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Anjo


  Alastor surgiu como um pilar no meio do meu palácio de medo e solidão. Foi ele quem me motivou a continuar cantando e a escrever minhas próprias canções. Esse garoto ganhou força, me livrou das tentativas de suicídio e me inspirou quando precisei.

† Segundo Flashback – Anjo †

  Alastor tinha a pele quente. Ou talvez fosse apenas eu que fosse muito fria. Eu me sentia aquecida ao seu lado, protegida de qualquer mal que pudessem me fazer.

  Já haviam se passado cinco meses desde que Alastor apareceu pela primeira vez, desde então passei a imaginá-lo como um amigo.

  Eu não tinha amigos nessa época da minha vida, estava muito ocupada me sentindo rejeitada, embora fosse eu quem afastava as pessoas que tentavam se aproximar, temendo uma rejeição futura. Que paradoxo. Era tudo por autoproteção, eu sabia que ninguém queria sentar perto de alguém que vivia se afogando em autopiedade, sempre lamentando o quão ruim é a vida, culpando todos a sua volta por não se importarem o suficiente.

  Eu queria que todos se importassem, sendo que eu nunca me importei com ninguém.

  Quando eu começava a me sentir mal com a rejeição das pessoas meu psicológico criava uma forma de defesa, meu ego, ele se enchia como um balão, cheio de soberba e maldade. De repente eu me sentia melhor que todos, julgando aqueles que não se importavam comigo como seres humanos horríveis e insensíveis, que não viam o quanto eu estava sofrendo.

  Quais eram meus problemas? Meu pai que trabalhava demais? Minha mãe que se importava mais com futilidades do que comigo? Minha vida social arruinada por um comportamento de afastamento que eu mesma causei?

  Eu era apenas uma pré-adolescente revoltada com as pessoas que não viam o quão incrível eu era. Eu era uma pária da sociedade, rejeitada por ser diferente das outras garotas.

  Todos se acham diferentes nessa idade, dizendo que não seguem regras e que pensam por si mesmo. Tudo bobagem.

  No fundo tudo o que eu queria era atenção, dos meus pais e dos meus colegas. Queria reconhecimento, que me parabenizassem por aguentar essa vida tão difícil que eu vivia.

   Alastor foi o grande responsável por fortalecer meu ego e afundar ainda mais minha vida social.

  Coitadinha de mim, oh Deus, por que tão cruel?

  Deixei que mais uma música de alguma banda emo que eu ouvia preenchesse minha cabeça e me levasse para um novo mundo, um onde eu não me sentisse culpada por brigar com meus pais e onde meus vizinhos parassem de tocar funk alto em plena quinta-feira, a danação dos bairros pequenos e casas muito juntas.

  Odiava brigar com meus pais, porque me setia culpada, mas também amava, porque então Alastor apareceria para me convencer do contrário.

  Fechei meus olhos o mais forte que pude, apertando o travesseiro em meus braços e deixando o peso do meu corpo afundar entre meus lençóis felpudos, a música alta fluindo em meus fones de ouvido.

  Alguns  segundos depois e eu já estava no meu jardim encantado. Um local onde eu era a Soberana e ninguém nunca poderia me fazer mal.

  Ao longe vi Alastor surgir, com seu
sorriso brincalhão e um lírio na mão. Quando chegou perto o suficiente para me tocar ele tomou minha mão para si e colocou a delicada flor atrás da minha orelha.

— O que aconteceu? — perguntou assim que vislumbrou meu sorriso fraco e olhos vermelhos.

— Meu pais — foi tudo o que eu disse e ele já sabia o que fazer.

  Alastor me guiou para o pequeno lago que imaginei perto dali, me envolveu em seus braços e disse as palavras mágicas: — Vai ficar tudo bem.

  Isso era tudo que precisava ouvir.

  Mas ninguém nunca dizia. As pessoas simplesmente não faziam ideia do que eu estava passando ou do que eu precisava.

— O que seus pais fizeram dessa vez?  — porque era sempre eles que faziam algo errado.

  Olhei para o lago por um tempo, deixando que a batida da nova música que se iniciava me envolvesse, enquanto tentava ignorar o som das músicas do vizinho que rolava solto fora da minha fantasia.

— Minha mãe disse que eu mudei, que ando desrespeitando ela e respondendo mal o meu pai.

— Você está?

— Mas é claro que não, eu apenas estou tratando eles como eles me tratam, não é como se eles se importassem — aí está minha fabulosa defesa, e eu estava tão indignada, tão cheia de raiva por não ser compreendida.

  Eu realmente acreditava que meu pai não merecia meu respeito, porque ele chegava tarde do trabalho e nunca fazia questão de passar um tempo comigo. Mas então, quando ele estava de folga, eu, fazendo pirraça, fugia de casa e nem o olhava na cara.

  E eu achava que minha mãe merecia ser tratada com indiferença, porque ela estava sempre se preocupando com tudo, menos comigo. Mas quando ela me chamava para conversar e ficar ao lado dela, eu me afastava e questionava a criação que ela estava me dando, se ela queria que eu acabasse como meu irmão.

  Demorei para descobrir que meus pais não eram os vilões e que eu nunca fui a mocinha.

— Não se preocupe, Tina; um dia você vai ser muito famosa e todos vão parar só para ouvir a sua voz — Alastor era o único que sabia do meu sonho de ser cantora, nunca tive coragem de compartilhá-lo com mais ninguém, porque sempre me pareceu algo impossível. — Quando esse dia chegar, e ele vai chegar, o mundo vai parar para te ver cantar, para ouvir essa voz de anjo que só você tem, e ninguém nunca mais vai te julgar ou te criticar.

  Eu tinha esses pensamentos, achava que se fosse muito rica e famosa meus pais iriam se orgulhar de mim e eu teria muitos amigos. Todos aqueles que me rejeitaram e me subestimaram veriam com seus próprios olhos que estavam enganados, então ele viriam correndo para se desculparem e implorarem pela minha amizade.

  O que Alastor não me dizia é que nem todas as pessoas podem ser compradas e que não importa qual fosse meu status social, eu não era melhor do que ninguém.

— Você que é um anjo — disse apaixonada, encarando seus olhos. —, obrigada por sempre saber o que dizer.

— Eu sempre vou estar aqui para você.

  E isso era tudo o que eu queria ouvir, o suficiente para me fazer ser ainda mais rebelde com meus pais e afastar ainda mais pessoas de mim, o suficiente para acreditar que era alguém diferente, um floquinho de neve único e especial. Mas como diria um certo livro: Isso é narcisismo puro e simples.*

  Eu sempre me sentia como uma estrelinha apagada, mas Alastor vinha e me lembrava de que um dia eu poderia ser um cometa. Que eu poderia crescer e fazer todos pagarem por suas crueldades, uma vingança... Não, uma justiça.

  Eu não era boa, não era a certa. Infelizmente eu também demorei muito para notar que Alastor poderia ser tudo, menos um anjo.

*A frase "Isso é narcisismo puro e simples." foi tirada do livro A Sutil Arte de Ligar o Foda-se, do Mark Manson.

Beijinhos caramelados ⌛

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