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Um passado conturbado

   A luta se estendeu mais do que o esperado. Mesmo eu tendo êxito em conseguir me conter para não ferir a minha adversária, não esperava que a batalha fosse se prolongar por tanto tempo. Eu estava me divertindo bastante, fazia tempo que eu não relaxava e curtia uma boa luta, pois sempre fui obrigada a lutar para sobreviver, e isso sempre me frustrou. Os olhos de todos estavam voltados para a nossa batalha,  inclusive daqueles que antes estavam treinando. A minha empolgação queria transbordar do meu corpo, poderia ficar assim para…

   — Ops…— Falei após desviar de um soco da Chloe e sem pretensão, chutá-la com um pouco mais de força, fazendo-a cuspir um pouco de sangue após se inclinar de dor.

   — Você está bem, tic tic? — Zékriön perguntou após reparar no estado da Chloe — Acho que essa luta já…

   — AINDA NÃO! Cof, cof…— Ela respirou fundo e me fitou. — Ainda posso continuar! — Falou com determinação em seu olhar. Não consegui evitar de soltar um sorriso em admiração.

   Mas acho que já está na hora de acabar logo com essa luta.

   Eu voei para atacá-la e encerrar o combate, porém, uma estranha sensação me fez recuar. Em sussurros, a Chloe entoava alguma coisa que eu não  compreendia, mas estava fazendo com que a sua aura ficasse mais escura, tomando uma cor púrpura, mesclada com um preto sombrio. As suas asas tomaram uma cor de vermelho mais intenso, mais vibrante, como se transformassem em asas de sangue. Em sua testa surgiu um buraco e dele, um terceiro olho apareceu, com a sua esclerótica totalmente negra, que passou a me fitar com anseio. Podia sentir em seu olhar uma raiva fervente, o mesmo olhar de uma fera selvagem que anseia por matança, um monstro enjaulado que acabara de ser solto. Aquela não era a mesma Chloe que eu conhecia. Não. Aquela criatura era um ser desconhecido por mim.

   Olhei os semblantes daqueles que assistiam de camarote à luta, e todos estavam com a mesma expressão esculpida em seus rostos, de medo. Não sei se eles enxergavam a mesma coisa que eu, mas com certeza conseguiam sentir aquela presença hostil.

   — EU SOU A MAIS FORTE!!! — Ela gritava ferozmente, feito um rugido de uma besta, enquanto deixava a sua saliva fervente escorrer por entre os seus dentes, agora finos e afiados, e respingar no chão da arena abrindo pequenas crateras no local do impacto. — NINGUÉM É MAIS PODEROSA QUE EU, E NÃO VOU DEIXAR QUE… AHHHHHHH…— De repente,  a sua pele começou a descascar como se estivesse se desfazendo. Fumaças emanadas pelo seu corpo cobriu toda a arena, impossibilitando a visão do que estava acontecendo com a Celestial, felizmente, eu ainda conseguia enxergá-la perfeitamente. — So-cor-ro…— ela se contorcia como se tivesse com dor, parecia  lutar contra alguma coisa dentro de si, algo queria dominá-la, e ela se esforçava para não deixar.

   — Eu não vou deixar! — Falei,  adentrando na fumaça para ajudá-la. — Seja o que for, isso acaba aqui.

   Não sabia exatamente o que fazer ou como ajudá-la, porém, decidi seguir os meus instintos. Eu a envolvi em meus braços, prendendo-a em um abraço, e logo em seguida, fiz a mesma coisa com as minhas asas. A Celestial se rebatia querendo escapar, porém não cedi. Fechei os meus olhos e esvaziei a minha mente,  a única coisa que eu pensava era ajudar a minha amiga. Podia sentir uma luz calma e acolhedora envolver todo o meu corpo que após eu decidir abrir os meus olhos, pude avistar a Chloe ser envolvida por esse brilho dourado. Sem entender o que estava acontecendo, opto por me afastar um pouco, e quando olho para a Celestial, reparo que seu semblante estava mais calmo e sereno, com a sua testa livre do terceiro olho, e quando percebo que ela iria cair por desmaio, vou em um instante ao seu auxílio, aparando-a em meus braços.

   — O que foi que aconteceu com ela? — O Derek me perguntou ao se deparar com a Chloe inconsciente em meus braços após o mesmo subir na arena.

   — Eu não sei. Ela simplesmente desmaiou. — Falei, sem entrar em muitos detalhes.

   — Ela deve ter exagerado como sempre, tic tic. — O demônio de olhos alaranjados falou ao se juntar com o Derek. — Precisamos tirá-la daqui e levá-la para que ela possa descansar, tic tic. — Afirmei com a cabeça. — Pode deixar isso comigo, tic tic.

   Entreguei a Chloe para o Zékriön e deixei que o mesmo a levasse. Passei a fitar o demiumano que não tirava os seus olhos da Celestial desmaiada, ele estava com  a mesma cara de bobo que não deixava o seu semblante.

   Idiota!

   Optei por esperar o Zékriön no lado de fora do condomínio, enquanto que o mesmo levava a Chloe para descansar.

   Durante o tempo em que eu esperava, resolvi caminhar um pouco para espairecer. O sol em todo o seu resplendor estava ideal para aproveitar as belas flores que compunham o lindo jardim atrás do condomínio. Segui os maravilhosos aromas dessas flores rosas, cujo acredito se tratar de Azaléias, e elas  me levaram até um pequeno lago de águas cristalinas, onde alguns patos e cisnes se divertiam e relaxavam passando por de baixo de uma ponte branca que cruzava o lago. Uma visão realmente maravilhosa, não me lembro da última vez que eu tive um momento assim de paz e de lazer.

   Resolvi deitar ali mesmo,por entre as flores, e contemplar o ambiente calmo e tranquilo que a natureza proporciona o máximo de tempo possível, antes que alguma coisa acontecesse e estragasse o momento, mesmo acreditando que nada poderia arruinar essa paz que…

   — Amélia… — Falei cedo demais. — Então é aqui que você se esconde. — O Derek se sentou ao meu lado e ficou olhando os patos.

   — O que você quer? — Perguntei, curta e grossa.

   Eu só queria um minuto de paz, será que é pedir muito?

   — Eu…— seus olhos aparentava buscar uma fuga para os seus pensamentos. —...só queria…

   — O que!? — Falei já alterando um pouco o meu tom de voz.

   O Derek sempre conseguia me tirar do sério. Nunca sei o que ele está pensando ou querendo, e isso me frustrava.

   — Eu só vim ver como você está. — respondeu finalmente após fitar os meus olhos. — A luta contra a Chloe pareceu ser intensa demais do que era para ser. O que aconteceu lá? — Seus olhos buscam por respostas.

   — Isso não é da sua conta! — Descruzando o nosso olhar, eu passei a encarar a natureza em volta, respirando fundo e sentindo o aroma doce das flores.

   — Está bem, desculpe lhe incomodar. — o vejo levantando e se preparando para sair. — Eu não vou te perturbar mais.

   — Espere! — Antes que eu pudesse pensar, a minha mão agiu por vontade própria segurando o seu braço e impedindo que ele saísse. — Quer dizer…não precisa ir embora. Fique! — Falei, esquecendo do fato de que eu ainda segurava o seu braço.

   — Okay…mas poderia me soltar? — Um choque se instalou no meu corpo me fazendo corar violentamente antes de soltá-lo.

   Ele voltou a se sentar do meu lado e logo se deitou em cima das flores. Passei a encará-lo, seus olhos estavam fechados e um leve sorriso estampava o seu rosto. Ele não disse mais nada depois que se deitou, e eu, fiquei admirando o lago e seus habitantes, mas de vez em quando, de soslaio, ficava o encarando.

   Um bom tempo havia se passado e nem eu e nem ele, dizemos nenhuma palavra, e confesso que isso foi pior do que ouvi-lo tagarelar.

   Respirei fundo e soltei o ar bem devagarinho, deixando a coragem me consumir. Passei a fitar o demiumano que continuava com o seus olhos fechados, embora eu conseguisse reparar que ele os abria um pouco para espiar.

   — Eu…— Comecei a falar, quebrando o silêncio que estava alojado entre nós e o Derek logo decidiu me dar atenção abrindo os seus olhos e se sentando para me ouvir. — Eu e a Chloe nos tornamos grandes amigas depois que a conheci. Passamos por muitas coisas juntas e em muitas ocasiões, ela me ajudou. — Seus olhos se mantinham atentos a cada palavra dita por mim. — Éramos inseparáveis, mas isso tudo mudou quando o rei Akuma mostrou-se interessado pela beleza dela. Ela começou a enxergar nele um meio para subir ao poder e se tornar uma rainha, objetivo esse que ela sempre teve desde o dia em que nos conhecemos, mesmo  o rei sendo responsável pela morte de seus pais. Um dia, o rei Akuma convidou ela para visitar o seu castelo e a mesma quis que eu fosse com ela. — Lembrar dessa história faz o meu coração se apertar. — Eu não quis ir e nem queria que ela fosse, porque o rei não me passava segurança. Pedi para ela não ir e que fugisse comigo, mesmo sabendo o que acontecia com aqueles que se opuserem contra o rei. A contragosto, ela aceitou, porém em nossa fuga, acabamos nos separando após os ataques de alguns demônios perseguidores que estavam sob as ordens do rei Akuma. Eu tentei salvá-la. Lutei contra todos os demônios que ficaram no meu caminho, porém, eles estavam em vantagem numérica, e me fizeram perder a Chloe de vista. Não soube notícias dela desde então, e acabei tendo que fugir sozinha.

   — Eu percebi que você ficou irritada quando ela te chamou de "Leoa indomável". — Então ele escutou. — O que significa isso?

   — " Leoa indomável " é o título que me foi dado pelos homens do meu vilarejo, cujos pedidos de namoro eu sempre  rejeitava, e pela força, eu sempre vencia. — Respirei fundo, mantendo-me calma.

   — Você devia se orgulhar desse apelido, que por sinal, eu gostei bastante, pois significa que você não é fácil de vencer, uma mulher durona que precisa ser respeitada. — Derek falou, com um sorriso incrível no rosto que acabou me contagiando e fazendo-me retribuir o sorriso. Realmente, não tinha pensado por esse lado. — Olha só… que belo sorriso que você tem e que mantém guardado, deveria mostrar ele mais vezes. — Eu corei mais que nunca. Ele sempre conseguia me causar esse efeito.

   — E você? — Eu quis tirar o foco de mim. — Você não me parece ser um guerreiro que já travou várias batalhas, mas é cheio de cicatrizes, como as conseguiu?

   — Ah… isso…?— Ele passou a mão por cima da cicatriz em seu peito e seus olhos passaram a ser distantes, como se tivesse revivendo o passado. — Não gosto de falar sobre…— Reparei em seu semblante entristecido.

   — Não precisa falar sobre isso,  se não quiser. — Eu não queria forçá-lo a contar algo que ele não se sente à vontade em compartilhar.

   — Tudo bem, não preciso esconder isso de você. Aliás, não é  um segredo, é  apenas uma lembrança dolorosa do meu passado. — Meu rosto ficou idêntico a um pimentão vermelho quando o mesmo decidiu se levantar e tirar a sua camiseta sem aviso, mostrando todo o seu corpo esculpido pelos deuses. — Essas três marcas em minhas costas…— Ele se virou— …foram causadas  pelo meu pai e essa no meu peito…— Virou-se novamente —... minha mãe foi a autora.

   — Eles descontrolaram-se? — Deduzi.

   — Não exatamente... — Ele disse cabisbaixo. — Eu ainda era pequeno quando presenciei pela primeira vez a lua de sangue. No meu vilarejo, toda vez que surge a lua de sangue eles se escondem em suas casas e evitam o contato com a lua. Eu sempre achei estranho o porquê, e meus pais não me falavam sobre. Um dia, quando todos se escondiam em suas casas, eu resolvi sair escondido e aproveitar a noite que estava perfeitamente calma devido a ausência de pessoas. — Pude ouvir a sua respiração pesada. — Eu não deveria ter feito isso e logo descobri o porquê. A lua de sangue aumenta a força demoníaca dentro dos Demiumanos e faz com que a gente perca o controle facilmente de nossos poderes.  — Eu me levantei tocando o ombro do Derek, após o mesmo virar e contemplar o lago. — Eu perdi o controle, acabei virando uma besta sem emoções com apenas um propósito, de destruir tudo. Acabei atacando todos na vila…meus pais  tentaram me parar, mas não tiveram êxito. Me lembro apenas de fragmentos daquela noite. — Ele segurou a minha mão e se virou em busca dos meus olhos. — No dia seguinte, acordei sozinho no meio dos destroços da vila, sem nenhum sinal dos outros moradores, incluindo os meus pais e a minha amada irmãzinha. Tudo o que eu encontrei foi o brinquedo favorito dela de pelúcia todo ensanguentado em minha pose. Eu acho que eu a…todos da vila…

   Meu corpo agiu por vontade própria novamente quando decidiu abraçar o demiumano que estava entristecido. O mesmo se surpreendeu, mas me abraçou de volta devolvendo o abraço apertado. Eu queria confortá-lo, senti-lo e falar que estava tudo bem, que tudo o que aconteceu não foi a culpa dele, porém, meu orgulho e minha teimosia me impediram.

   — Tá, chega…— Eu decidi desfazer o abraço quando percebi que já tinha se passado tempo o suficiente, mas o demiumano acabou se desequilibrando e me derrubando e caindo por cima de mim. Ao abrir os meus olhos, que eu tinha fechado pela surpresa da queda, me deparo com o rosto dele bem perto do meu, quase encostando os seus lábios nos meus. — Sai daqui! — No desespero de afastá-lo de mim, acabei mandando ele voando com uma rajada de energia, fazendo o mesmo se banhar na água do lago. Levantei-me de imediato encarando a figura que emergia do lago. Com o meu corpo ofegante pela adrenalina, me apressei para sair o mais rápido daquele jardim sem olhar para trás. — Idiota! — Esbravejei em sussurros, sumindo da visão do demiumano no lago.

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