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4| A Mudança de Claire

Ela terminou de montar a sua cama, se levantou do chão quadriculado do seu novo quarto, colocou o martelo do seu pai encima da cômoda e observou com orgulho o que fez. Sem precisar dos irmãos mais velhos.

Sempre achou essa coisa de que uma mulher não consegue fazer as coisas sozinha uma tolice. Que as mulheres não podem ter direitos iguais aos dos homens. Que mulheres são um sexo frágil. Frágil é a cabeça de quem pensa assim.

Colocou as mãos na cintura e olhou para as duas caixas cheias de objetos seus, teria que arrumar isso ainda hoje.

Quando ficou sabendo que iriam se mudar, ficou um pouco receosa. Nova cidade, novas pessoas... Isso deixava qualquer um nervoso. Lembra-se que encarou o pai quando ele anunciou que eles iriam se mudar e perguntou se era alguma brincadeira e que se fosse não tinha graça. Tinha muitos amigos na antiga escola, e sabia para onde ir nos finais de semana. E de repente tudo mudou.

Deixaram todos os conhecidos para trás, na Califórnia, e vieram por causa de uma oferta de emprego que o pai recebeu. Dar aulas na universidade de Dartmouth. Diziam que Hanôver era tranquila e que iriam gostar. Deveria agradecer por não terem ido para o Michigan.

Claire deveria se concentrar no que poderia encontrar ou fazer na nova cidade, e em como iria superar os obstáculos que ainda viria.

Pois quando se é o aluno novo no ensino médio, todos gostavam de pregar peças sem graças em você. E isso com certeza iria acontecer com ela, só que já estaria bem preparada para isso.

Se inclinou sobre uma caixa de sapatos pintada de tinta guache azul marinho, pegou as cartas dos amigos que ficaram na Califórnia e espalhou no chão.

Abriu um sorriso, mas logo o mesmo se desfez ao ver uma foto pequena da mãe, entre os seus papéis de cartas e lembranças. Uma mulher negra, com cabelos cacheados e lindos olhos, a encarava com um sorriso.

Fazia muito tempo que não via aquela foto. Seu pai sempre dizia que ela era a versão adolescente de sua mãe. Pena que não conviveram por tanto tempo.

Era bem pequena, deveria ter quatro anos de idade quando ouviu os pais discutindo alto no quarto deles. Eram muitos xingamentos por parte da mãe, o pai parecia manter a calma.

Olhou para o lado, estava sozinha no quarto, as outras duas camas estavam vazias. Seus irmãos tinham ido dormir na casa de amigos de escola. Agarrou seu ursinho amarelo e o abraçou junto ao peito enquanto espremia os olhos.

A discussão prosseguiu por mais uns longos minutos, até escutar um forte barulho de vidro sendo quebrado. Se levantou da cama e abriu a porta sem querer fazer muito barulho, afastou um cacho do rosto e espiou o quarto dos pais.

— Você me traiu Debbie — A voz de seu pai era engasgada, parecia estar prestes a chorar. Isso fez o coração da garotinha se contrair. — Por que fez isso?

O que havia quebrado era um jarro de cerâmica que sua mãe protegia como a própria vida. Não deixava ninguém se aproximar dele. Batia em Caleb por ele passar de skate pela casa, perto de seu jarro.

— Eu não aguento mais você. Não te amo mais, Rick. Você está velho... Só pensa em trabalho... Não me dá mais atenção. E eu acabei encontrando um outro homem. É isso.

— Um dos seus alunos! Debbie, você não vê o quanto isso é errado? Ele é jovem demais.

— A gente se ama, Rick. Ele já é maior de idade e sabe o que quer. E eu não quero mais ficar com você. Me decidi, vou largar tudo para ficar com ele.

— Você não tem ideia do que está dizendo! E os nossos filhos?

— Eles têm você. Eu posso visita-los quando puder. Você sabe muito bem que eu nunca quis ser mãe de família. Minha vida toda parece ter sido um grande erro, até ele chegar. Diga as crianças que eu os amo.

— Você está louca, não pode fazer isso Débora. Eles precisam da mãe. Eu não vou saber o que dizer...e quando eles ficarem grandes? Pense, mulher — Ele estava implorando.

— Eu já decidi — Ela se inclinou sobre a cama para pegar a mala de rodinhas e caminhou para fora do quarto.

Claire se encolheu na parede e viu a mãe passar apressada pelo corredor com as chaves do carro nas mãos. Seu pai veio logo em seguida, só que parou ao ver a filha abraçada com o urso.

— Filha? Vai dormir! — Ele estava com a voz baixa, por estar segurando as lágrimas.

— Papai, a mamãe vai embora? — Ela pergunta de mansinho, tocando a mão do pai.

— Não...ela só está... — Ele balançou a cabeça — Vamos para a cama.

Ela percebeu que agora ele estava com as bochechas molhadas de lágrimas. A menina sentiu um aperto no coração.

— Papai, ela está indo embora. Eu sei! Vamos atrás dela. Por favor — Sentiu a garganta fechar.

Sempre acontecia isso quando sentia que iria chorar. Quando a mãe lhe dava um tapinha na mão por pegar o biscoito sem permissão isso acontecia. Quando Caleb lhe roubava e cortava o cabelo de suas bonecas, isso acontecia. Quando Alex não lhe dava atenção e se irritava com as brincadeiras dela isso acontecia. Iria chorar. Então, abraçou o pai, o fazendo se inclinar para frente e a pegar no colo.

— Não podemos fazer nada, minha princesa. A escolha é dela. Saiba que eu te amo muito, e ela também. Só que é complicado demais.

E naquele momento ela soube que o amava mais que tudo. Que ele nunca a abandonaria. Descobriu uma coisa no começo da adolescência. Só se sentia atraída por homens mais velhos. Para se sentir mais segura.

Na manhã seguinte, tiveram a notícia de que Débora Jensen havia morrido. Ela bateu o carro num caminhão, ele capotou e desapareceu por entre as árvores.

Ela foi levada direto para o necrotério, estava com o rosto todo desfigurado e sem algumas partes do corpo. Quando recebeu a noticia da polícia, seu pai chorou e demorou um tempo para contar para os filhos.

— A mãe de vocês foi morar no céu.

Caleb, Alex e Claire dispararam a chorar, se abraçando como jamais fizeram. O pai os abraçou, a dor que eles sentiam se espelhavam.

— Vai ficar tudo bem! Eu vou cuidar de vocês. — Ele os beijou a cabeça, com o rosto banhado de lágrimas.

Respirou fundo guardando a foto na caixa novamente. Arrumou a jaqueta sobre os ombros e saiu pela porta do quarto. Encontrou o pai sentado no chão, encaixando pinos na porta do banheiro.

— Pai, vou dar uma volta pelo bairro, para conhecer os lugares. Afinal, falta alguns dias para começar as aulas, e eu não quero ser a única a não saber aonde é a escola — Ela revirou os olhos e ele deu um sorriso.

— Vai ser bom para você conhecer os lugares. Caleb já saiu para procurar um clube de Lacrosse, e Alex foi até a floricultura mais próxima.

— Tenho certeza que Caleb não vai demorar muito para encontrar uma garota para se aproveitar. — Bufou. —Não deixe que ele iluda metade dessa cidade, pai. Por favor.

— Não deixarei — Ele ergueu o dedo mindinho, assim como faziam antes, e ela passou o dela por cima.

— Caso eu demore muito, coloque a polícia atrás de mim. — Disse com ironia e saiu pela porta da frente.

Enfiou as mãos dentro do bolso do short e andou por um longo tempo até encontrar um ponto de ônibus. Estava prevendo o caus que Caleb iria fazer. Ele sempre foi mulherengo, aparecia todo dia com uma menina diferente em casa.

As garotas da antiga escola sempre que a viam perguntavam se o irmão dela estava solteiro e que o achavam um gatinho (o que fazia Claire sentir vontade de vomitar). Sabia que elas só queriam virar suas amigas por causa dele. E isso não deveria acontecer de novo. Não nessa cidade.

Entrou no ônibus assim que ele parou próximo a calçada. Havia três garotas, duas sentadas e uma em pé, olhando a janela fixamente. Uma das garotas era uma loira bonita, vestida de vermelho e que parecia ser extremamente rica. Claire calculou que apenas os saltos que ela usava eram o salario inteiro de seu pai.

A outra parecia ser ruiva. Os cabelos eram ondulados e laranjados. Os olhos estavam fechados e as mãos estavam pousadas sobre a barriga. Ela também era muito bonita.

Claire suspirou e se sentou atrás dela, pegou um livro dentro da bolsa. Será que demoraria muito para chegar no colégio Liberty?

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