Capítulo 21
Nate faz cara feia e eu sorrio.
— Precisava mesmo convidar Logan para jantar conosco?
— Estou bem aqui. — Logan diz e Nate o ignora.
— Claro que sim, eu gosto muito de vocês dois e quero cozinhar um jantar para agradecer por vocês serem tão especiais.
— Eu sou bem especial mesmo. — Logan comenta e eu sorrio.
— Com certeza você é especial. — Nate diz e Logan parece confuso.
— Estou com a sensação que você está me xingando, mas não tenho certeza.
— Muito bem, vou ao mercado comprar algumas coisas e vocês dois podem me encontrar em casa às 19h?
— Estaremos lá. — Logan diz e eu beijo Nate.
— Te amo. — Sussurro para ele e sorrio.
— Também te amo. — Nate responda e caramba, eu não me canso de ouvir isso.
— Vocês dois são ridículos.
— Você só está com inveja. — Nate me abraça e olha para o amigo com ar de vitorioso.
— Inveja do que, amigo? Olha só pra você, é óbvio que não possui mais suas capacidades mentais. É isso que acontece com quem se apaixona.
— Aham, e é por isso que você nunca vai se apaixonar. — Digo.
— Exatamente.
— E a minha prima?
— Quem? — Logan pergunta e eu e Nate rimos. É tão obvio que nem mesmo Logan consegue esconder.
— Tenho que ir agora, mas vejo vocês dois mais tarde.
— Espere, eu levo você para fazer compras. — Logan diz, vestindo seu paletó.
— Tem certeza?
— Claro, você ainda não tem um carro, lembra?
— Eu mesmo levaria, mas tenho coisas pra fazer. — Nate diz e eu lhe dou mais um beijo.
— Vejo você mais tarde, lindo.
— Já estou com saudades, princesa. — Nate diz e Logan faz barulhos forçados, como se estivesse vomitando.
— Pare com isso, idiota. — Digo e lhe dou um tapa na parte de trás da cabeça.
Logan e eu seguimos até o mercado e compramos os ingredientes para fazer um jantar simples, porém delicioso. Confesso que não sou a melhor das cozinheiras. Nem Logan.
— Você leva as sacolas. — Digo, quando ele estaciona em frente ao meu prédio.
— Por que eu?
— Porque você é homem, é mais forte.
— Onde é que estão os direitos iguais quando se precisa deles? — Logan brinca, mas pega as sacolas no banco de trás enquanto entro no prédio.
Paro em frente ao elevador e vejo que alguém colou um aviso dizendo que o elevador está em manutenção, então subo pelas escadas.
Minhas caminhadas diárias com Nate devem estar mesmo funcionando, já que dessa vez não me sinto tão sem fôlego ao subir os vários lances de escadas.
Coloco a chave na porta e ouço Logan reclamando logo atrás de mim.
— Não seja um bebê chorão. — Grito pra ele.
Nesse momento meu celular toca. Entro em casa e deixo a porta aberta para Logan.
— Oi, lindo. — Digo ao atender a ligação. O nome de Nate estava na tela.
— Amélia, onde você está? — Ele pergunta e há urgência em sua voz.
— Estou chegando em casa...
— Saia daí e venha pro meu apartamento. Acabei de saber que Michael foi solto sob fiança e...
Não termino de ouvi-lo, pois alguém arranca o celular da minha mão e encosta uma arma em minha cabeça.
— Amélia, uma ajudinha seria legal. — Logan grita do corredor e entra no apartamento cheio de sacolas nos braços.
Quando ele me vê solta um palavrão e deixa as sacolas caírem no chão.
— Michael, por favor...
— Cala a boca, vadia! — Ele grita e empurra minha cabeça com a arma.
— Está bonito, desgraçado. — Logan diz, encarando bem o rosto de Michael, que está cheio de hematomas.
— Um presente do seu amiguinho. — Ele diz, mas não entendo nada.
— O que quer dizer? — Pergunto.
— Na semana passada seu namoradinho me deu a maior surra.
— Nate? — Pergunto chocada.
— E você tem outro? Sempre soube que no fundo você era uma vadia.
— Cala a boca! — Logan diz com raiva.
Nate apareceu com a mão machucada semana passada, mas ele havia me dito que tinha machucado enquanto praticava boxe. Que ele estava com raiva de Michael e tinha descontado em um saco de pancada.
— Michael, se você for embora agora eu não vou ligar pra polícia. Se você me prometer que vai me deixar em paz pode ir e vai ficar tudo bem.
— Eu não vim aqui só pra fugir com o rabo entre as pernas. Eu vim aqui pra acabar com você, Amélia, e depois eu vou acabar com seu amiguinho e depois com seu namoradinho de merda.
— Não, Michael, por favor.
— Se você quer machucar Amélia terá que me matar primeiro. — Logan diz e Michael aponta a arma para ele.
— Não! — Grito e me coloco entre Michael e Logan.
— Amélia, corra! — Logan pede, mas permaneço no lugar. Não posso deixar Logan se ferir por minha causa.
— Não, Logan, isso é entre Michael e eu, você deveria ir embora. Não se machuque por minha causa.
— Nossa, que emocionante, vou chorar. — Michael diz, mas vejo que ele está nervoso. A mão que segura a arma está tremendo e vejo suor em sua testa.
Provavelmente está tomando remédios para a dor, por causa dos machucados no rosto, e deve estar se sentindo uma merda.
Talvez se eu conversar com ele, tentar convencê-lo a abaixar a arma isso não termine em uma tragédia.
— Michael, deixe Logan ir. Você está com raiva de mim, não dele.
— Estou com raiva de todo mundo, Amélia! Todo mundo! Do seu namoradinho que teve a audácia de me ameaçar, de você que me traiu e desse seu amiguinho idiota por se meter na nossa vida! Aposto que foi ele que fez sua cabeça contra mim.
— Michael, abaixe a arma, por favor.
— Não posso.
— Por quê não?
— Porque se você não vai ser minha, então não vai ser de mais ninguém.
— Não! Eu não vou deixar você fazer isso! — Logan grita e corre em direção a Michael.
Tudo acontece rápido demais e ao mesmo tempo é como se acontecesse em câmera lenta.
Logan se joga em cima de Michael, brigando com ele pela arma. Um tiro é disparado. Logan cai no chão, sangue manchando sua camisa branca. Nate surge como um furacão e se joga contra Michael, o pegando desprevenido. Michael cai no chão e a arma desliza para longe. Nate acerta Michael, que desmaia com um único soco.
Tudo isso em dois, talvez três segundos.
— Logan! — Jogo-me no chão, ao lado do meu melhor amigo.
— Logan, por favor, não morra! Nate, chame uma ambulância agora!
— Logan, por favor, fica comigo. — Peço, segurando seu rosto, minhas lágrimas caindo em seu rosto.
Logan diz algo, mas não consigo entendê-lo.
— O que, o que você disse? — Pergunto desesperada. Será que ele está morrendo? Oh Deus, por favor, não permita que nada aconteça com Logan.
— Que você está esmagando a minha mão. — Logan geme e faz careta.
— Oh, desculpe! — Digo e levanto o joelho que estava esmagando sua mão.
Logan começa a rir, mas então faz uma careta e xinga.
— Caralho! Isso dói.
— O que, sua mão ou o tiro? — Pergunto.
— Os dois. — Ele responde e sorri, tentando me acalmar.
— Estou bem, Amélia.
— Chamei uma ambulância. — Nate diz, se ajoelhando no outro lado de Logan.
— Oi, amigo.
— Oi, Logan. — Nate diz e dá um sorriso fraco para o amigo, mas posso ver em seu rosto que ele está preocupado.
— Logan me salvou. — Digo.
— Sou oficialmente um herói. — Logan se gaba, com um sorriso de canto.
— Obrigado! Obrigado por defender Amélia. Nunca vou poder te recompensar por isso. — Nate diz e eu concordo.
Logan é meu anjo da guarda.
A ambulância não demora muito para chegar. Logan é atendido no local e logo descobrimos que na verdade o tiro foi apenas de raspão, mas Logan deve ir ao hospital de qualquer forma.
A polícia chega logo depois para levar Michael.
— Ainda bem que Logan decidiu fazer compras com você. Se ele não estivesse aqui não sei o que teria acontecido. Você tem certeza que está bem mesmo? — Nate pergunta, enquanto Logan é colocado em uma maca.
— Estou bem, ele não me machucou.
— Não sei o que faria se algo tivesse te acontecido, Amélia. Esse homem não podia ter sido solto. Vou fazer tudo o que eu posso para que isso não aconteça de novo.
— Acho que depois disso ele não será solto tão cedo.
— Eu te amo. Você sabe disso, não é? Sabe o quanto é importante pra mim?
— Eu sei, agora eu sei.
— Sinto muito não ter te dito isso antes, eu fui um idiota. Acho que eu pensava que se eu não admitisse então não era real, sabe? Estava com medo. Medo de não ser bom o suficiente pra você, medo do que seus pais pensariam se soubessem...
— Você não está mais com medo? — Pergunto.
— Não, não mais. Agora meu único medo é de te perder.
— Você não vai. Eu te amo, Nate. — Digo e o abraço, descansando minha cabeça em seu peito.
— Você é minha vida, Amélia. Será que...bem, será que você gostaria de ser minha namorada?
Afasto-me e olho para Nate.
— Achei que já fosse.
— É, bem, sim. Mas quero dizer, você gostaria de ser oficialmente minha namorada? Não quero mais esconder nada. Vamos contar para todo mundo.
— Sim, eu quero ser sua namorada e quero contar pra todo mundo que estamos juntos.
— Ótimo, porque quero que todo mundo saiba que eu te amo e que você é minha.
Nate segura meu rosto e me beija. Abraço sua cintura e retribuo o beijo.
Michael não é mais um problema. Mas agora Nate e eu temos que enfrentar outro obstáculo.
Minha família.
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