Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Parte I

Era para ser um dia feliz. Garanto que se fosse qualquer outra pessoa em meu lugar estaria feliz, ou ao menos estasiado. Afinal, quem não estaria com sentimentos a flor da pele prestes a encontrar a pessoa amada, para se declarar?

Era para ser um dia feliz.

Até seria, se ela não estivesse prestes a se casar.

Eu conheci a Laura, a exatamente cinco anos atrás. Tinha perdido meu emprego por causa de uma rixa com um colega, e estava desesperado em busca de outro.

Após algumas pesquisas, descobri o Frassetto Advogados, um escritório de advocacia da família de advogados mais prestigiados de São Paulo. Cadastrei meu currículo, e eu fui chamado para uma entrevista duas semanas depois. Na época eu achei tudo tão rápido e inacreditável, mas na entrevista o Sr. Roger afirmou ter visto meu perfil do LinkedIn e gostara do que viu.

Foi no dia da minha entrevista que a conheci. Eu estava saindo do prédio, distraído, quando esbarrei em uma moça, derrubando os vários papéis que carregava.

E eu me apaixonei por ela desde o primeiro momento. Eu me apaixonei por aqueles olhos de topázio, e pelo jeito que ela desviava o olhar sorrindo quando estava envergonhada, e por aqueles cabelos cor de ouro que cheiravam baunilha.

Eu me apaixonei desde o primeiro momento que a vi.

Me apaixonei pela herdeira dos Frassetto.

Na época, eu acreditava que isso era a única coisa que importava. Status social. Então eu não disse nada, a princípio por medo de uma rejeição por um orgulho bobo da sociedade, mas depois eu vi que era bobeira. Laurinha era diferente, jamais se importaria com algo tão fútil quanto isso.

Se eu disse ou dei algum sinal depois? Não. Fui covarde, tive medo. Medo de afastá-la de mim. Então me contentei em ser apenas seu amigo. Todo esse tempo eu a ouvia sobre seus amores fracassados e lhe oferecia um colo para seu coração partido.

Eu fui seu melhor amigo durante cinco anos.

Até mesmo quando ela bateu na porta do meu apartamento no meu dia de folga e me mostrou um anel com um diamante gigante tão azul quanto seus olhos, eu fui seu melhor amigo.

Eu me permiti me sentir feliz com a felicidade dela. Me permiti deixá-la ser feliz.

Mesmo que seja com outro.

Porém algo aconteceu. Algo terrível.

Argh, só de lembrar aquela noite eu sinto vontade de sair correndo.

Mas eu vou enfrentar isso, mesmo que doa, vou esclarecer tudo e vou deixá-la ir.

Na última vez que vi Laurinha, foi no meu apartamento. Eu bebi demais e claro, falei demais.

ㅡ Você é muito linda. ㅡ Lembro de dizer a ela enquanto estávamos sentados no tapete da minha sala. ㅡ Minha amiga linda! ㅡ Cantarolei rindo. ㅡ E você vai se casar! ㅡ Mais risos. ㅡ E eu vou te amar para sempre! Mesmo que esteja casada com outro! Isso não é hilário? Eu sempre tive medo de te dizer a verdade, por medo de você se afastar. Mas olha isso ㅡ mais risos ㅡ Você vai se casar! E vai ser sempre de outro...

Eu me lembro de olhar na direção dela, e ela me olhar confusa, pensativa. Laura não estava tão bêbada quanto eu, e tenho certeza que mil teorias se passaram pela sua mente brilhante naquele momento.

ㅡ Você fica tão sexy com essa expressão. ㅡ Lembro de lhe dizer e ela me encarar na hora um tanto chocada. ㅡ É como se você estivesse tentando solucionar um mistério. Wow, temos um mistério a ser selecionado? ㅡ Céus, eu estava muito bêbado, pois ria a cada intervalo de frase. ㅡ Não precisa tentar solucionar algo que é bem nítido, Laurinha. Até um cego consegue ver o quanto eu te quero.

E eu a beijei.

Sim, droga, eu a beijei!

E eu não me lembro de mais nada, além de borrões sem sentidos.

E enquanto eu estava sentado em uma mesa do Starbucks a esperando, eu pensava se aquilo era realmente o certo a se fazer.

Eu iria contar tudo a ela. Iria expôr todos os meus sentimentos a ela e dizer que ela pode ir ser feliz com o tal do Rodrigo.

Tomei um longo gole do meu café sentindo o líquido descer queimando na minha garganta. Por que eu tomei um gole tão grande? Será que eu não sabia que essa coisa é quente?

ㅡ Davi? ㅡ Uma voz doce e familiar me despertou de meus devaneios. Me obriguei a olha-lá e me arrependi no mesmo instante.

Droga, ela estava tão linda.

Enquanto ela estava se se sentando no assento a minha frente e sorria, eu acho que ela dizia algo, porém não compreendi, pois estava ocupado demais admirando minha amiga linda.

ㅡ Você disse que queria conversar comigo. ㅡ Sua voz me tirou de meu transe. Ela sorria sem jeito e me olhava apreensiva.

E eu sabia o porquê.

Nós não nos vimos depois daquela noite e ela sabia que iríamos conversar sobre o que houve.

ㅡ Sim, eu disse sim. ㅡ Soltei um riso nervoso sem saber por onde começar. ㅡ Já tomou seu café hoje? Posso lhe pagar um?

ㅡ Eu já tomei sim, mas aceito, obrigada. ㅡ E ela fez aquilo de quando está envergonhada. Ela desviou os olhos para qualquer canto, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e sorriu nervosa. Observei cada movimento seu, encantado.

ㅡ Certo. ㅡ Disse e me levantei indo em direção ao balcão para fazer meu pedido, deixando a loira sozinha na mesa.

Após alguns instantes voltei com dois copos na mão. Eu pedi outro expresso para mim, já que sou viciado em cafeína. Um vício compartilhado com minha amiga, a única diferença era que ela toma sem nenhuma gota de açúcar.

ㅡ Aqui está. ㅡ Estendi o copo em sua direção com um sorriso simples. ㅡ Podemos dar uma volta?

Ela pareceu um pouco surpresa, mas assentiu pegando o copo de minha mão e me enviando um sorriso simpático.

Saímos sem direção, nem eu mesmo sabia onde estávamos indo. Eu só achei que seria bom fazer isso ao ar livre.

ㅡ Eu garanto que já tem muitas teorias formuladas em sua cabeça. ㅡ Disse depois de um tempo caminhando em silêncio. ㅡ Você gosta de desvendar mistérios, de bancar o Sherlock Holmes. Só que nunca desvendou o mistério por trás dos meus sentimentos por você. ㅡ Decidi ir direto, não gosto de rodeios e estava ansioso pela reação da Laura.

ㅡ Davi... ㅡ Ela disse me cortando, como se implorasse em sussurro com meu nome.

ㅡ Não, Laura, por favor. ㅡ Disse sério fazendo ela se calar. ㅡ Me deixe falar tudo. Eu não aguento mais, foram cinco anos escondendo o que sinto. ㅡ Continuei, agora com uma voz mansa de súplica.

Laura respirou fundo de forma cansada, como se prevesse tudo que estava para acontecer. E talvez prevesse mesmo.

ㅡ Eu amo você, Laurinha. Amo você desde o primeiro momento que te vi. ㅡ Disse parando na sombra de uma árvore fazendo Laura me acompanhar. ㅡ E eu nunca te disse nada, porquê tinha medo de te afastar. Medo de perder sua amizade. Mas agora... ㅡ Desviei o olhar e passei a mão no cabelo, nervoso. ㅡ Aconteceu aquilo e... ㅡ Suspiro rendido e encaro Laura que me olha de uma maneira curiosa. ㅡ Eu decidi te contar tudo. Como eu explicaria o que aconteceu? Foi culpa da bebida? Essa é velha. Você vai se casar, vai ser feliz com outro e eu vou continuar sendo só o seu amigo. ㅡ Meus olhos marejaram e eu era incapaz de encarar Laura. Então foquei meu olhar em um casal de jovens que passava por ali. Os cabelos azuis da garota chamavam atenção de qualquer um.

Azul. Isso me lembrava a mulher a minha frente que estava em um silêncio perturbador, que me fazia querer sacudi-la até ela dizer algo. Azul é sua cor favorita.

Daria todo o dinheiro que consegui naqueles cinco anos, só para saber o que se passava pela cabeça de Laura naquele momento.

ㅡ Eu também gostei de você na primeira vez que te vi. ㅡ Laura disse derrepente me fazendo encará-la e pude ver que ela olhava o horizonte com um olhar distante. ㅡ Não só na primeira vez, mas depois também. Eu me apaixonei por você.

Laura disse a última frase quase em um sussurro, mas consegui ouvir. No mesmo instante a olhei surpreso com suas palavras.

ㅡ Mas você nunca demonstrou. Nunca vi nem se quer um olhar. ㅡ Soltou uma risada sem humor ㅡ Engraçado, eu tinha medo de tomar a iniciativa e você se afastar.

Pisquei várias vezes tentando assimilar o que ela acabara de dizer.

Nada mais foi dito, ficamos os dois, cada um com seus pensamentos ouvindo o canto dos pássaros que havia naquela árvore.

Como assim ela se apaixonou por mim? Minha mente estava uma repleta confusão e eu não sabia nem o que pensar, não fazia sentido.

ㅡ Por quê? ㅡ Perguntei e Laura suspirou sem me olhar. ㅡ Por que vai se casar? Por que nunca me disse? Droga, Laura, por quê?

Eu não entendia, quer dizer que ela sentia o mesmo por mim e nunca disse nada? Eu não estava com raiva dela, mas de mim. Se eu tivesse conversado com ela...

ㅡ O Rodrigo é uma boa pessoa, me trata bem, foi um ótimo namorado em dois anos. Garanto que será um ótimo marido. ㅡ O tom de sua voz era neutro, não havia sentimentos nenhum em uma frase bonita. E mais uma vez Laura suspira. ㅡ Eu não o amo. Mas não posso fazer isso com ele, porquê ele me ama. Então talvez eu o ame algum dia.

O que ela estava dizendo? Céus, o que ela estava fazendo?

ㅡ Onde quer chegar? ㅡ O meu tom de voz era duro, sério.

Silêncio. Ela não disse nada e nem se quer desviou os olhos do nada para que tanto olha.

ㅡ Laura, olha para mim e diz. ㅡ Mais uma vez o tom de voz sério.

No fundo talvez eu já saiba o que ela queria dizer, porém meu coração bobo insistia em negar.

Olhei novamente para os jovens que agora estão sentados na grama verde do parque Ibirapuera. O jeito como o rapaz de óculos ria com a garota, me lembrou os momentos que tive ao lado de Laura. Meu peito doeu só de pensar no que ela estava prestes a  dizer.

ㅡ Eu amo você, Davi. Mas não posso fazer isso com o Rodrigo. Eu adoro ele. ㅡ Sua voz estava embargada, não precisei olha-lá para saber que estava chorando. ㅡ Eu... Eu vou me casar. E você...

ㅡ Não, não continue por favor. Eu já entendi. E não se preocupe, a intenção dessa minha conversa era te deixar livre. ㅡ Eu ainda não consegui encarar ela. Eu só pensava em como tudo aquilo doía. ㅡ Seja feliz, Laurinha.

Eu estava pronto para sair dali, eu não aguentava mais tudo isso, precisava desabar e não iria fazer isso na frente dela.

Mas Laura segurou meu braço me fazendo parar e encará-la. Seus olhos azuis, estavam vermelhos por conta do choro e seu rosto estava molhado.

ㅡ Eu te amo. ㅡ Disse com tanta sinceridade que se fosse em outra ocasião eu a iria pegar e sair rodopiando por todo esse lugar. Mas eu não podia fazer isso. Seus olhos além de estar tão sinceros, tinham um brilho triste. Como de ela estivesse falando que alguém morreu. ㅡ Eu sinto muito...

Sua última fala foi em um sussurro quase inaudível. Suspirei tristemente e a abracei ali mesmo. Embalei ela em meus braços enquanto sentia o cheiro de baunilha que vinha do seu cabelo.

Laura me apertava como se nunca mais fosse me ver. E talvez fosse melhor assim.

Nunca mais a ver.

Depois de um tempo assim eu me afastei. Olhei para Laura e sequei seu rosto. Dei um longo beijo em sua testa antes de encarar seus olhos novamente.

ㅡ Eu te amo, minha Laurinha. Sempre vou amar. Sempre que precisar de alguém, sabe bem quem procurar.

Laura apenas assentiu enquanto eu me afastava. Eu não conseguia mais ficar nessa pose de forte ali. Precisava da minha casa e do meu rum.

Nunca fui bom com despedidas, então eu só virei as costas e saí dali. Saí de perto do amor da minha vida, deixando metade do meu peito com aquela loira.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro