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"Quem é ela?"

A noite estava fria, meus pés afundavam nos resquícios de lama de uma breve chuva enquanto uma tênue e fraca linha amarela começava a surgir no horizonte. Ainda era madruga quando Lance e eu caminhamos pelas outras tendas em direção a um aglomerado de pessoas e lobos.

—O que está havendo ali?

Mas antes que pudéssemos nos aproximar Cairo apareceu do meio da multidão, o semblante abatido mas o olhar desperto.

—Lance, Amenadiel, que bom que já estão aqui.

—O tritão disse que queria me ver — exclamações vinham da massa de pessoas aumentando minha curiosidade — Pelo horário imagino que seja algo muito importante.

—E é — suas mãos foram até a cintura — Meus homens voltaram agora pouco.

—Todos?

—Sim.

A ansiedade me consumia.

—E então?

Cairo não respondeu, ao invés disso levou os olhos à copa escura da árvore e respirou fundo.

—Venham ver.

Acompanhamos sua figura pelas várias tendas, as tochas criavam jogos de sombras pelo local que aumentava conforme nos aproximavamos da multidão.

—O que está acontecendo ali Cairo?

—Vocês vão ver.

Quando a distância finalmente foi coberta o homem de cabelos bagunçados abriu caminho para nós.

Mas...o que é isso?

O que havia no centro daquele círculo era algo espantoso e horrendo. Lance se virou cobrindo a boca, Cairo permaneceu de braços cruzados enquanto eu não tirava os olhos da criatura a minha frente. Parecia um homem, a pele escamosa, a cabeça sem pelos , uma expressão distorcida e braços longos que mais se pareciam com garras de escorpião.

—O que é isso?

Na região do pescoço escamoso uma marca estava gravada, parecia ter sido feita em ferro quente.

—É um dos capangas dela — respondi me aproximando ainda mais da criatura.

—Ela?Quem é ela?

—Quer me dizer que ela também está atrás de Alícia? — a voz de Lance não passava de um sussurro.

—Parece que sim.

Isso não é bom... não é nada bom...

—Será que podem me dizer quem diabos é ela?

—Você nunca ouvir falar? — Lance não escondia sua surpresa.

—Se me derem um nome talvez eu possa responder melhor.

Ela tem muitos nomes — falei — Mas nenhum é o seu verdadeiro, por isso chamam de ela.

—Isso ainda não ajuda muito...

—Também existem muitas histórias sobre ela.

—Que mudam de povo para povo.

—Meus avós me contavam que ela é um monstro de olhos vermelhos, tão letal que assustaria a própria morte, na época perguntei se ela saberia nadar, se não, estaríamos mais seguros dentro dos lagos.

—E o que eles disseram?

—"Ela" sempre encontra um jeito."

A frase pairou no ar causando arrepios.

Ela é bem mais do que um monstro — falei me abaixando até a criatura, as imagens dançando na minha cabeça — Monstros não tem medo de outros monstros, mas todos temem a ela.

Cruzes... — Lance se afastou — E quais são as histórias que te contaram?

—Assim como você já ouvi chamarem ela de O Mostro de olhos vermelhos, Demônio com olhos de sangue, Morte Carmesim, mas nenhuma se aproxima da verdade...

—Como assim?Da verdade?

Um vampiro...

A voz de Cairo ecoou silenciosamente.

—É o mais provável.

—Impossível!Todos foram extintos junto dos meus antepassados na grande guerra!

—Agora sou eu que estou perdido, que grande guerra é essa?

—Como qual?!A guerra entre vampiros e lobisomens!

—Pensei ter dito que não era um lobisomem — desviei meus olhos da criatura para os seus.

—E não sou, todos aqui somos meio- lobos, mas as história de nossos ancestrais passam de geração por geração.

—Mas afinal o que são lobisomens?! — o tritão parecia irritado — Tudo isso está fazendo minha cabeça doer!

—Os lobisomens são criaturas vítimas de uma maldição.

—De novo essa história de maldição! — o par de mãos azuis foi até o ar e um gesto exasperado — O que é essa maldição?

Cairon respirou fundo, parecia um adulto impaciente tentando explicar o óbvio para uma criança irritante.

—Foi uma magia muito antiga jogada sobre uma família, não me pergunte os detalhes por que não sei!Mas o intuito era criar monstros tão sanguinários capazes de acabar com outros.

—Os vampiros?

—Exato!Várias dessas maldições foram lançadas e então muitos lobisomens surgiram, criaturas tão mortais que até mesmo os vampiros temeram.

—Então houve uma guerra, os dois lados lutaram em um combate mortal e ambas as espécies foram extintas — concluí — Bom, pelo menos boa parte — Encarei o olhar endurecido do meio-lobo.

—Sim, meu bisavô sobreviveu, provavelmente o único.

—Ele ainda está vivo?

—Não.

—Então como vocês...

—Depois da guerra, através de centenas de anos a maldição começou a enfraquecer, meu bisavô conheceu uma mulher e os dois se casaram.

—Ela também era um...

—Monstro?Não, era uma jovem, não sei de qual espécie, mas corajosa — um curto silêncio preencheu o lugar — No fim não foi uma história muito feliz.

—Ele a matou? — supus — Bom, pela sua cara devo ter acertado.

—É difícil controlar os instintos quando se está amaldiçoado...

—Posso imaginar, mas e depois?

—Meu avó era uma criança quando fugiu, a maldição passou para o seu sangue, ainda forte mas ele se controlava bem melhor do que o pai, passado longos anos se casou e teve filhos.

—Você tem irmãos?

—Sim, quatro, todos mortos.

Pelo tom Cairo não pretendia entrar em mais detalhes, não sobre aquele assunto, e eu conseguia entende-lo perfeitamente.

—Então uma maldição foi lançada e surgiram os lobisomens — Lance falava mais para si do que para nós — Eles lutaram com os vampiros e todos morreram, bom, quase todos.

—Fico realmente aliviado que tenha entendido — Cairo suspirou.

—Mas e os Vampiros?De onde vieram?Como surgiram?

—Isso eu já não sei, e prefiro não saber, tudo o que diz respeito a eles é pavoroso e horrendo — O meio-lobo cruzou os braços — Mas essa coisa — seus olhos pousaram novamente na criatura — Nunca tinha visto nada igual.

—Como eu já disse é um capanga dela — observei a marca de uma cruz invertida queimada na pele — São da pior espécie e fazem tudo o que ordenam se bem pagos ou, quando submetidos a servidão.

—De qualquer forma, esse daí não teve muita sorte em acatar qualquer que tenha sido a ordem, vejam, parece que uma parte do corpo foi queimada.

Realmente, uma boa parte daquela mistura de espécies estava carbonizada.

—Consigo sentir um tipo de magia muito forte emanar daí.

—Eu também — o cheiro chegava a ser sufocante.

—Mas o que será que aconteceu?

—Para matar uma coisa dessas deve ter sido algo poderoso.

—Ou no mínimo com uma aura mágica muito forte.

Nem mesmo minhas garras teriam feito estrago naquela pele, não com facilidade. Mas o que quer que tenha o atingido foi muito além. O forte cheiro também emanava de dentro do corpo.

—Espero que esteja realmente morto...

—Com esses ferimentos?Não seja idiota.

—Tá!Mas e se não estiver?E do nada saltar e beslicar alguém com essa pinça gigante?É seu nariz que está mais perto Amenadiel!

—Já disse que está mort-

—NÃO!NÃO!

Sem que ninguém esperasse a boca distorcida se abriu, um cheiro podre emanou dos dentes escuros enquanto as palavras eram cuspidas a plenos pulmões.

—DEMÔNIO!DEMÔNIO DE LUZ!NÃO!

Todos se afastaram. A criatura continuou gritando, dessa vez palavras distorcidas e sem sentidos até finalmente se entregar a morte com um suspiro ruidoso e cheio de lamentos.

—VIU SÓ!VIU SÓ!Eu avisei!AVISEI! Não avisei?!

Lance havia corrido para atrás de Cairo que estava com os braços abertos e o olhar escuro, muito semelhante ao de um lobo. Todos ao seu redor exibiam a mesma expressão.

—O que foi isso? — sua voz rouca ecoou pelo silêncio.

—As últimas palavras.

—Muito engraçado Amenadiel...

A criatura não se mexia. Não mais. Estava morta mas no fim teve sua utilidade.

—Cairo, onde seus homens os encontraram?

O meio-lobo me encarou, primeiro receoso, a adrenalina ainda percorrendo o seu sangue até finalmente se acalmar e voltar com o mesmo tom de antes.

—Próximo da parte mais profunda da floresta.

—Me leve até lá.

—Você enlouqueceu?! — parecia que o tritão teria um infarto a qualquer momento — Se estavam próximos da parte profunda da floresta e acabaram encontrando esse monstro, imagina o que mais tem lá dentro?!

—Alicia está lá dentro.

—Como pode ter certeza?!

—Por que a única coisa que essa criatura teme mais do que ela é a luz! — meus músculos estavam tensos — E o único motivo para um demônio temer a outro é por que se tornou fraco, agora me diga Lance, que criatura de luz teria magia o suficiente para fazer um ser do submundo se sentir tão impotente?!

O tritão não respondeu, não de imediato, seus olhos foram até o corpo sem vida atrás de mim. Quando finalmente se deu conta da resposta seus olhos azuis se arregalaram incrédulos.

—Quer dizer que...

—Sim Lance — me aproximei, o sangue fervendo em expectativa — O quinto espírito!Um ser feito inteiramente de pura magia!

A mesma que emanava do colar de Alícia.

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