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Capítulo 8 - ALFREDO

Descarreguei as latas de tintas do carro com um pouco mais de esforço do que o habitual. Lívia me olhou com uma cara engraçada, vendo minha dificuldade.

— Está tão pesado assim? — Questionou-me, vindo em minha direção. — Ou é você quem está ficando velho?

Lhe lancei um olhar duro — mas não sincero —, demonstrando como eu ficara (falsamente) ofendido.

— Não estou velho — respondi, fechando o porta-malas. — Elas estavam desajeitas.

Lívia riu de forma graciosa e apenas acenou, no entanto, continuava com o semblante zombeteiro.

O sorriso em seu rosto mexeu comigo de uma forma boa. Completamente boa. Eu adoro vê-la sorrir, adoro a forma como seus lábios finos se curvam perfeitamente, adoro a pequena pinta que ela tem perto da boca, no lado esquerdo — a deixa tão sexy! —, amo cada vez que seu sorriso se abre para abalar minhas estruturas e me encher de amor e esperança.

Finalmente vamos fazer a tal pintura que propus três semanas atrás, mais ou menos. Depois de conselhos profissionais e de um projeto elaborado exclusivamente para nossa casa (grande parte das decisões foi Lívia quem tomou), hoje é dia de pormos a mão na massa.

E estou ansioso para isso.

Levantamos bem cedo hoje, apesar de ser fim de semana, e tiramos alguns móveis do quarto, alguns outros arrastamos mais para o meio do cômodo e os cobrimos com lençóis velhos. Enquanto eu fui buscar as tintas, que tiveram de ser encomendadas, Lívia ficou com as crianças, forrando os pisos.

Enzo não gostou muito da ideia de levantar cedo em pleno sábado, mas não se opôs por muito tempo. A pequena Lara era a mais animada, queria, de todas as maneiras, brincar logo com os rolos e pincéis e pintar as paredes do seu quarto.

— Enzo perguntou daquele piquenique que você prometeu com Ana Beatriz — disse Lívia, me acompanhando para dentro, enquanto eu carregava uma das latas para cima. — O que aconteceu com o fim de semana que ela viria para cá?

— A tia dela não deixou. Parece que Ana estava com muita matéria para pôr em dia, por conta da viagem que fizeram, ela só veio aqui no meio da semana para Enzo ajudá-la. — Deixei a lata em frente a porta, limpei o suor da testa com as costas da mão e inspirei fundo antes de continuar: — Não que eu não tenha tentando convencer a Michelle de deixá-la vir.

Lívia puxou o celular do bolso e me entregou, dizendo:

— Ligue para ela agora, pergunte se Ana pode vir aqui. Depois da pintura podemos lanchar no quintal — ela sugere.

Ligo para Michelle e, com um pouco de insistência, consigo convencê-la a deixar Ana conosco nesse fim de semana. Marco de mandar alguém buscá-la dentro de meia hora e desligo.

Carrego o restante das latas para os quartos; Lara está eufórica. Quer a todo custo começar a pintura.

— Venha cá, sua sapeca — corro atrás dela, Lara sai correndo aos gritos para o colo da mãe. Lívia a segura e finge protegê-la. — Eu sou o monstro do castelo! Vou te pegar! — E finjo um grito monstruoso.

Lara gargalha e esconde o rosto no colo da mãe. Lívia pega um jornal enrolado e finge ser uma espada.

— Aqui não, monstro feio! Nessa princesa ninguém toca.

— Queremos a princesa! O rei ordena a sua presença. — Enzo surge, entrando na brincadeira, se juntando ao meu time. Ele puxa um grande pedaço de um dos papelões jogado ao chão para proteção e o faz de escudo. — Renda-se, Rainha Má, e entregue-nos a princesa!

— Nunca! — E correndo, Lívia se esconde em um dos quartos.

Brincamos por alguns minutos inventando histórias fantásticas de reis, rainhas, princesas e dragões. É um momento-família muito divertido. Lara se escondeu debaixo da cama, no meio do meu quarto; e Lívia, dentro do guarda-roupa. Eu a encontro, dou um enorme grito de guerra e estou prestes a puxá-la quando Lívia surge e me acerta com sua espada de jornal.

— Ó Deus, eu fui acertado — teatralizo uma agonia. — Estou vendo tudo escuro. Onde está meu fiel escudeiro Sir Enzo Hauser? Venha ao meu socorro! — E caio no chão, "morto".

— Você matou meu amo! — Enzo surge na porta, ainda empunhando seu escudo. — Prepare-se para enfrentar a minha fúria. — Ele brada, em meio a risos, e avança sobre a mãe. Os dois lutam, rindo, Lara incentiva a mãe com gritos histéricos. E no fim Enzo é vencido. Ele cai ao meu lado, também "morto".

— É isso o que acontece com homens metidos a valentões. Não há donzelas em perigo aqui, meus amores. — Ela diz, toda orgulhosa e convencida.

Não posso não deixar de sorrir alegremente nesse momento. Posso ver Enzo e Lívia se recuperando de ataques de risos, de Lara gargalhando cada vez mais da brincadeira. A imagem da minha família unida me deixa em êxtase.

A campainha toca, e Enzo corre atender, sabendo que é Ana quem chegou. Enquanto ele vai ao seu encontro, Lívia, Lara e eu vamos nos trocar para começarmos a pintura.

Visto uma calça de algodão preta e camisa regata branca, Lívia opta por vestir um macacão estilo jardineira, e Lara veste algumas roupas velhas.

Sobre uma mesa, abrimos os esquemas de projeto que o arquiteto de Lívia fez. Separamos todo o material que precisaríamos, seguimos as instruções de melhor aproveitamento das tintas e as posicionamos cada uma em suas referidas paredes.

Antes da pintura, lixamos todas as paredes com a lixadeira. Lara continuava impaciente. Lívia me ajuda com uma segunda máquina, parecendo desastrada com o utensílio. Isso me faz rir um pouco.

Enzo e Ana lixaram as paredes manualmente, no quarto dele, foram instruídos e são constantemente vigiados para evitarmos qualquer acidente. Acabada a primeira parte, começamos a pintar as paredes de branco primeiramente, para facilitar a demão de tinta colorida.

A impaciência de Lara acabou. Coloquei um pouco da tinta em um pote e lhe dei um pincel pequeno, a pus sentada na parede oposta que pintaria, e ela ficou ali, rebuscando a parede com seus desenhos e rabiscos tortos e fofos.

Lívia e eu ficamos na mesma parede, ambos com um rolo cada. A pintura é feita em silêncio. Eu penso em alguma coisa para conversar com ela, para incentivá-la a falar comigo naturalmente, sem ter de ser orientada a isso. Mas às vezes fico com receio de estar a pressionando, de forçá-la a algo que não queira, de sufocá-la. Não sei qual a maneira mais certa ou aconselhável a isso.

— Estava pensando em fazer um jantar um dia desses e chamar meus pais. Já tem tempo desde a última vez. — Para meu alívio é Lívia quem quebra o silêncio. E eu realmente não me importo que ela esteja fazendo isso como sua tarefa das sessões.

Farei esforço para manter essa conversa fluir até que seja simplesmente natural entre nós. Como deveria ser. Sempre.

— É uma ótima ideia. — Respondo, e lhe ofereço um sorriso animado e sincero. — Eu posso te ajudar a cozinhar, e tenho um vinho ótimo na adega, daquele que seu pai adora. Assim como você.

Lívia balança a cabeça, sorrindo.

Sei como ela gosta de vinho, sei qual vinho ela prefere mais. E percebo, então, que quando eu a agrado com coisas que ela realmente gosta, Lívia fica satisfeita — talvez ligeiramente feliz.

Trabalharei mais nesse requisito.

— Vou falar com eles e ver quando é melhor para virem.

— Ótimo.

— Pensando bem... — Ela faz uma objeção, passando mais tinta no rolo. — Acho que quero um jantar entre família e amigos. Chame sua mãe, seu novo futuro pai — ela sorri largamente, me fazendo rir —, Henrique, Victória e Bernardo. Podemos?

— É claro que sim, amor. — Começo a ficar animado com a ideia. Aos poucos Lívia está voltando a ser ela outra vez.

— Legal... — murmura apenas, olha para trás para verificar Lara, se está tudo bem. A pequena continua entretida com sua tinta, já com a roupa bastante esbranquiçada.

Respiro fundo a observando. Não posso permitir que fiquemos nesse silêncio intenso. Passo um pouco de tinta na ponta do indicador, me aproximo com cuidado e a chamo. Lívia se vira para mim, e quando o faz eu passo o dedo em sua bochecha.

Já espero por uma bronca, mas ela e ri protesta:

— Alfredo!

Ela me empurra levemente, e eu a seguro pela cintura, colidindo nossos corpos. Eu quero sentir o gosto da sua boca, mas não quero me atrever a obrigá-la a isso. Lívia ocasionalmente me evita, e a última coisa que quero é que ela se veja obrigada a retribuir.

Droga! Como eu odeio essa porra.

Como odeio ser obrigado a ter cuidado para beijar a minha própria esposa.

Ignoro qualquer aflição minha e sorrio, enquanto ela está sorrindo para mim, permitindo nossos corpos juntos.

— Você está linda, senhora Hauser. — Sussurro, da maneira como costumávamos nos tratar.

Lívia se aproxima do meu rosto, beija-me com delicadeza nos lábios. Sinto seu gosto, seu hálito, a umidade boa de sua boca. Dou-lhe mais espaço, pouco a pouco, sentindo sua língua me invadir.

Não é possível que ela tenha mesmo me dito que não me ama no outro dia. Seu beijo agora parece dizer tão ao contrário...

Lívia cessa o beijo... Estou sem fôlego.

— E você está sexy, senhor Diniz. — Ela diz, escorrendo a palma pelo meu bíceps. — Mas acho bom terminarmos isso aqui — ela é durona, megera. E eu adoro esse seu lado.

Toma o rolo em mãos e torna a pintar.

Assim que pintamos todas as paredes de branco, esperamos cerca de vinte minutos antes de começarmos a demão de tinta colorida. Pintamos a parede da cabeceira da cama de azul-cobalto. É uma cor fria, mas que dá um toque charmoso ao quarto. As outras duas, as das laterais, pintamos de amarelo-claro.

Lívia mantém a conversa comigo. Rimos bastante quando vemos Lara com o rosto todo pintado. Ela limpa a pequena, enquanto eu continuo passando as demãos de tinta nas paredes.

A última parede, a que está rebuscada com os rabiscos de Lara, inicialmente deveria ser azul-cobalto, também. Mas vendo a "arte' de Lara, uma ideia melhor surge em minha cabeça. Digo à Lívia para deixarmos esta parede por último, ela quer sabe por quê, mas eu apenas respondo que tenho uma ideia diferente.

Ela concorda, e então seguimos para o quarto de Enzo, onde ele e Ana estão parecendo dois ETs todos sujos de verde. Quando entramos, os dois estão rindo, jogando tinta um no outro.

Fazemos a pintura do quarto dele, que é todo verde — sua cor favorita —, Enzo consegue fazer Lívia se manter entretida e conversando quase que o tempo todo. Por algum tempo ela parece esquecer que se tornou uma pessoa ansiosa e amedrontada. Ela abraça os pequenos, beija-os, suja-os com tinta nos narizes, e recebe de volta.

Minha esposa e meus filhos riem e me fazem rir junto.

— Ei, Alfredo — Lívia me chama. Estou concentrado pintando o rodapé, levanto o olhar para ela e nos mesmo instante ela passa o indicador sujo de tinta do meio da minha testa até abaixo do queixo, deixando um grande risco dividindo meu rosto.

Gargalhadas estouram por todo o quarto.

Lívia está rindo junto. Seu rosto com uma mancha branca que eu causei um tempo atrás se expressa num semblante vingativo.

— Venha aqui, sua megera. — Explodo, aos risos, pegando um pincel e correndo atrás dela.

Lívia corre em círculos dentro do quarto, rindo. As crianças se juntam na brincadeira. Enzo protege a mãe, e Ana tenta me ajudar a cercá-la. Consigo pegá-la e, desastrosamente, caímos no chão. Meu corpo choca com o seu.

A gente ainda ri.

Pego meu pincel cheio de tinta verde e passo por seu rosto.

— Oh, meu Deus, Alfredo! — Ela se rebate por baixo de mim.

— Prontinho. Você agora é a princesa Fiona.

— Seu cretino. — Lívia me empurra, toma o pincel das minhas mãos e, num golpe baixo, pinta todo meu rosto. — E você é o Shrek.

Ao final do dia, estamos sujos de todas os tons imagináveis. O cabelo de Lara é colorido e duro, minha camisa branca não é mais branca, Ana e Enzo estão tão sujos quanto a caçulinha.

Apesar de cansado, eu estou feliz.

— E a última parede? — Lívia me perguntou quando estávamos finalizando o quarto de Enzo, depois de tirar o verde de nossas caras.

— Enzo, preciso de bexigas. Sobrou algumas do aniversário que fizemos à Ana. Vá buscá-las. E também me traga um funil. — Peço; Enzo e Ana saem correndo buscar.

Encho algumas bexigas com as tintas, cada um de uma cor. Todos me ajudam. Temos por volta de trinta bexigas dentro de uma bacia no quarto.

Lívia olha para mim, ainda sem entender. Faço-os colocarem óculos de proteção (que usamos com as lixadeiras elétricas).

— Vejam. — Digo, pego uma bexiga e arremesso na parede.

A bexiga estoura, e a tinta dentro dela se espalha por um pedaço de parede.

— Isso é um máximo! — Enzo exclama e faz o mesmo.

As crianças adoram a ideia e começam a arremessar bexiga atrás de bexiga. Lívia e eu entramos na brincadeira.

Ao final, temos uma parede multicolorida, e eu sentirei uma felicidade imensa em dormir olhando para ela.

— E não é que ficou bonita? — Lívia diz, olhando para nossa obra de arte.

Sorrio, satisfeito.

Ela se aproxima, me abraça pela cintura.

— Vou fazer um lanche para nós. Vá limpando essa bagunça enquanto isso, senhor Diniz. — Manda.

— Você não vai nos ajudar?

— A ideia foi sua, querido. Se vire. — E ela sai, me fazendo rir.

Os meninos me ajudam com a limpeza, que não demora muito. Tivemos o cuidado de forrar bem o chão e cobrir os móveis. Leva um pouco mais de uma hora para a limpeza e para colocarmos os móveis no lugar. Hora exata para Lívia nos chamar para comer um bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

Ela preparou o jardim para um piquenique rápido. Já está entardecendo e esfriando.

Fazemos nosso lanche, que também é divertido e alegre. Lara dá grandes sinais de cansaço. O dia fora pesado para ela. Levo-a para um banho, enquanto as crianças ajudam Lívia a recolher tudo e limpar a cozinha.

Às sete da noite, Enzo e Ana já estão de banho tomado e dormindo. Completamente exaustos.

Cansado, sou eu quem preciso de um banho. Preparo a água da banheira e fico submerso, os olhos fechados, sentindo a temperatura boa relaxar meus músculos. Penso que sou capaz de cochilar aqui, tão cansado estou.

Um abrir de porta me faz despertar.

Lívia entra e me olha, sorrindo.

— A água está boa?

— Sim. Já estou terminando para que você venha.

— Está tudo bem, não se preocupe. Na verdade... Posso entrar com você?

Sua pergunta me deixa feliz.

— É claro, querida.

Lívia tira sua jardineira. Meus olhos percorrem sua nudez, observando suas curvas, sua pele branca, o abdômen fino que eu tanto adoro beijar, o sexo feminino e parcialmente depilado. Subo para os seios, redondos, perfeitos e médios. Estão rijos de frio. E isso me deixa excitado.

Sorrio fraco para Lívia se aproximando da banheira a passos hesitantes. Não é possível que ela ainda sinta receio de ficar nua na minha frente.

Penso que ela sentará na ponta oposta, mas Lívia vem até mim e se senta entre minhas pernas, de costas para mim. Segura em meus braços para cingi-los em sua cintura fina.

Beijo-a na nuca, afastando seus cabelos soltos e os prendo em um coque para não os molhar. Abraço-a mais contra mim. Deus, como gosto desse contato nosso, desse momento.

Lívia brinca com meu braço e com a espuma que dança contra a água.

— Quero te contar uma coisa. Mas tem de me prometer que não vai surtar. — Ela diz baixinho, como se não quisesse romper bruscamente o silêncio que nos acolheu confortavelmente.

Tenho medo do que ela tem a dizer. Mas tomo fôlego para os pulmões e digo:

— Eu prometo.

— O arquiteto que eu contratei para fazer o nosso projeto...

— O que tem ele?

— Por que não quis saber de onde o conhecia?

— Não sei... — respondo com sinceridade. Foi algo que realmente nunca me ocorreu. — Eu deveria saber?

Lívia fica em silêncio por uns segundos.

— Eu gostaria que você soubesse.

— Que eu soubesse o quê?

Outra pausa curta.

— Que ele é um ex-namorado meu.

Eu encaro sua nuca, sem saber explicar o sentimento dentro de mim. Lívia se vira lentamente em minha direção, me olhando nossos olhos.

— E por que está me contando só agora? — Quero saber, calmamente.

Ela dá de ombros e baixa os olhos.

— Porque não o verei mais. Eu tive medo que ficasse enciumado quando soubesse... durante o tempo em que eu estava em contato com ele.

Ela levanta o olhar para mim. Morde a parte macia dos lábios inferiores.

— Eu sou o tipo de imbecil ciumento? — Pergunto, e Lívia ri, me dando um soquinho no ombro.

— Não. Olha, eu não sei por que não te contei antes. Só queria evitar que você ficasse com ciúme ou armasse uma confusão. Só não queria brigar com você.

— Desculpas aceitas. — Enuncio, baixinho, e a beijo rapidamente.

— É assim? Tão simples?

Sorrio, viro-a de costas para mim e lavo suas costas.

— Eu estou queimando de ciúme, mas... — Paro um segundo. — Mas eu confio em você. Confio na sua fidelidade e no seu amor.

— E se eu te disser que ele me convidou para um café? Para conversamos um pouco?

Paro de ensaboar suas costas. Eu não gosto desse assunto. Mas o que diabos eu devo fazer? Proibir minha mulher de falar com outro homem porque eles são ex-namorados? Isso é antiquado e machista. Se eu a amo, se eu acredito no seu amor por mim, seu eu confio nela, por que raios devo me preocupar?

— Eu diria que você deveria mesmo fazer isso. Conversar faz bem. Você precisa se habituar outra vez a se socializar. — Minha resposta também me surpreende. Lívia me olha. Ela está assustada.

— O que você fez com meu marido? — Ela brinca.

Não me contenho. Rio. Depois a beijo.

— Li, não serei isso que você quer que eu seja. Não quero te proibir de nada, não quero te privar. Saia tomar um café com esse cara, depois, se quiser, me conte como foi. Só se afaste e me conte se ele tentar uma gracinha. Sabe como são os ex, não sabe?

Ela acena em positivo. Volta-se para frente.

— Estou sentindo sua ereção nas minhas costas. — Ela sussurra.

— Me desculpe, é mais forte do que eu.

Ela nada responde.

Eu queria que ela se virasse, sentasse em meu colo e pedisse para que eu a penetrasse.

Mas não acontece.

Simplesmente terminamos nosso banho.

***

Lívia quer uma taça de vinho para relaxarmos. Assim que nos vestimos, descemos até a cozinha. Ela está usando apenas um short de algodão bem curto e uma regata de alças finas; o decote me deixa ver seus seios.

Isso só me deixa mais excitado.

Acendo a lareira. Sirvo-nos do vinho de sua preferência e preparo alguns petiscos. O silêncio por toda a casa é confortável.

Sentamo-nos lado a lado no sofá. Lívia está tão linda dentro das suas roupas e com os cabelos desajeitados. Ela sorve seu vinho em pequenos goles, degustando com prazer a bebida. Ela me parece bem. E isso me deixa feliz.

De repente ela se levanta e vai até o aparelho de som. Observa atenta os meus discos. Escolhe um. Olha o verso. Retira o disco de dentro da proteção e põe para tocar.

Reconheço a música.

Rhythm of Love, Scorpions. Minha banda favorita.

Sorrio com a escolha da música.

— Se lembra da última vez que ouvimos essa música? — Lívia me pergunta.

Aceno em positivo.

— Nosso aniversário de um ano. — Sorrio e me sinto dolorido com a lembrança. — Fizemos amor ao som dela.

As notas continuam ressoando baixinho pela casa. A batida lembra as da balada dos anos sessenta. É sensual e contagiante.

Lívia a adora.

Ainda com a taça de vinho nas mãos, ela vai mexendo seu corpo curvilíneo e divino conforme o ritmo da música e versos da letra

Let's spend the night together
I know you want it too
The magic of the moment
Is what I've got for you
The heartbeat of this night
Is made to lose control
And there is something in your eyes
That's longing for some more
Let us find together
The beat we're looking for

A imagem a minha frente me deixa excitado. Porra, eu quero agarrá-la pela cintura, arrancar esse short curto e entrar nela com vigor.

— Foi... — ela me responde, finalmente — Fizemos amor nesse sofá, ouvindo essa música. Nunca entendi por que ouvimos essa se nossa música é Still Loving You.

— Íamos transar e você queria algo mais sensual e quente — respondo, com meus olhos ainda nela, no seu corpo em movimento.

Ela dá um meio-sorriso, olhos fechados.

♪ The rhythm of love
Keeps me dancing on the road
The rhythm of love
Got the groove that hits the boné ♫
♪ The rhythm of love
Is the game I'm looking for
The rhythm of love
Is the heartbeat of my soul ♫

Lívia abre seus castanhos olhos para mim. De repente, eles estão entristecidos e duvidosos.

— Você quer tentar? Acho que ainda não estou pronta... Se me prometer parar se eu pedir, a gente pode tentar, Frê...

Pestanejo, confuso.

♪ Let's reach the top together
One night will never do
An exploding shot of pleasure
Is what I've got for you
Why don't you close your eyes
And let your feeling grow
I make you feel the taste of life
Until your love will flow
Let us find together
The beat we're longing for ♫

— Tentar o quê?

— Transarmos. — Responde sem titubear. — Sei que está com vontade. Você está há quase dois meses sem. — E morde o lábio inferior.

Levanto-me do sofá e deixo minha taça na mesa de centro. Vou até ela. Lívia permanece no mesmo lugar, me olhando com seus olhos confusos e cabisbaixos. Tiro sua taça de sua mão e a deixo em algum canto. Entrelaço nossos dedos, faço-a a olhar para mim.

— Não quero tentar.

Minha resposta a surpreende.

— Não?

— Não. Não quero que você tente transar comigo, Lívia. Quero que você queira transar comigo. Entende a diferença? Quero que seja natural, Li. Quero que você se sinta com vontade e confortável para fazermos isso. Eu terei paciência para esperar. Eu te amo, Lívia.

Ela me olha com a expressão abatida. Seus olhos estão úmidos.

Lívia me abraça forte. E eu a amo por isso.

♪ The rhythm of love
Keeps me dancing on the road
The rhythm of love
Got the groove that hits the bone
The rhythm of love
Is the game I'm looking for

The rhythm of love
Is the heartbeat of my soul ♫



TRADUÇÃO

Vamos passar a noite juntos
Eu sei que você quer isto também
A magia do momento
É o que eu tenho para você
A batida desta noite
É feita para perder o controle
E há algo em seus olhos
Que está querendo um pouco mais
Nos deixe encontrar juntos
A batida que estamos procurando

O ritmo do amor

Me mantém dançando na estrada
O ritmo do amor
Conseguiu o sulco que acerta o osso
O ritmo do amor
É o jogo que eu estou procurando
O ritmo do amor
É a batida da minha alma

Vamos alcançar o topo juntos
Uma noite nunca fará
Um explosivo tiro de prazer
É o que eu consegui para você
Por que não fecha seus olhos
E deixe seu sentimento crescer
Eu te faço sentir o gosto da vida
Até que seu amor fluirá
Nos deixe encontrar juntos
A batida que estamos

Procurando o ritmo do amor
Me mantém dançando na estrada
O ritmo do amor
Conseguiu o sulco que acerta o osso
O ritmo do amor
É o jogo para o que eu estou olhando
O ritmo do amor
É a batida do coração de minha alma

Nos deixe encontrar juntos
A batida que estamos procurando

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