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Capítulo XXXIV

Grã Bretanha – 8 de Janeiro de 1817

O clima não poderia ser mais gélido na antiga Londres, a capital se beneficiava do rigoroso inverno e ao longo das ruelas o que mais se viam eram os casacões de pelo e botinas. As luvas traziam um charme a mais nas donzelas predominantemente de pele porcelana e o padrão dos arbustos os quais rodeavam os caminhos por onde andavam eram perfeitamente podados. No entanto, era cedo demais para que se conhecesse o ocidente por aquela perspectiva cativante e angelical, porque dentro dos suntuosos palácios reais o mundo estava prestes a mudar outra vez.

O rei havia se exilado em seus aposentos negando-se a tratar com o consulado, tampouco com o primeiro-ministro e seus parlamentares. As ressalvas para que o decreto fosse desfeito era muitas, mas o soberano não era conhecido por voltar atrás em suas decisões.

— Eu avisei-lhes... não há nada o que possa ser feito. Os militares serão recrutados ainda no dia de hoje — O primeiro-ministro disse aos parlamentares, um tanto inconformado com o rumo em que as escolhas de seu rei tomavam — Mandem chamar Joseph Devonshire, ele irá depor no tribunal.

— Sob que acusação, senhor?

— Ir contra às decisões de seu Rei, instigar a revolta dos escravos e traição para com a Coroa.

E ali estava o indício do que havia iniciado aquela terrível trama. Os territórios e fronteiras otomanas eram rotas escravagistas, e os britânicos, especialmente os nobres desejavam a posse daquelas terras, outra vez. E certamente abominavam qualquer tentativa de acabar ou de ao menos impedir a escravidão.

Joseph Devonshire era um nome conhecido, duque e de família rica e bem estimada por toda a corte, fora uma surpresa nada agradável quando o pupilo do rei se declarou a favor do abolicionismo, trazendo ideias liberais e modernas o suficiente para que fosse condenado.

No entanto, horas antes de seu julgamento se via na sala de estar de casa tomando um chá tipicamente inglês. Ao mesmo tempo que fingia escutar os conselhos do irmão mais velho.

— Se eu fosse você pediria por clemencia, imploraria pelo perdão do rei — Ouviu o irmão dizer — Tem alguma noção do que fez?

— Se eu fosse você — O loiro repetiu — Cuidaria da sua própria vida, não tem nenhuma meretriz para se encontrar? — Questionou em visível deboche

— Tenho problemas demais para que me envolva com mulheres... — Bufou — E além disso, em algumas horas posso ver o meu único irmão ser enforcado. — Disse frustrado

O loiro o fitou um tanto consternado, lhe sorriu meia boca e descruzou as pernas, apoiando as duas no chão.

— Morrerei sabendo que defendi o que acredito — Lhe respondeu — Você mais do que ninguém deveria entender meus motivos... aliás não sei como você consegue dormir sabendo o mal que fazemos à aqueles homens e mulheres!

— Eu apenas cumpro ordens, Joseph! — O outro bradou — Não me agrado da violência que recebem, mas não cabe a mim mudar isso, muito menos a você!

— Tudo isso lhe diz respeito, irmão. — Disse incisivo — Passamos os últimos dois anos indo e vindo das embarcações, os trazendo das Índias e de todas aquelas terras euros orientais e africanas. Você sabe quantos homens morreram naqueles meses de viagem... com fome, frio e tomados por doenças. Isso não lhe comove? — Questionou incrédulo

— Joseph... — Ele disse — Um homem sozinho não pode mudar o mundo. Do que adiantará tudo isso quando a guerra para que as rotas por terra sejam britânicas está declarada? Do que adiantará bravejar pelas ruas que o rei precisa ser misericordioso quando já está claro que...

— Que o comércio de escravos nunca acabará, irmão? É isso? — Questionou sem paciência — Ou será que você é tão igual a todos os parlamentares que deseja exatamente isso para que não fique sem suas libras?

— Você não está sendo justo... além disso, somos duques. Por favor, Joseph... seja razoável. Parece até que não tem nada a perder...

— E nem você — O loiro respondeu — Meu julgamento está marcado para as 14h, se quiser me ver pela última vez, sabe onde me encontrar.

*

Império Otomano, 26 de Janeiro de 1817

Amber não podia conter as lágrimas. As festividades do novo ano não puderam fazê-la se alegrar, tampouco amenizar o clima de hostilidade que se via pelo reino. Os comerciantes reclamavam da falta de recursos e os exportadores se viam entre a cruz e a espada ao verem os portos fechados. Ninguém entrava ou saia pelas fronteiras, não ao menos que não se importasse com a própria vida.

E naquela manhã nublada de Janeiro, a imperatriz deixou que suas poucas lágrimas rolassem pelo rosto dourado, pela última vez antes que Aziz partisse.

— Diga que vai voltar — Ela suplicou — Me prometa que não importa quando tempo precise ficar longe, não importa para onde o levem, não importa... me prometa que vai voltar.

Aziz não lhe respondeu, estava ocupando memorizando cada detalhe do rosto de Amber, o tanto quanto podia. Precisava se lembrar dela, precisava levar a imperatriz consigo de alguma maneira. E então a beijou.

Beijou-a com toda a paixão que sentia por ela, beijou-a deixando que seu amor se transbordasse por seus lábios, beijo-a já morrendo de saudades e beijou-a prometendo em silêncio que voltaria.

— Você ficará a frente de tudo agora — Ele disse separando os lábios dos dela. — Minha mãe irá auxiliá-la, especialmente nesses próximos meses de gravidez.

— Não sei se consigo fazer isso sozinha — Confessou — Tudo é tão incerto agora... o conselho nunca escutará nenhuma de minhas opiniões.

— O conselho não tem poder algum sobre você, habib. — Aziz explicou — Eles podem tentar intimidá-la, tentar conduzi-la a escolhas mais benéficas para eles, mas... cabe a você decidir o que é melhor para o reino e principalmente para você.

— Parece fácil quando fala...

— Sei que não será fácil. — Ele lhe interrompeu — Para nenhum de nós será — Disse engolindo seco — Mas temos que fazer o que é preciso.

O imperador apenas a viu concordar pensativa. Sabia que estava pedindo demais, mas não podia deixar tudo nas mãos de Fátima, não quando Amber se mostrava plenamente capaz de reger o reino com as próprias mãos. No entanto, ainda assim era difícil deixá-la daquela maneira tão precoce.

— Aziz...

— Sim? — Respondeu ao seu chamado

— Existe alguma possibilidade de meu pai e irmão serem mandados para o campo de batalha? — Perguntou temerosa

— É muito pouco provável... — Disse incerto — O exército da Índia oriental é pequeno se comparado às demais alianças britânicas. Além disso, é muito mais vantajoso para seu pai que os soldados permaneçam nas fronteiras.

— Me entristece saber que estamos todos em lados opostos nessa guerra — Ela comentou — Mas não entendo como... por que meu pai se beneficiaria do comércio escravagista? Ele sempre foi um homem honrado...

Aziz bufou, também se perguntava como era possível que a grande parte do oriente se aliasse aos britânicos, mas também sabia que tudo se devia à colonização daquelas terras e sem dúvidas do poder que a coroa ocidental tinha sobre os povos.

— Nem sempre se pode escolher em que lado ficar, habib. — Ele disse, levantando-se da cama onde estavam — A Índia é território britânico a muito tempo, e a menos que seu pai queira perder tudo o que tem, é do lado deles que ele deve ficar.

— Não entendo...

— O mesmo vale para o Czar... — Falou andando de um lado a outro do quarto — A Grã Bretanha monopolizou as terras que fazem fronteira ao reino de Alexandre, e mesmo que ele não esteja submetido a eles...

— Precisa se aliar para salvar a própria família — Amber completou, parecendo finalmente entender aquela trama.

— E por que nós simplesmente...

— Não abrimos mão das fronteiras e deixamos que eles façam bom uso das nossas terras para escravizar o nosso povo? — Riu em escárnio — Amber... a meses que me questiono se não deveria ter feito tal coisa. Mas como eu poderia? Como poderia permitir tamanha crueldade? — Perguntou incrédulo

— Eu sei, sinto muito. — Respondeu sem jeito — Apenas... apenas pensei que poderíamos evitar a perda de tantas vidas.

— De um jeito ou de outro, vidas serão perdidas e eu prefiro que seja pela honra. — Disse fitando-a firmemente. — Descanse um pouco, tenho que preparar alguns documentos antes de ir. Eu volto mais tarde para te ver, está bem?

— Está bem — Ela lhe respondeu com um sorriso contido — Não demore muito... — Pediu, enquanto um bocejo preguiçoso parecia lhe atingir.

Aziz beijou-lhe a testa, e se retirou do quarto.

*

Império Russo

O silêncio ensurdecedor na mesa de café da manhã chegava a ser irritante. O tilintar das colheres de chá era tudo o que se ouvia pelos presentes no recinto, e se não fosse a boa educação e o controle emocional que eram parte primordial daquela gente, Robert teria dado um soco na mesa.

O joalheiro estava inquieto, evitava trocar mais que meias palavras com todos naqueles dias e vez ou outra pensava se deveria escrever para Amber. No entanto, sabia que de nada adiantaria. O que estava feito, era fato e ninguém poderia mudar. E mesmo que seu teimoso coração insistisse em palpitar de saudades, era um homem casado e seus princípios não o permitiam ultrapassar os limites.

Não podia escrever para Amber, e não iria fazê-lo.

— O jornal da manhã trouxe notícias — Isabel interrompeu o silêncio — Diz que os soldados do rei já estão em patrulha e que em breve devem passar pelos territórios do reino da Suécia.

— Impossível — O Czar respondeu confuso — Me passe o jornal, Isabel — Ele pediu

— Qual o problema querido? — Questionou — Não deveriam usar este caminho?

— Certamente que não — Robert se intrometeu — Deveriam seguir pela Alemanha, e posteriormente pelos territórios eslavos, Bulgária...ou talvez pela Romênia se as fronteiras estivessem fechadas.

— Ainda não estou entendendo...

— Muito menos eu — Helena comentou, deixando seu chá de lado.

— É o caminho mais rápido para se chegar aos territórios otomanos, vindo da Grã Bretanha. — O Czar explicou — A menos que...

— A menos que o Rei planeje conquistar mais territórios do que realmente disse em suas cartas e decretos.

— E o que isso quer dizer? — Isabel questionou preocupada

— Eles passarão pela Suécia, Finlândia...

— E então pelo norte da Rússia — Robert completou

— Malditos... — Alexandre praguejou baixo — Irão tomar as terras vizinhas...

— Alexandre... o que isso quer dizer? — Helena perguntou

— Que mais do que nunca iremos para a guerra. — Respondeu decidido — Mas estaremos do outro lado desta vez. — Disse, retirando-se da mesa — Robert me acompanhe, temos assuntos a tratar.

O joalheiro ainda não havia terminado seu café, mas os imprevistos do reino sempre pareciam ter mais importância do que qualquer outra questão. E foi daquela maneira, que sem ao menos se despedir das damas foi atrás de Alexandre.

A ainda muito jovem – se comparada às outras ladys – Helena, fitou a silhueta do marido sumir pelas portas do palácio dourado e não hesitou em exprimir um suspiro certamente descontente.

— É melhor se acostumar minha irmã — A voz de Isabel interrompeu seus pensamentos — Ele agora não é mais um simples joalheiro... é um cavalheiro, precisa agir como tal. E tem compromissos para com o reino. — Completou

Helena riu, um tanto negativa a aquele fato.

— Não é o trabalho que me incomoda... — Comentou enquanto bebericava sua xícara de chá — Não me importaria se ele continuasse a ser joalheiro, mas sei que ele almejava muito mais pra si... e agora conseguiu.

— Então qual o problema? — A irmã perguntou confusa

— A guerra... — Disse dispersa — O problema é ele voltar para a guerra. Não se lembra de como ele chegou aqui? Robert é um homem bom, sei que se sentirá honrado em lutar pelo reino...

— Mas...?

— Temo que não seja a única motivação dele. — Respondeu suspirando entristecida outra vez.

A verdade é que Helena sabia, porque Robert nunca de fato fez questão de esconder. Ela sabia que embora ele a amasse, uma parte do coração do joalheiro nunca seria sua.

— Não entendo... o que quer dizer?

— Nada minha irmã — Helena desconversou — São apenas preocupações... Robert tem muita estima por Alexandre, sei que fará tudo por ele.

— Se quer saber... o Czar compartilha do mesmo sentimento. — Isabel disse estudando as feições da irmã — Me preocupo também, Alexandre nunca esteve a frente da guerra... apenas comandava tudo daqui, mas agora as coisas tomaram outras proporções. — Comentou encabulada — Não suportaria a ideia de perdê-lo. Não suportaria mais nenhuma perda em minha vida. — Disse e seus olhos se marejaram imediatamente.

Helena lhe estendeu a mão sobre a mesa, e a apertou. Suas preocupações e dilemas pareciam tão pífios perto da dor que a irmã carregava consigo e bobos demais se o pior acontecesse com o Czar. Se fossem comparar, Isabel seria a maior perdedora.

— Ficaremos juntas... está bem? — Lhe sorriu — Podemos rezar para que eles voltem, acenderei uma vela todas as noites.

— Eu e Alexandre não acreditamos nessas coisas — Riu incerta — Mas fico feliz que você tenha sido criada com estes princípios no colégio de moças. Talvez se eu tivesse um pouco de sua fé, sofreria menos. — Bebeu seu chá, encerrando o assunto.

*

Império Otomano

Fátima depois de passar tanto tempo reclusa em seus aposentos, com exceção de seu breve encontro com Aziz, finalmente parecia ter se decidido a voltar a caminhar pelos corredores do castelo negro.

Os criados como de costume abriam espaço para que passasse, e seu vestido vermelho sangue tornava a trazer a cor otomana de volta. Quase como se os velhos tempos retornassem, e ela comandasse tudo outra vez.

No entanto, apesar de apreciar o mínimo poder que receberia ao substituir Aziz e auxiliar Amber nas empreitadas do reino, não se sentia plenamente contente com a tarefa. Não podia, é claro. Não conseguia expressar qualquer felicidade em saber que o filho iria para a guerra e como alguém que tinha vivido dias e dias de terror e carnificina na própria pele, caminhava aflita em direção ao quarto do casal.

Teria batido na porta se houvesse a mínima importância para as regras naquele momento, mas dado ao caos do mundo em que viviam parecia superficial demais pensar em tal coisa. E sendo assim, adentrou os aposentos encontrando Aziz acarinhando a face adormecida de Amber. Um gesto que parecia se repetir várias vezes por dia.

— Como ela está? — Perguntou caminhando sobre o tapete felpudo

— Mentalmente abalada — Ele respondeu fitando-a — Passou a manhã choramingando...

— E a criança?

— O médico disse que viria examiná-la quando a próxima lua chegar — Ele explicou — Mas ela precisa ficar em repouso... para que não perca o bebê.

Fátima resmungou, chamando a atenção do imperador.

— O que disse? — Ele questionou

— Fico me perguntando se fiz certo em casar você com ela. — Respondeu sem remorso

— Mas não disse que ela será uma ótima governante? — Perguntou confuso

— Uma coisa não tem a ver com a outra — Ela respondeu afetada. — Ela será, está no sangue. — Comentou indiferente — Said embora tenha todo o meu ódio, sempre foi um sheik exemplar, assim como o pai e seus antepassados. E embora ela não tenha nascido de Safira... acredito que a princesa tenha ensinado muito a ela.

— Então porque...?

— Eu pensei que apesar de meus esforços para fazê-la sofrer aqui... pensei que ela fosse superar.

— Mas ela superou. — Ele disse rapidamente — Ela está feliz agora...

— Meu querido... — Sorriu pensativa — A felicidade vem e vai. E um filho sem dúvidas preenche muitos vazios... Mas ela não queria ser mãe, nunca escondeu o medo. E ela não queria estar aqui, e também nunca lutou para esconder esse fato. E certamente não queria se casar com você, embora tenha o feito para salvar a família.

As palavras da rainha pareciam machucar Aziz, que olhava de uma para a outra, tentando em vão conter suas lágrimas. Talvez fosse muito difícil para ele pensar sobre aquelas questões.

— Por que está dizendo estas coisas? — Perguntou com um visível nó em sua garganta, dificultando muito que suas palavras saíssem de sua boca.

— Por que será mais fácil para você deixá-la e fazer o que precisar ser feito. — Ela respondeu — Não pode ir para a guerra carregando essa ilusão consigo. Você precisa ser forte, assim como ela foi ao aceitar o destino que escolhemos para ela.

Fátima lhe estendeu a mão, fazendo-o se aproximar e deitar a cabeça em seu colo enquanto o tapete o acolhia no chão.

— Amber é uma mulher excepcional, e eu espero que você não conte a ela que eu disse isso. — Comentou — Ela vai sobreviver ao tempo que for preciso, vai sobreviver a esta guerra e vai sobreviver quando esta criança nascer e você não estiver aqui.

— Mãe...

— E eu preciso que você sobreviva, Aziz. — Continuou — Pelo tempo que for preciso, pela guerra, pelo reino, pelo filho que nascerá. Sobreviva por ela. E talvez eu seja muito egoísta, mas preciso que sobreviva, principalmente por mim.

E aquela foi a primeira vez, em que Aziz viu a mãe chorar. Contida, com classe e em silêncio. Permitindo que duas lágrimas fugitivas e rebeldes percorressem sua face, que logo foram paradas pelas falanges fugazes da rainha que se recompôs imediatamente.

— Vamos fingir que isso não ocorreu. — Falou engolindo seco — O sol já está se pondo... está na hora de se despedir, Aziz.

— Vai me dar um abraço? — Questionou com um fio de esperança

— Apenas quando você voltar. — Respondeu sucinta — Não lhe criei com tantas sentimentalidades, Aziz. — Disse, embora seu sorriso quase irônico a entregasse. — Nos vemos em breve. — Falou, não se demorando mais que o necessário e se recolheu outra vez. Aguardando apenas a hora de vê-lo partir.

O imperador por sua vez sorriu, não esperava outra atitude da mãe se não aquela. E levantou-se para dedicar sua última hora ao lado de Amber.

— Sua mãe me ama — Ouviu a voz da imperatriz, que embora estivesse com os olhos fechados, parecia bem acordada.

— Estava ouvindo tudo? — Ele questionou quase incrédulo

— Não pude evitar — Ela deu de ombros — E eu não poderia perder a chance de ouvir tantos elogios sobre minha pessoa...

Ele suspirou, deitando-se outra vez ao seu lado. Sentiria falta daquele gesto simples, sentiria falta da presença quente e confortável que era ter Amber sobre seu peito. Sentiria falta de acaricias as melenas negras e de se perder naqueles olhos oblíquos e dourados.

— Aziz... — Ela interrompeu o silêncio

— Sim?

— Não é verdade o que ela disse... ao menos não totalmente. — Se corrigiu — Não mais... — Sorriu envergonhada — Eu tinha medo de ser mãe, mas agora tenho medo de poder não ser... tenho medo que a qualquer movimento que eu faça... eu perca esse bebê.

— Amber...

— Me deixe continuar... — Ela pediu — Eu também não queria estar aqui, mas agora... o castelo se tornou um amigável refúgio, o silêncio... essa aura sempre nebulosa e talvez até sombria me acalmam. Acho que não sei mais viver em meio ao barulho das festas... — Riu de seus próprios pensamentos — E é verdade que eu não queria me casar com você, nunca me esforcei para esconder isso.

O imperador não hesitou uma breve risada enquanto escutava o que ela dizia.

— Mas... — Ela prosseguiu, levando uma das mãos ao rosto pálido de Aziz, seguindo com as falanges até os cachos ruivos que caíam pela testa do imperador. — Ninguém teria tido a paciência, a calma e a perseverança que você teve. Ninguém teria esperado por mim... ninguém teria me amado quando menos mereci... — Disse já pronta para derramar suas lágrimas — Eu não poderia ter me casado com outro, senão você habib.

O coração de Aziz retumbou em seu peito, porque das raríssimas vezes em que a imperatriz se permitia dizer tais palavras, aquela era uma delas. E ele sorriu abertamente, beijando-lhe a mão que continuava a acarinhar lhe, sentindo o cheiro e a macies daquele toque e implorando para que sua mente gravasse cada parte daquela declaração.

— Aziz... eu ...

— Não diga nada, habib. — Ele interrompeu antes que ela pudesse dizer. — Não diga nada... apenas me beije, apenas seja minha mais uma vez.

Ele pediu, para se lembrar dela daquela maneira. Sempre sua, de corpo e alma. Aproveitando-se do que o silêncio e as palavras não ditas podiam causar entre os dois, porque o imperador sabia que se ela dissesse... Se ela ousasse falar aquelas palavras que tanto esperava ouvir, finalmente olhando em seus olhos e deixando que seu coração fosse exposto de tal modo...

Não, não poderia permitir.

Ora, se deixasse que ela se deleitasse em seu corpo, se entregasse à sua paixão e se derretesse como neve em seus braços e beijos quentes, talvez fosse o suficiente para aquela despedida. Se deixasse que ela se perdesse em seus olhos, lhe sorrisse enquanto o abismo de prazer a puxava mais e mais, se ouvisse aqueles suspiros em seus ouvidos e se sentisse aquele coração tão teimoso bater por ele, poderia partir naquela noite.

Porque Aziz sabia, que se ela confessasse, com verdade e certeza. Se ela continuasse a frase que perdeu-se em sua boca, se ela derramasse uma lágrima enquanto proferia aquela dádiva, ele que não seria capaz de ir.

E se não fosse, tudo se tornaria caos.

Se permitiu fitá-la por certo tempo, até que percebeu as íris se fecharem e ela adormecer.

— Eu te amo, Amber. — Ele disse antes de se levantar da cama. Fungou os cabelos pela última vez, sentindo o inebriante perfume da esposa fixar-se em seu corpo e beijou-lhe o rosto, com vontade absurda de se deixar ali também ao seu lado e nunca mais sair.

Quando o sono já havia a abraçado profundamente e a noite surgiu repleta de estrelas, Aziz atravessou as portas do castelo. Deixando para trás tudo o que havia construído até aquele instante. Deixando todo o seu amor ali, torcendo para que um dia pudesse voltar.

Estou com lágrimas nos olhos com esse capítulo... sério. Amo tanto todos os personagens, que as vezes nem sei em que lado ficar, se é que posso escolher um rsrs. Veremos o que os próximos capítulos reservam para cada um.

E temos personagens novos, mas sem desespero... o livro está quase acabando mas eles aparecem em outra história. Algum palpite sobre em qual livro teremos a presença de Joseph e seu irmão misterioso?

Deixem seus comentários, amo ler as opiniões de vocês <3

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