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Capítulo 3: Savannah e os Pontos Vermelhos

“Say you'll remember me
Standing in a nice dress
Staring at the sunset, babe.”

Conheci Savannah quando tinha por volta dos 6 anos, mas nos aproximamos mesmo quando eu tinha 8, nos conhecemos numa ala hospitalar. Os pais de Savannah morreram no mesmo engavetamento que matou meu pai, o luto nos uniu, mas não conseguiu nos manter juntas.

Savannah era criativa, às vezes introspectiva demais, sempre perdida nos próprios pensamentos e ideias. Eu costumava dizer que ela era grande demais para uma cidade como Salém.

Ela passou a morar com sua avó, Austrália, que estava agora com uma grave doença no cérebro e havia sido movida para um hospital em Nova York perto de seu filho mais novo, Salomon. Savannah morara só desde então — sua vó havia sido movida um ano atrás.

Savie, como carinhosamente a apelidei, sempre gostou de ser sozinha, quando Amber chegou na cidade, tentamos ser um trio, mas… Bem… Ela não conseguia lidar bem com duas melhores amigas. Amber a fazia sentir medo.

Mas as coisas mudaram definitivamente quando entramos no ensino médio. Seus cabelos negros foram tingidos de rosa, as cores delicadas de sua paleta foram substituídas por pretos, vermelhos e cinzas. Ela estava sendo ela mesma, sem ressalvas, sem medos. Eventualmente, Savannah encontrou seu grupo e percebeu que ter uma vida social não era assim tão ruim.

Após ter tido sua personalidade e aparência transformadas completamente, Savannah se tornou o principal alvo de Amber, elas eram polos opostos em Salem High School. Amber sentia inveja de Savannah, a empurrando pro escanteio sempre que podia.

Eu e Savannah nos afastamos, a vida dela se tornou um borrão para mim, sabendo o que acontecia apenas por fofocas de pessoas que eu nem sequer conhecia. Mas, não havia um dia sequer que eu não imaginasse como seria se ainda fossemos amigas.

Acordei na sexta ainda sem notícias de Amber. Todas as ligações caíram na caixa postal, as mensagens recebiam apenas o sinal de enviado, mas não de recebido e muito menos lido. — ela já deve ter fugido, falhei novamente em tentar convencê-la de algo e, dessa vez, eu tinha realmente feito merda.

Desço até a cozinha, colocando um pouco de água na chaleira na intenção de fazer café.

— Mãe? — chamo.

Ando até a sala, procurando-a. Ela estava encostada no sofá, a face coberta por seus cabelos ruivos e uma garrafa de vinho branco em mãos. Não poderia me dizer surpresa, apenas decepcionada. Vou até ela, tomando a garrafa de suas mãos.

— Nah… — ela gemeu em protesto.

— Você precisa tomar jeito.

Como a repreendo, me remetia uma mãe falando com uma criança. Suspirei, cansada. Eu normalmente prefiro esquecer meus problemas e não lidar com eles, mas tudo parecia demais naquele momento.

Continuei tentando ligar para Amber, mas ela não atendia, nenhuma mensagem havia sido enviada para mim. Ela já devia ter fugido a uma hora dessa, mas só teria certeza que ela não estava mais em Salém se ela faltasse a formatura. A formatura era algo que planejamos por anos, ela não faltaria.

— Amber não vem? — Savannah me pergunta, tentando espiar as pessoas da nossa turma que já haviam chegado. — Não tô vendo ela.

Fomos selecionadas para discursar na formatura, ela foi escolhida por suas incríveis habilidades sociais e eu por minhas notas altas “impecáveis” — palavras deles, não minhas. Estávamos nos bastidores do palco montado no ginásio, treinando nosso discurso.

— Eu não sei… Eu não recebi notícias dela desde ontem a noite. — respondo.

— Será que ela vai perder a formatura? Eu duvido.

— Eu também… Mas… Com Amber nunca se sabe, né? — digo, sorrindo forçadamente, levantando levemente os olhos dos cartões que lia. Savannah me encarou com uma sobrancelha levantada.

— Meninas! — senhorita Briggs apareceu, dando duas palminhas. — O diretor está terminando seu discurso! Já, já é a vez de vocês. — ela diz isso com uma expressão terna, parecia estar segurando o choro. — Pela primeira vez duas garotas vão discursar… Não poderia estar mais orgulhosa de vocês! Não me decepcionem mas… Sem pressão, ok?! Enfim!

Savannah começou o discurso ressaltando o quanto queria sair de Salem, fazendo todos rirem, eu observava no canto, olhando os que esperavam o discurso, que nada mais eram do que meus colegas de classe, seus familiares e professores que com certeza estavam aliviados por finalmente se livrarem da turma, eu estaria. Percebi que além de Amber, também não achava Jordan entre as pessoas e estranhei, sentindo um calafrio.

— …Georgia Locke! — ouvi, depois de voltar minhas atenções pro palco.

— Oh, muito… Muito obrigada! — comecei, engolindo em seco. — Eu fui, bom, pega de surpresa quando me ofereceram a chance de ser oradora da turma. Todos aqui sabem que não sou a garota com maior habilidade em, tipo, oratória, mas aceitei a oportunidade como mais um desafio.

Fiquei calada por alguns segundos. Um filme passou na minha cabeça. Estudei naquele lugar por uns 7 anos e finalmente estava me formando, algo que sonhei por anos, mas por que uma parte de mim doía?

— Agora não somos mais crianças. Agora não é sobre quem queremos ser quando a gente crescer, agora é sobre… Ser. Sobre se tornar. É. Mudamos, retrocedemos, nos dedicamos e conseguimos falhar e acertar diversas vezes. Agora não somos mais crianças sonhando em ser fadas ou sereias. Queremos ser ricos, poderosos, inteligentes… Gostosos. — acrescento, rindo um pouco. — Mas, uma parte de nós ainda pertence àquelas crianças, aquelas crianças com sonhos e uma inocência intocada.

Segurei o choro. Uma memória me vêm a cabeça.

— Sou Savannah. — a garota de cabelos negros diz. Eu me encolhi na cadeira, não sabia exatamente o que dizer. — Acho que já te vi… Na escola.

— É. Eu também já te vi, eu acho.

— Seu pai… Ele… Sabe… Não sei… Acho que ele… Ficará bem.

— Seus pais também vão ficar. Espero que fiquem.

— Você acha mesmo? — seus enormes olhos castanhos pareciam ainda maiores agora e estavam marejados.

— Eu… Eu acho.

Balancei a cabeça. Tentando focar no que estava acontecendo agora. Olho para Savannah, seus olhos estavam exatamente iguais àquele dia.

— Não deixem que essa parte morra. O mundo já é mal o suficiente por si só. Guardem apenas a parte boa e quando tudo estiver uma merda… Me desculpa pelas palavras, Sr. Lancaster… Quando tudo estiver uma merda, se lembrem dos seus anos de ouro em Salem High School. As reuniões no canto da biblioteca bebendo vodca, os beijos roubados nos vestiários, os treinos de torcida, OS JOGOS DE FUTEBOL, bom… tínhamos um time ótimo apesar de não ganharmos um jogo há uns dez anos… Não deixem de lembrar… Da parte boa. Conquistaremos o mundo… Ou vamos, ao menos, tentar.

— Amber… É o baile. — digo. — Vamos! Você não pode perder essa chance de usar um vestido bonito. Me desculpa mesmo… Por t… — a mensagem de voz foi interrompida por uma ligação.

Era um número desconhecido.

— Geórgia?

— Sim.

— É a Dakota… Amber está com você? Ela sumiu e… Levou uma quantia exorbitante de papai, estamos preocupados. — Dakota parecia realmente apreensiva, não só pela grana.

— Ela… Não está aqui e, bom, ela não foi para a formatura. Estava tentando entrar em contato.

— E ela não falou nada com você? Se iria dormir na casa de Nico ou sei lá… Se estava pensando em, não sei, fugir… Temo que talvez ele a tenha manipulado. — engoli em seco.

— Bom… Hum… Não. Não me disse nada, mas Nico estava lá hoje. Estou tentando pensar em algum sinal que ela poderia ter me dado, mas… Não me vem nenhum a cabeça. — esperava estar soando convincente.

— Está sendo sincera, Georgia? — sua voz era um tanto cética.

— Por que eu mentiria? Se é o bem da minha melhor amiga em jogo?

— Me desculpe… Sei que se importa com ela tanto quanto a gente.

— Talvez até mais do que vocês. — respondi e então percebi o que havia dito. Um silêncio constrangedor tomou conta da linha por alguns segundos.

— De qualquer forma, é… Se receber alguma notícia de Amber nos avise. Ainda não podemos denunciar desaparecimento nem nada, espero que ela só esteja bêbada na casa de algum garoto de fraternidade como sempre. O que estranhei é o fato do dinheiro ter sumido.

— Ok… Tudo bem. Aviso, sim, com certeza. Tchau!

Desliguei a ligação tendo uma pequena crise de ansiedade. Se eles descobriram que ela roubou o dinheiro, logo vão perceber que ela não está na cidade e a denúncia de desaparecimento vai pôr Amber em todos os jornais. Meu peito começara a doer, massageava-o enquanto deitava na cama de mansinho, precisava pensar no que diria aos policiais, desde já.

Naquela noite, Savannah Springs pintava suas unhas do pé de rosa bebê enquanto um mix aleatório tocava em seu radinho “super vintage” que sua avó havia dado a ela quando ela fez 15 anos, sua boca cantarolava uma melodia punk. Ela se sentia mais do que bem aproveitando sua própria companhia.

Seu quarto era espaçoso e ela não podia mentir, às vezes, ele evidenciava sua solidão, mas, em noites como aquela, ela se sentia particularmente confortável mesmo com o enorme elefante azul em cima do seu carpete e a solidão se tornava mais uma companhia do que um vazio.

Ela ouviu o barulho do micro-ondas e foi checar se a pizza já havia esquentado. Desceu as escadas rezando para que suas unhas não borrassem e chegou a cozinha aliviada. Seu telefone tocou, ela atendeu apenas porque era seu tio.

— Alô, Sally?

— Já falei para não me chamar assim. — o homem diz, tentando parecer sério mas claramente brincando.

— É tão mais divertido do que Salomon.

Ela tirou a pizza do micro-ondas, a serviu num prato de porcelana tingida, ela adorava como as borboletas pintadas parecia cercar a comida.

— Eu só… Queria saber como você está. Queria estar aí para te acompanhar na formatura.

— Ah, tudo bem. É só… Uma idiotice banal. Eu realmente não me importo com essas… Besteiras sociais. — ela mentiu, ela se importava e ela queria que ele estivesse lá, mas para Savannah era pior fazer alguém se sentir mal do que se sentir mal. — Como está a vovó?

— Bem, estável. Ela está dormindo agora. Falou o dia todo em como queria ter te visto… Você vai ao baile?

— Eu não sei, estou pintando as unhas, mas… Sinceramente, não há nada que me prenda aqui, estava pensando em voar pra aí amanhã. Eu não poderia, estou na organização do baile, mas gostaria.

— Você vai mesmo perder o baile? Não, não. Você está proibida.

— Primeiro, Sally, você não tem moral para me proibir de nada e, segundo, mesmo que quisesse, não poderia. A organização levará metade da minha tarde e eu sou a líder deles… Infelizmente.

E então, Savannah ouviu seus cachorros latirem. Latidos ferozes e violentos. Logo depois a campainha tocou.

— Sally… Não desliga.

Depois, tocou de novo. A garota morava sozinha por pelo menos um ano e três meses, ela sabia que era um alvo fácil, estava sempre alerta. Então, foi andado devagar até a porta, olhou no olho mágico e constatou pro seu tio histérico do outro lado da linha.

— Ah, merda, é só o Jordan. Te ligo depois, tio, sim, qualquer coisa aviso.

Ela abre a porta, desligando o telefone, apenas para encontrar Jordan, ela não pôde deixar de notar que o garoto tinha uma grande mancha vermelha no seu peito, suas mãos também estavam sujas de vermelho, seu rosto estava contorcido numa expressão apavorada.

— Nossa, acho que você errou o dress-code o halloween é daqui, sei lá, quatro meses?

— Acho que… Eu… Acho…

— Espera, Jordan, respira! — a garota o puxa para o sofá espaçoso no meio da sala, ele parecia a beira de um ataque de nervos. — Você acha que…?

— A Amber tá morta. — ele disse, encostando a testa no ombro de Savannah e chorando como um bebê.

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