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13

Os dois Gliths

...

Dexter e Alícia continuaram com sua brincadeira por horas a fio só parando quando o sol já estava alto sobre nossas cabeças.

Viu Alícia! — o focinho do meu Gouli surgiu no meio da relva — Achei o mestre!Não precisava ter se preocupado tanto.

A humana apareceu logo atrás afastando as longas astes com a mão.

—Confesso que achei que estávamos perdidos Dexter...

—Meu focinho nunca falha!

Os dois riam enquanto eu continuava a observa-los em completo silêncio, só depois de algum tempo minha presença foi notada.

—Mestre, voltamos.

—Eu já percebi Dexter.

—Sentiu nossa falta?

Alícia tinha as bochechas coradas.

—Nem um pouco.

—Sei...

As mãos dela foram até os cantis mas antes que chegasse a boca sua atenção voltou-se novamente para mim.

—Ah!Já ia me esquecendo!Encontramos algo interessante enquanto corríamos por aí!

É verdade mestre! — Dexter deu um pulinho — Parece ser uma casa!

—E tem outra coisa atrás dela que não dava para ver direito então não sabemos o que é.

Parei um pouco para assimilar aquela informação. Uma casa no meio da relva. Só podia significar uma coisa.

O que faremos agora mestre?

—Vamos continuar — disse depois de um tempo.

—Mas não acha perigoso?E se tiverem mais salteadores escondidos naquela casa?

—Duvido muito — afastei um fecho das longas astes que obstruíam minha visão podendo enfim enxergar uma pequena casinha um pouco longe no horizonte — Tenho quase certeza que os moradores de lá não se assemelham em nada com a raça miserável dos salteadores.

—Acha que é a casa de algum Glith mestre? — Dexter voltou para o meu ombro.

—Glith? — vi a humana arquear uma das sobrancelhas — O que é isso?

São um povo pequeno que vive da produção da relva dançante  — meu Gouli se prontificou a explicar — Dizem que eles fazem coisas incríveis com esse tipo de planta.

—Parece fascinante!

—Não se anime tanto, apesar do que Dexter contou também são uma raça rabugenta e pouco simpática.

—Bom... não seria minha primeira experiência com alguém assim, não é mesmo?

Seus olhos miraram os meus por alguns segundos cheios de insinuação. Sem paciência alguma para as gracinhas dela simplesmente a ignorei enquanto abria caminho rumo a construção solitária no meio da paisagem.

  Mesmo que a distância entre nós e a construção diminuísse conforme nos aproximavamos a casa continuava pequena, quando finalmente chegamos perto o bastante pude concretizar minhas suspeitas anteriores.

É realmente a casa de um Glith senhor, olhe essas tramas!

Cada parede da pequena construção, que deveria ter um pouco mais da minha altura, era feita completamente por inúmeros fios transados, assim como a varanda, o pequeno lance de escadas e o teto, a única coisa ali que não era relva seca eram os vidros da janela e as cortinas roxas que sacudiam suavemente do lado de dentro.

—Tudo isso é feito daquela grama?

Alícia ia se aproximando da casa quando a impedi.

—Feito da relva?Sim, e não chegue muito perto.

—Por quê?

—Por que não é sua casa e é provável que os moradores daqui não gostem de estranhos.

—Mas...

Antes que ela pudesse abrir novamente a boca um barulho alto e estridente ecoou lá de dentro, logo em seguida um cachorro com longos pelos roxos surgiu atravessando uma portinhola com suas três caldas em riste.

—Mas que barulheira toda é essa?MIHOR, CALE A BOCA!

Em poucos segundos uma criaturinha de aspecto feminino saiu pela porta, sua cara era enrugada como uma ameixa seca, só que roxa, uma cor um pouco mais escura do que a do próprio animal que continuava latindo para nós.

—Leha!Que barulheira é essa mulher! Faça esse cachorro calar a boca!

Um segunda voz, muito abafada, surgiu lá de dentro.

—É bom você vir aqui velho!

—Ora mulher!Você não dá conta de fazer um cachorro ficar quieto?!Sabe que estou ocupado!MUITO OCUPADO!

—Ande logo Sohor!Há forasteiros aqui!

—O quê?!

Pela janela aberta deslumbrei uma baixa sombra se aproximar, quando a silhueta apareceu na varanda pude notar que seu rosto era tão enrugado quanto o da primeira criaturinha, igualmente roxo, só que esse vestia calças e um casaco feitos inteiramente de relva seca enquanto a outra usava apenas um vestido, também feito do mesmo material.

—O que querem aqui forasteiros?!Não tenho nada!Então vão embora!

O cachorro continuava a latir.

—Não queremos problemas — abaixei o capuz revelando meu rosto — Nem estamos atrás de nada, apenas de passagem.

—Mas água seria bom...

Ouvi a voz de Alícia ecooar atrás de mim fazendo com que todas as atenções caíssem sobre ela. Não contive um olhar reprovador.

—O quê?!Nossos cantis estão quase vazios e vai saber quando teremos a oportunidade de enche-los novamente!

—Ok!Mas esse não era o momento!

—E tem um momento certo para se pedir água?!

Nossos olhares se cruzaram com um misto de raiva e desaprovação.

Ah... Mestre... Alícia...

—O quê?! — dissemos em uníssono.

Dexter apontou em direção a casa onde o senhor havia saído com um espécie de cajado em mãos, ele estava perto o bastante para se ver que não passava da cintura da humana em relação a altura.

—Quem são vocês? — seu olhar era cauteloso — O que querem aqui?

—Como eu disse antes estamos apenas de passagem.

Inclinei um pouco a cabeça em sinal de respeito ouvindo os resmungos da humana.

Mas água ainda seria bom...

—Em todo caso — cerrei os dentes lançando um breve olhar para ela antes de me voltar para o casal —Ficaríamos gratos se pudessem nos dar um pouco d'água para seguirmos com nossa viagem.

—Hmpf!

A pequena criatura bateu com o cajado no chão.

—É sempre assim!Só pedem!E pedem! Mas nunca oferecem nada!Malditos viajantes!

—Oras!

Mais uma vez a humana abriu a boca.

—Como vamos oferecer algo se não temos nada?!Nem mesmo água!

—Alícia!

Tentei repreende-la mas isso era uma tarefa impossível.

Criatura teimosa!

—Chega!Chega dessa barulheira!Mihor, já falei para calar a boca, não?!

O animal finalmente parou de latir indo em direção a pequena mulher que o tinha repreendido.

—E vocês!Façam mais silêncio, ninguém aqui é surdo!Nem mesmo eles Sohor!Então pare de gritar você também!

Depois que os ânimos se acalmaram, graças a sensatez daquela mulher, a mesma desceu os pequenos lances de escada ficando ao lado do Glith ranzinza.

—Temos água sim, e podemos dar um pouco a vocês.

—Mulher!Quem toma as decisões aqui sou eu!

Ignorando as reclamações do marido ela prosseguiu.

—Mas seria muito bom se nós ajudassem com algumas coisas em troca.

—Tipo o quê?

Olhei mais uma vez para Alícia como se dissesse: não se intrometa e para meu alívio ela tornou a ficar quieta.

—Acho justo — disse depois de um tempo — Em que poderíamos ajudar?

—Aah!Cansei disso! — O pequeno homem voltou a reclamar — Vou voltar para o meu trabalho já que não mando em nada por aqui mesmo!

E com passos lentos e uma forte batida de porta ele sumiu para algum lugar dentro da casa.

—Não liguem para o velho, ele só não gosta de estranhos, bom, nós não gostamos, mas isso não significa que somos insensíveis.

A mulher se virou erguendo uma das mãozinhas.

—Venham, venham, vou mostrar a vocês no que podem ajudar.

O cachorro roxo, agora em silêncio, ainda nos lançou um olhar desconfiado antes de seguir a dona que já contornava a casa mas antes de segui-lo me voltei novamente para a humana.

—Não faça mais isso!

—Isso o quê?

—Você sabe muito bem do que estou falando.

—Mas eu só estava tentando ajudar.

—Agradeço a ajuda mas serei ainda mais grato se aprender a ficar quieta.

Seus olhos se arregalaram e a boca se abriu em um perfeito O.

Mestre...

—Agora não Dexter — continuei observando a humana — Temos que ajudar aquela senhora e espero que você pense muito bem no que e, principalmente quando vai dizer as coisas.

Com o aviso dado me virei para onde a senhorinha havia ido seguindo os minúsculos passos deixados na grama. Alícia veio logo atrás com os braços cruzados na frente do corpo e em completo silêncio. Ótimo! Dexter não me contou o que queria dizer naquela hora então tomei o assunto por algo sem muita importância. Em segundos, contornamos a casa e uma imensa copa azul acabou surgindo acima dos nossos olhos, bem na nossa frente uma escadaria de pequenos degraus se estendia a um vale de grama baixa onde aquela árvore se encontrava junto de muitas outras.

Então foi isso que Alícia e eu vimos atrás da casa...

Do alto de onde estávamos uma ampla planície de grama baixa se estendia como um enorme tapete verde.

—Isso é... uma árvore?

A humana se colocou ao meu lado. Ainda estava irritado com ela mas não me contive em observa-la, ainda mais quando aquele olhar curioso e impressionado surgia em seu rosto toda vez que presenciava algo novo.

—Sim — também olhei para a enorme planta a nossa frente — É uma Mangueira Azul — sorri — E acho que é meio óbvio saber o motivo dela ter esse nome.

A árvore se estendia a bons metros a cima de nós, seu tronco completamente branco se dividia em quatro ganhando inúmeros galhos que seguravam as folhas da copa tão azul quanto o próprio céu.

—Eu li sobre elas no meu livro...

Alícia estava tão vidrada que sequer olhava os degraus que estava pisando.

—Mas nunca imaginei que fossem tão grandes e tão, lindas...

Nisso de descer a escada sem olhar onde colocava os pés um degrau passou em branco fazendo com que seu corpo se desequilibrasse, a queda seria perigosa e até mesmo cômica se eu não a tivesse segurado.

—Sim — respondi enquanto sentia seus braços presos em minhas mãos — É realmente linda — encarei seu olhar assustado — Mas não deixe que algo bonito faça com que perca a cabeça.

Ficamos um tempo assim, parados, apenas nos encarando, Alícia ainda paralisada com o susto de uma possível queda enquanto seu calor começava a me envolver. Solte-a Amenadiel. Um pouco contra a gosto abri minhas mãos a libertando.

—Obrigada por me salvar, de novo.

Ela parecia sem graça mas não me atentei muito aquilo.

—A senhora deve estar nos esperando — comecei a descer os pequenos degraus de dois em dois — Vamos logo antes que ela se irrite com a demora.

...

Como eu havia imaginado a pequena Glith estava nos esperando, um dos seus pés batia incessantemente no chão mas ela não demonstrou estar muito irritada com a demora além daquele gesto repentino e irritante.

—Esse lugar é muito bonito.

Alícia continuava fascinada, tanto que até mesmo a mulherzinha olhou para ela com espanto.

—E então?O que podemos fazer?

Depois de se recompor ela virou na direção do grande tronco branco, o contraste do seu tamanho com a árvore era imenso.

—Não sei se sabem mas nós, os Gliths, apreciamos muito legumes, verduras e principalmente as frutas.

—Já li sobre isso.

Há muito tempo atrás. Quando eu ainda era um garoto e ouvia atentamente os ensinamentos de um grande professor.

—Que bom — a vi se abaixar e pegar uma fruta amarela — Normalmente as mangas dessa árvore são as nossas favoritas mas infelizmente não são muitas as que caem.

—Entendi — olhei para a grande copa cheia de pontos amarelos — Você quer que peguemos algumas mangas para você então.

—Exato forasteiro!Como pode ver eu e meu marido não temos tamanho muito menos idade para ficarmos subindo em árvores.

—Se é só isso...

—Espera!Espera!

Alícia finalmente pareceu voltar do transe que se encontrava.

—Quer dizer que essa coisa amarela é uma fruta?

—Sim — Respondi.

—E da para comer isso?

—Obviamente.

—E que gosto tem?!

—Qual é o problema com ela? — dessa vez era a senhorinha que estava curiosa — Já vi muitos viajantes estranhos mas você é a mais diferente de todos — seus olhos miúdos a analisaram com cuidado e extrema atenção.

—Não sei se é algo da espécie mas ela é assim mesmo — respondi enquanto olhava para ambas.

—E de que espécie você é?

Até mesmo o cachorro começou a rodear Alícia enquanto a cheirava com seu longo focinho roxo.

—Eu sou humana.

—Humana?!Não, não, não, isso é impossível...

—Também fiquei surpreso.

—Pensei que todos tivessem desaparecido!

—Pois é — disse tocando a casca branca da mangueira — Todos menos essa aí.

O silêncio se formou entre nós, podia sentir o vento de aroma adocicado tocar o meu rosto assim como podia sentir o entusiasmo do cachorro que cheirava Alícia e a curiosidade da senhora que continuava a observa-la.

O velho ficará surpreso — a ouvi murmurar — Mas bem!Quem vive muito naturalmente vê muitas coisas! — sacudindo um pouco a cabeça ela se virou em direção a escada — Vou buscar as cestas para colocarem as mangas, enquanto isso fiquem a vontade.

—Quer dizer que podemos comer algumas delas?!

O entusiasmo da humana era mais do que nítido.

—Claro!Claro!

A Glith teve que erguer a voz por que sua figura já sumia pelos degraus, exceto o cachorro que continuava junto a nós, mais precisamente junto a Alícia.

—Como será o gosto?!

A humana se voltou para mim com os olhos brilhando.

—Normalmente são doces.

—Doces?

—Sim.

Igual o seu cheiro...
Logo afastei esse pensamento.

—Acho que nunca comi algo doce antes.

—Imaginei que não.

Sem muita pressa retirei o longo manto que me cobria junto dos cantis e minha espada.

—Tem algumas no chão, eu vou experimentá-las...

—Não.

Seu olhar era um misto de espanto e decepção.

—Por que não?

Por algum motivo me senti culpado por vê-la assim.

—Você quer mesmo provar dessa fruta?

—Quero! — seu olhar mantinha-se fixo ao meu — Você disse que era doce, e eu nunca experimentei algo assim antes.

—Então não coma as que estão no chão, podem estar passadas e o gosto não seria o mesmo.

Deixei minhas garras se alongarem.

—Eu pegarei algumas direto do pé para você.

Antes de começar a escalar senti alguma coisa surgir no meu peito, algo inquieto, não sabia bem o que era mas acabou aumentando assim que olhei para a humana e o largo sorriso entusiasmado que ela me lançava.

Concentre-se Amenadiel!





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