Capítulo 17
Hermione Granger percorreu o comboio para Hogwarts com a missão de encontrar Laurel Ravenclaw e salvá-la de todos os alunos que já tinham passado pela morena e lhe perguntado se lhes podia apresentar a Herdeira de Ravenclaw. De um momento para o outro, Laurel era famosa entre os alunos e ao mesmo tempo temida por ser parente de Sirius Black.
No entanto, quando a encontrou, viu com surpresa o rosto vermelho e os olhos inchados da jovem, enquanto lágrimas escorriam pela sua face abaixo. Laurel fitou a amiga com um pequeno sorriso na cara, limpando as lágrimas devagar e sem pressa. Não tinha vergonha de chorar em público, muito menos em frente a uma amiga.
- Hey. - cumprimentou a ruiva, encolhendo os ombros - Hoje estou em dia não. Como foram as tuas férias?
- Foram boas. Vi-te na Copa Mundial de Quidditch com os Malfoy...
- Sim, a cara de choque do Ron foi hilariante. - Laurel soltou uma risada seca, encolhendo os ombros - Narcisa Malfoy convidou-me e o meu avô achou que seria bom estar com a minha família de sangue. A mãe de Draco é uma das poucas Blacks viva e Sirius não está propriamente por perto... Mas não te preocupes, com certeza não vou voltar a estar com eles.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntou Hermione, notando as olheiras escuras por baixo dos olhos safira da Ravenclaw.
- Não, está tudo bem. Reparaste na quantidade de alunos que olham para mim como se eu fosse famosa? É de loucos.
As duas amigas continuaram a falar sobre amenidades, embora a Granger não pudesse deixar de notar que algo estava errado com Laurel. O medalhão de Rowena Ravenclaw não tinha qualquer brilho, parecendo apenas um simples colar bonito com um diamante cinzento em forma de coração. Era estranho e completamente errado, pensava Hermione, enquanto a observava. Quando o assunto da Copa voltou a vir ao de cima, Laurel mostrou-se surpreendida ao saber que a Marca Negra aparecera no céu naquela noite e ela não dera por isso.
- Não me lembro muito dessa noite. - explicou Laurel, de sobrolho franzido - Lembro de sair com Draco por causa dos gritos, lembro de defender uma Muggle de uma figura encapuzada e... - fez uma pausa, abanando a cabeça - Lembro-me de uma coisa ou outra mas a seguir apaguei por completo e só me recordo de acordar no dia seguinte na tenda dos Malfoy como se nada tivesse acontecido.
A ruiva encolheu os ombros, como se nada fosse. Hermione, por outro lado, fitou-a com um ar sério.
- Isso já tinha acontecido antes?
Laurel não respondeu. Uma batida na porta do compartimento onde estavam e o seu rosto iluminou-se ligeiramente ao ver Cedric, que entrou com um sorriso de orelha a orelha e se sentou defronte para a ruiva, acenando brevemente na direção de Hermione.
- O meu pai acabou de me enviar uma carta! Dr.Carl contactou-o, a Ley falou!
A Ravenclaw endireitou-se, as lágrimas secas, os olhos brilhantes e o medalhão adotando a sua tonalidade azul característica.
- A Ley falou? Isso é incrível! O que ela disse?
Cedric riu.
- Que o pudim do St. Mungus era horrível e recusou-se a comê-lo.
- Já sabem quando é que ela pode ir para casa? - perguntou Laurel, feliz.
- Ainda não mas Dr.Carl diz que ela está a ter uma boa recuperação.
- Fico muito contente por ela. - comentou Hermione, fazendo Laurel sorrir - Aquilo que aconteceu com Amanda Lovelace foi horrível. Hoje é o dia em que ela recebe o Beijo, sabiam? Veio no Profeta Diário.
Laurel e Cedric trocaram um olhar, ambos lembrando-se de Meredith. O encontro com a Lovelace na Copa ainda intrigava a ruiva mas, mais importante do que isso, tudo o que Laurel desejava era saber como Meredith estava. Uma mãe não deixa de ser uma mãe e Laurel sabia disso melhor do que ninguém.
- Bem, vou ter com Harry e Ron. - anunciou Hermione, pondo-se de pé - Queres vir, Laurel? Harry tem perguntado por ti desde que chegamos à estação mas ainda não te tinha encontrado.
- Não, eu fico por aqui. - disse Laurel, retirando um livro da sua mala - Diz ao Harry que eu falo com ele em Hogwarts. E estou a dever Sapos de Chocolate ao Ron, não me posso esquecer dos comprar antes de sair do comboio.
- Eu também preciso ir, fiquei de me encontrar com a Cho. - disse Cedric, corando ao notar as sobrancelhas erguidas de Laurel na sua direção - Ela é uma amiga...
- Uma amiga que te põe as bochechas da cor do meu cabelo? Parece uma amiga interessante, hein?
- É apenas uma amiga! - exclamou Cedric, envergonhado - Não tenho a culpa de ter muitos amigos, toda a gente me acha simpático! Eu acho que são todos malucos, de simpático não tenho nada.
Hermione deu uma risadinha, achando graça à modéstia do bonito rapaz. Laurel, por outro lado, abanou a cabeça de forma discrente, como se o Hufflepuff fosse parvo.
- Vão lá, os dois, andor que eu preciso de ler! - brincou ela, sentindo-se revigorada com a presença dos dois amigos - Vemo-nos em Hogwarts!
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- Com licença.
Laurel ergueu os olhos do livro pousado na mesa do Salão Nobre, procurando saber quem se sentava deliberadamente ao seu lado. Todos os Slytherin olhavam para ela como se fosse uma traidora, achando que só por ter o sobrenome de Ravenclaw não podia jamais pertencer à Casa das Cobras. Ainda assim, nenhuma ousara dizer-lhe aquilo ou fazer pouco dela, nem mesmo Pansy Parkinson, que limitava-se a olhá-la de lado. Agora, Laurel era uma Herdeira e uma puro-sangue, pertencente à família Black e uma traidora de sangue, por não dar a mínima para os estatutos e dar-se com todo o tipo de pessoas, incluíndo os chamados Sangue de Lama. Era, ao mesmo tempo, da nobreza bruxa e tudo o que os Slytherin odiavam mas não tinham coragem de enfrentar.
Nem todos, pensou Laurel, observando Blaise Zabini sentar-se ao seu lado. À frente do rapaz, a única Slytherin que Laurel conhecia com cabeça saudou-a com um sorriso discreto e um olhar desconfiado direcionado a Blaise, cujo foco estava em Laurel.
- Chamo-me Blaise. - começou o rapaz de pele negra e sorriso encantador - Blaise Zabini.
- Eu sei. Sou Laurel Raven... Ravenclaw. - corrigiu, inquieta - Não estou habituada a dizer o meu nome verdadeiro.
- Também sei quem és. Pansy faz questão de invocar o teu nome a cada dez minutos.
- Pansy não tem mais nada que fazer. - resmungou Astoria, ajeitando o cabelo sedoso num rabo de cavalo apressado - Eles acham que tens alguma doença contagiosa ou assim? - perguntou, irónica.
- Sim, chama-se inteligência. - respondeu Laurel, a rir - Não te terás enganado nas companhias, Blaise?
Zabini olhou-a com um sorriso sincero. O rapaz parecia diferente dos restantes, embora andasse sempre junto de Draco e companhia. Pensando no loiro, os olhos de Laurel encontraram os de Malfoy com facilidade, os quais evitara desde o momento em que fugira dele. Foi Draco quem desviou o olhar, com raiva e Laurel fez o mesmo, focando-se em Blaise, que brincava com Astoria de forma natural.
- Todos somos Cobras aqui, Astoria, até aqui a Laurel. O Chapéu Selecionador não se engana e eu acredito que a nossa Ravenclaw tem muito potencial enquanto Slytherin.
- E o que te faz pensar isso? - perguntou Laurel, intrigada.
Blaise soltou uma risada.
- Para além de quase teres cortado a Pansy aos bocadinhos com as facas todas da cozinha de Hogwarts e dares as melhores respostas aos professores, como as que davas ao Lockart? Oh não sei, talvez... Tudo?
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