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|Capítulo 38|

Leah Pfeifer

- Rustan - eu não encontro a minha voz, com isso, ela sai em um sussurro surpreso pelo o que ele havia acabado de fazer comigo em público. Era para eu corar ou reclamar do que fez, contudo, eu não estava preocupada com os olhares sobre nós, os comentários grosseiros. Não. Naquele instante, eu só enxergava Rustan e a infinitas possibilidades de trilharmos juntos. Eu desço a minha mão par ao seu peito, separando um pouco o nosso contato para respirar, porque aquele homem roubou todo o meu fôlego com o beijo apaixonante minutos atrás.

Não precisávamos de palavras para conversar, pois tudo o que eu desejava ouvir estava estampado em seu olhar, refletindo diretamente o que continha em seu coração a mim. Ali, eu enxergava quem era Rustan e amava aquela visão.

- Sim, Leah, querida? - ele me desperta de meus pensamentos paradisíacos e eu pisco, olhando-o e tentando relembrar o que eu queria dizê-lo, mas não recordava e talvez nem fosse o momento para fazê-lo.

- O senhor me faz perder as palavras... Como isso é possível? - eu digo olhando para dentro de seus olhos e me perco ainda mais, admirando a sua beleza. Ele parecia fazer o mesmo comigo, pois suas pupilas dilatavam enquanto ele me olhava com admiração. Eu engulo em seco e pergunto: - No que o senhor pensa? Poderia compartilhar comigo?

Ele passa a mão gentilmente pela minha face, me acariciando tão íntimo e em nosso segredo, que eu não consigo me conter e me aconchego em seus toques, desejando aprofundar tudo aquilo. Pisco lentamente e o olho recuperar brevemente o fôlego perdido, seu peito descer devagar e me dizem tudo o que eu buscava no seu olhar.

- A senhorita é tão linda, meu pai e irmãos encrenqueiros amariam te conhecer - a mão dele permanece sobre a minha face, esquentando o meu rosto, que já queimava pela vergonha acentuada em mim.

- E a sua mãe? - questiono pela falta de menção dela em seu comentário, mas pela tristeza que surgiu rapidamente em sua face, eu sinto que fiz a pergunta certa na hora errada, eu não deveria ter mencionado aquilo em tal hora! - Rustan, me perdoe, eu... - começo a dizer bruscamente, querendo recuperar o clima perdido, mas ele não parecia totalmente preocupado com sua mágoa em seu peito, somente ergue a mão em minha direção, como se pedisse para eu parar de falar para me esclarecer as coisas. E é o que eu faço.

- Eu não conheci a minha mãe, poucos meses depois de eu nascer, ela faleceu... Fui criado pelo meu pai e cercado de irmãos e uma irmã. Eles preencheram a falta dela, mas certamente que nada substitui uma mãe. Infelizmente eu não sei o que é ter essa figura materna, porém, o que eu experimentei com a minha família, parentes, foram as melhoras experiências de minha vida. Nunca trocaria elas.

Foi a minha vez de dedilhar os meus dedos sobre a face dele, contornando todos os seus traços da sua bochecha um pouco rígida pela tensão de seu maxilar ao contar de sua infância, mas nada que não se acalmaria com um pouco de leveza. Rustan retira a minha mão de sua bochecha e a puxa para os seus lábios, em um beijo suave e terno, na qual provoca arrepios em minha pele e disparadas de meu coração. Sem perceber, lá estava um dos meus sorrisos tímido que ele amava muito receber.

- Eu sinto muito, Rustan, deve ter sido difícil em certos momentos, que seria a responsabilidade de sua mãe o aconselhar, mas não tê-la por perto... - tento me imaginar sem a minha mãe, contudo, eu não consigo, pois ela estava em tudo e em todas as áreas de minha vida. No entanto, hoje não estava eu sem ela presente?

- Sim, porém, nem tanto... Como eu lhe disse, como eu não cresci com a presença dela, eu não sei qual é a sensação de tê-la. Eu penso e fantasio momentos, mas... Nada que será algum dia tangível e penetrará em minha alma com a sua realização - Rustan passa a sua mão pelos meus cabelos perto da orelha, segurando o meu rosto com segundas intenções, porém, as ações não chegam ao coração e ele não o faz. Sentia da parte dele uma vontade de me puxar para um abraço de conforto, todavia, como eu mesma havia dito: tinha muitos olhos atentos nos observando naquele instante. - Mas está tudo bem, Leah, eu já superei isso...

As palavras dele não me pareciam falsas, contudo, carregavam dor e saudade de algo que ele nunca pode ter, eu temo por ele, pois não vivenciou tudo o que a vida nos oferece. Ela foi infeliz de sua parte em retirar da vida de Rustan a mãe dele, uma guia em seu futuro; e eu sabia perfeitamente que não poderia preencher esse espaço que é dela, um lugar de direito de possível, mas eu faria tudo o que estava ao meu alcance em fazê-lo se sentir completo e satisfeito com tudo o que conquistou na vida.

- Oh, Rustan - eu o abraço sem pedir sua permissão ou discutir se poderia efetuar aquele movimento perigoso naquele lugar, não penso, apenas ajo. E faço o certo. Porque ele precisava daquilo, por mais que não poderíamos estar daquela forma naquele instante. - O senhor não é obrigado em ser constantemente forte, até os soldados mais fortes tem os seus dias de derrota, e está tudo bem. Não significa que perdeu, somente rever o plano de ataque e fazer diferente e melhor do que anteriormente.

Finalmente ele cede aos seus sentimentos e me aperta com seus braços musculosos o meu corpo frágil, fundindo a lembrança de uma mãe que nunca teve, com o amor que a entregaria se pudesse. Sinto a respiração dele pesar e se tornar mais profunda, porém, tudo aquilo dura poucos segundos, pois ele logo se recupera e se transforma no homem que eu conhecia: mais sério e introspectivo, não permitindo que os outros leiam a sua alma.

- Obrigado, Leah, eu estava necessitando de uma abraço - sorriso agradecendo e a nossa atmosfera tranquila e harmoniosa começa a se transformar com os barulhos dos outros, ou talvez nem chegamos a prestar atenção neles por estarmos muito focamos em apenas nós.

Escuto canções, acordeom, gritos de felicidade, festa, música, dança, então eu me viro para observar tudo aquilo que estava diante de meus olhos: os soldados russos comemoravam as boas novidades que receberam minutos atrás, aproveitando o tempo e festejando como se não houvesse amanhã. Eu olho para Rustan abobada com a cena, pois eu não pensava que veria aquilo tão cedo.

Sem ele conseguir me responder, os amigos dele o puxam pelo braço comentando algo que eu não entendo, que o faz rir igual a que fazia comigo e aproveita a oportunidade de viver uma vez na vida como se tudo o que aconteceu em 6 anos não passasse de um pesadelo. Todos os soldados dançavam as tradicionais coreografias, rindo e cantando músicas que eu não conhecia. Porém, eu não deixo de sorrir com a felicidade deles, pois aquilo significava que Berlim não seria mais atacado e dizimado, a paz voltaria ao mundo e nós teríamos as nossas vidas devolvidas. Eu não terei mais que sobreviver. Eu sou humana, eu vivo!

 Rustan junto dos companheiros começa a se misturar na turma e se envolver com as tradicionais danças de seu país, rindo e gritando claramente feliz por hoje ser o dia da vitória. Meu coração se enchia de felicidade ao pensar nas palavras que o meu soldado me relevou sobre o discurso do radialista, porque, apesar de meus pais não terem conseguido chegar até onde eu estou, eu sou o fruto deles e a herança deles na terra. Eles não sobreviveram, todavia eu viveria por eles e aproveitaria a vida da forma que eles gostariam que eu o fizesse, porque isso indica que eles poderiam não estar presentes fisicamente, mas eu os carregava em meu coração.

Meus pais sempre estiveram comigo. Um lar não é uma casa com pessoas, mas o que carregamos dentro de nós, isso é família. Pessoas imperfeitas que se amam mais do que tudo, que querem estarem juntas todos os dias até o fim chegar. E o que eles não puderam fazer, eu realizaria por eles. Eu sobrevivi aquela guerra por mim, mas viveria e daria cada passo meu carregando eles em todas as minhas ações. Porque eu nunca estive só nesta vida, em todo presente, eu sentia minha mãe me dando forças para continuar aquela guerra, papai me aconselhando e me orientando, meu irmãozinho me apoiando em cada decisão. Eles nunca me deixaram.

Desta vez eu respiro mais forte, puxo verdadeiramente o ar para os meus pulmões e encho-me de vida. Aquela revelação ninguém poderia arrancar de mim, nem mesmo a guerra pode. Começo a sorrir sozinha e derramar lágrimas feliz; feliz por tudo ter acabado e eu ainda inspirar, sentir o sangue bombear as minhas veias e ver o sol saindo de trás das nuvens escuras, nos presenteando com um novo amanhecer, e quando se por, não nos deixar sós, convidar a lua e as estrelas para nos orientarem quando tudo parece escuto e incerto.

Mamãe me chamava de estrelinha brilhante quando eu era pequena, dizia que eu iluminava a casa aonde quer que ia e transbordava o lugar de festa, alegria, paixão. Nunca entendia o que ela queria me afirmar com aquilo, no entanto, hoje, enxergo as coisas com mais clareza e compreendo a sua fala: onde há luz, as trevas não habitam. Somos luzes do mundo. E com essa essência nós iremos transformar o mundo.

- Leah! - mal percebo a aproximação de Rustan, até vê-lo estendendo a mão para mim, convidando-me a participar da alegria de seu povo. Eu não resisto e a seguro, indo com ele para aonde quer que ele fosse. Ele me gira, fazendo-me rir com sua espontaneidade, e me puxa para si, obrigando-me a repuxar a mão em seu peito para não trombar nele. - A senhorita gosta bastante desta posição.

Aquilo não era uma pergunta. Ele afirmava e eu não conseguia responder a tempo para negar, pois logo ele ri de mim e beija gentilmente os meus lábios, depois se afasta com o melhor sorriso do mundo.

- Desta maneira, nós seremos o centro das fofocas em seu quartel - digo observando alguns soldados comentarem sobre nós, porque ficou claro que eu não era nenhuma dama da noite e que o que tínhamos estava longe de ser somente uma amizade ou um passatempo.

- Não vamos nos preocupar com hoje, amanhã teremos muito tempo para pensar nisso. Vamos somente aproveitar o dia - eu anuo e ele me puxa para dançar e me ver como era atrapalhada em dança. Eu queria ser atriz e não dançaria. O bom de tudo isso era que ele também não era um dos melhores, com isso, eu não fui a única que passou vergonha com os movimentos espontâneos e ousados para um pós-guerra.

Estávamos livres e nada mais poderia nos enjaular de novo. Não precisava sentir vergonha do que eu fazia, não tinha mais que me preocupar com o que pensariam de mim, falariam ao meu respeito, pois eu sobrevivi a guerra e não permitiria que essas coisas efêmeras mexessem novamente com o meu interior, afetando o meu psicológico e depreciando a minha alma. Eu sabia quem eu era e tudo o que eu tinha feito para aguentar firme e não daria ouvido as opiniões, que eu sabia que não era para mim.

Sou Leah Pfeifer, filha de Maximilian e Katharine Pfeifer, fui criada com muito amor e carinho, ensinamentos que me ajudaram a me desenvolver como pessoa, contundo, também aprendi a ter garra e perseverança, em não desistir apesar das circunstâncias e dos desafios que apareceram. Posso ter fraquejado no caminho e ter entregado a minha luta para a vida, no entanto, no momento certo e na hora exata, ele surgiu aonde não tinha mais esperança, e fez daquilo que era escuridão e trevas, uma noite estrelada com centenas de luzes piscando e me guiando para bem longe de tudo o que me fazia mal.

Rustan Abromowitz, o homem a quem eu amo, me salvou antes mesmo de se tornar meu. Nunca achei que fosse uma questão de sorte ou destino aquilo trágico acidente me trouxe, o que um dia eu me recordaria que existisse: amor e esperança. E eu nunca mais abriria mão daqueles sentimentos; lutarei até o fim de minha vida para nunca mais esquecer dos sentimentos mais belos que a vida pode nos oferecer. Eu estou disposta a enfrentar tudo e todos para materializar os meus maiores sonhos.

- Está certo, Rustan. Só vivemos uma vez, não tem porque pensar no amanhã, enquanto vivemos o hoje - tomo iniciativa e o beijo de surpresa, sentindo um sorriso formar em seus lábios ao me ver recolhendo as armas e pronta para a verdadeira guerra.

[...]

Rustan Abromowitz

Apesar de Leah estar reunida com os meus amigos, ela não parecia se sentir excluída, ainda mais com uma língua que a limitava a conversação e entendimento. Ela se mostrava bem aberta e disposta a dialogar com eles através de mim, como havia feito com a Kira. Tento esconder o ciúme que percorre pelo meu corpo, pois ela sorria simpaticamente para todos, rindo animada com o assunto: eu.

Eles gozaram de minhas vergonhas passadas e me expunham a ela, pois sabiam que não haveria outra oportunidade como esta, com isso, espalhavam sem medo algum as lembranças que um dia eu desejava esquecer por completo. Isso o que eles faziam manchavam a minha reputação e imagem perante Leah, que outrora me enxergava como um bravo soldado, impiedoso com os inimigos, mas amoroso com os amigos. Minha figura não era mais de um capitão honroso e fiel aos seus companheiros, contudo, um garoto fraco e até certo ponto covarde, que se escondia por trás dos camaradas, somente com o intuito de se livrar dos tiros que eu teria que dar na hora certa.

Esses homens litaram comigo desde o início, no entanto, nos separamos quando eu fui promovido a capitão e tive que liderar o meu pelotão sobre o oriente. Porém, por coincidência, cá estávamos, ainda todos vivos e festejando o final da guerra. Houve momentos em que nós nos reencontrávamos em algum quartel, atualizávamos o que se passou e logo depois mandados para um novo lugar, com novos confrontos e dúvidas sobre a nossa sobrevivência.

Muitos dos meus companheiros do início de guerra não está aqui hoje para contar as brilhantes e vitórias que criamos, mas sempre estarão em minhas memórias. E era isso que eu desejava fazer agora, relembrar de todos os entes queridos que perdemos nos campos de guerra, contudo, eternamente levá-los em nossas mentes e coração, pois muitos deles que não continuaram conosco, nos salvaram, se sacrificaram para que nós pudéssemos hoje reavivar os espíritos guerreiros deles.

- ... e se não fosse só por isso, ele ainda por cima saiu correndo ao ver aqueles vermes na sopa enlatada, que havia aberto e vomitou sem parar - Zorkin comenta olhando a Leah, como se ela entendesse coisa alguma, mas o sorriso dela era tão real, que parecia que ela de fato os compreendesse. Zorkin bate em minhas costas e aponta os olhos de mim a ela, pedindo sem palavras para eu traduzir o que eles conversavam agora pouco. - Vamos, Rustan, não seja acanhado. Pense, qual seria a graça se fosse o soldado perfeito?

- O que ele disse, Rustan? - sem desejar, sinto a vergonha daquela cena queimar em meu peito e esquentar a minha face, obrigando-me a coçar o pescoço e revirar os olhos, tentando não pensar naquilo que eu vivi. Os olhos de Leah brilhavam em minha direção, ela estava ansiosa para saber o que vivia. Eu não queria negar a ela esse desejo, contudo, também não gostaria de ser o motivo de seu riso.

- Falou que depois de eu me deitar para comer a sopa enlatada que eu encontrei, eu apaguei em minha cama e só acordei no dia seguinte, no horário do almoço - invento rápido uma nova versão da história muito menos emocionante do que a verídica; um dia eu contaria a verdade a ela, só que não junto deles, os difamadores de minha reputação impecável. - Todos alegaram que eu havia morrido por envenenamento, pois não aconteceu isso.

A animação dela começou a murchar ao ouvir a minha versão e não demonstrava mais aquela alegria com o evento traumático, na qual eu sofri por dias. Ela pronuncia um "Ah" e morde os lábios formando uma linha fina e coça o braço, tentando disfarçar a frustração ao saber que terminava assim aquela história. Meu coração se aperta ao vê-la meio sem jeito, estava óbvio para mim que ela desejava algo um pouco mais emocionante, mesmo assim, respira fundo e me diz:

- Ainda bem que o senhor está vivo.

Antes mesmo que eu conseguisse respondê-la, Zorkin põe a mão em meu ombro, chamando a minha atenção, eufórico, questionando:

- E o que ela disse? Deve ter sentido nojo de saber o que fez - afirma rindo de mim e os nossos amigos acompanham a risada.

- Ela disse que compreende as minhas ações e não me julga - eu minto cruzando os braços em meu peito, ainda mais enciumado por eles estarem se unindo para me difamar seriamente. - Mas agora chega desta brincadeira, vamos falar de algo mais importante, um assunto que é um pesar e também uma honra: nossos companheiros que lutaram bravamente ao nossos lados e nos salvaram deste inferno de guerra. Eu quero, se me permitirem, fazer um breve discurso relembrando de todos aqueles que perdemos nesses seis anos de guerra, que a bravura e força de espírito deles nunca saíam de nós, porque se estamos aqui, significa que alguém de lá de cima está de olho em nós e chutando as bundas brancas dos alemães para longe.

Peço para todos pegarem uma garrafa de vodka para homenagear e honrar aqueles que partiram para um lugar bem melhor e nos deixaram na terra para fazermos o trabalho duro. Explico as minhas palavras a Leah, o que sucederia a partir de agora, que assente e se afasta um pouco, nos dando privacidade sobre aquele tema delicado, embora muitos alegariam ser fácil de ser dito, todos nós conhecemos a verdade por trás e há uma grande batalha em nosso interior sendo travada a cada instante, nos puxando para desistirmos, porque o que presenciamos lá fora, nos campos, é surreal.

Foram tantos anos de guerra, então, que eles finalmente tenham paz a paz merecida e possam achegar ao paraíso de mãos e corações limpos e não terem mais que lutar e erguer mais uma arma na vida, a não ser a da justiça do Criador.

Cedo ou tarde, tudo o que conhecemos na Terra irá se acabar, tudo pelo que pregamos e almejamos alcançar deixará de existir, com isso, temos que viver plenamente e com sinceridade, porque não adianta nada vivermos uma enganação, e esperar que a nossa vida após a morte receberemos uma coroa de justiça, um galardão dos céus e supor que Deus é cego e mudo, acreditando que Ele não medirá a diferença entre o justo do pecador.

- Camaradas - começo dizendo em alto e bom som, tendo a atenção de todos os meus amigos -, nos últimos anos servimos juntos, atravessamos o inferno lutando contra as tropas Fascistas. Mas sempre estivemos avançando e derrotamos o odioso inimigo. Porém não passamos ilesos, no processo perdemos amigos. Eles que ficaram nos campos de batalha são os verdadeiros heróis. Vamos brindamos aos nossos camaradas que partiram.

- URRAAA! - em uníssono todos comemoram brindando com a vodka e logo tomando a bebida.

Viro-me para Leah, após contar tudo o que havia dito e não lhe pergunto se desejaria participar, pois, apesar de ter presenciado tudo, ela não fazia parte do grupo, não sabia dos horrores que aconteciam lá. Contudo, existia motivos para brindarmos, porque ela também é uma sobrevivente e aguentou firme, sendo apenas uma civil. Eu lhe entrego a bebida e anuncio:

- A senhorita também deve comemorar, é uma guerreira - ela aceita pegando de minha mão a garrafa, mas nossos dedos de encontram, acelerando os compassos pelo toque inesperado. - Pela vida, não?

- Pela vida - ela brinda e degusta do conteúdo, depois de alguns segundo sua expressão se transforma em caretas e me faz rir, porque eu sabia que ela nunca gostaria daquilo tanto quando eu. - Isso é tão ruim! Não acredito que eu aceitei.

- Vocês, alemães, são tão fracos... - comento e ela ri, revirando os olhos e me olha de novo, prendendo-me naquele contato. Eu sabia que deste o início eu não poderia ter tido nada com ela, porém, o meu coração foi teimoso demais para me obedecer... Eu já não me importava com as regras do exército, comentários odiosos e desrespeitosos, eu só desejava a minha paz com ela e nada mais. Todavia, era uma pena que as coisas entre nós nunca seriamos tão fáceis quando imaginamos. - Acho melhor levá-la para casa, Leah, venha, eu te acompanho.

Quando eu me viro para seguir o meu caminho, vejo um rosto familiar no meio da multidão, que outrora não havia reparado até aquele instante. Eu não estava acreditando muito em minha visão, contudo, era difícil esquecer daquela face após ver diariamente: Beike estava com um dos homens, suas expressões não eram das mais felizes, existia uma tristeza e raiva nítida, mas os soldados não se importavam com o que ela pensava a respeito. Ela se ajeita incomodada por estar ali, porém, ela não vai embora, pois esperava pelo pagamento pelos seus feitos como prostituta.

Beike me reconhece, quando ela vasculha com o olhar alguma outra pessoa disposta a aceitar os seus serviços, e ela fica pasma. Eu não faço menção alguma em ir até ela e ela também não. A vida dela não me importava e sinto que é recíproco; ela não me devia respostas por suas ações, porque sabe perfeitamente o que faz; mas eu sinto pena dela não ceder um pouco o seu orgulho alemão e aceitar de bom grado os alimentos que eu levo constantemente. Eu entendo o lado dela, porque se eu estivesse na situação dela, certamente não abaixaria a guarda, sabendo de tudo o que fizeram... É complicado.

Leah começa a vir em minha direção e percebe o meu olhar longe, ela se vira para olhar, mas eu a giro e a faço voltar os seus olhos para longe de Beike, eu não sei o porquê o fiz, mas sentia que Leah não precisaria ver aquilo, já sabendo das prostituições de sua prima. Eu desejava anemizar aquele pesar que ela carregada por causa daquela mulher, pois Leah não merecia nada disso.

Ao mesmo tempo em que eu vejo a Beike de um lado, do outro vinham alguns soldados pessoais de Borodin Dostoievski e eles caminhavam diretamente em minha direção. Prendo a respiração e passo a mão pela face, com o intuito de me acalmar, esfregando os olhos e encontrar paz e calmaria interior, porém, não funciona.

Preciso pensar rápido, pois atos de fofocas no meio do exército é uma coisa, eles terem a comprovação de que eu realmente estou enamorado por uma alemã, isso sim seria uma coisa difícil para argumentar. Chamo pelo meu único amigo, no qual eu confiava a minha vida, caso algo desse errado.

- Alexander, poderia acompanhar a Leah até o apartamento? Estou vendo soldados do comissário e eles não parecem vir de bom grado até mim. Pode me fazer este favor?

Ele desvia o olhar e os vê se aproximando, ele anue rapidamente, mas logo agarra o meu braço, quando eu faço menção de sair de perto dela.

- Mas Rustan, o que eu falo para a moça? Eu não sei alemão... - abro um sorriso de lado, me sentindo abençoado por ser o único que sabia a língua dela.

- Grave essas palavras: "De noite eu voltarei", ela irá entender. Por favor, não erre a mensagem - peço com clemência e dor por tê-la que deixá-la e me despedir daquela forma meio abrupta. Os olhos dela se encontram com os meus e eu sinto o meu coração se partir, quando me olha daquela maneira, perdida e sem entendimento do porque eu estava ficando. - Está tudo bem, fique tranquila - digo sem emitir sons para ela, que anue com a cabeça. Meu desejo era prometer algo mais grandioso e inspirador, porém, devido as circunstâncias, eu não pude pensar em maias nada.

Leah sai ainda olhando para trás, acompanhada de Alexander, que parecia mais tenso e nervoso do que ela. Eu fico com os meus companheiros somente esperando pelos homens virem me buscar. Quando eles chegam, eu não cedo e começo a caminhar para ir de encontro com o homem que mandou aqueles três vermes me matar.

[...] 

Leah Pfeifer

O companheiro de Rustan já havia ido embora, se despedindo com palavras que eu não conhecia, mas sabia que deveria ser um "Tchau", ele também havia passado a mensagem de Rustan, não perfeitamente, mas eu captei a mensagem. Alguma coisa aconteceu para ele ter que se despedir assim de mim às pressas, e eu estava com medo para saber o que poderia ser.

Sabia que toda aquela exposição de hoje não daria certo e que cedo ou tarde alguém comentaria com algum general ou coronel sobre o assunto e logo chamariam Rustan para dar um fim naquilo. Mas também poderia ser outra coisa... Eu não sei, não consigo pensar, meu coração bate fortemente em meu peito e as minhas mãos não param de suar a frio.

Estou com tanto medo pelo Rustan, que eu não encontro calma, não respiro da forma que ele me ensinou a fazer no hospital para impedir dos pesadelos me devorarem viva. Precisava urgentemente de notícias dele, só que eu não as receberia no momento. Eu ando adentrando no prédio, pois até tempos atrás, estava parada na frente dele, andando de um lado para o outro, apreensiva com o meu soldado.

Contudo, logo na entrada eu percebo que havia algo diferente no prédio, eu só não sabia explicar, mas parecia que alguém havia andado por aqui vasculhando por alguma coisa. Poderia ser outros civis em busca de um lar, roupa, alimento, porém, eu pressentia que não seria nada aquilo que eu palpitava.

Busco por uma arma e pego um pedaço de madeira do chão e começo a andar até o meu andar e estava tudo certo, mas então eu escuto um som alto vindo dos andares mais abaixo; alguém estaria no porão? Com as pernas trêmulas e os braços cansados por carregarem a madeira, eu continuo firme até o local. Os sons de coisas caindo e sendo derrubadas não cessão, o que faz o meu coração temer pelo o que estaria ali me aguardando.

E se fosse na verdade algum animal grande e feroz? Ou pior, alguém com aqueles três soldados imundos? Controlo miseravelmente a minha falha tentativa de não chorar, mas as lágrimas de medo começaram a borrar a minha visão, obrigando a enxugar com as palmas sujas.

Eu já estava no pé da escada e só precisaria descer, com isso, tomo fôlego e uma dose de coragem para executá-lo. Desço devagar, pois qualquer coisa eu só precisaria me virar e sair correndo bem a tempo de fugir do que quer que fosse, mas então, eu termino os degraus da escada e solto a madeira de minhas mãos, assustando-o.

Não estava acreditando no que via ali em minha frente. 

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