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10| A Nova Vizinha

Poderiam dizer que era apenas uma tristeza ou uma dor inconsolável que Jessie estava experimentando na vida pela primeira vez. Mas não era, nunca pense que é apenas isso. É algo maior, porque quando se trata da dor de uma mãe que perdeu um filho, é sempre as sensações mais intensas possíveis.

Era como um oceano profundo que transbordava com freqüência, sentia que a sua essência estava morrendo e desaparecendo aos poucos. Erguendo as mãos trêmula, ela enxugou os olhos inchados de tanto chorar de noite.

Tinha sonhado com um bebezinho em seus braços, enquanto caminhava na calçada do centro comercial, olhando para as vitrines das lojas, quando de repente o bebê desmanchou em uma gosma de sangue grudenta. As pessoas olharam, mas não fizeram nada.

Quando acordou, ofegante e gritando por ajuda, sua tia entrou correndo no quarto, perguntando o que aconteceu, contou o que houve e ela a abraçou.

Com esse sonho veio as lembranças terríveis do dia que contou para seu tio que estava grávida. Jessie deitou a cabeça no montinho de travesseiros e fechou os olhos enquanto as imagens horríveis começaram a passar muito devagar por sua mente.

Agora ela sabia as consequências de ter ido para a cama com um homem antes do casamento e tão cedo, teria que cuidar de uma criança. Sozinha. Ainda não conseguia acreditar.

Passou por Nancy que estava com os braços cheios de sacolas do shopping e conversando com umas cinco garotas, enquanto ria com animação. Ela nem ao menos notou Jessie passar ao seu lado. Jessie olhou para Nancy e sentiu inveja por um instante.

Como seria se vivesse como ela? Se fosse ela? Não precisaria seguir os passos religiosos que era obrigada, não estaria sofrendo como estava agora e teria uma vida maravilhosa com pais de verdade. Ah, como Jessie queria ter conhecido seus pais, mesmo que seu tio não gostasse de falar sobre eles.

Ele vivia dizendo que sua mãe a abandou na primeira oportunidade que teve, e esse foi um comportamento inaceitável de uma dama. Já o pai era um desconhecido que ela havia ficado na época do colégio.

Mas sua preocupação agora era como iria contar o que estava acontecendo para os tios. Seu coração batia rápido e sua respiração quase falhava.

Preciso conversar com vocês. —Ela entrou em casa colocando sua bolsa sobre o sofá da sala.

Sua tia estava sentada no sofá lendo a bíblia e seu tio arrumando sua roupa de reverendo para o culto que teria a noite. Jessie deixou que seus braços se afrouxassem ao lado do seu corpo e fechou a porta. Os tios ergueram os olhares curiosos, a sobrinha nunca falou daquela maneira.

Pode dizer minha querida, estamos ouvindo — John a encarava como se olhasse daquele jeito fixo, conseguiria saber exatamente o que estava se passando.

Prometam que não vão ficar bravos comigo? Foi um acidente... — Sua voz falhou antes mesmo de começar, dizer aquelas palavras seriam tão difíceis.

Estamos ficando nervosos Jéssica —Sua tia usou seu nome inteiro, então significava que ela entraria numa pior se não dissesse alguma coisa logo.

No aniversário da Lauren... Bem, eu conheci um garoto — Abaixou a voz e colocou a mão sobre a boca — O nome dele é Isaac... — Só a menção do nome fazia todos os seus músculos do ventre se esticar.

Seu tio deixou o que estava fazendo de lado, se levantou para ficar ao lado da esposa, que observava a sobrinha. Ele estava certo de que ela pediria para ter um namoro com o rapaz, e a resposta tão orgulhosa que diria era " Não, você ainda é muito jovem querida."

E o que tem? — Nora a incentivou calmamente. A voz doce da sua tia era algo para se espelhar e dizer logo a verdade.

Eu estou grávida.

A frase cortou o ar como um chicote de montaria rasgando a pele ferida de um cavalo. A dor era agonizante. Sua tia tampou a boca para esconder seu choque. Seu tio estava com os olhos arregalados e repletos de perguntas das quais não queria nem saber a resposta, ele estava nervoso. Jessie sentiu medo e começou se explicar antes que fosse tarde demais.

Me desculpem por pegarem vocês dois de surpresa, eu simplesmente não tinha ideia que isso aconteceria, sei que sou nova demais e que a chegada de um bebê vai mudar tudo...

Parou de falar quando sentiu a mão pesada do tio bater contra a pele da sua bochecha direita. A força do tapa fez com que ela caísse no chão da sala, uma das suas mãos tocaram a marca vermelha e de seus olhos começaram a escorrer lágrimas de dor e vergonha.

Como teve coragem de se entregar para um homem? — Ele gritava com ódio para a sobrinha — Você tem só dezessete anos e se comportou como uma prostituta — Ele fala fazendo ela se encolher no canto da sala a cada palavra que saia de sua boca — Eu estou com vergonha de você Jessica. Eu pensei que você seria diferente da sua mãe, mas vejo que o pecado foi herdado pela aquela vagabunda.

Tio...

Cale-se, você não tem direito nenhum de dizer alguma coisa. Você envergonhou a família que te acolheu como uma filha. Você tinha uma dívida com nós e acabou com tudo. Eu fui um tolo em acreditar na sua obediência e honestidade Jessica, você merece uma surra!

Ele estava com os dedos retirando o cinto da calça do terno, ela nunca apanhará em toda a vida, e essa seria a primeira vez. Seu sangue esquentou e sentiu vontade de correr, só que seus membros não se moviam, apenas ficou parada esperando a primeira cintada atingir sua pele.

John, não precisa disso, o que acha de conversarmos com ela direito? Deve ter tido algum motivo para ela ter feito isso, já pensou? Você foi violentada né Jessie? — Os olhos da tia brilhavam a procura de uma explicação coerente para a situação embaraçosa — Nos diga por favor.

Jessie balançou a cabeça em negativa, e a abaixou novamente, apertou as mãos ao lado do corpo e espremeu os olhos. A primeira cintada veio forte demais, em suas costas, acompanhada de palavras cruéis que o tio gritava.

Se sentou na cama com um pouco de cuidado, o sol da manhã entrava pelas janelas e iluminava o quarto sombrio. Alguém bateu na porta, e na ausência de uma resposta abriu assim mesmo. Era sua tia, sorrindo para ela.

— Todos adoram ver seu sorriso. — Nora lhe entregou uma flor que pegou no jardim que mantinha na frente da casa. — Mostra-me ele.

Jessie abriu um sorriso murcho, com muito esforço, e secou as lágrimas do rosto com a ponta dos dedos.

— Oh, querida, ficar deprimida aqui no seu quarto não vai fazer o seu filho voltar. Você ainda é muito jovem, têm dezessete anos, ora. Se alegre!

— Eu vou ter que me casar com um homem que nunca vi. —Sua voz saiu baixa e trêmula — Como quer que eu reaja a tudo isso?

— Seu tio não lhe deu uma opção? —Perguntou Nora arrumando a franja ruiva na testa da sobrinha. — Você fez a escolha certa. Stefan talvez seja um homem maravilhoso.

— Eu já estava destinada a me casar com ele muito antes do imprevisto acontecer, não é?

— Infelizmente sim — A testa da sua tia se enrugou.

— Ainda não consigo acreditar que entre as garotas que me ajudaram no ônibus estava Alison Stewart. — Jessie tentou mudar de assunto.

— Ela ainda usa aquela bendita tintura rosa nas pontas do cabelo? — Nora arqueou uma sobrancelha ao se lembrar de quando Alison usava uma  mecha rosas no cabelo e xingava todo mundo que a olhasse. Na verdade, a última parte ainda não tinha mudado.

— Não. Agora ela tem os cabelos curtíssimos. — Jessie deu de ombros.

— Eu não entendo aquela família, como podem deixar que a filha faça essas coisas com o cabelo? Eu a acho tão bonita, mas esses estilos acabam com ela. — Nora disse com ar crítico.

— Eles a deixam viver suas fases. — Jessie engoliu em seco. — A deixam experimentar novas coisas e nova moda.

— Você pode descobrir o mundo e ter novas descobertas — Nora suspirou. E Jessie sabia o que ela estava dizendo  "novas descobertas" significavam ter um marido e um monte de filhos. — Eu fiquei sabendo que uma família acabou de se mudar para a antiga casa da Lauren, e que a filha mais nova deles têm a sua idade. Seria ótimo se vocês virassem amigas.

— Tenho certeza que ela vai estudar no liberty e vai se enturmar com os populares. — Jessie murmurou.

— Não seja boba. — Nora fez careta. — Podemos fazer um bolo para você dar boas vindas, o que acha?

— Tudo bem.

                             ♡(•ө•)♡

Com um bolo de chocolate nas mãos, Jessie caminhou até a esquina de sua rua, onde ficava a casa de Lauren. Os pais dela decidiram se mudar para o interior para cuidarem da avó doente que ela tinha no Indiana. E agora aqui estava Jessie, indo dar boas vindas aos novos vizinhos. Até que seria bom se a garota fosse tão legal quanto Lauren era.

O quintal estava repleto de caixas de mudanças e entulhos do último dono. Jessie desviou das caixas e móveis um pouco velhos, quase deixando o bolo cair. Viu uma medalha dourada com o brasão do liberty jogado no calçada e se agachou com cuidado para poder pega-la.

— Pode ficar com a medalha se você quiser. — Uma linda voz sussurrou da varanda.

Jessie se ergueu com a medalha na mão e a outra segurando o bolo com cuidado, olhou para o rosto da dona da voz. Era uma garota da sua altura, com a pele cor de café, olhos miúdos e cabelos cacheados pintados de bordô em algumas mechas. Ela abriu um lindo sorriso.

— Ah, me chamo Rebecca Klan, mas por aqui estou sendo conhecida como "a nova vizinha". E você?

— Oi... É Jéssica Seyfried, mas gosto de Jessie — Estendeu a medalha para ela, que negou com a cabeça.

— Pode ficar com você, eu não gosto de medalhas — Rebecca franziu seu nariz e Jessie sorriu fraco olhando-a atentamente. — Conhecia a menina que morava aqui?

— Sim, nos eramos amigas.

— Entendo, pode entrar se quiser, só não repara na bagunça — Rebecca riu se virando de costas e entrando para dentro da sua casa.

Jessie a acompanhou, contornando as caixas espalhadas, até que se lembrou do bolo. Andou um pouco mais rápido e tocou no braço da garota, que virou-se com as sobrancelhas erguidas.

— Fiz esse bolo de boas vindas — Jessie disse sem jeito. — Espero que goste.

— Você sabe fazer bolo? — Rebecca pegou o bolo e sentiu o cheiro, piscou os longos cílios para Jessie, que ficou vermelha no mesmo instante, e levou para a cozinha.

— Sim, minha tia gosta de me ensinar suas receitas  — Jessie sentou no sofá e encarou as mãos unidas no colo.

— Você é a sobrinha do reverendo, não é?

— Você descobriu, nem quero saber como. — Jessie suspirou fundo.

— Não é pelas suas roupas — Rebecca voltou para a sala, com a boca cheia de bolo. — Pela decoração do lado de fora da casa. Nossa, seu bolo é muito gostoso.

— Obrigada! — Jessie sorriu.

— Seu cabelo é natural mesmo? — Ela retirou algo parecido com um cigarro do bolso da saia jeans. Jessie encarou a garota, seus olhos azuis arregalados.

Mais uma mentira que comprova que seu tio estava completamente errado em quase tudo. Ele sempre dizia que dava para saber quem tinha hábitos ruins na primeira conversa. E Jessie nunca imaginária que aquela garota fumava.

— Você parece ser muito certa, então significa que iria querer me matar se eu desse um trago agora, não é? — Ela perguntou, incomodada com a reação de Jessie.

— Mas e seus pais? — A pergunta saiu assustada.

— Relaxa, eles fora aos supermercado, e meu irmão está andando por aí, em algum lugar, mas ele não liga — Ela se inclinou na janela que ficava ao lado do sofá e acendeu o baseado. — Quer fumar comigo?

Jessie pensou por um momento. Já havia tomado cerveja naquele dia que Isaac ofereceu e seu tio não descobriu até hoje. Então, se fumasse aquilo, ele também não iria saber ao menos que ela contasse. Em alguns meses, iria ter que se casar com um desconhecido. E sentia que não faria mal nenhum em experimentar aquele cigarro.

Olhou para Rebecca, que tirava o baseado com graça de entre os lábios cor de cereja, ela parecia uma bonita atriz de filmes antigos. E isso foi sexy. E Jessie queria parecer sexy também.

Então pegou o baseado com cuidado das mãos de Rebecca, suas mãos se tocaram por um momento. Os olhos dela eram castanhos. A mão de Jessie tremeu.

— Já tragou alguma vez? — Rebecca colocou o cigarro entre os dentes e pegou o isqueiro para acender.

— Sim — Jessie mentiu, não queria ser chamada de santa por mais uma pessoa. Rebecca parecia ser legal, e com certeza iria se enturmar muito facilmente com os populares assim que as aulas começassem. E ela iria querer abandonar Jessie se a mesma dissesse que nunca havia colocado um cigarro na boca.

— Não precisa mentir para mim, eu não vou te enxotar da minha casa só porque você não quis dar um trago comigo. — Ela deu de ombros abrindo um sorriso maravilhoso. — Pode me dizer a verdade.

— Eu nunca toquei num baseado antes. — Jessie disse com sinceridade, brincando com o cigarro.

— Estou te desviando do caminho certo, me dá esse baseado — Rebecca pediu, estendendo a mão. Ela tinha unhas grandes e bem feitas.

— Não... Está tudo bem!

— Tem certeza que quer mesmo? Eu não vou te chamar de santa ou algo do tipo.

— Tenho! — Nervosa, Jessie colocou o baseado entre os lábios. Deu uma boa tragada, imaginando que o cigarro era um canudo de milkshake.

Mas aquilo não se parecia em nada com milkshake. Ele tinha um gosto horrível de tempero vencido. Jessie soltou a fumaça, tossindo de forma histérica, e recebeu alguns tapinhas de Rebecca nas costas. Se virou para entregar o cigarro de maconha para sua devida dona.

— Uau! Você foi ótima — Rebecca pegou o baseado.

Jessie sacudiu a cabeça sem conseguir respirar direito, se engasgando com a fumaça. Ofegou um pouco, puxando o ar para dentro dos pulmões. Rebecca mexeu o braço para enfiar o baseado novamente na boca. Jessie sentiu seu coração se apertar no peito ao ver a comprida cicatriz que Rebecca tinha no pulso. O que tinha provocado aquilo?

— Na minha primeira vez eu vomitei!

E ouvindo aquilo, Jessie sentiu um embrulho no estômago. Se inclinou e vomitou no chão, sem pensar duas vezes.

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