2° Temp. Cap. 60 - Só o tempo irá dizer
Boa Leitura
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Naquela manhã, Brunna se levantou da cama exausta, Ludmilla se virou de lado pra ver sua mulher se levantar e desfilar pelo quarto completamente nua.
-Que dia maravilhoso!- Ludmilla falou se espreguiçando na cama
-Mas você nem viu como o tempo tá, as cortinas estão fechadas.- Brunna disse parando na porta do banheiro olhando pra trás, vendo sua mulher completamente nua na cama
-Mas só de te ver andar desse jeito meu dia vai ser maravilhoso – Disse Ludmilla com um sorriso sacana e aqueles olhos verdes clarinhos que Brunna tanto amava.
-Boba – Brunna falou soltando um sorriso e entrando no banheiro pra tomar um banho e ouviu Ludmilla levantar correndo da cama e entrar no banheiro – Você não vai tomar banho comigo, preciso ser rápida. Tenho que dar de mamar pros gêmeos e Leo vai vim aqui em casa hoje.
-O que ele vem fazer aqui? – So de ouvir o nome do seu genro Ludmilla parou no meio do banheiro olhando Brunna pelo box que ligava o chuveiro.
-Jas chamou ele pra passar o dia, já que eles não terão aula hoje.
Ludmilla torceu a cara, ela não gostava nada, não gostava do seu genro ficar o dia todo em sua casa, principalmente quando estava calor e eles iam pra piscina sozinhos, Ludmilla sabia bem o que se passava na cabeça de um adolescente com os hormônios em fúria. A morena de olhos verdes vestiu uma cueca e enrolou no roupão correndo pra outro banheiro da casa, tomou um banho rápido e desceu as escadas encontrando Jasmine abraçada ao menino no sofá.
-Bom dia minha princesa – Ludmilla falou se abaixando e dando um beijo na testa de sua filha e dando um tapa de leve em tom de brincadeira na cabeça do Leo
-Bom dia, Ludmilla – Leonardo falou estendendo a mão para sua sogra2
Ludmilla o cumprimentou e saiu andando em direção a cozinha gritando que estava com fome.
-Bom dia mama – Lorenzo apareceu na cozinha abraçando sua mãe por trás
-Bom dia meu príncipe – Ludmilla disse muito carinhosa.
Eles ficaram ali comendo e conversando, Lorenzo disse que os gêmeos choraram uma vez apenas e ele foi ajudar a avó que ficou olhando eles.
Lorenzo pediu pra sair no carro e Ludmilla deixou, o menino disse que ia na casa de uns amigos e jurou que se fosse beber ele ligaria pra busca-lo.
Jasmine permaneceu na sala vendo a nova série que saiu no Netflix, ELITE. Ludmilla veio e sentou ao lado deles na sala com um prato cheio de frutas.1
-É bom isso ai? - Perguntou enquanto levava seu café da manhã na boca
-Começamos a ver agora - respondeu
Brunna desceu em seguida acompanhada pela mãe, carregando o Jorge o colo enquanto sua mãe trazia a Manu. Se juntaram todos na sala e passaram o resto do dia vendo a série que agradou a todos eles ali.
Por volta de 5 horas da tarde, Lorenzo entra em casa e Ludmilla simplesmente da um pulo do sofá ao ver seu filho com o rosto machucado e sujo de sangue.
-Que porra aconteceu com você? - Ludmilla perguntou segurando o rosto do seu filho que desabou em um choro abraçando o corpo da mãe
-Uns caras do time de futebol americano bateram em mim - ele falou com a voz fraca
-Mas porque eles bateram em você meu filho? - Brunna ja estava apavorada ao lado dele acariciando os cabelos pretos tão lisos do garoto.
-Porque eu gosto de um garoto... - falou abaixando o olhar e fazendo Ludmilla o apertar ainda mais contra seu corpo em extinto de proteção.
...
Narrador POV
- Quem fez isso com você? - Brunna se aproximou rapidamente muito assustada com toda a cena
Lorenzo apenas chorava nos braços de Ludmilla, deixando todo mundo ali assustado. Leo se aproximou de Lorenzo com sua respiração rápida, também assustado com tudo. A mente de Lorenzo o fez lembrar de tudo, desde o início até onde levou ao acontecido.
FLASHBACK ON - Lorenzo POV
Depois de sair do jantar com meus familiares, fui a uma boate com meu primo Henry. A mais cogitada e badalada de toda Miami. Entramos no carro e seguimos caminho pela cidade iluminada, o som alto tocando uma música eletrônica, Henry com uma mão no volante e a outra tirando algo do bolso. Era um maço de cigarro e um isqueiro. Eu ficava olhando sem parar pra tela do meu celular esperando uma mensagem de Ramana, a gente havia terminado a uns dias, eu tinha mandado mensagem contando da minha alegria de ter passado e ela nem se quer mandou um "parabéns". Eu gostava muito dela, mas as coisas não estavam bem entre a gente. Ela não aceitava que eu queria sair com meus amigos pra jogar bola, pra jogar video game, ela sempre brigava, queria que eu fosse 100% exclusivamente só dela e eu não vinha me sentindo bem com ela mais, ela me sufocava e sentia que eu estava mudando, só não entendia o que estava acontecendo.1
-Quer? - ele me estendeu a mão com o maço e o isqueiro
Peguei da mão dele vendo que era um maço fechado de um cigarro caro, ele era todo preto, tinha um cheiro muito bom, coloquei o cigarro na boca levando o isqueiro nele o deixando aceso e espalhando bastante fumaça no carro.2
- Sua mãe sabe que você fuma? - perguntei dando um trago no cigarro
-Sabe.
Seguimos caminho e em menos de 20 minutos chegamos na porta da boate, descemos do carro e Henry entregou a chave pro motorista do local guardar o veículo. A fila pra entrar na boate estava quilométrica, mas acompanhei com o olhar Henry simplesmente chegar no segurança na porta e ele liberar a entrada pra nós dois.
-Valeu chefe! - Henry o agradeceu entrando na boate arrancando muitos olhares de quem estava na fila o que parecia ser muito tempo. Olhei pra todos que me olhavam e segui meu primo.
Entramos no local, e veio um homem alto e bastante forte colocar as pulseiras em nossos punhos. Subimos umas escadas e chegamos no segundo andar do local, lá dentro não estava cheio ainda, estava cedo, mas os camarotes já estavam bombando e eu estava em um deles na companhia do meu primo, eu sentia meu coração bater forte, eu olhava em volta, todo mundo bebendo, mulheres e homens se beijando ao som da batida forte das músicas eletrônicas que tocavam no local.
-VAI FICAR PARADO AI COM ESSA CARA DE BOBO? QUER QUE EU TE LEVO PRA SUA MAMÃE? - Henry se aproximou falando alto perto do meu ouvido por conta da altura da música.
-Não.. - respondi rindo e negando com a cabeça
O moreno saiu na minha novamente e eu o acompanhei, ele chegou com duas taças nas mãos me oferecendo uma.
-É vodka com energético - ele disse
Peguei o copo levando na boca, as luzes coloridas, as pessoas iam entrando aos poucos, as batidas iam me envolvendo, um, dois, três copos eu bebi. Me senti solto, as batidas da música tomavam conta do meu corpo. Tinha muitas pessoas no camarote, alguns eu conhecia da escola, outros nunca havia visto na vida.
Henry se aproximou de mim, levantou a mão com um pacotinho transparente e um pó branco dentro bem em frente ao meu rosto.2
- Vai um pouco? - perguntou com um sorriso sacana no rosto e abrindo o pacote despejando em cima da mesa ao nosso lado.
Henry puxou seu cartão de crédito e arrumou 3 fileiras com aquele pó. Pegou uma nota de 100 dólares bem enrolada e puxou rapidamente uma fileira, me assustei ao perceber que haviam mais pessoas ao nosso redor, que comemoraram o feito que tinha acabado de acontecer.
-SUA VEZ - gritou Henry visivelmente alterado pelo álcool que havia ingerido.
-Não, nem pensar - neguei com a cabeça me afastando um pouco dele.
Várias pessoas que estavam ao meu redor gritaram me provocando para que eu fizesse, eu apenas neguei e sai de perto, outros caras que estavam próximos cheiraram com ele aquele pó.
Me sentei no banco alto do bar, olhando pro copo que estava na minha mão, peguei meu celular pela centésima vez olhando se tinha alguma notificação dela e nada. Nenhuma. Me senti um pouco triste até que um rapaz alto sentou do meu lado, trajando uma jaqueta de couro, uma blusa branca por baixo, uma calça preta com alguns rasgados na coxa, ele usava um óculos de grau arredondado. Ele me olhou uma vez e olhou pra frente, me olhou novamente e voltou a olhar pra frente pedindo um gin.
-Oi.. - Ele disse pra mim soltando um sorriso de lado. Senti meu coração errar a batida mas eu me mantive forte não demonstrando nada, aliás esse ato me deu um gelo na coluna, puta merda, o que está acontecendo comigo?
-Ei.. - retribui o cumprimento
-Vi que você ficou bem sem graça quando seu primo cheirou uma carreirinha ali na mesa. - Ele disse pegando o copo e se virando um pouco de lado, deixando um pé apoiado no apoio de pé do banco e o outro pé no chão.1
Soltei um sorriso nasal balançando a cabeça, eu olhava pro chão sem saber o que fazer, porque eu estava nervoso na presença dele?
-Não curto essas coisas - Falei olhando nos olhos dele e em seguida desviando o olhar
- Seu nome é Lorenzo, não é? - perguntou com um sorrisinho no rosto levando a taça da Tanqueray na boca
-Como sabe? - perguntei cerrando os olhos desconfiado
-Eu ja te vi na escola. - falou soltando um sorriso charmoso mostrando os dentes bem alinhados e branquinhos.
- Eu nunca te vi lá, e seu nome é? - respondi devolvendo o sorriso e vi ele olhar diretamente pra minha boca e desviar o olhar pra onde estava o pessoal do camarote
- Eu sou novo, me chamo Romeo, entrei para substituir um professor de História do primeiro ano. - disse tomando mais um gole da bebida3
-Entendi.. Então você é professor, meio novo não? - perguntei interessado
-Sou professor, acabei de completar 24 anos. E você, está com 17? - disse passando a mão no cabelo
-Sim - respondi um pouco sem graça
Percebi que alguns alunos da escola passavam olhando pra nós dois, eu não estava ligando afinal de contas estávamos apenas conversando. Passamos boa parte da noite trocando ideias, a conversa fluía muito bem até que ele me chamou pra descermos pra pista e dançar, eu neguei pois meu primo estava em um estado deplorável e eu precisava levar ele embora.
-Eu te levo se quiser, a gente deixa ele lá e voltamos pra cá - ofereceu, ele parecia muito interessado em tudo que eu falava, me arrancou muitas risadas e ele várias vezes encarava minha boca e eu estava gostando da situação.
-Melhor não - Falei me levantando do banco e quando dei o primeiro passo, Romeo me segurou pelo braço e eu olhei pra ele rapidamente
-Me passa seu número? - pediu um pouco sem graça
Passei meu numero pra ele, ele na hora me mandou uma mensagem pra que eu salvasse o número dele com os dizeres: " Add meu número, adorei te conhecer e espero ter mais tempo com você, bjs :D "
Olhei pro celular e dei um sorriso torto pra ele e segui caminho pra onde meu primo se encontrava deitado no sofá do camarote, ele estava de lado com a boca um pouco aberta e chegava a babar.
-HENRY, VAMOS EMBORA- Chamei empurrando ele pelo ombro e ele não deu nenhum sinal
- Hey cara, eu acho que ele está passando mal - um homem se aproximou de mim dizendo e colocou meu primo sentado que simplesmente não respondia a nenhum chamado
-CHAMA A AMBULÂNCIA, ELE ESTÁ TENDO UMA OVERDOSE - Gritou pra que eu escutasse e várias pessoas se aproximaram, algumas já ligando para o hospital2
Eu comecei a ficar desesperado, olhando ali pra ele que estava muito branco, com a boca branca, babando, simplesmente apagado, me deu uma sensação tão ruim de ver aquilo, porque eu não cuidei dele? Eu não deveria ter deixado ele ficar sozinho, mas eu não era babá dele, ele sabia o que estava fazendo. O tempo pareceu passar em câmera lenta, mas quando vi as pessoas se afastaram e deram caminho pra pessoas com o macacão azul marinho com vermelho chegar perto com bolsas e uma maca. Colocaram Henry nela, fizeram alguns procedimentos ali mesmo.
-ALGUÉM ESTÁ COM ELE? - Perguntou um dos médicos
-Eu - respondi levantando a mão e me surpreendi quando ouvi a voz do Romeu logo atrás de mim dizendo que também estava com ele.
-Eu não vou te deixar sozinho lá - falou no meu ouvido que apenas concordei com a cabeça, seguimos na ambulância para o hospital.
Fizeram exames de sangue em mim e no Romeo, meu primo havia sido levado para outra parte do hospital. Eu estava bastando assustado, eu não sei se pelo efeito do álcool no meu sangue mas eu estava chorando, turbilhão de sentimentos ao mesmo tempo. Eu mal vi a hora passar e quando olhei no relógio eram quase 5 da manhã foi quando eu decidi ligar pra minha mãe e pedir que elas viessem até o hospital.
Depois desse episódio eu e Romeo trocamos mensagens sem parar, ele era muito carinhoso e eu estava me abrindo aos poucos, estava começando a me entender e ele super me respeitava, não tocava em assunto de sentimento nem nada do tipo, falávamos sobre a escola, basquete, todos os assuntos em geral. E confesso que eu acordava esperando uma mensagem dele, não sei o que eu estava sentindo realmente.5
Ramana me procurou e agora quem não queria era eu, disse que já tinha passado e que era pra ser bola pra frente e cada um na sua, ela tentou mais algumas vezes e desistiu quando viu que eu realmente não queria. Famoso, Só da valor quando perde.
Romeo me chamou pra sair, um dia depois que Henry acordou do coma, eu aceitei. Iria ter um jogo na escola e depois todos vão para a casa de alguém para beber e jogar. Eu havia feito a barba já que achei que ela estava grande, mas ela já estava começando a nascer novamente, estava em uma fase que estava deixando meu cabelo crescer. Estava gostando mais de mim assim.
Fui pro jogo, Romeo esteve ao meu lado o tempo todo, conversando muito, assim que acabou fomos pra casa de um dos jogadores do time de futebol americano da escola, a festa estava movimentada, música alta, várias pessoas bebendo, eu estava com uma lata de cerveja na mão conversando com o Romeo ao meu lado.
- Você está tão lindo assim.. - Ele disse baixo perto de mim me fazendo rir sem graça, eu estava gostando da companhia dele
-Obrigado - Falei rindo sem graça
Ficamos em torno de uma hora conversando, até que do nada tomei um soco no rosto, sem entender nada apenas levantei rápido no reflexo de me defender.
-SAI DA MINHA CASA SEU VIADINHO DE MERDA - o jogador do time de futebol gritou me pegando pela gola da camisa me arrastando até a parede mais próxima e distribuindo socos no meu rosto e abdômen até que senti ele me soltar rapidamente me fazendo cair no chão, olhei pra cima e vi o Romeo brigando com o tal garoto que eu não sabia o nome. Estava um pouco tonto, senti dois braços me envolverem e me colocar em pé e sair andando comigo pra fora da casa, alguns caras vieram ajudar e eu simplesmente não estava entendendo nada.
-Se você quiser a gente volta la e acaba com ele - um garoto disse e eu aos poucos fui me situando de onde eu estava
-Não, não precisa - Romeo disse
-O que aconteceu que ele fez isso? - Falei e passando a mão no canto da minha boca onde havia muito sangue e olhei pro rosto do Romeo que também havia um corte no lábio do rapaz
- Eu não sei, a gente estava apenas conversando - Ele disse e passou meu braço no ombro dele e eu gemi de dor
Levantei minha blusa na frente do vidro do carro e percebi que estava roxo no local onde eu havia tomado vários socos. Tirei a chave do bolso e tentei entrar no meu carro rapidamente, tentando ignorar as dores e o sangue no meu rosto, Romeo vinha atrás de mim gritando meu nome e pedindo que o esperasse.
-Deixa eu te levar embora? - Pediu segurando o volante, eu ja me encontrava dentro do carro de portas fechadas e ele escorado na minha janela
-Não, sai daqui, isso tudo é culpa sua - Falei deixando as lágrimas descerem com força6
-Não sai por ai dirigindo nesse estado, por favor - pediu
-NÃO! SAI DAQUI - Gritei batendo as mãos no volante
-Isso não é culpa nossa, a gente não manda no nosso coração e nem escolhemos de quem vamos gostar, eu me preocupo com você e quero o seu melhor, deixa eu te levar embora - pediu com a voz bem baixa ainda escorado na minha janela.
-Eu já pedi pra você sair daqui - Falei entre os dentes de olhos fechados segurando firme no voltante do carro e em seguida ligando o veículo e tendo Romeo se afastando com os olhos cheios de lágrimas e eu apenas acelerei o carro dando partida rumo a minha casa. O caminho todo eu fui chorando, eu estava sentindo muitas dores, o sangue não parava de descer, até que entrei no condomínio e parei na porta da minha casa, respirei fundo e entrei.
-Que porra aconteceu com você? - Minha mãe Ludmilla perguntou segurando meu rosto eu desabei em um choro abraçando o corpo dela
-Uns caras do time de futebol americano bateram em mim - disse com a voz fraca
-Mas porque eles bateram em você meu filho? - minha outra mãe Brunna ja estava apavorada ao meu lado acariciando meus cabelos
-Porque eu gosto de um garoto... - Falei abaixando o olhar e fazendo Ludmilla me apertar ainda mais contra seu corpo em extinto de proteção.
Ouvi minha mãe Brunna chorar e secar as lágrimas que caíam dos seus olhos, Ludmilla não me soltava agarrada em mim que também chorava.
FLASHBACK OFF
Narrador POV
Todos subiram para o segundo andar, Lorenzo chorava e era praticamente carregado por Ludmilla que sentia seu coração bater tão forte dentro do peito, Brunna chorava baixinho deixando apenas as lágrimas escorrerem.
Lorenzo tirou a blusa com dificuldade revelando seu tronco com manchas roxas espalhadas por onde ele havia apanhado.
Ludmilla o ajudou a tomar banho, Brunna separou as roupas que ele iria usar, e Jasmine veio com a bolsa de primeiros socorros. Todo mundo em silêncio, ninguém queria trocar nenhuma palavra, esperaria até que Lorenzo contasse com detalhes o que havia acontecido.
Depois de um banho tomado e roupa vestida, ele estava deitado na cama, onde Brunna passava remédios nos machucados do seu primogênito com muito carinho e cuidado.
-Me conta isso direito - Ludmilla falou inquieta no quarto
Lorenzo contou como tudo havia acontecido, desde a primeira palavra trocada com Romeo naquele dia na boate até o momento que entrou dentro de casa a meia hora atrás. Ludmilla estava tão inquieta que Brunna sentiu medo que ela fizesse alguma coisa.
-Vocês vão brigar comigo? - Lorenzo perguntou já com os olhos cheios de lágrimas2
-Claro que não meu amor, a gente não manda no nosso coração, queremos que você apenas seja muito feliz, independente com quem seja. - Brunna falou passando a mão nos cabelos do filho
Ludmilla saiu do quarto dando de cara do Leo escorado na porta assistindo tudo, ela o pegou pelo braço o arrastando até o primeiro andar.
-Você sabe de tudo não é? - perguntou encarando o garoto que estava assustado
-EU? Eu não to sabendo de nada, eu juro - falou
-Quem é o garoto que bateu nele? O dono da casa?
-Ele chama Yan, eu não o conheço, sei porque ele é jogador, mas somente isso. Eu também fui convidado pra essa festa, só não fui porque a vida toda apanhei deles e agora não quero os ver nem pintados de ouro. - Leo falando sentindo que a qualquer momento seu coração sairia pela boca de medo de Ludmilla
-Eu preciso que você me mostre quem é ele - falou
- Ludmilla, não faça nada, vai ser pior pro Lorenzo, eu to falando sério. Larga isso pra lá, tira o Lorenzo da escola e se mudem, não mexa com esse povo, eles são piores do que a gente pode imaginar, não vai atrás, por favor - Leo falou sincero olhando no fundo dos olhos de Ludmilla
-Eu não posso e não vou deixar isso barato - ela falou
-Eu sei, você está com muita raiva, esfria a cabeça e depois eu te ajudo em alguma coisa, só por favor se acalma - Leo disse passando as mãos nos ombros de Ludmilla
Jasmine desceu as escadas a procura do namorado, eles foram pra sala, Ludmilla ficou sentada no último degrau da escada pensando o que ela iria fazer, isso não poderia ficar assim.
UMA SEMANA DEPOIS
-Mama, me ajuda! - Jasmine pediu ao descer as escadas com as malas
Todos eles iriam para Nova York, Ludmilla comprou um apartamento bem grande lá e todos eles estavam indo embora, inclusive Leo, o pai dele certificou de comprar um apartamento para que ele morasse lá. Como Lorenzo havia passado na Julliard College, Ludmilla aproveitou e se mudaram para todos ficarem juntos. Depois do dia que Lorenzo havia apanhado ele não viu mais os garotos, e também não fez questão de sair de casa, organizando tudo para a mudança. Ele tinha trocado algumas mensagens com Romeo, mas pediu que ele se afastasse, não queria mais nenhum envolvimento com ele. No fundo ele só estava com medo, medo das pessoas, das reações, mas ele gostava e sabia que gostava do rapaz. Mas agora era tarde, Lorenzo estava indo embora e não tinha mais o que fazer.1
Depois de alguma horas todos eles estavam no aeroporto, passagens nas mãos, todos prontos e felizes. Despedidas, choros, abraços foram distribuídos no aeroporto de Miami. Até que o garoto sentiu alguém tocar seu ombro. Ele se virou dando de cara com Romeo.
- O que você está fazendo aqui? - Lorenzo perguntou baixo levando a mão na altura do peito do rapaz o empurrando pra trás para que eles pudessem conversar com mais privacidade longe da família.
-Vim te dar um último abraço pelo menos, Lo, eu quero que acima de tudo você seja muito feliz, não tente lutar contra seu coração, seja feliz, o deixe bater forte por quem você ama. ok? Não se prive de nada - Ele disse para o Lorenzo que sentia seu coração bater rapidamente e muito forte.
Parecia que a qualquer momento ele iria cuspir o coração pra fora, Lorenzo olhou pra um lado e pro outro, não sabia se fazia o que tinha vontade, mas fez mesmo assim, sem saber se seria arriscado ou não. Ele simplesmente levou a mão na nuca de Romeo e o puxou para um beijo, talvez o primeiro e último, o beijo de despedida e início para um vida nova para o garoto de apenas 17 anos. Um beijo rápido, onde não houve tanto contato, mas o suficiente para fazer com que seu coração batesse tão forte que talvez seria capaz de alguém ouvir.
A última chamada para o voo foi feita, todos já haviam passado e Lorenzo ficou, ele levando uma bagagem de mão passou pela porta, parando e dando uma última olhada para trás pra ver Romeo acenando com a mão direita e Lorenzo apenas o lançou um sorriso e uma lágrima escorreu de seus olhos vendo a porta se fechar tampando totalmente sua visão.
Será que algum dia eles iriam ficar juntos? Será que Romeo esperaria o tempo de Lorenzo? Ou talvez simplesmente pegaria o próximo voo e iria atrás do rapaz que tirava seu sono e tirava seus melhores sorrisos e os mais sinceros? Não sabemos, só o tempo irá dizer.
-*-
É ISSSSSO MEUS AMORES! COMENTEM MUITO PORQUE EU VOLTEI!
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