Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

11

Mar das relvas dançantes

...

Conforme o tempo passava mais escura ficava a noite, quando o brilho que vinha do lado de fora se tornou escasso a humana e Dexter caíram em um sono profundo, podia ver e ouvir suas respirações se igualarem até que se estabilizassem em um ritmo lento e constante.

Quem diria...

Pensava enquanto observava aqueles dois na penumbra.

Que uma criatura tão frágil ganharia a confiança do meu Gouli.

Mesmo brigando com Dexter sua vontade de cuidar da garota parecia ser bem maior do que os receios em relação a mim e minhas ameaças, em tempos antigos eu até o consideraria como eu, no entanto, hoje via que estava completamente enganado.

Jamais me importaria tanto assim com alguém.

Novamente a imagem da minha mãe se materializou na minha mente perturbada.

Pelo menos não mais...

Observei a fêmea humana por mais alguns segundos antes de me virar e cair em um breve cochilo em meio aquele cômodo cheio de objetos estranhos.

° ° °

O que foi Amenadiel?

Mamãe estava de pé, seu vestido branco arrastava no chão mas nunca ficava sujo, igual suas asas, sempre brancas.

Tudo na mamãe era branco...

Por que está se escondendo aí?

Os olhos da mamãe brilhavam, dourados como o sol, mas ela não estava feliz, ouvi a mamãe brigar, mamãe nunca briga.

Mas ela brigou... com o meu irmão.

Conversamos depois...

Meu irmão é grande, também usa roupas brancas mas suas asas são da cor do mel.

Seu queridinho acabou de chegar para tomar o seu tempo.

Meu irmão não sorri, mamãe disse que ele costumava sorrir, mas eu nunca vi.

Já te pedi para não falar assim Galadiel, sabe que ele não tem culpa...

Meu irmão também tem olhos dourados mas os dele não pareciam com os da mamãe, Galadiel me assusta, ainda mais quando olha para mim.

Tem razão, talvez a culpa seja toda sua mãe.

° ° °

Acordei em um sobressalto, minha respiração estava ofegante e podia sentir o suor escorrer pelo meu pescoço.

Malditos pesadelos...

Apoiei minha cabeça nas mãos.

Pare de pensar tanto no passado seu idiota...

Respirei fundo.
Uma.Duas.Três vezes.
Até finalmente me acalmar.

Ainda era noite, estava nas ruínas junto de Dexter e Alícia.

Alícia...

Olhei para a humana que dormia com uma paz invejável. Parte dos seus longos cabelos pendiam sobre as clavículas de forma desajeitada com a boca entreaberta e os finos dedos da mão sobre a testa. Por alguns instantes me peguei observado o movimento de vai e vem do seu peito como se estivesse preso aquela imagem, só depois de um bom tempo desviei o olhar percebendo que estava tempo de mais a encarando.

O que deu eu você Amenadiel?

Direcionei minha atenção ao céu estrelado além da janela pensado na história da humana.

Por que foi me contar aquilo?

No fundo eu sabia que a resposta era a minha própria curiosidade porém, eu também sabia que ouvir sobre meu antigo reino alimentou a escuridão presente em memórias que eu gostaria muito de esquecer. Mas que infelizmente parecia impossível.

Vamos lá...

Retirei minha bússola do manto sentindo o reconfortante toque frio.

É só encontrá-las...

Encarei o fraco brilho dourado dos meus olhos refletido no vidro da janela deixando meus pensamentos se dispersaram mais uma vez.

Então poderei vingar a morte da minha mãe e quem sabe finalmente voltar para casa.

A ideia era inquietante mas trazia uma certa paz a toda a confusão que habitava em mim.

Só preciso decidir o que fazer com você...

Sem que eu percebesse acabei sussurrando as palavras no silêncio, o corpo da humana se remexeu mas por sorte ela não acordou.

Antes que acabe sendo um estorvo para mim.

Me lembrei do momento em que a salvei dos saqueadores, quando desmaiou de frio no deserto das almas e os tropeços e esbarrões a cada minuto nos móveis espalhados por essa casa, a humana era fraca, desatenta e isso era mais do que inegável, não conseguia ver benefícios em levá-la comigo, apenas atrasos e imprevistos.

É só larga-lá na primeira vila ou aldeia, isso já está decidido.

Entretanto, voltei a observar seu semblante calmo sem conseguir afastar da memória o sorriso contente e sincero que esboçou assim que peguei o pedaço de pão velho que tinha me oferecido.

Era a primeira vez em anos que via alguém sorrir daquele jeito.

Antes que minha cabeça voltasse a ser um emaranhado de confusão e lembranças empurrei Dexter o acordando na mesma hora.

—Mestreouvi um bocejo — Algum problema senhor?

—Apronte-se e acorde a humaname coloquei de pé — Está na hora de partir.

...

O caminho que minha bússola indicou continuava o mesmo, sempre em frente, as estrelas brilhavam sobre nossas cabeças mas já conseguia ver os fracos raios de sol despontarem no horizonte.

—Que sono...

A humana bocejava enquanto tentava manter o ritmo.

—Ei Amenadiel, por que temos que caminhar tão cedo?O dia nem raiou ainda.

—É bem mais fácil viajar durante a madrugada — me limitei a dizer.

—Entendi...

Seguimos em frente por longas horas, aos poucos as ruínas foram ficando para trás até que uma paisagem vazia se estendesse a perder de vista, o chão não era mais cinza e as montanhas iam aparecendo cada vez menos até que, no final da tarde avistei algo que a muito não via.

—Olhe mestre!

Avancei mais um pouco até o chão sumir abrindo espaço a um enorme desfiladeiro porém, o mais surpreendente não era o tamanho da queda e sim a vasta planície verde que ondulava como as ondas no mar.

—O que é isso?

A humana olhava fascinada para o oceano verde enquanto o vento sacudia seus cabelos.

—Me parece uma das várias planícies das relvas dançantes.

Longas astes verdes como gramas sacudiam ao mais suave toque dos ventos lembrando o movimento das ondas do mar. Para quem já o tivesse visto antes é claro. Por isso aquelas planícies ganhavam facilmente o nome de "Mar das Relvas Dançantes".

—É tão... surreal...

Dessa vez olhei para a garota que tinha lágrimas se formando em seus olhos, ela não parecia triste ou com dor mas, mesmo assim, as lágrimas estavam lá.

—Por que está chorando? — perguntei um tanto chocado.

—Eu só — ela fez uma pausa — Nunca imaginei que algo assim pudesse existir, é incrível — um largo sorriso de abriu em seu rosto — Você não acha?

Continuei a encarando surpreso com sua pergunta, já tinha visto algumas daquelas planícies em cores diferentes, como rosa, azul, amarelo e até mesmo branco.

Branco...

—É — respondi afastando a imagem de longas penas brancas da memória— É incrível sim.

—Como vamos descer esse desfiladeiro mestre?

Vi Dexter se aproximar da orla do "abismo" abaixando o focinho.

É bem alto...

—Deve haver uma parte mais rochosa que possa servir de escada.

—Vou procurar por algo assim mestre! Volto já!

—Espere Dexter, eu ajudo você!

—Não! — disse impedindo a humana — A região parece instável, e do jeito que é desastrada não me surpreenderia que tropeçasse é caísse do desfiladeiro.

Um enorme O se formou em sua boca.

—Eu não sou desatenta a esse ponto!

Simplesmente a encarei arqueando uma das sobrancelhas.

—Está bem — ouvi um longo suspiro — Eu fico aqui...

—Ótimo — ignorei sua expressão contrariada e me afastei ficando mais perto da orla.

Finalmente um pouco de cor na paisagem...

O sol estava perto de se pôr iluminando o céu em tons de laranja que contrastavam com o suave tom verde da relva lá em baixo.

—Se você cair —  ouvi a voz da humana — E não morrer, tenha certeza que vou te encher a paciência até não aguentar mais.

A observei de soslaio vendo seus olhos e a pele alva se iluminarem com o sol alaranjado.

—Infelizmente ainda tenho coisas importantes para fazer antes de morrer — me voltei para a paisagem sentindo o vento tocar meu rosto — Mas não acho que seria tão ruim assim partir antes.

Pelo menos eu finalmente estaria livre.

Sem que eu percebesse a humana havia se colocado ao meu lado, os cabelos agora dourados agitavam-se em suas costas enquanto apreciava a paisagem.

—Não me venha falar de morte  — seus olhos que agora eram cor âmbar fixaram-se aos meus — Quando foi você que me incentivou a viver.

Deixei suas palavras ecoarem no vazio e serem levadas pelo vento, o mar verde continuava a ondular lá em baixo enquanto o sol ia se pondo majestosamente no horizonte porém, não prestei atenção em mais nada se não o olhar firme e sincero dela.

—Francamente...

Voltei minha atenção para a paisagem enquanto a espiava fazer o mesmo.

Humanos são criaturas estranhassussurrei enquanto observava seu perfil delicado.

É de certa forma perigosos...

Dexter voltou depois de longos minutos, parecia cansado mas alegre.

Mestre!Encontrei alguns rochedos que podem servir de escada como o senhor havia dito.

—Obrigado Dexter.

Sem demora ele voltou para o meu ombro.

—Vamos logo para lá.

—Espera — ouvi a voz da humana — Está anoitecendo, não seria melhor fazer isso durante o dia?

—Quanto antes melhor — respondi com certo ar indiferente.

—Mas as chances de cair são maiores!

—Eu sei o que estou fazendo humana — fui ríspido.

—Mas...

Alícia...

Dessa vez foi meu Gouli que se pronunciou.

Por favor confie no mestre.

Os olhos da garota cintilavam, ela estava com medo, apavorada mas acabou abaixando a cabeça cedendo.

—Tudo bem...

Sem dizer mais nenhum palavra segui as direções que Dexter me dava até chegar a um ponto mais baixo e inclinado, a queda ainda era grande mas haviam vários rochedos com pigmentos roxos espalhados por ali que seriam fáceis de escalar e facilitariam muito a descida.

Isso se a pessoa souber onde está colocando os pés.

—É melhor esperar mais um pouco— disse enquanto olhava para o céu ainda claro — Não está escuro o suficiente.

—Quer dizer que vamos descer aí quando não der para enxergar nada?!

A humana parecia chocada.

—Pensei que Dexter tivesse dito para confiar em mim.

Dito aquilo ela voltou a se calar.

—Daqui alguns minutos o sol terá desaparecido por completo — me virei na direção da garota — Então poderemos descer.

Sem contestar a fêmea se limitou a ficar quieta e internamente agradeci por aquilo.

O tempo pareceu passar mais de vagar do que o comum, não sei se isso se dava ao fato de o silêncio ser total ou ao clima estranho entre nós, no  entanto, quando o sol sumiu e as estrelas despontavam aos poucos no céu um brilho tênue também começava a surgir em meio ao breu da paisagem abaixo de nós.

O que é isso mestre?

Tanto meu Gouli quanto a humana encaravam com admiração os pontos de luz que começavam a se intensificar em todas os tons roxos imagináveis.

—São pigmentos que as sementes das relvas deixam quando o vento as jogam sobre as rochas — apontei para o desfiladeiro que começava a brilhar na base como um fino fio de luz em meio a escuridão.

Incrível...

Olhei para a humana enquanto tentava conter um sorriso vitorioso.

Viu como eu tinha razão?

Olhe!Aqui também está brilhando.

Dexter apontou para as rochas próximas de nós.

—É a nossa escada — retirei meu manto o dobrando e jogando no ombro oposto ao que Dexter estava — Concentre-se em pisar onde eu piso — olhei para a humana — Entendeu?

Demorou um pouco para eu ouvir sua resposta.

—Sim...

—Ótimo.

Segurei a primeira rocha vendo meus dedos criarem uma marca ainda mais brilhosa nos entalhes da pedra.

—É só me seguir.



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro