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19. em alto mar.



                     Amélia se recostava em um pequeno sofá de couro branco envernizado do enorme barco, sentindo o sol refletir nas águas tranquilas enquanto bebia uma limonada gelada. O barco era imponente, uma verdadeira obra de luxo, tão grandioso quanto qualquer outra extravagância dos Harriman. Teresa estava ao seu lado, óculos de sol enormes e uma bebida colorida em mãos, comentando algo trivial sobre a moda náutica para outra esposa de empresário.

Enquanto isso, Marvim, ao fundo, estava envolvido em uma animada conversa com seus amigos e concorrentes do ramo imobiliário. Eles riam, brindavam, mas Amélia sabia que cada palavra dita naquele convés era medida e estratégica. Marvim Harriman nunca deixava uma oportunidade passar despercebida, e ela reconhecia o brilho astuto nos olhos dele, o olhar de quem está sempre planejando o próximo movimento. Ele mantinha seus concorrentes perto — não como amigos, mas como inimigos a serem vigiados. Amélia sabia que era só uma questão de tempo até seu pai desestabilizar os negócios deles, derrubando-os um a um, como sempre fazia. Não era à toa que os Harriman permaneciam de pé, intactos, em um dos mercados mais ferozes dos Estados Unidos.

Amélia olhava para o horizonte, sentindo o peso de carregar o nome da família, e por um momento se pegou pensando em Nicholas e como tudo o que ele precisava era um trabalho estável. Ele, que vivia tão distante desse mundo cheio de manipulações e estratégias.

Amélia, sentada confortavelmente com sua bebida em mãos, desviou o olhar para Nicholas, que estava um pouco afastado, parado ao lado de Marvim e os outros homens de negócios. Eles gesticulavam e riam de maneira contida, discutindo assuntos que certamente envolviam cifras exorbitantes, estratégias de mercado e possivelmente aquisições futuras. Nicholas, entretanto, permanecia em silêncio, atento ao horizonte, como se tentasse se desconectar daquela atmosfera pesada de transações e jogos de poder. Ele parecia um tanto deslocado, mas ainda assim havia algo nele, um certo ar de observação calma, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo ao redor, mesmo que não fizesse parte daquele mundo.

Marvim não havia chamado Nicholas para relaxar ou aproveitar o passeio de barco, como era de se esperar de um "genro". Ao contrário, ele o tratava da mesma forma que tratava qualquer pessoa que o rodeava: como alguém a ser moldado para os interesses dos Harriman. Era óbvio que Nicholas estava ali para observar, aprender ou, quem sabe, ser testado. Marvim fazia isso com todos — até com ela e Andrew. Não seria diferente com Nicholas.

Amélia suspirou. Ela conhecia bem essa sensação. Desde pequena, seu pai nunca a incluíra verdadeiramente nas coisas para "aproveitar"; ele sempre tinha um objetivo maior, sempre queria que ela aprendesse algo ou mostrasse que estava à altura das expectativas da família. E agora, Nicholas estava passando por isso também — envolvido naquele jogo, mesmo sem querer.

Amélia levantou-se, ajeitou o vestido leve que usava e caminhou até onde os homens estavam, sem hesitar. Quando se aproximou, percebeu Nicholas observando algo distante no horizonte, como se estivesse em qualquer lugar, menos ali, preso naquele ambiente. Sem cerimônias, ela tocou de leve no braço dele, chamando sua atenção.

—— Desculpem, senhores, mas vou roubar meu namorado por um momento. Acho que já ouviu demais sobre números e mercados por hoje —— ela disse com um sorriso convincente, claramente direcionado a Marvim e seus amigos.

Marvim, que parecia ter se esquecido por um segundo que Nicholas estava ali como "namorado" de Amélia, apenas deu um aceno desinteressado. —— Tudo bem.

Amélia assentiu e, sem dar mais explicações, puxou Nicholas pela mão, conduzindo-o para longe da roda de empresários. Eles cruzaram o convés do enorme barco, passando por algumas poucas pessoas, até alcançarem um canto mais tranquilo na parte traseira. O vento do mar era mais forte ali, e as vozes dos outros se tornavam apenas um murmúrio distante.

Nicholas soltou um suspiro de alívio, visivelmente agradecido pela intervenção de Amélia. Ele encostou-se à grade do barco, olhando para o mar aberto, e a tensão que carregava desde o início do passeio pareceu dissipar-se aos poucos.

—— Eu te salvei de mais uma reunião de negócios Harriman —— Amélia brincou, encostando-se ao lado dele na grade, o rosto virado para o vento. —— Meu pai adora envolver todo mundo nas jogadas dele, mesmo que a pessoa nem faça ideia do que está acontecendo.

Nicholas riu de leve. —— Percebi. Ele fala como se o mundo girasse em torno dessas empresas. E talvez, para ele, gire.

—— Ah, com certeza —— Amélia respondeu, cruzando os braços. —— Mas eu não vou deixar que ele te arraste pra isso. Hoje é para aproveitar, e eu disse que queria meu namorado só para mim.

O olhar que eles trocaram foi breve, mas cheio de uma cumplicidade silenciosa. O vento bagunçava os cabelos de ambos, e por um momento, o ambiente ao redor parecia mais leve, longe dos olhos críticos e dos planos de Marvim.

Amélia olhou ao redor, certificando-se de que estavam fora da vista dos adultos e dos empresários. Ela sinalizou discretamente para a única atendente que passava por perto, segurando uma bandeja de bebidas, e pediu um champanhe forte, enfatizando: "Com álcool, por favor."

Nicholas, ao seu lado, arqueou uma sobrancelha, claramente surpreso. —— Você acha que deveria estar bebendo isso? —— ele perguntou, a voz carregada de uma leve repreensão. —— Sabe que pode acabar chamando atenção.

Amélia apenas deu de ombros, sorrindo despreocupada. —– Ah, qual é? Meus pais nem vão notar. Eles estão tão focados em impressionar os amigos que nem se importam com o que estou fazendo. —— Ela pegou a taça da bandeja quando a atendente voltou, agradecendo com um sorriso educado.

Nicholas suspirou, balançando a cabeça. —— Você tem certeza disso? Não é a melhor ideia, sabe?

Amélia deu um pequeno gole no champanhe, deixando o sabor forte se espalhar pela boca antes de responder, um pouco desafiadora. —– Você se preocupa demais, Nicholas. Relaxa, eu sei me cuidar. —— Ela piscou, divertida, inclinando a taça em sua direção.

Nicholas, ainda relutante, cruzou os braços, observando-a com uma mistura de divertimento e cautela.

(...)

Não demorou muito para que o efeito do champanhe tomasse conta de Amélia. Sua risada, antes contida e suave, se transformou em gargalhadas despreocupadas, enquanto Nicholas a carregava pelos lados do barco, tentando manter o equilíbrio dela. Ela ria sem parar, tropeçando levemente a cada passo, e ele, embora sorrindo de leve, estava visivelmente preocupado.

—— Você está bem? —— ele murmurou, tentando parecer discreto, mas a preocupação em sua voz era clara.

Amélia apenas riu mais, inclinando-se contra ele, a cabeça balançando suavemente com o movimento do barco. Seus olhos estavam meio fechados, como se o mundo ao redor estivesse começando a girar. Foi então que Teresa, com seu andar elegante e imponente, se aproximou, o olhar curioso.

—— O que aconteceu com ela? —— Teresa perguntou, os olhos sérios pousando sobre Amélia, que mal conseguia se manter de pé sozinha.

Nicholas, sem perder a compostura, respondeu rapidamente. —— Ela ficou um pouco enjoada com o movimento do mar. Acho que seria bom ela descansar um pouco.

Teresa observou Amélia com um olhar crítico, mas parecia satisfeita com a explicação. —— Leve-a para deitar lá dentro. Ela precisa descansar. —— Sem esperar resposta, Teresa se afastou, já voltando para os convidados.

Nicholas suspirou, aliviado por ter escapado de uma situação complicada. Ele levou Amélia até um compartimento interno do barco, onde havia um pequeno sofá forrado com almofadas de seda. Com cuidado, ele a deitou ali, ajustando uma almofada sob sua cabeça.

Amélia, no entanto, não estava nem perto de adormecer. Com os olhos meio abertos e um sorriso bobo no rosto, ela ergueu a mão, acariciando o rosto de Nicholas com dedos leves e desajeitados. —— Você... você é tão bonito... —— murmurou, a voz arrastada pela bebida.

Nicholas congelou por um segundo, sentindo o toque dela. —— Amélia, você precisa descansar —— ele disse suavemente, tentando manter a calma, embora sentisse o coração disparar.

Ela ignorou completamente suas palavras, seus dedos agora encontrando a corrente dourada no pescoço dele. Seus olhos brilhavam enquanto brincava com o pingente de cruz. —— Eu gosto dessa corrente... combina com você... —— Ela continuou mexendo no pingente, puxando-o suavemente, enquanto olhava diretamente nos olhos de Nicholas, que ficou paralisado entre a preocupação e a estranha intimidade daquele momento.

—— Amélia, você está bêbada —— ele disse suavemente, retirando delicadamente a corrente de seus dedos e ajustando-a novamente ao redor de seu pescoço. —— Você precisa descansar.

Ela riu de novo, mas desta vez foi uma risada suave, quase sonhadora. —— Tá bem, senhor namorado falso... mas você ainda é muito bonito... —— ela murmurou, já começando a fechar os olhos enquanto sua mão caía suavemente ao lado do corpo, o cansaço finalmente tomando conta.

E Nicholas que estava prestes a sair do compartimento, aliviado por ter colocado Amélia para descansar, quando ouviu sua voz, suave e entrecortada pelo efeito do álcool.

—— Nicholas... —— Amélia o chamou, com um tom quase infantil. Ele se virou, olhando para ela, mas antes que pudesse responder, ela se levantou ligeiramente e o surpreendeu com um beijo. O toque de seus lábios foi inesperado, e Nicholas congelou, sem retribuir o gesto. Seu coração disparou, mas ele não conseguiu se mover.

Quando ela se afastou, havia uma mistura de confusão e decepção em seus olhos. —— Por que você não me beijou de volta? —— ela perguntou, a voz mais séria agora, ainda com a leveza da bebida, mas com uma vulnerabilidade evidente.

Nicholas passou a mão pelos cabelos, tentando encontrar as palavras certas. —— Amélia... você está bêbada —— ele disse, a voz baixa, porém firme.

Ela balançou a cabeça, os olhos grandes e expressivos, como se estivesse lutando para manter a lucidez. —— Mas é só assim que eu teria coragem... só assim eu faria isso. —— Sua voz estava suave, quase triste. —— Eu... eu só teria coragem se estivesse bêbada.

Essas palavras pesaram no ar entre eles, e Nicholas hesitou. Ele sabia que aquilo era perigoso — era uma linha que, uma vez cruzada, não haveria como voltar. Mas o olhar dela, tão cheio de sinceridade e incerteza, o desarmou.

Com um suspiro profundo, Nicholas se inclinou lentamente e, desta vez, retribuiu o beijo. Seus lábios se encontraram de novo, mas agora havia uma suavidade, um cuidado, como se ele estivesse tentando garantir que ela soubesse que, mesmo naquele momento confuso, ele respeitava o que estava acontecendo entre eles. O beijo foi breve e doce, mas intenso, carregado de emoções não ditas.

Quando se afastaram, Nicholas a olhou nos olhos, e dessa vez ela estava séria, observando-o com uma mistura de surpresa e algo mais que ele não conseguia identificar.

—— Você vai se lembrar disso amanhã? —— ele perguntou suavemente, tentando quebrar a tensão.

Amélia sorriu de leve, encostando a cabeça no sofá. —— Eu acho que sim —– ela murmurou, seus olhos já começando a fechar. E então, sem dizer mais nada, ela adormeceu, deixando Nicholas ali, sozinho com seus pensamentos.

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