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56

Com a ajuda de Alícia nos sentamos sob a copa da grande árvore em formato de chapéu, Lila se acomodou na nossa frente junto de Dexter que descansou em seu colo.

—Mas e então?A que devo a ilustre visita?

—Lice você está brava?

A garotinha respondeu antes que eu pudesse pensar em algo.

—Brava?Não, por que eu estaria?

—Por que te emprestei um livro, e você ficou estranha.

—Ah, eu só tinha lembrado de uma coisa mas não era nada de mais — Alícia sorriu — E eu amei o livro!

—Mesmo?!

—Sim!

—Eu tenho outros lá que posso te emprestar!

—Ansiosa para vê-los.

—Vou lá pegar então, já volto!

—Ah Lila!Não precisa ser agora!

Mas a garotinha já havia sumido por entre as árvores junto de Dexter agarrado ao seu vestido.

—A energia deles é invejável — suspirei enquanto me escorava no tronco liso da árvore.

—A alegria também — ela ainda sorria — Lila é tão bonitinha, me lembra a Inae.

—Tirando a pele rosa e as orelhas de coelho, sim, elas são parecidas.

Um curto silêncio se abateu sobre nós, o vento chacoalhava as folhas e a grama trazendo o cheiro agreste do campo e o perfume doce do pomar até nossos narizes.

—Esse lugar é incrível não acha?A grama verdinha, as borboletas cintilantes, as frutas, o céu azul...

—Sim.

A vi se deitar em meio a grama e fechar os olhos, seu semblante sereno era invejável e hipnotizador mas havia algo ali, uma sombra de tristeza impossível de não notar.

—Lamento pelos seus livros — falei depois de um tempo — Mas depois de tudo seria quase impossível não perde-los.

Alícia não respondeu e por algum motivo não tive coragem para encara-la. Depois de minutos que pareceram horas finalmente ouvi sua voz.

—Acha que vou me esquecer deles?

—Deles?Quer dizer seus pais?

A vi concordar com a cabeça.

—Fortes lembranças jamais são esquecidas — fechei os olhos deixando a brisa tocar meu rosto — Elas vão continuar em algum lugar na nossa mente, e nem mesmo o tempo é capaz de apagar isso...

Por mais que queiramos elas ainda vão continuar lá...

Deixei a memória de dias ensolarados preencher minha mente junto de uma mulher de olhos dourados e penas brancas.

—Eu sinto que...

A voz de Alícia me trouxe de volta.

—Perdendo meus livros também perdi uma parte minha, é estranho...

Seu olhar triste me incomodava, Alícia não era daquele jeito, era alegre, curiosa e feliz, mas agora parecia que parte dos meus demônios também a assombravam.

—Parece que fiquei mais longe ainda dos meus pais...  mesmo que talvez eles não estejam mais vivos...

Sua voz embargada me causava um desespero estranho, não sabia o que fazer, eu era o responsável por ter dito que seus pais estavam mortos e aquilo me corroía, ainda mais agora.

—Objetos não são mais importantes que memórias — por algum motivo lembrei da minha bússola — Seus pais não estavam naquele livro e, se estiverem vivos, então podemos encontra-los...

Um olhar assombrado surgiu no rosto dela, logo em seguida a surpresa se desmanchou em um sorriso leve mas ainda sim triste.

—Obrigada por tentar me animar Amenadiel, você sabe ser bonzinho quando quer mas...

Sua atenção se voltou para a copa das árvores, os feixes de luz criando mosaicos em seu corpo.

—No fundo eu sei que não adianta procurar mais, mesmo que isso machuque, eu sei que eles não estão mais aqui...

Um brilho estranho começava a preencher seus olhos, quando vi uma lágrima perdida cair respirei fundo tentando me colocar de pé.

—Ok, já chega, você venceu!

Alícia me olhou surpresa, os olhos ainda molhados.

—Eu aceito seu acordo.

A encarei.

—Acordo?

—Sim.

Ela ainda me encarava sem entender.

Vamos, pense, não vou falar.

Podia ouvir as engrenagens da sua cabeça trabalharem, e foi com grande alívio que vi um brilho de ânimo transpassar aquele olhar triste.

—Quer dizer que...

—Sim, eu aceito me divertir um pouco com você.

Um breve silêncio se formou antes de eu ouvir um grito de alegria.

—Isso!

—Mas!

—Mas?

Vi seu brilho sumir mais uma vez.

—Mas, eu quero mudar um pouco esse acordo.

Ela não disse nada, apenas me encarou, a curiosidade nítida em seu semblante.

—Ao invés de parar de me fazer tantas perguntas quero que pare de pensar nos seus livros.

—Espera, acho que não ouvi direito...

A vi se levantar.

—Você, Amenadiel, disse para nós divertimos e, ainda por cima, para que eu não pare de te fazer perguntas?

Suspirei, nem mesmo eu acreditava estar fazendo aqui.

—É, isso mesmo.

Alícia continuou me encarando incrédula antes de se aproximar e tocar meu rosto.

—Você está doente?O machucado na perna está te fazendo alucinar?

—Eu estou bem! — afastei sua mão — E é bom se decidir logo, antes que eu acabe mudando de ideia...

—Oras!Mas é claro que eu aceito! — ela voltou a sorrir — Vejamos, o que podemos fazer...

Observei uma das suas mãos ir até o queixo enquanto uma sobrancelha se arqueava em um ar pensativo. Internamente eu me preparava para o que estava por vir.

—Já sei! — ela estalou os dedos — Pique-esconde!

—Pique-esconde? — não escondi meu desânimo.

—Sim, eu estava brincando com as crianças disso agora mesmo, é divertido!Uma pessoa conta enquanto as outras se escondem, aí...

—Eu sei quais são as regras.

—Ótimo!Podemos começar então, só vai faltar...

—Lice!Lice!

Lila surgiu afoita pelas árvores, trazia alguns livros nos braços enquanto Dexter parecia lutar para permanecer em seu ombro.

—Perfeito!Lila vêm!Vamos brincar de pique-esconde!Você também Dexter!

Sem que Alícia percebesse fechei os olhos e respirei fundo.

Eu tinha que abrir a boca...

...

—Muito bem, muito bem...

Já havíamos nos juntado em volta da grande árvore em formato de chapéu, Alícia andava de um lado para o outro catando gravetos enquanto Lila dava pequenos pulinhos.

—Vamos sortear pelos galhos, quem pegar o menor conta e o outros se escondem.

—Mas você está vendo os gravetos, sabe qual é o menor.

—Sim, por isso vou coloca-los aqui dentro e misturar...

A vi levantar boa parte da saia do vestido mostrando as longas pernas, por um breve momento desviei os olhos.

—Só um minuto...

Depois de colocar o último graveto ela chacoalhou o tecido e se aproximou.

—Agora peguem primeiro, assim não vão ter como eu trapacear.

Lila, Dexter e eu colocamos a mão na bolsa improvisada retirando um graveto cada um.

—Ah...o meu é grande...

O meu também!Ótimo!

Olhei para o pequeno pedaço de madeira na minha mão antes de ver Alícia segurar um graveto maior.

—Acho que está com você Amenadiel — ela sorriu — Agora feche os olhos e conte até dez, mas não vale espiar!

—Tenho mesmo que fazer isso?

—Sim!Vamos, vamos!

Termine logo Amenadiel...

Mais uma vez respirei fundo antes de fechar os olhos e começar a contar.

—Um, dois, três...

No mesmo instante ouvi o som de vários passos se distanciarem as pressas.

—Quatro, cinco, seis...

Depois de segundos tudo ficou em silêncio.

—Sete, oito, nove...

Abri os olhos.

—Dez.

A paisagem estava deserta e completamente silenciosa, não havia sinal de ninguém, no entanto, ainda conseguia sentir seus cheiros.

Prontos ou não lá vou eu.

...

Lila foi a primeira que encontrei dentro de um grande tronco de árvore, o esconderijo era bom e perfeito para o seu tamanho mas, graças ao vento foi fácil acha-la. Emburrada, a garotinha saiu pulando em direção a árvore chapéu. Dexter foi o segundo, como esperado meu Gouli conseguiu dar um certo trabalho para ser encontrado, movendo-se contra o vento se camuflou entre as pedras espalhadas pelo lugar mas ainda sim conseguia sentir sua presença mágica.

—Achei você Dexter.

Dexter não está aqui, sou apenas uma pedra.

Revirando os olhos segurei meu Gouli que me encarou fixamente.

Poxa, o senhor é muito bom nisso mestre.

Depois que o soltei ele correu em direção a Lila que estava folheando seus livros de capas coloridas.

Agora só falta uma pessoa...

Olhei ao meu redor.

Alícia...

Diferente de Lila e Dexter ela não possuía uma essência mágica que eu pudesse sentir e, mesmo que seu cheiro doce estivesse marcado na minha memória era impossível distingui-lo em meio aquele pomar. Alícia seria um desafio, assim como sempre veio sendo e, dessa vez, conseguia sentir o entusiasmo que aquela brincadeira trazia.

Onde ela pode estar?

Vasculhei cada árvore, cada tronco, cada arbusto e até mesmo cada rocha daquele vasto quintal mas nada. Nenhum sinal da humana.

Vamos ver, deve ter algum lugar...

Olhei em direção a floresta de copa alaranjada.

Não, ela não teria ido...

Foi então que me dei conta de quem eu estava falando. Revirando os olhos avancei em direção a orla da floresta, os ventos vinham de todos os lados bagunçando ainda mais meu olfato.

—Alícia? — ouvi minha voz ecoar pelos troncos — Eu realmente quero acreditar que você não levou essa brincadeira tão a sério ao ponto de se esconder na floresta!

Não tive uma resposta.

Não, ela não está alí...

—Amenadiel.

Já estava prestes a dar meia volta quando uma voz surgiu ao longe, um voz que me fez arrepiar e desacreditar em meus ouvidos.

—Amenadiel...

Mãe?

Meus músculos estavam rígidos.

Isso é um sonho, só posso estar sonhando...

Ao longe conseguia ver a árvore em formato de chapéu junto da silhueta de Lila e Dexter. Eu não estava sonhando. Aquilo era real, bem real.

Amenadiel...

Mesmo que meu corpo insistisse em voltar uma força desconhecida fez meus pés se moverem em direção a floresta.

—Amenadiel...

Não é ela, não é ela...

Quanto mais eu me aproximava mais claro o som ficava.

—Amenadiel!

—Mãe...

Por mais que minha cabeça insistisse que aquilo não era real um sentimento mais forte crescia em meu peito.

—Amenadiel, estou aqui!

Esperança.

—Mãe!

—Amenadiel!

Quando me aproximei o suficiente da voz senti todo aquele sentimento se esvair trazendo novamente um vazio sufocante e desesperador. Há minha frente não havia nada, apenas árvores, rochas, arbustos e uma uma cascata de águas tão transparentes quanto vidro. Minha mãe não estava ali e, lá no fundo, eu sabia que não estaria.

—Amenadiel!Ei!Amenadiel!

Por entre as árvores outra voz surgiu junto da figura de uma jovem de cabelos e olhos castanhos, o corpo curvado o peito arfante e as bochechas coradas.

—Nossa...calma — ela estendeu uma mão — Me deixe respirar um pouco...

A observava ainda assustado com aquele maldito vazio preenchendo meu ser.

Alícia...

—Eu vi você entrando na floresta, fiquei preocupada então...

Sem me controlar fui até ela a abraçando forte.

É você mesma, não é?

Por favor seja real...

—Amenadiel...

Por favor, por favor...

O peso do silêncio me esmagava.

Sou eu...

Aos poucos sentia o calor da humana me envolver.

Estou aqui...

Sem me controlar deixei meu corpo desabar no chão, minha cabeça estava uma bagunça assim como os sentimentos que invadiam meu peito, turbulentos, caóticos, obscuros.

Não era minha mãe...

O vazio me consumia.

Não era real...

Amenadiel...

Mas havia algo real, algo a que me agarrar. Um porto seguro.

—Eu estou aqui Amenadiel...

Alguém...

—Eu estou aqui.






























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