhor o seu lado, acho que no seu lugar eu faria o mesmo ou morreria de medo.
— Está tudo bem, eu te entendo. Mas você não vai me ignorar agora né? – Ele negou com a cabeça dando um belo sorriso.
Depois continuamos a conversar sobre os nossos gostos só pude perceber o quão parecido somos, ficamos um longo tempo conversando como eu não fazia a anos.
Por um momento me senti vivo como nunca antes. Me senti ainda mais feliz por saber que ele não estava mais triste, porém sua expressão logo mudou, quando olhou para a entrada do templo.
— Hyung, minha mãe chegou, eu tenho que ir. – A mãe dele estava na entrada do tempo olhando envolta o procurando.
— Sua mãe não sabe que você veio me ver né? – Suspirei, ele sorriu negando com a cabeça. Já pronto para ir, me senti triste e o medo me consumiu.
— Você vai voltar né? Você vai vim me ver? – Perguntei com a voz incerta, o encarando com uma certa expectativa. Apesar de saber que ele não tem nenhuma obrigação comigo.
Com um grande sorriso ele se virou vindo até mim, esticou o seu braço me oferecendo seu dedo mindinho. — Sim, eu prometo hyung. – Sorri até que meus olhos se fechassem, estendi meu mindinho e enlacei no seu pequeno dedo, na esperança de que se firmasse, porém acabou atravessando oque nos fez gargalhar.
Ele se pôs a ir com sua mãe, o observei entrar no carro, ele balançou sua mão para mim em sinal de despedida enquanto o carro sumia das minhas vistas.
Não conseguia descrever a emoção que sentia no momento, depois de anos consegui conversar com alguém e abraça-lo. Eu não estava errado em manter minhas esperanças.
[...]
— Uau, não sabia que fantasmas também sofriam de insolação, você definitivamente não pode dormir mais ao sol. – Esse foi o comentário do Jin depois de contar todo o acontecido para ele e a Weixin.
— Eu estou falando sério Jin, isso realmente aconteceu, eu não estava sonhando. – Já indignado, por ele não me escutar me sentei, estávamos sentados no banco da recepção ao lado de pequenos passarinhos que moravam em uma gaiola.
— Ei! Se acalme, a gente acredita em você, é só que ficamos um pouco chocados de saber que alguém possa te ver e nos ver. – Weixin sorriu fazendo um pequeno carinho em minhas costas.
— Verdade, ficamos felizes de você poder conversar com alguém além da gente. Nós sabemos como você se sentia solitário, mesmo sendo um fantasma. – Jin me abraçou pelos ombros. E eu sorri por ter ótimos amigos, mesmo após a morte.
— Ah Jin! Já consigo ver a gente sendo abandonado e trocado, oh! Grande solidão. – Dramática como sempre Weixin disse me fazendo rir.
— Meu Deus! Sim! Já consigo ver a escuridão e o frio da solidão, se meu coração ainda batesse ele estaria dilacerado. – Jin entrou no drama se agarrando a Weixin que limpava lágrimas falsas.
— Aí como são dramáticos, já pensaram em fazer teatro? – Dei um breve abraço nos dois.
— Eu não esquecerei vocês nunca. Com esse drama vocês fariam um ótimo casal. – Na mesmo momento Weixin empurrou Jin para longe fazendo barulhos de ânsia.
— Você ficou maluco! Eu sou lindo de mais pra essa nanica. – Indignado Jin limpava a roupa depois de se levantar. Weixin o olhava com os olhos em chamas, pronto pra voar em sua direção.
Não contive a risada ao ver seus estados. E me virei para ir ao pequeno monte perto do templo, já na metade do caminho parei pronto para me despedir deles mas antes que me virasse por completo vi um vulto voando, Weixin pulou em cima do Jin fazendo com que caíssem e discutissem. Balancei a cabeça em negação, desistindo de me despedir, indo embora escutando os gritos do Jin “— No meu rosto não nanica.” e Weixin o xingando em chinês.
Em vida não tive muitos amigos por conta da minha doença, sempre fui muito cauteloso e por conta disso eram poucos os amigos que consegui. Após minha morte consegui encontrar outros fantasmas, de até diferentes lugares, porém estavam perdidos demais em querer encontrar a paz.
Até que encontrei Jin e Weixin os dois doidinhos que alegravam os meus dias me fazendo esquecer um pouco da solidão. Nunca pensei que só encontraria verdadeiros amigos depois de morto.
Acho que nem todos os fantasmas experimentam coisas ruins.
E agora tem o Jungkook, embora eu seja um fantasma e tenha algumas limitações consegui o conhecer e me tornar seu amigo. Me sinto realizado e carregado de esperanças.
Olhando o sol se pondo uma grande felicidade me inundou, enquanto alguns poucos fechos de luz me alcançavam, fechei os olhos com a esperança e promessa de ver Jungkook novamente, e adormeci.
O próximo ano chegou, mas Jungkook não.
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