21. competições de tênis.
O dia da competição chegou com a intensidade de um dia ensolarado de verão. Amélia estava na quadra, aquecendo-se enquanto as arquibancadas começavam a se encher. O cheiro do cimento e do sol quentinho se misturava ao perfume das flores que enfeitavam o local. Ela respirou fundo, tentando canalizar a energia positiva que a rodeava, mas a pressão de sua família logo começou a pesar.
Marvim, com uma expressão séria, se aproximou dela. A voz dele era firme, quase como um sussurro de aço.
—— Amélia, você precisa lembrar de todo o dinheiro que gastamos nisso —— disse ele, os olhos fixos na filha. — — Isso não é apenas um jogo; é um investimento no seu futuro. Não se esqueça do que está em jogo aqui.
As palavras de Marvim a atingiram como um peso, fazendo-a sentir um nó no estômago. Ela sabia que o esforço deles não era em vão, mas a pressão era avassaladora. Ela acenou com a cabeça, tentando mostrar que entendia, embora a insegurança começasse a se infiltrar em sua mente.
Teresa, que estava ao lado, levantou uma sobrancelha curiosa.
—— E onde está o Nicholas?
Amélia hesitou. A verdade era que Nicholas tinha se afastado um pouco nos últimos dias, e a ideia de mencioná-lo a deixava inquieta.
—— Ele estava ocupado com algumas coisas do pai —— respondeu, tentando soar casual. Mas a tensão em sua voz entregava que havia mais por trás da ausência dele.
Marvim trocou olhares com Teresa, que parecia mais preocupada do que satisfeita com a resposta. A mãe de Amélia sempre acreditou que o apoio emocional era tão vital quanto o treinamento físico — mesmo que seu marido nunca tivesse dado isso a ela.
A atmosfera ao redor dela se tornou mais densa enquanto se preparava para entrar na quadra. As palavras de seu pai e a falta de Nicholas ressoavam em sua mente, criando uma tempestade de dúvidas que ameaçava desestabilizá-la. Amélia respirou fundo novamente, focando em deixar de lado as expectativas e pressões e se concentrar no jogo à frente. Afinal, essa era a sua paixão, e ela estava determinada a se destacar, independentemente de tudo.
(...)
Amélia entrou em quadra com uma determinação que parecia irradiar de sua essência. Cada golpe da raquete ecoava a força de sua vontade, e a multidão ao redor dela vibrava a cada ponto conquistado. Os movimentos eram fluidos, como se ela estivesse dançando com a bola, e, quando a partida se aproximou do fim, a tensão no ar se tornava palpável. Cada respiração pesada refletia a pressão de não apenas vencer, mas de provar a si mesma.
Quando o juiz finalmente apitou o fim do jogo, Amélia sentiu a euforia invadir seu corpo. Ela havia vencido. As palmas da multidão se misturavam a gritos de alegria enquanto ela levantava os braços em celebração. Porém, sua alegria foi rapidamente ofuscada ao ver seu oponente sair da quadra, claramente irritado, gritando com seu treinador.
Com a adrenalina ainda pulsando em suas veias, Amélia correu para a lavanderia, seu coração acelerado. Ela esperava encontrar Nicholas ali, ansiosa para compartilhar sua vitória com ele. No entanto, ao chegar, viu que ele não estava. Um misto de decepção e determinação a levou a andar um pouco mais pelo clube, até que encontrou Nicholas entrando no escritório de Warren. A presença dele acendeu uma centelha de esperança dentro dela.
—— O que você está fazendo aqui? —— Nicholas perguntou, surpreso ao vê-la.
Ela hesitou por um momento, mas então decidiu se abrir.
—— Eu só queria garantir que não sentia mesmo nada por você —— disse Amélia, em um impulso. E antes que ele pudesse responder, ela avançou e o beijou com toda a intensidade que sentia.
O beijo foi elétrico, um choque de emoções contidas que explodiram em um instante. Ele a segurou pela cintura a trazendo para mais perto enquanto as mãos de Amélia rodavam dos ombros até o pescoço de Nicholas. Quando ela se afastou, ainda com os olhos fixos nos dele, Nicholas a olhou com a expressão de quem tentava entender o que havia acontecido.
—— Então, você comprovou que não sente nada? —— ele perguntou, um sorriso de incredulidade começando a se formar em seus lábios.
—— Não, —— ela negou, a respiração rápida e entrecortada. —— Eu sinto tudo.
As palavras dela pairaram no ar, e a intensidade do momento envolveu os dois em um silêncio carregado de significados. Então, sem pensar, ele a puxou para perto, suas mãos envolvendo a cintura dela de maneira possessiva, enquanto ela se deixava levar pela onda de emoções que a envolvia.
Quando os lábios deles se encontraram, foi como um explosão. O beijo foi feroz, cheio de urgência e desejo reprimido. Nicholas pressionou seus lábios contra os dela com uma intensidade que a deixou sem fôlego, a força de sua paixão levando-a a se entregar completamente. Amélia respondeu na mesma medida, seus dedos se enterrando nos cabelos dele enquanto ela se inclinava mais para ele, aprofundando o beijo.
O mundo fora do escritório desapareceu, e o tempo pareceu congelar. Cada movimento era intenso, um jogo de poder e entrega, onde ambos buscavam se perder um no outro. O calor do corpo dele irradiava e a envolvia, como se ele quisesse consumi-la por completo.
E ele queria.
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