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|Capítulo 20|

Rustan Abromowitz

Eu não sabia como, de que jeito e a probabilidade daquilo ter dado tão certo quando naquele momento, somente tinha consciência de que Deus havia escutado o meu clamor e lançou fora os meus inimigos, salvando-me da morte mais uma vez.

Repentinamente eu e os meus companheiros ouvimos um pequeno zunido e logo em seguida o som estridente do aço soltarem do Panther pelo impacto, poucos segundos depois, um segundo impacto e nesse foi ainda mais penetrante, mais intenso e resultou em um incêndio no compartimento do motor. A tripulação do tanque começa desesperadamente a sair para terem uma chance de sobreviver ao ataque súbito, contudo, um terceiro impacto acerta em cheio a torre, fazendo com que as munições espocassem sem cessar e altas labaredas saem da escotilha.

Simplesmente inacreditável. Encontrava-me ainda incrédulo com a cena toda, porque ninguém mais sabia o que fazer para conseguirmos sair dali vivo e, se possível, vitoriosos. Gritos, rajadas de emoção carregada de felicidade são dados pelos soldados a minha volta, trazendo-me de volta a consciência do meu redor.

Sentia a vibração percorrer por todos os homens, energizando aqueles que se encontravam cansado e sem esperança. Todos começam a se abraçarem felizes, rir pela vitória surpreendente e nunca antes ocorrida, bradar a plenos pulmões URAAA! Nosso serviço ali chegou, finalmente, ao fim, pois os alemães que vieram ao nosso encontro velozmente começam a fugir de onde saíram, sem olhar para trás. Toda a infantaria some de nossa visão, deixando somente o Panther destruído, ele ainda queimava incansavelmente, espalhando ainda mais fumaça no ar contaminado.

Apresso-me, junto dos meus companheiros a desabrigarmos e iniciar a perseguição aos alemães que fugiram desbaratados, aproveitando todo o cenário com os seus objetos destruídos, relevo e natureza ao nosso favor para impedir a dispersão dos inimigos. Ordeno para que alguns homens ocupassem os prédios da região, com o propósito de nos orientar aonde encontrar os inimigos e abrir fogo com as armas, facilitando grande parte de nosso trabalho árduo.

No entanto, além de eu prosseguir e continuar o meu caminho, junto dos meus companheiros, eu observo o Panther destruído, intrigado quem o atingira daquela maneira. Em minha mente, tinha algumas opções se formando, porém, eu sentia uma necessidade em saber mais sobre aquilo.

Em algum lugar um pouco longe daqui, os sons de disparos e troar de canhões se fundem em meus ouvidos, misturando os barulhos do local, contudo, nem isso conseguiu me fazer desprender os olhos do tanque recém-destruído. Deixo os meus homens seguirem o rumo no qual eu ordenei e aproximo-me devagar no Panther queimando, com toda a fumaça se espalhando no ar e ardendo os meus pulmões pela falta de oxigênio límpido.

Algo, por detrás de toda aquela cortina cinzenta, chama a minha atenção, vindo de uma estrada que cruzava a área. Vejo três tanques "Emtcha"¹ se direcionando em minha posição, deixando-me ainda mais curioso, pois não havia nenhum regimento ou brigada soviética na região equipadas com aqueles tanques.

Com a aproximação, eu noto a característica estrela branca do exército dos EUA, pintada na lateral da torre. Franzo o cenho estudando os tanques dos novos participantes daquele conflito parcialmente encerrado. Quando os três tanques param a certa distância de mim, algo em meu âmago me incomoda, atraindo-me para perto deles. Eu não entendia porque eu deveria ir ao encontro deles, contudo, sem compreender, eu o faço.

Três tripulantes do lado de fora da escotilha notam a minha presença, voltando os olhares para cima de mim, falando uma língua ainda mais estranha das outras que eu já vinha presenciando nos anos de guerra. Não me deixo ser assustado pelo momento presente por eu estar completamente fora do meu habitual, sentindo-me um estrangeiro em um local repleto de outros costumes, dialeto, crenças — embora que eu vinha vivenciando essa sensação desde o dia em que saí de minha casa por ser chamado para uma missão...

Engolindo a estranheza das circunstâncias, eu não recuo o passo, permanecendo no ritmo constante para ir até ele e agradecer a alguns deles por explodir o Panther, consequentemente, nos ajudando e salvando.

— Look at this guy Ted, we meet the russians — fala um dos tripulantes enquanto eu me aproximo com cautela. Observo suas características bem diferentes das minhas: sua pele era muito mais clara, altura mais baixa e encorpado, cabelos escuros mesclando o castanho e o preto. Seu nariz parecia grande demais para o seu rosto, nos olhos havia uma frágil simpatia e nos lábios, um sorriso traiçoeiro, similar ao que Vlad Zaitsev possui.

O mesmo homem que se pronunciou, continua olhando para os seus companheiros e gargalhando de seu comentário:

— Hey commie, what are you doing? Get out of the way.

Este rapaz não aparentava ser mais velho do que eu, muito pelo contrário, os seus traços americanos me lembravam de meu irmão caçula, tendo um rosto mais juvenil confundindo a idade real.

O outro, que aparentemente era o comandante do tanque intervém, suponho isso pelo tom mais autoritário em sua voz para o seu companheiro:

– Shut up Julian! Don't open your mouth to talk bullshit.

Esse que parecia ser o capitão volta os olhos para mim e eu levo um susto por olhá-lo e notar nitidamente sua diferença com os demais. Sua aparência me relembrava de forma vaga de Leah devido a pele bem cálida, cabelo loiro ralo e olhos azuis infinito, uma cor somente encontrada no céu em seus dias mais belos. Ele tem uma altura mediana, parecida com a minha e no rosto esboça um ar de cansado, mas não era isso que o abateria. Ele também não aparentava ser muito mais velho do grupo.

– Ted do you speak Russian now too? – o primeiro soldado continua a falar e rir de seus comentários. Eu apenas observo por não entender o que ele vinha dizendo.

–Shut up! Idiot!– mais uma vez o homem loiro ruge para cima de seu companheiro, mostrando certa impaciência, mas logo volta com o semblante tranquilo e vem até a mim.

Não deixo que o constrangimento me afete no segundo seguinte, pois eu e o soldado loiro ficamos frente a frente, naquele clima desconfortável, cheio de expectativas pelo o que viria a acontecer. O militar americano estica a mão primeiro e eu, aperto logo em seguida, tendo nosso primeiro contato. Eu agradeço em minha língua natal, mas ele esboça com um cenho frangido que não entendeu o que eu dizia, sendo assim, ele responde em sua respectiva língua me deixando atônito por não conseguir interpretar as suas palavras.

Em meu pouco conhecimento devido às idas e vindas de vários lugares da guerra, eu tento mais gesticular e me apresentar de uma forma menos verbal, para ver se seria possível alcançar o resultado esperado, porém, eu falho miseravelmente nessa missão ainda mais difícil do que um combate.

Coço novamente o pescoço e vejo a conversa caminhar a um nível mais caótico e estranho do que eu imaginava que chegaria. Busco em minha memória qualquer palavra já escutada ou aprendida nos anos passados que chegue a ser parecida com a língua dele, para então me comunicar um pouco melhor e menos embaraçoso.

Foi então que eu me lembro de uma palavra que uma das estudantes da faculdade disse para a professora, apesar de nunca ter usado, eu sabia o seu significado. Eu balbucio um "Obrigado" timidamente, mesclando com russo. O americano a todo instante me olhava tentando fielmente me entender e conversar comigo, mas ainda que eu colocasse todo o meu empenho ali, não daria certo, porque nossas línguas são absurdamente diferentes e sem sons ou significados parecidos.

Sorriso de maneira derrotada sentindo a frustração ganhar espaço em meu peito, eu olho para ele tão sem graça como eu e começo a caminhar para longe. Sem perceber, eu solto espontaneamente uma frase que Leah sempre dizia quando era contrariada por mim:

– Verdammt.

– Você fala alemão? – uma voz pergunta e eu entendo completamente o que ele dizia. Viro o rosto para trás sem saber ao certo se era comigo que dizia, mas ao ver a expressão do americano se iluminar e ser tomado por uma animação repentina, eu soube que não havia imaginado aquilo. O sujeito me respondeu em um alemão perfeito, semelhante com o de Leah.

Rio por ser hilário aquele momento em que vivíamos, ao supor que entenderíamos e poderíamos conversar em nossas supostas línguas, mas então sermos pegos de surpresa por conseguirmos nos entender em uma terceira língua, uma que não tinha nenhuma semelhança com nós: em alemão.

— Sim! — exclamo empolgado e cheio de expectativas, elas mais uma vez sobressaltam e florescem minha essência. Rimos do que nos aconteceu e nos cumprimentamos mais uma vez, desta vez colocando todas as letras e palavras nos lugares devidos.

— A propósito, como você sabe alemão? — pergunta o americano intrigado por ver um russo saber esse dialeto e ainda por cima utilizado no meio de uma guerra.

— Bom, — começo a explicação gesticulando e passando a mão pelo cabelo por mania — antes da guerra eu estudei alemão e a guerra me serviu como um ótimo estágio, onde pude usar meu alemão. – Observo ele me escutar atentamente e assentir em cada palavra. Pergunto, depois de terminar a minha fala: — Mas e você? Seu alemão é perfeito, você realmente parece ser alemão.

— Pois eu sou alemão! Nasci em Wertheim, no sul da Alemanha. — não deixo de expor a minha surpresa com aquela revelação inesperada, mas isso justificava o porquê no primeiro momento eu o olhei e recordei-me de Leah, pois sua aparência é, de fato, de um alemão nativo. Contudo, não era só por isso que retirou parte de meu fôlego, como um alemão fazia parte do exército americano? — Sou Theodore Hasseimann, mas me pode me chamar de Ted.

— Sou Rustan Abromowitz, da Ucrânia.

Ted sorri amigavelmente e acena com a cabeça, parecendo à vontade comigo e não se intimidando por eu ser um soldado de outra nação. Reparo se soslaio os companheiros dele nos olharem e não compreenderem sobre o que conversávamos. Não sei de onde veio o meu próximo pensamento, todavia, eu discretamente abro um sorriso satisfatório, por minutos antes estar desconfortável por não me encaixar ali, mas nesse momento os outros dois soldados eram quem se encontravam assim.

— É prazer conhece-lo, Rustan — responde cordialmente, relaxando a postura, consequentemente eu também diminuo a minha atenção pelas minúcias daquele lugar e torno-me a ficar descontraído, sabendo que não corria mais perigo.

— Bom, mas como um alemão foi parar no exército dos EUA? — não deixo de perguntar tamanha a minha curiosidade.

— Vejamos por onde eu começo a minha história... — sorriso pelo jeito que o soldado diz, tornando a sua fala mais atrativa do que necessariamente seria. — Apesar de ter nascido na Alemanha, eu sou judeu e você bem sabe que não somos bem vindos aqui. Mas antes dos nazistas assumirem o poder na Alemanha eu tinha uma vida aqui, tinha amigos, estudava e muitos sonhos. – Ted fica visivelmente sentido com as recentes lembranças de seu passado deixados naquela terra que hoje ele estava pisando e destruindo. Por mais que eu fosse de outra nação, eu sentia a sua dor, conseguia entender do que ele falava, pois eu me colocava constantemente no lugar de Leah e a sua situação, como é presenciar tudo isso e ainda ser uma sobrevivente, com marcas espalhadas por todo o corpo, cicatrizes que jamais se cucarão... — Em 1935, quando as coisas começaram a ficar muito ruim para os judeus, minha família se mudou para os EUA, onde fui muito bem recebido e recomecei a minha vida, terminei meus estudos, fiz faculdade e quando a guerra começou me alistei e desde 1943 venho lutando contra esses malditos. Primeiro lá na Tunísia, depois passando pela Sicília, Itália, daí a França e finalmente na Alemanha e onde estamos terminando aqui...

Em seu testemunho eu senti um ódio tremendo vindo dele pelos nazistas, eu certamente não o julgava, pois eu entendia mais do que ninguém como é revoltante um povo se sobrepujar ao sistema e erguer o nariz, dizendo ser uma raça superior, acreditando que pode quando bem entender exterminar uma população, milhões de inocentes por se opor a essa crença erronia, fora do padrão. No entanto, ainda que eu compreendesse e visse o seu lado como uma reação natural de qualquer pessoa, aquele sentimento não estava mais enraizado em meu coração.

O ódio e a vingança não cabiam mais em meu coração, porque o amor que eu sinto por Leah preencheu todos os espaços e expulsou de dentro de mim esse mal gerado pelos anos de escuridão, abrindo os meus olhos e tirando a cegueira de minha visão para o real mundo em que eu vivo. Eu não sou somente um soldado de uma nação, que deve seguir ordens sem pensar. Acima de todas essas coisas, eu sou um ser humano, carne e osso, com emoções, desejos, sonhos, com um espírito guerreiro dentro de mim pronto para enfrentar os maiores desafios que a vida me propor... Hoje eu posso dizer que tenho orgulho em quem eu me tornei e para o caminho que estou rumando.

Abro um sorriso fraco e suspiro triste com as palavras que escutava sair de seus lábios, pois eu a partir de seu depoimento tenho ainda mais compreensão de que a guerra afetou a todos nós humanos, de um jeito ou de outro, ninguém escapou dessa realidade. Alguns sofreram mais do que outros, contudo, não houve lado ganhador nessa disputa de poder.

— Sabe — começo timidamente a relatar a minha vivência nesse caos, pois ele merecia saber que existe uma luz no final do túnel, a esperança está tangível a nossas mãos, basta crer e agarrar com toda a fé de seu ser —, eu há pouco tempo estava assim. O ódio me consumia e eu só queria me vingar. Estou lutando nesta maldita guerra desde quando ela começou e existia vezes que eu parava e pensava: "O que eu estou fazendo aqui? Essa é a vida que o futuro me prometeu, foi para isso que os meus pais depositaram tudo e muito mais do que poderiam me dar, para eu matar pessoas que os feriram?". Eu, em meio a toda essa euforia de sentimentos nem me lembrava de como era viver em paz... Estava tão acostumado com essa necessidade insana, que eu passei a viver para lutar e matar o máximo possível de inimigos, sobreviver não era mais o meu ideal. Nestes últimos três anos eu perdi meu pai e irmãos, muitos amigos e isso me gerava um ressentimento e um ódio que só me consumia, mas, hoje tudo mudou, já consigo me imaginar fora daqui e eu sinto desejo de viver. Não sobreviver como estamos fazendo, contudo viver, viver com abundância e qualidade. Essa se tornou a minha meta e quero levar todos os meus amigos que restaram comigo a esse patamar.

O olhar de Ted para mim indicavam duas coisas: ou ele me achava um louco que bateu a cabeça em algum lugar e agora fala asneira, ou que eu tinha descoberto um remédio, um antídoto para todo esse inferno que vivíamos constantemente e que estava repartindo o maior tesouro que um ser humano poderia ter em suas mãos: a esperança.

— Você me parece ser um bom soldado, Rustan, um bom soldado... Que todos possam ter a sua mentalidade algum dia — Ted repousa a mão em meu ombro com um tom de pesar em sua voz, refletindo o seu interior corrompido com a crueldade vista em todos os lados.

Assinto agradecendo pelo comentário generoso e ficamos por mais um tempo conversando, estreitando laços novos de uma recém-amizade, até o meu tempo se findar e eu precisar seguir o meu caminho, indo me encontrar com os meus companheiros de guerra.

Eu me despeço dele desejando reencontrá-lo novamente, pois sentia que havia ainda muito para ser dito e que nos faltaria tempo para conversarmos.

¹"Emtcha" é a forma como os soldados russos chamavam os tanques M4 Sherman de Fabricação americana, Emtcha em cirílico significa M4

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