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Capítulo 3 - A fuga

Nicolas

Augusto estava me encarando incrédulo. Eu balancei a mão na tentativa de chamar a atenção dele.

— Você enlouqueceu? — foi o que ele disse.
— Quer sair daqui e cuidar da sua mãe sim ou não? — perguntei balançando a mão e ele finalmente pegou na minha mão e se levantou.
Augusto pareceu refletir durante alguns segundos e finalmente cedeu soltando um suspiro.
— Beleza, como é que a gente sai daqui? — perguntou ele — Estamos dentro de uma delegacia. Tem polícia pra todo lado!

Eu abri um sorriso torto — Cara, eu praticamente cresci aqui vendo o meu pai trabalhar. — eu abrir a porta e olhei o corredor, só havia um policial no corredor bebendo café. Voltei para a sala.
— Só tem um policial no corredor,  eu vou chamar ele dizendo que você fugiu,  você se esconde atrás da porta e acerta ele o jogando pra dentro e sai.
Nós o trancamos e corremos para os fundos.
Augusto assentiu.
E então eu sai da sala e corri até o policial.

— Rápido. O garoto tá descontrolado. Tá tentando fugir!

O homem pegou o porrete e me mandou esperar, mas eu o segui.
Assim que ele abriu a porta e deu um passo eu acertei a dobra da perna dele com um chute e Augusto finalizou o ataque com uma cadeirada nas costas.
O policial desmaiou.
Augusto pegou um masso de chaves e saiu.
— O que é isso?
— Condução. — disse Augusto
Eu sorri.  — Até que tô gostando dessa vida fora da lei!

Seguimos até os fundos da delegacia que estava vazio para nossa sorte, mas alguém abriu uma porta logo atrás da gente.
Era meu pai e Tio Natan, amigo da família. Eles nos encararam surpresos.
Vi os olhos do meu pai percorrer de Augusto a mim e entendendo o que se passava.
Faltando pouco para ele bufar eu voltei a correr e Augusto me acompanhou.
Meu pai e tio Renan não ficaram parados e estavam logo atrás.

Chegamos ao estacionamento das motos e eu fiquei confuso.
Mas pelo chaveiro tinha a numeração e Augusto não parou subindo na moto correspondente ao chaveiro e eu subi no carona e ele acelerou.
Primeiro andamos em zig zag destruindo retrovisores, quase caindo, batendo e morrendo até Augusto pegar o jeito.

Seguimos a toda velocidade para bem distante do morro e do meu pai.
Decidimos nos livrar da moto dando ela.
Um sem-teto a levou em troca de um espaço no abrigo dele.
Era praticamente ao ar livre.
A noite eles faziam uma fogueira para assar a comida que conseguiam durante o dia.

Eu e Augusto nos sentamos perto de um tronco velho longe da fogueira e dos sem tetos.
Ficamos um tempo em silêncio. Em um tipo de transe, talvez refletindo tudo que estivesse acontecendo ou apenas em choque. Não fazia ideia.

Depois de quase meia hora, assim der repente Augusto desencadeou um choro descontrolado, me deixando espantando e completamente surpreso. 

Ele chorava feito uma criança, de soluçar. Seu corpo se contraia com soluços violentos e espasmos. 

Sem nenhum controle de suas emoções.

Como se só agora se desse conta dos fatos. De tudo que tinha acontecido.
Da morte do pai.

Eu fiquei sem reação, sem saber o que fazer. Augusto era o amigo durão, o corajoso. O cara na escola que muitos tinham medo de se meter, e  que enfrentava brigas que nem mesmo precisavam ser deles, mas que se ele achasse que tinha que se intrometer ele se intrometia.

E agora ele estava ao meu lado, chorando feito uma criancinha. 

Eu nunca tinha o visto chorar durante esses dois anos de amizade. Nunca tinha o visto tão vulneral.

E isso partiu o meu coração. Eu estava sentindo vontade de chorar junto com ele, mas isso não iria adiantar a enfrentar do doloroso luto. Ele não tinha mais ninguém por perto que pudesse consola-lo com sinceridade a não ser eu.

De início eu não sabia como reagir diante dos soluços incontroláveis e então eu o puxei para um abraço. O seu chorou aumentou com o meu gesto de consolo.

Eu senti meu coração bater mais forte e meus olhos molharem, porque eu entendia a dor do luto.

Não disse nada dos clichês que dizem ao consolar alguém, eles não querem ouvir isso. Eles só precisam sentir que tem alguém ali que entende o que se passa. 

Ficamos assim em silêncio durante muito tempo.

— Apesar de tudo... — começou Augusto secando o rosto depois de um tempo — Ele era o meu pai. Mesmo que ele raramente lembrava disso. Quando ele chegava em casa de bom humor,  dias raros e chegava com demonstrações de carinho crescia uma esperança de que ele iria melhorar. De que ele poderia melhorar. Acho que minha mãe também se sentia assim...

— Eu entendo. — disse. — Sinto muito que isso tenha acontecido. Tenho certeza que meu pai vai pegar esses desgraçados!

Augusto sorriu — Tomara.

— Como você está se sentindo? Quer que eu busque alguma água? Alguma coisa.

— Eu pensei que fosse me sentir aliviado, e até feliz quando algo assim acontecesse... —  disse Augusto olhando para as mãos — Ele fazia tanto mal para minha mãe. Para mim. — ele umedeceu os lábios — Eu posso contar nos dedos as coisas boas que ele fez por nós, mas todas as surras são tantas que eu nem consigo contar e mesmo assim eu me sinto triste...

— Ele era o seu pai... — disse o encarnando, Augusto não levantou a cabeça, continuou fitando a mão.

— E isso acontece logo quando ele tenta mudar. Quando ele tenta fazer uma coisa boa de verdade pra gente... — Augusto fungou fundo e tentou secar o rosto.

Eu não fazia ideia do que eles estava falando. Estava devaneando por causa do luto.

Trazendo lembranças boas do pai, e pelo que lembro das poucas histórias que ele me contava sobre o pai, nove era sobre eram sobre surras e uma sobre um presente, ou um passeio de família.

Augusto me convencera inúmeras vezes para não contar pro meu pai o que acontecia na sua casa, ele disse que não era da minha conta e iria acaba arrumando problemas sérios para a mãe dele.  

 — Você se sente triste,mas...

Augusto me olhou sem entender.

— Você não completou a frase. — expliquei

— Mas não tão triste como um filho deveria se sentir. — disse ele juntando as pernas — Agora eu sei ele não vai mais machucar a minha mãe e nem a mim.
— O que você sente é liberdade. — disse o encarando.— E é perfeitamente normal. Não tem nada a ver com apatia. Você amava o seu pai, mas ele era um grande filho da puta.

Isso fez Augusto sorrir e concordou. — É ele era.

Isso me confortou, eu não queria xingar o pai dele em um momento desses, mas saiu automaticamente. 

— Alguma ideia? — perguntei percebendo que ele estava recompondo do choque emocional.

— Eu não posso voltar para morro. — disse Augusto

— Não mesmo. — concordei e ele me encarou.

— Eu ouvi uma parte da conversa do meu pai com meu tio . Eles disseram que o seu pai foi não foi apenas executado, mas torturado também. Tipo, como se eles quisessem arrancar alguma informação.

Augusto arregalou os olhos desencostando do tronco — Ah Meu Deus! O dinheiro!
— Que dinheiro? — Questionei desencostando do banco surpreso pela reação repentina de Augusto.

— Hoje meu pai veio com um papo estranho. De querer recomeçar do zero. Ele disse que há anos vem desviando dinheiro do tráfico e agora desviou uma quantia considerável e que eles logo iam perceber. E então a gente foi enterrar a metade do dinheiro no cemitério hoje... — ele parou de falar e olhou para o céu percebendo que já era madrugada. — Ontem a noite. E me mandou fazer as entregas para não levantar suspeitas e disse que nós partiríamos hoje pela manhã. Para recomeçar...

Agora eu entendia sobre o devaneio dele, sobre ele estar mudando e então franzi a testa.— Ué, então por que algumas malas foram encontradas reviradas junto com o corpo e com uma passagem para Portugal? — questionei e logo a ficha caiu. — Ah não...

Augusto estava com os punhos fechados fazendo as veias pulsarem. O ódio em seus olhos secou todas as lágrimas.
— Desgraçado! — rugiu Augusto furioso. — Ele mentiu e ia nos abandonar. — ele bateu na própria cabeça — É tão óbvio que ele estava me usando. E o imbecil aqui acreditou.

Eu segurei o pulso dele — Calma.

— CALMA? Ele me usou! Me fez de bode expiatório! — disse Augusto furioso — Agora eles vão vir atrás da minha mãe... Vão pensar que ela sabe desse maldito dinheiro! Eles podem machucar ela! — ele se levantou — Eu preciso falar com ela agora!

Eu entreguei o meu celular para ele.
Augusto digitou os números e esperou.
Eu puxei o celular e cliquei no auto falante para ouvir também.
Já estava indo para o quinto toque.

— Ela tá dormindo. — olhei o relógio no pulso — Tá tarde são três horas da manhã! — e então a voz da mãe de Augusto suou pelos alto-falantes do celular.

— Alô?

— Mãe?! — disse Augusto se agarrando ao telefone — Mãe, você está bem? Onde você tá?

— Eu que pergunto garoto! Você desapareceu! Quer me matar?

— Onde a senhora está?

— Tô no hospital...

Augusto a interrompeu — Eles te machucaram? — perguntou desesperado

— O que? Não filho. Só sentir umas contrações... Alarme falso. — respondeu Dona Olívia — Você vai me explicar o que está acontecendo?

— A senhora não pode voltar pra casa. Meu pai fez uma grande merda e agora tá morto... — disse Augusto

— Ai meu Deus!

— Se voltar eles vão machucar a senhora. Se afasta do morro, mãe. — disse Augusto

— Tudo bem. Onde você está? Eu vou te buscar e a gente pega os meus trocados no banco e aluga uma quitinete, sei lá. — disse Dona Olívia.

— Não dá... — disse Augusto quase sem voz — Tô fugindo da polícia.

Houve um pequeno silêncio na linha.

— Augusto...

— Eu tô bem. Só vá para o mais longe possível. Por favor mãe. — implorou Augusto

— Eu vou. Mas assim que arrumar um lugar pra gente você vai me esclarecer toda essa história. — disse ela.

— Tá bom. Eu te amo mãe.
— Também te amo meu amor. Eu te imploro, toma cuidado.

Ele desligou soltando a respiração em seguida de um bocejo que me contagiou.

Devia ser três ou quatro horas da manhã.
Essa noite foi tão longa e ao mesmo tempo tão curta.
Dormimos ali mesmo ao relento usando o tronco como travesseiro.

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