Nancy encarava seu reflexo no grande espelho no quarto de Christian Carter. Seus olhos azuis foram delineados, ela usou um pouco de seu tempo também para trançar seus cabelos loiros. Deu algumas batidinhas nas bochechas e suspirou fundo.

Finalmente havia chegado o dia. Mal conseguia acreditar que se formaria em algumas horas. A escola e todas aquelas preocupações desnecessárias ficariam para trás. E então, iria poder focar apenas em seu futuro, ir para a faculdade e estudar moda. Para ser a grande estilista que sempre sonhou.

— Você está parecendo uma princesa!

Do espelho, conseguiu ver Christian parado na batente da porta, com suas mãos enfiadas dentro do bolso de um terno escuro que havia alugado para a ocasião. Ele apertava os lábios, e isso era uma mania que ele fazia quando estava ansioso com alguma coisa.

— Você está bem? — Ela perguntou. Ele não fez questão de responder.

Ela vestia um belo vestido borgonha vermelho escuro com decote em V. Ele era longo, o que lhe dava um ar super poderoso e bem resolvido. Ajeitou as finas alcinhas sob os ombros e pegou um laço também vermelho para dar um ultimo toque em seu penteado.

Christian caminhou até ela, pescando o laço de suas mãos. Nancy abriu um sorrisinho ao vê-lo amarrar o laço em seus cabelos, assim como naquela vez em que ela estava se preparando para o grande jogo. As mãos dele desceram pela base do seu pescoço, acariciando sua pele delicadamente.

— Você têm que ir mesmo estudar em Nova York? — O hálito dele fez carícia na orelha dela, onde ostentava um bonito brinco de pérolas.

— Sim. — Ela inclinou a cabeça para o lado, divertida. — Acha que consegue me esperar por quatro anos?

— Você é a mulher da minha vida. — Ele disse baixinho, como se fosse um grande segredo. — Eu te esperaria por quanto tempo fosse necessário.

— Isso soou bastante romântico. — Ela se virou, abraçando a cintura dele. O vestido balançou suavemente, como uma delicada cortina vermelha.

O rosto dele assumiu uma expressão diferente, ele parecia agitado e muito nervoso de repente. Ela franziu a testa confusa. Ele estava assim desde ontem a noite. Pensativo demais.

— O que aconteceu? — Nancy engoliu em seco. Um pensamento passou por sua mente e ela estremeceu fechando os olhos. — Você está me perguntando essas coisas...anda muito pensativo... Por acaso, você quer terminar tudo comigo? Você não me ama mais? Christian...por favor!

Sua insegurança aparece novamente. Ela pensou que já tinha se livrado dela para sempre. Mas estava enganada.

— Nancy! Não! — Christian soltou uma risada, talvez pela reação muito exagerada dela. Segurou seus ombros firmemente a encarando. — Eu só...só estava pensando qual seria um bom momento para lhe fazer um pedido.

— C-como assim? — Ela arregalou os olhos, sentindo o coração começar a bater mais forte contra o peito.

Será que...? E como se respondesse a sua pergunta interna, ele se abaixou na frente dela, ficando com um dos joelhos encostado no chão. Pegou do bolso uma caixinha preta de veludo, abriu-a, e então Nancy vislumbrou o simples anel deitado na almofadinha branca lá dentro.

— Nancy Avis Brooks, você aceita se casar comigo? — As palavras eram tão fáceis de se responder. Mas ela estava tão espantada, que conseguia apenas abrir e fechar a boca. Não esperava receber um pedido assim tão cedo.

Mas Christian era tão precioso. E ela o amava de verdade. Sentiu a garganta fechar e mordeu os lábios. Sabia que iria chorar. Ele esperava ansioso pela resposta.

— Sim... — Ela sussurrou, mas não se deu por convencida e repetiu. — Sim, sim...sim! Eu me caso com você!

Aliviado e feliz, Christian deslizou o anel pelo dedo anelar dela, se ergueu para abraça-la e beijou-a nos lábios. Nancy pulou de alegria por todos os cômodos da casa, imaginando como as amigas ficariam com a novidade. Ela estava noiva!! De Christian!

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— Eu gostaria que você fosse. — Claire falou ao telefone, sentada no sofá com Caleb ao seu lado, jogando videogame na tv.

— Sério? — Isaac pareceu animado. — Eu vou tentar falar com o meu chefe, mas é bem capaz de eu chegar quando sua formatura já tiver acabando.

— Não importa. — Ela deu de ombros escondendo um sorriso. — Só preciso te ver lá. Quero dançar com você.

— Ah, Claire. — Ele sussurrou. — É o que eu mais quero. Mas agora preciso desligar, meu chefe já está do irritado aqui. Até logo!

— Até logo. — Ela repetiu, mas a ligação já havia encerrado. Suspirou e sentiu os olhos de Caleb em seu corpo. — O que foi? — Se virou para ele.

— "Só preciso te ver lá". — Ele afinou a voz. — "Quero dançar com você." — Ele piscou os cílios e colocou as mãos no peito. — Eu sou a Claire Jensen, e estou tãoo apaixonada pelo Isaac!

— Cala a boca. — Ela o empurrou, mas sorriu, a imitação até que foi boa. Viu Alex e Francisco parados na cozinha e perguntou o horário.

— São dez e meia. — Alex respondeu, ajeitando a gravata do seu terno lilás.

Claire deu um pulo.

— Temos que ir agora, ou iremos nos atrasar! — Claire gritou para Rick, que ainda estava se arrumando no quarto. Não houve resposta, então dando um suspiro fundo, ela caminhou ao lado de Caleb, Francisco e Alex para o seu jardim. Todos eles vestiam ternos, só mudava a cor.

Quinze minutos depois, Rick Jensen apareceu para os filhos, dando uma voltinha charmosa com um grande sorriso no rosto. Seu black power estava perfeitamente arrumado.

— Então, o que acharam? — Ele fez uma pose e todos riram.

— Você esta ótimo papai, mas se não irmos agora, eu irei me atrasar para a minha formatura! — Ela se adiantou, agarrando as mãos dele. Alex trancou a porta.

Todos andaram em direção ao fusca azul todo ferrado que Rick usava para ir trabalhar. Se entreolharam e deram de ombros, teria que servir. Todos se acomodaram nos assentos mofados e mal cheirosos.

— Eu queria que fosse uma limousine. — O pai declarou triste. — Mas nossa velha fu-fu da conta do recado.

Claire soltou uma risada passando as mãos nervosamente pelo tecido azul-claro do seu vestido curto. Tinha sido o vestido mais barato que encontrou, mas ele era até que bonitinho. O carro tomou velocidade rumo a liberty.

                             ♡(•ө•)♡

Verônica Stewart estava inclina para frente, apertando o botão da máquina fotográfica enquanto registrava várias fotos de Alison parada na escada. Ela parecia uma fotógrafa numa seção de fotos para uma revista. E a filha era a sua modelo.

— Não precisa de tantas fotos, mãe. — Alison reclamou, colocando as mãos no rosto, escondendo-o.

— É para por no álbum da família. E também, é raro te ver num vestido tão lindo assim! — Verônica sorriu.

Alison devolveu o sorriso passando os dedos pelas pedrinhas de sua pulseira de diamante. A relação entre as duas havia mudado bastante após a saída de Darren de suas vidas. E essa foi a melhor coisa que aconteceu a elas.

— Tudo bem, essa vai ser a última. — Ela disse, dando um passo para frente e colocando as mãos na cintura.

A mãe deu pulinhos animados. Alison estava vestida com um longo e esbelto vestido sereia preto fosco apertado no quadril, de alças finas e um decote de tiras nos seios e nas costas. Havia até calçado saltos altos. As meninas iriam ficar satisfeitas ao verem seu visual.

Logo depois da seção de fotos infinita, elas se acomodaram no carro, e a mãe começou a dirigir pelas ruas íngremes de Hanôver, em direção ao colégio.

— Convidou o seu pai? — A voz de Verônica sussurrou do banco ao seu lado.

Alison engoliu em seco e balançou a cabeça negando. Nem passou pela sua mente convida-lo. Se remexeu em seu assento e focou os olhos na estrada.

— Você acha que é melhor assim? Não vê-lo nunca mais? — A mãe insistiu.

— Sim. — Respondeu baixinho. — Eu só preciso de você, mamãe. Não quero saber mais dele. Nunca mais.

E percebendo a determinação na voz da filha, Verônica decidiu não entrar mais naquele assunto. Ele de um jeito ou de outro, já estava finalizado.

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Jessie desceu correndo as escadas da casa de Rebecca, abriu a porta e deu um largo sorriso ao ver Joyce parada na varanda segurando um buquê de flores nas mãos. Ela sentiu lágrimas brotarem nos cantos dos olhos, e se apressou para abraça-la.

— Você veio mesmo! — Murmurou inalando o perfume doce da mãe.

— Eu não perderia isso por nada, meu bem. — Ela sorriu e Jessie a convidou para entrar. — Então é aqui que você tem morado? — Passou os olhos pelos cômodos, focando-os em Paul, o irmão mais velho de Rebecca que falava com alguém no celular, sentado no sofá da sala. Se virou para encarar Jessie. — Você está linda com essa roupa.

— Obrigada! — Jessie sentiu o rosto corar timidamente. Receber elogios ainda lhe era muito desconfortável. Mesmo que fosse de sua mãe.

Estava usando um dos vestidos que Nora tinha comprado para o dia que conheceu Stefan. O lilás que ia até os seus joelhos, saia coberta de tule e nos ombros uma renda delicada cobrindo-os.

Ouviu barulhos na escada e se virou rapidamente, encontrando Rebecca prestes a colocar o pé no último degrau.

— Nós temos que ir... — Ela olhou do rosto da namorada para o rosto de sua sogra e sorriu sem graça. — Olá!

Ela usava um vestido tubinho verde oliva e sapatilhas, fazendo-a parecer menor do que já era. Os seus cabelos cacheados estavam presos num coque alto e bagunçado.

— Então, você é a famosa Rebecca? — Joyce se aproximou para abraça-la. — Jessie falou muito sobre você.

— Espero que só coisa boa. — Agarrou a mão de Jessie, apertando-a.

— Pode ter certeza que sim. — Joyce as olhou por um tempo. — Vocês duas formam um casal lindo.

Jessie corou envergonhada. Magda surgiu da cozinha e logo começou uma conversa longa com Joyce. E alguns minutos antes delas saírem, Rebecca e Jessie posaram para uma foto, segurando na cintura uma da outra.

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Elas chegaram praticamente ao mesmo tempo, se despediram de suas famílias que foram separadamente para o outro lado com um orientador de cerimônia, e seguiram juntas o mar de alunos com capelos e becas pretas.

Foi tudo muito rápido, logo elas se viram sentadas numa das diversas cadeiras enfeitadas por flores azuis espalhadas pelo grande auditório que servia para a escalação de atores para as peças de teatro estudantil.

Os seus familiares foram levados e acomodados pela pedagoga para as arquibancadas também muito bem enfeitados por flores e laços.

Rapidamente o lugar se encheu. Jessie e Alison ficaram na mesma fileira por causa de seus sobrenomes serem com a mesma letra. Nancy se virou para trás e acenou empolgada. Estava no começo na primeira fileira. Claire balançava a perna nervosamente enquanto torcia o tecido da beca discretamente.

Finalmente, o senhor Kill apareceu no palco, acompanhado pelos respectivos professores do último ano vestidos de trajes elegantes e com sinceros e lindo sorrisos nos rostos. Os alunos erguem-se para aplaudir brevemente. Ao lado deles, está Megan Riley, loira e esbelta como sempre. Incrível como ela ficava bonita em qualquer roupa, até mesmo com a horrorosa beca. Ela havia sido escolhida como a oradora das turmas, para fazer o discurso de formatura.

Nancy procurou por Christian nas arquibancadas, e assim que o viu, acenou com a mão. Ele correspondeu de um jeito muito fofo, fazendo-lhe um coração com as mãos. Ela corou as bochechas. As meninas haviam ficado espantadas com a novidade que ela contara sobre o pedido de casamento inesperado.

— Agora deixarei Megan Riley dizer algumas palavras para as turmas. — O Sr Kill disse, após terminar seu breve discurso sobre a boa educação que o  colégio Liberty dava aos seus alunos.

Megan jogou os compridos cabelos loiros para trás dos ombros e desfilou até o microfone no meio do palco. Ela focou os olhos verdes na plateia cheia de alunos, por alguns segundos, então, respirou fundo e começou a falar.

— Bom dia a todos! — Ela sorriu. Um belo sorriso de dentes brancos. — É com grande satisfação e orgulho que venho aqui deixar algumas palavras sobre esse ano maravilhoso. Primeiro eu gostaria de cumprimentar a todos presentes nesse evento único.

Ela começou a citar todos os nomes de professores, orientadores, zeladores e técnicos do último ano. Quando acaba lista infinita, volta para o discurso.

— Quero cumprimentar também os pais, que são a nossa base para tudo, nossos companheiros inseparáveis, os convidados e os colegas formandos. Meus agradecimentos pela presença.

Nancy abaixou os olhos sentindo uma enorme tristeza. Seus pais nem sequer estavam ali. Ela apostava uma nota de cem dólares que eles não faziam ideia que sua formatura era hoje.

— Estar aqui hoje é uma alegria inestimável e proferir esse discurso é uma grande responsabilidade e uma honra, pois ele reflete a vontade dos colegas que será transmitido. Essa noite é nossa formatura, dos alunos do ensino médio do colégio Liberty, do ano de 2017. Um ano de diversas conquistas, de decisões e escolhas profissionais. Ano de vibrações positivas. Ano de alegrias.

Jessie abriu um sorriso, sentada ao lado de Karen Savezy. Alison roía as unhas discretamente, observando o emblema da escola no teto.

— Sem sombra de dúvidas saudades ficarão desses anos que passamos juntos. Dos momentos de conversas descontraídas, brincadeiras e piadas engraçadas. Saudades dos colegas, de estarmos juntos, dos grupos de estudo e de compartilhar opiniões e segredos.

Claire notou que Megan agora estava chorando enquanto falava:

— Daqui pra frente não vamos mais nos encontrar com tanta freqüência. Pois cada um aqui presente seguirá seu próprio caminho, lutará por seus próprios sonhos. Uns ingressarão em universidades, outros talvez prefiram logo trabalhar.Mas o importante é que todos realizem o que desejam e sejam felizes. O ensino médio terminou, mas a amizade, e o respeito entre nós, não devem jamais ter fim. E para finalizar, eis uma reflexão: a todos os colegas e professores deste colégio, o meu mais sincero desejo que cada um torne-se um estímulo; Obrigada!!

O auditório explodiu em aplausos. Os estudantes festejam. Megan agradeceu e caminhou até as cadeiras, sentando-se assim como os outros alunos. O sr Kill disse mais algumas palavras, para logo em seguida começar a longa e tediosa entrega dos diplomas.

Em ordem alfabética por sobrenome, a primeira fila foi andando. Nancy foi a décima terceira a pegar o diploma. Ela caminhou confiante pelo assoalho de madeira, subiu no palco e pegou o seu diploma. Finalmente estava livre.

A fila prosseguiu, Mike Bowes correu rindo como um idiota, Justin Drew fez uma dancinha desajeitada ao pegar o seu diploma. Claire apertava as mãos tão fortemente que sentia as unhas se enfiando na carne, emocionada ela se inclinou para agradecer ao diretor.
Depois veio Rebecca, Kat, Megan, Jessie, Alison e por ultimo Nina.

Eles se amontoaram em frente a um
painel que dizia despedidas, a mando do diretor. Nancy puxou Claire, para que elas conseguissem ficar perto de Alison e Jessie, assim que percebeu que iriam posar para uma foto. A última foto no liberty.

Elas abriram sorrisos abraçando-se, e o fotógrafo registrou a última foto do ano. E todos os estudantes começaram a contar até três, para então jogarem seus capelos para cima.