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Capítulo 2 - ALFREDO

EU VI EM SOPHIE A OPORTUNIDADE DE RECOMEÇAR.

Apesar de ter todos os motivos pra me odiar, ela não me odeia. Obviamente, eu ponderei por alguns segundos, depois de aceitar meu pedido de casamento, que Sophie se vingaria de mim como Lívia se vingou. Todavia, seus olhos acolhedores e seu toque aconchegante naquele momento me fizeram perceber que ela era diferente; e suas intenções, genuínas e sinceras. Embora eu soubesse não ser bom o bastante para Sophie e meu filho, e saber que os dois mereciam alguém melhor, eu me permiti a isso. Preciso superar Lívia, com Sophie ao meu lado, mais o bebê crescendo em seu ventre, um dia poderei estampar um sorriso de felicidade ao lado deles. Nós dois merecemos isso. E eu preciso acreditar nisso se não quiser perder minha sanidade.

Em comum acordo, decidimos marcar a data do casamento para daqui a vinte dias, prazo mínimo exigido pelo cartório. Sophie me disse querer apenas uma cerimônia simples e sem grandes festividades. Concordamos apenas em fazer um almoço em família.

É incrível como minha vida deu uma reviravolta inesperada. Até alguns meses atrás eu ainda levava uma vida boêmia e pensava em tudo, menos em casamento e filhos.

Sophie também ligou para seu chefe, François, comunicando que ficaria no país e por isso pediria demissão. Acertado tudo, ainda era difícil digerir tudo acontecendo tão repentinamente.

Era um passo rápido demais essa história de casamento, mas, pedido feito e aceito, eu precisava comunicar minha família. Saí mais cedo da Hauser e fui até a casa de mamãe. Quando cheguei, ela veio toda preocupada, protestando de preocupação, exigindo saber por que sumi por uma semana inteira e não atendi aos seus telefonemas e as quatro vezes em que esteve em meu apartamento, mas eu não abri a porta.

Eu não soube verbalizar resposta. Não queria falar sobre a vingança de Lívia, não queria mamãe a vendo com maus olhos. Eu não deveria me importar, mas estava me importando. Não queria lhe dizer sobre ter passado uma semana enfurnado dentro do meu apartamento, bebendo e chorando porque fui só um meio de se vingar de Lívia, e eu estava morrendo durante esses dias. No entanto, mamãe já estava a par um pouco dos acontecimentos e me perguntou se eu me isolei por causa do término com a Lívia e por causa de ela ter voltado definitivamente com Henrique. Apenas acenei, confirmando, e fui logo mudando de assunto, falando sobre o jantar.

Agora, depois de um conversa intensa com Lívia, deixo-a sozinha e volto para sala tentando controlar minha vontade de desabar em sua frente. Talvez ela tenha razão sobre eu ser feliz ou não com Sophie, mas, se eu não tentar, nunca saberei. Eu sei que não vou amá-la com a mesma paixão com qual eu amei Lívia; mas posso, pelo menos, ter uma vida ao lado dela; se eu me dedicar, posso esquecer da maldita vingança, tocar minha vida em frente, ser feliz. É preciso, mais do que nunca, mostrar à Lívia como ela está enganada em relação à minha felicidade. Eu terei uma vida alegre com Sophie e vou provar isso.

Sento-me no sofá e controlo minha respiração. Minutos depois, mamãe, Karlita e Sophie já estão de volta, e eu tento sorrir pra disfarçar minha tensão.

— Vi suas fotos quando criança. Era um menino tão adorável, chère! — Sophie me diz em inglês, toda animada e com um sorriso largo estampado no rosto.

Meus lábios se forçam para se curvarem, me aproximo mais dela e envolvo sua cintura.

— Vamos embora? — convido-a, e ela acena positivamente.

Mamãe insiste para ficarmos um pouco mais, porém recuso seu convite e, após nos despedirmos, volto para casa com Sophie. Durante o percurso, Sophie me fala da sua primeira impressão sobre minha família. Alega ter adorado minha mãe e faz inúmeros elogios a ela e à Karlita. Pergunta-me, ainda, sobre mim e Henrique, pois percebeu uma tensão entre nós.

— Assunto antigo. Nunca nos demos muito bem — respondo evasivamente e rezo para ela não insistir no assunto. Agradeço mentalmente quando Sophie muda o foco da conversa e fala sobre meu sobrinho.

— Ele se parece com você. Olhei suas fotos e algumas dele que sua mãe me mostrou; quase parecem a mesma criança.

Sorrio e apenas aceno, sem tirar a atenção do volante. Sophie continua a falar comigo e dessa vez diz ter simpatizado com Lívia. Preciso respirar fundo e suspirar pesadamente para controlar meu coração se acelerando no momento em que o nome de Lívia é pronunciado. Dou graças por Sophie não reparar, enquanto está empolgada falando sobre como o jantar foi agradável.

Ela me adverte quando desvio do caminho de seu hotel.

— Por favor, ma chère, não irei permitir que fique num quarto de hotel. Você vem comigo para o meu apartamento; amanhã buscamos suas coisas e você fica lá até comprarmos uma casa maior — digo; ela calorosamente sorri.

Sophie tem um brilho tão sincero nos olhos, um sorriso tão acolhedor... não me sinto merecedor de sua companhia, da sua compreensão. Fui tão estúpido com ela, com os seus sentimentos por mim, e ainda assim me oferece a oportunidade de ser e ter alguém na minha vida.

Quando chegamos, já é um pouco tarde, e, enquanto ela toma um banho, eu troco de roupa e ajeito a cama, trocando todos os lençóis. Forço-me a lembrar de comprar outras roupas de cama porque estas daqui tem o cheiro impregnado de Lívia. Não literalmente, claro, mas para mim tem, e quero me livrar de qualquer recordação dela. Pensando bem, eu preciso trocar todos os móveis dessa casa. Balanço a cabeça. A nova casa, com minha nova vida, terá tudo novo.

Deito-me quando Sophie surge na porta enrolada na toalha. Jogo uma camisa minha em suas mãos, ela desliza por seu corpo escultural, mesmo com sua pequena barriga de gestante. Sophie se deita ao meu lado, cubro nossos corpos. Por um instante, penso se realmente não estou fazendo tudo precipitadamente. Mas seu corpo assim, tão próximo do meu, e o calor desse momento me fazem ter a certeza: é disso que preciso. Preciso dela. Serei, ao menos, um pouco feliz ao seu lado.

Suas pequenas mãos afagam meus cabelos, e seu polegar desce tocando meu rosto. Nossos olhos se cruzam; me ajeito mais perto dela.

— Tem certeza do que quer? — ouço-a sussurrar, e apenas aceno.

Eu não passarei sequer mais um minuto da minha vida lamentando por Lívia. Se ela fez isso por mim há dez anos, o problema é dela. Mostrarei a essa mulher que seu plano de vingança contra mim não é nada perto da minha vontade de viver. Não deixarei isso me corroer e acabar comigo.

Pressiono meus lábios nos de Sophie e sinto suas pernas se enroscarem nas minhas. Sua intimidade nua roça a pele da minha coxa. Meus dedos descem por seu corpo, minha boca continua na sua, nossos corpos se colam mais e, instantes depois, quando estou dentro dela, as palavras de Lívia fazem sentido pra mim.

Eu nunca mais farei amor na minha vida.

O dia seguinte amanhece e notifico na empresa que irei trabalhar após o almoço. Eu e Sophie tiraremos a manhã para irmos às visitas com meu corretor, solicitadas por mim no dia anterior. Precisamos de uma casa maior, meu apartamento não tem estrutura para acomodar Sophie e um bebê. Durante algumas horas da manhã, olhamos algumas fotos das casas e, depois de escolhermos umas três, saímos para conhecê-las pessoalmente. Resolvemos comprar uma construção branca, com um enorme e espaçoso jardim na frente e nos fundos; uma varanda convidativa e extensa. Lá dentro, a sala de estar tem uma lareira para os dias frios e também é bastante ampla. A cozinha não poderia ser diferente e é gigantesca, o que faz Sophie ter delírios sobre eu cozinhar para ela. E eu não deixo de sorrir diante a sua empolgação. Os quartos ficam no andar de cima, há pelo menos cinco; destes, dois são equipados com jacuzzi. Eu não sei para que tudo isso se seremos apenas nós três, mas minha futura esposa parece pensar em tudo: transformar os quartos que não usaremos em uma sala de brinquedos para nosso filho, uma biblioteca particular e, quem sabe, um pequeno cinema caseiro. Há ainda uma segunda e pequena sala de estar entre os cômodos.

A casa também conta com sauna, adega, despensa, três lavabos espalhados pela casa, um quintal com piscina nos fundos, dependência, lavanderia, canil, churrasqueira e, à parte, um salão para festas. Fechamos contrato e depois fazemos o percurso para uma clínica onde marquei uma consulta com uma ginecologista para Sophie fazer o pré-natal, ela tem um sorriso largo e faz planos sobre decorar o quarto do bebê — deixou claro seu desejo em ter o quarto do bebê ao lado do nosso.

É impossível não se encantar com a alegria e o entusiasmo exalando dela... é apaixonante, e eu sinto que, se manter esse seu sorriso e euforia tão contagiante, serei feliz, mesmo se for em vê-la feliz. Após passarmos pela clínica e constatarmos estar tudo em ordem com nosso filho, busco seus pertences no hotel, pago a conta de sua estadia (ela muito protesta) e dirijo até a empresa para cumprir com alguns compromissos da semana passada remarcados para hoje. Quis deixar Sophie em casa, mas ela insistiu em vir.

Ao chegar, Jéssica nos recebe com um sorriso caloroso e ao mesmo tempo desconcertante.

— A senhorita Lívia me contou a novidade — diz, sem jeito, ajeitando seus óculos no rosto. Eu a entendo. Na semana passada, Lívia quem era minha companheira, e hoje sou noivo de outra pessoa.

— Obrigado, Jéssica. Sophie ficará na minha sala enquanto estou na reunião com a HS LOGÍSTICA. Atenda a qualquer necessidade dela, tudo bem?

— Sim, seu Alfredo.

— E Lívia, onde está? Preciso dela para a reunião.

— Está na no andar de baixo imprimindo e encadernando a apresentação.

Olho no relógio e constato ainda estarmos no horário. Após pedir a Sophie para ficar em minha sala e assegurar-lhe que minha assistente estará a sua disposição caso precise, sigo para a sala de reunião. Quando chego, tudo está praticamente arrumado. O projetor ligado e já com os slides para a apresentação, a extensa mesa de vidro possui copos e garrafas com água. Sento-me em uma das cadeiras, aguardando.

De repente, Lívia surge segurando alguns papéis encadernados nas mãos, pastas e outros objetos enquanto tenta manter sua bolsa nos ombros. Suas madeixas estão presas em uma trança embutida, usa uma saia na altura dos joelhos cor vinho, meia-calça preta, sapatos salto-alto e uma camisa branca de gola por dentro da saia. Meus olhos traidores passam pelas suas vestes marcando e delineando seu corpo perfeito. Minha mente igualmente traidora se recorda dos nossos momentos de sexo quente e gostoso.

Ao notar minha presença, ela se sobressalta.

— Alfredo! Você me assustou — diz entrando.

— Por quê? Não esperava me ver por aqui?

— Está cedo. Achei que chegaria somente no horário da reunião. — explica, distribuindo as pastas sobre a mesa.

— Me desocupei mais cedo do que o esperado.

Ela não responde e se senta perto do teclado. Rapidamente revisa os slides, e eu apenas a observo.

— Está tudo certo. — sua voz ecoa na grande sala quase vazia e em silêncio. — Boa sorte na sua apresentação. — deseja, se senta à mesa ao lado do projetor e toma em mãos um bloco de notas, retira uma caneta e começa a fazer alguma anotação.

— Na verdade, — pronuncio, recostado na cadeira, indicador aos lábios, pensativo — quero você fazendo essa apresentação.

Lívia me encara por segundos extensos, pestanejando. Tenho certeza de que, se não estivesse sentada, cairia para trás. Permaneço imóvel, aguardando uma resposta.

— O quê? Alfredo, é uma reunião importante, com uma empresa importante. Não pode jogar essa responsabilidade em minhas mãos — defende-se, totalmente embasbacada por meu pedido. Sorrio para ela, maliciosamente. Sim, estou fazendo isso apenas de pirraça.

— Não é capaz de fazer essa apresentação? — provoco, e seus olhos me fuzilam. Quase posso dizer que ela sente vontade de jogar o telão atrás dela em cima de mim.

— Sim, Alfredo, eu sou capaz. Mas eu me preparei para te auxiliar nessa reunião, e não apresentá-la! — protesta.

Olho no relógio, depois para ela.

— Eles chegam em meia hora. Tempo suficiente para se preparar. — digo, estou sendo irredutível, e balanço na cadeira giratória vagarosamente de um lado a outro, exibindo um sorriso debochado. — Ah, e isso não é um pedido ou sugestão. É uma ordem.

Lívia me encara, rosto contraído de raiva. Então respira fundo, pega uma cópia da apresentação e folheia, ignorando minha presença pelos próximos trinta minutos. Ela está nervosa quando o pessoal da HS LOGÍSTICA chega e se acomoda em seus lugares, percebo pela sua linguagem corporal. Continuo sentando no topo da mesa, com meu sorriso cínico e debochado nos lábios. Ela inspira fundo e toma um pouco de água antes de iniciar a apresentação. Falamos sobre números, probabilidades e gráficos, a atual situação do mercado financeiro e o crescimento de vendas dos produtos da Hauser Alimentícia.

A reunião flui de forma leve, e, apesar do seu nervosismo inicial, Lívia se sai muito bem, ao final a megera acaba conseguindo um ótimo contrato, e nada a impede de me lançar sorrisos e olhares esnobes. Lívia fica para reorganizar a sala, e eu acompanho os investidores da HS LOGÍSTICA até o elevador. Retorno, exatos cinco minutos depois. Lívia está curvada juntando os papéis sobre a mesa. Paro à porta, observando-a por um segundo.

— Lívia? — chamo-a, e ela se vira para mim.

— Sim?

— Fez uma excelente apresentação, hoje, na reunião. Me surpreendeu e superou minhas expectativas. — Estou sendo sincero com ela. Não esperava menos dela, mas também não acreditava em um resultado tão notável.

Ela sorri um sorriso de satisfação. Ela me provou que estava errado sobre sua capacidade de conduzir a reunião e sabe disso.

— Obrigada.

— Eu até estive pensando em mudá-la de função. Você já deve saber que o senhor Geraldo terá de se afastar por problemas de saúde. Quer o cargo de Diretora do grupo?

Lívia me fita seriamente, surpresa com a oferta tão repentina. Ela parece me analisar com seus olhos, parece analisar minha proposta de promoção. Não a julgo. Eu tenho poder e motivos para demiti-la, mas estou lhe oferecendo o terceiro cargo mais alto da empresa.

— Eu não tenho todo o tempo do mundo. — quebro o silêncio interposto entre nós. — Quer ou não?

— Quero. — responde de pronto, como se temesse que eu mudasse de ideia.

— Ótimo. Passe no RH e solicite a sua mudança de cargo. Deve começar amanhã mesmo — digo, mas ela não me dá nenhuma resposta verbal, apenas assente.

Estou me virando para sair quando ela me chama:

— Obrigada... — sussurra, acanhada, e morde os lábios, nervosa — De verdade, obrigada. Eu nunca esperava por isso.

Sorrio e aceno, ambos brevemente.

— Não precisa me agradecer.

— Preciso, Alfredo. Ontem eu cheguei aqui e esperava ser demitida. Hoje você me oferece esse cargo. Depois de tudo entre nós, achei que me odiaria e iria me despedir.

Suspiro baixo e desvio os olhos dela. Há uma dor pressurizando meu coração.

— Eu não te odeio. — confesso, sussurrando — Queria muito, mas não consigo, não posso. — Nossos olhares se encontram, e tenho certeza: ela nota o brilho entristecido nos meus. — Talvez eu concorde com você. Talvez eu tenha merecido. — Lívia me encara, sem jeito, engole em seco. Não lhe dou tempo de procurar por uma resposta. Deixo-a sozinha.

Tornamos a nos reencontrar no elevador. As portas estão quase se fechando quando Lívia pede para segurar para ela. Ela ficara na sala de reunião terminando de reorganizá-la. Levemente ofega, ainda carregando desajeitadamente suas coisas. Ao me ver, expressa surpresa.

— Achei que já estivesse na presidência — arqueja, tentando recuperar oxigênio para os pulmões e ajeitar os objetos caindo de seus braços. Estico minhas mãos para ajudá-la, seguro as pastas e encadernados quase se esparrando no elevador. Lívia sorri para mim em agradecimento, pendura a bolsa nos ombros.

— Resolvi dar uma olhada pelo prédio, saber como estão os departamentos. — explico enquanto ela torna a pegar os pertences das minhas mãos.

— Ah! — exclama, e não trocamos mais palavras.

Terminamos o percurso em silêncio. O perfume adocicado de Lívia sobe pelas minhas narinas e minha memória olfativa me leva a momentos que eu deveria esquecer. As portas se abrem, gentilmente lhe dou espaço para sair primeiro.

— Antes de ir ao departamento pessoal, pode conferir qual meu próximo compromisso? — solicito. Ela assente. Continuo meu percurso até minha sala e, pela visão periférica, a vejo deixando seus pertences na mesa de Jéssica e logo me seguindo.

Abro a porta da minha sala e paro de andar subitamente. Sinto-a esbarrando nas minhas costas.

— Alfredo... — ouço a começar um protesto por minha parada repentina, mas se cala ao ver o que eu vejo: Sophie em minha sala, segurando um porta-retratos com uma fotografia de nós dois juntos e Enzo no nosso meio. Esqueci-me da maldita fotografia em minha sala.

Fico um instante paralisado no meio do caminho, Sophie repara na minha presença e me encara, ainda segurando a foto nas mãos pequenas. Os olhos dela correm até Lívia, e Lívia desvia o olhar. Meu coração está um pouco descompassado dentro do peito. Tento manter minha postura, forço um sorriso, mando o comando de mover-se para minhas pernas, mas elas não me atendem.

Salut, chère. — ela me diz naturalmente. Então consigo encontrar a parte do meu cérebro responsável pelos movimentos e vou até ela. Beijo-a nos lábios.

Oi, querida, o que está fazendo? — pergunto a ela em francês.

— Estava no seu computador, conferindo meus e-mails, quando vi essa foto. — me responde, também em francês. Ela olha para Lívia novamente, mas ainda sorri sem maldade, sem resquício de raiva ou ciúme. Não sei se ela é compreensiva demais ou se não ligou uma coisa à outra. — Ce est une belle photo — adiciona, já com seu olhar em mim.

Sinto-me desconcertado diante da situação, e, como resposta, apenas aceno e a beijo mais uma vez. Sophie devolve a fotografia ao seu devido lugar em minha mesa e me pergunta se posso levá-la para casa, está sonolenta (hormônios de grávida) e quer descansar um pouco. Viro-me para Lívia e lhe pergunto se há algum compromisso importante. Ela confere minha agenda no tablet.

— Por hoje não tem mais nenhum assunto importante. — diz-me.

— Certo. Obrigado, pode se retirar, Lívia.

Com um aceno, ela se vai.

Volto com Sophie para meu apartamento, ela faz o percurso todo fazendo planos para depois de casados, faz planos para nossa simples cerimônia. Eu tento sorrir, tento demonstrar o mesmo entusiasmo. Mas na verdade, ainda amo fortemente Lívia e nunca amarei Sophie do modo merecido, do modo correto. Mas eu me esforçarei.

Em casa, preparo um chá mate morno para Sophie, enquanto ela toma um banho e se veste com outra camisa minha. Sorve o chá em pequenos goles. Fecho as cortinas, ligo a TV. Ela me olha, a xícara nas mãos, sorriso encantador.

— Esta cuidando de mim ou é impressão minha? — indaga, curiosa, sarcástica. Sorrio um pouco e sento ao seu lado. Ponho a mão sobre sua barriga.

— Estou cuidando de você. Preciso voltar para a empresa. Fica bem sozinha?

Oui, mon chèr. Não se preocupe.

Sophie se aproxima mais para me abraçar forte. Beija-me no pescoço.

Je t'aime, Alfredo — murmura em meu ouvido. Pestanejo, meu coração dispara. Engulo em seco. Afasto-me dela, obrigo-me a sorrir, não consigo.

— Sophie...

— Não precisa corresponder tão já, mon amour. Eu amo você... e terei paciência em conquistar seu amor.

Anuo apenas. Dou-lhe um beijo de despedida. No lado de fora do apartamento, recosto-me à minha porta, afago o rosto. As lágrimas vêm, quero evitá-las, mas não posso. Elas escorrem timidamente pelo rosto. Choro porque amo Lívia. Choro porque Sophie me ama e não posso corresponder. Choro porque não posso amar ninguém como amo aquela maldita megera.



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