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Emprego

Enquanto caminhávamos em direção ao meu dormitório, eu ainda sentia o impacto de tudo que Joarez havia me contado. A noite estava fria, mas a cada passo, uma sensação de conforto me invadia, como se, pela primeira vez em muito tempo, eu estivesse em boa companhia, conversando com alguém que realmente me via.

Quando paramos na porta do meu quarto, um silêncio tranquilo tomou conta de nós. Ele olhou para mim com aquele sorriso gentil, e eu senti meu coração bater mais rápido.

- Eu gostei muito de sair com você hoje. - Ele disse, com a voz suave.

Meu sorriso foi instantâneo. Senti minhas bochechas corarem enquanto respondia, tentando manter a compostura:

- Eu também gostei muito, Joarez.

Ele se inclinou e me deu um beijo no rosto. Foi um toque suave, delicado, mas o suficiente para fazer o mundo ao meu redor parar por um segundo. Meu coração disparou. Quando ele se afastou, ainda sorrindo, acenou levemente e se virou para ir embora.

Fechei a porta e, no mesmo instante, me encostei nela, respirando fundo, tentando conter o sorriso que insistia em se formar nos meus lábios. Não consegui evitar. Eu me joguei na cama, rindo sozinha, me sentindo boba de tão feliz. Tudo nele era tão diferente, e o jeito como a noite havia se desenrolado... não parecia real.

Eu fiquei ali, olhando para o teto, com o coração leve e uma sensação boa que não me lembrava de sentir há muito tempo.

Eu ainda estava rindo sozinha, sentindo a felicidade da noite com Joarez, quando a porta do quarto se abriu com um baque. Cátia entrou sem se preocupar em avisar, lançando um olhar rápido para mim, como se já estivesse entediada com a minha presença. Nem me dei ao trabalho de esconder o sorriso; estava leve demais para me importar com o que ela pensava naquele momento.

- Nossa, o que aconteceu com você? - ela disse, com aquele tom de desprezo que sempre carregava.

Ignorei. Precisava pegar meu notebook para adiantar alguns estudos, então me levantei da cama e fui até a minha mesa de cabeceira. Mas, ao puxar a gaveta, meus olhos caíram em algo embolado no bolso de um casaco que eu tinha deixado ali. Estranhei, porque não me lembrava de ter colocado nada ali. Quando peguei o objeto, o choque foi imediato.

Era droga.

Senti meu corpo congelar. O pequeno pacote em minhas mãos parecia pesar uma tonelada. Eu sabia exatamente o que era aquilo e, mais do que isso, sabia de onde tinha vindo. Cátia. Ela tinha feito isso.

Meu sorriso desapareceu instantaneamente. Um pavor tomou conta de mim enquanto a ficha caía. Eu sabia que era uma jogada dela, uma forma de me incriminar, me manipular. Meu coração disparou. A ideia de ter sido tão descuidada, de não ter percebido o que ela estava armando, me deixava furiosa.

Tentei me recompor, mas o nó na garganta e o frio que percorria minha espinha eram incontroláveis. Estava claro. Ela faria de tudo para conseguir o que queria.

Eu senti o sangue ferver quando percebi o que estava segurando. Droga. Droga no meu quarto. Olhei para o pacote, incrédula, e depois para Cátia, que estava calmamente sentada na cama, como se nada tivesse acontecido. O pior é que com aquele tipo de droga eu ganharia uma expulsão.

- Você só pode estar brincando comigo! - explodi, jogando o pacote em direção a mesa de Cátia. - O que é isso, Cátia? Você acha que pode simplesmente plantar droga nas minhas coisas ?

Cátia não se deu ao trabalho de fingir surpresa. Ao contrário, abriu um sorriso frio, quase satisfeita com minha reação.

- Anastácia, você sabe muito bem o que é isso - respondeu, com o tom de quem está no controle. - Isso vai continuar a aparecer até você cumprir o combinado.

- O combinado? - repeti, exasperada. - Você quer que eu manipule o Joarez para afastar ele do Vicente! Isso é doentio!

- Doentio? - Cátia levantou-se lentamente e caminhou até a mesa, pegando o pacote de drogas como se fosse a coisa mais normal do mundo. - Doentio seria se isso fosse o fim. Mas não é. Porque até Joarez se afastar de Vicente, pacotinhos assim vão continuar a aparecer. E... bem, nunca se sabe quando haverá uma inspeção, não é? - Sua voz soou ameaçadora, e meu estômago revirou.

Eu me aproximei dela, sentindo a raiva pulsar nas minhas veias.

- Você está me ameaçando com isso? Está tentando me incriminar? - minha voz tremeu, mas de pura indignação.

- Eu estou te dando uma chance, Anastácia - ela disse, com uma falsa doçura. - Se fizer o que eu pedi, ninguém precisa saber. Tudo isso desaparece. Mas se não... bom, você já sabe como as coisas funcionam por aqui. Uma denúncia anônima, uma "inspeção de rotina", e pronto. Sua bolsa? Adeus. Seu sonho de se tornar advogada? Destruído. - ela sorri largamente.

A raiva que eu sentia era tão forte que mal conseguia respirar. Cátia estava brincando com a minha vida, como se eu fosse apenas uma peça no jogo dela. Eu sabia que não podia deixar isso continuar, mas o medo de ser expulsa da faculdade era sufocante.

Meu corpo inteiro tremia de raiva. Era inacreditável o que ela estava fazendo, até onde Cátia era capaz de ir para manipular as pessoas ao seu redor. Eu queria gritar, quebrar algo, mas tudo que consegui fazer foi respirar fundo e tentar manter a calma.

- Você acha que pode controlar todo mundo, não é? - perguntei, com a voz mais firme que consegui. - Mas eu não vou cair no seu jogo sujo. Não vou fazer parte dessa sua trama doentia.

Ela deu de ombros, como se minhas palavras não significassem nada para ela.

- Eu não estou pedindo muito, Anastácia. Só quero garantir que Vicente continue focado em mim. Joarez é só uma distração, e você pode muito bem resolver isso. Não é tão difícil. E quem sabe... - ela sorriu de maneira maliciosa - você ainda pode se divertir no processo.

Minha raiva se transformou em uma mistura de nojo e desprezo. Ela falava como se o amor, a amizade, fossem apenas ferramentas a serem manipuladas para seu próprio benefício. E agora, estava tentando me forçar a ser cúmplice nessa perversão.

- Não vou fazer isso - declarei, cruzando os braços. - Você pode tentar me ameaçar, mas eu não vou ceder.

Cátia parou por um momento, me avaliando com um olhar calculista. Então, soltou um suspiro teatral.

- Muito bem. Se é assim que você quer jogar... - ela disse, voltando para sua cama com um sorriso triunfante. - Só espero que você esteja preparada para as consequências.

Ela pegou o celular e começou a mexer nele, como se já estivesse planejando seu próximo movimento, enquanto eu continuava ali, com o estômago revirado.

Eu sei que eu de fato estava interessada no veterano de medicina, porém.. eu jamais conectaria qualquer tipo de relação que eu viesse a ter com ele com uma chantagem.

...

Uma semana se passou desde aquela noite em que eu e Cátia discutimos. Os dias seguintes foram como um borrão de tensão e medo. Cada momento parecia uma armadilha esperando para ser ativada, como se em qualquer segundo algo pudesse acontecer para arruinar de vez a minha vida. Eu me mantive o mais afastada possível de Cátia, evitando qualquer confronto, mas sabia que ela não tinha desistido de sua ameaça.

Era uma manhã tranquila, e eu já estava mais acostumada com a rotina da cantina do campus, onde trabalhava para tentar compensar parte dos gastos com os livros da faculdade. Aquele emprego era tudo o que me mantinha de pé, financeiramente falando. Eu tinha minhas aulas à tarde, então aproveitava a manhã para ajudar na cozinha.

Naquele dia, fui direto para o vestiário guardar minha bolsa, como sempre fazia. Porém, ao tentar colocar meus pertences na prateleira, esbarrei em um dos livros que havia trazido para estudar durante o intervalo. O livro caiu no chão, com um baque suave, mas algo ainda pior aconteceu em seguida. Um pequeno baseado deslizou de dentro do livro e foi parar no chão, bem aos pés da supervisora, dona Marta.

Meu coração parou.

Antes que eu pudesse sequer me mover, ela olhou para baixo e viu o que havia caído. Seu olhar se ergueu lentamente, me encarando com uma expressão de surpresa e desapontamento.

Meus olhos se arregalaram e meu corpo congelou. Eu nem conseguia acreditar no que estava vendo. Como aquilo tinha ido parar dentro do meu livro? Maldita Davens.. Tudo aconteceu rápido demais. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ouvi sua voz atrás de mim.

- Anastácia... o que é isso? - A voz firme e decepcionada da supervisora, dona Marta, ecoou no pequeno vestiário.

Eu me virei, o pavor já tomando conta de mim. Marta olhou para o baseado no chão, depois para mim, com um olhar que eu nunca havia visto antes nela, decepção.

Eu congelei por um segundo, o medo tomando conta de mim. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Aquilo não podia estar acontecendo.

- Isso não é permitido aqui, você sabe - ela disse com um tom sério, mas sem agressividade.

- Marta, por favor, isso não é meu! - Eu me abaixei rapidamente para pegar o baseado, tentando desesperadamente explicar. - Eu juro, eu não sei como isso veio parar aqui. Alguém colocou isso no meu livro, eu nunca faria algo assim!

Ela suspirou, cruzando os braços.

- Eu sei que você é uma boa menina, Anastácia. Mas não posso ignorar o que vi. Regras são regras. Vou ter que te dispensar.

Eu perdi o ar, e o pânico começou a tomar conta. Aquele emprego era essencial para mim. Eu precisava dele para pagar os livros, as contas com materiais, tudo. Eu precisava desse emprego e agora, por causa de algo que eu nem sequer fiz, estava perdendo tudo.

- Marta, por favor... - minha voz saiu embargada. - Eu preciso desse trabalho. Eu estou pagando os livros que comprei, e sem isso... Eu não sei o que vou fazer. Por favor, acredite em mim, isso não é meu, por favor acredite em mim.

Ela olhou para mim por um longo momento, a expressão em seu rosto suavizando um pouco. Era claro que ela estava dividida. Ela sempre gostou de mim, eu sabia disso. Então ela suspirou, e por um momento, eu pensei que talvez ela acreditasse em mim. Mas então ela balançou a cabeça lentamente.

- Eu sinto muito, de verdade - ela disse, com uma voz mais suave. - Eu tenho muito apreço por você e sei que você precisa do trabalho, e por isso eu não vou colocar nada disso na sua ficha. Mas eu não posso manter você aqui. Isso é sério, Anastácia. Se alguém mais visse, seria muito pior.

Eu mal consegui responder. O choque, a raiva, a tristeza, tudo se misturou dentro de mim. Cátia havia conseguido. Ela estava me destruindo, pouco a pouco, e eu não conseguia escapar.
Eu tentei conter as lágrimas, mas era difícil. A sensação de injustiça, de impotência, era cruel. Cátia havia conseguido de novo.

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