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Capítulo 8

Quando Lívia e Victória voltam de sua misteriosa conversa, instantaneamente fico um pouco mais aliviado, pois a naturalidade nas duas - apesar da leve tensão rondando Victória - me revela que Lívia continua alheia às minhas traições. Victória não confessou tudo. Mas eu também quero muito saber o que diabos as duas foram conversar.

Sabendo que eu não poderei abordar Victória sobre sua conversa com Lívia, nem poderei perguntar à Lívia sobre o que conversaram, pois eu não quero ter de explicar sobre minhas mentiras, eu me esquivo de Lívia o máximo quanto é possível. Agradeço por Karlita estar dentro do carro conosco, assim, Lívia não poderá me questionar sobre minhas mentiras descaradas. Mas eu sei, uma hora terei de enfrentá-la, e eu realmente tenho medo de ela descobrir sobre mim e sua melhor amiga.

Deixamos Karlita na mansão Hauser; Enzo pula no carro, se despedindo da babá, e começa a tagarelar um pouco, o que me é um alívio; isso impede Lívia de me pôr contra a parede. Quando chegamos em casa, alego ter muito trabalho pra fazer - o que não é uma mentira - e me tranco no meu escritório pelo resto da tarde e grande parte da noite. Volto para meu quarto por volta da meia-noite. Lívia já dorme, serena, e tão linda. Recosto-me ao batente e a observo um minuto à meia-luz, recordando-me de toda a nossa relação na última década.

Sem muita explicação, Vic invade meus pensamentos, e eu me pego desejando sua boca e seu corpo. Engulo em seco, tomo um banho morno para dispersar meus pensamentos e durmo ao lado de Lívia.

No dia seguinte, seguimos de volta ao hospital para visitarmos Alfredo. Lívia quer passar até o apartamento de Victória e lhe oferecer uma carona até o hospital. Eu fico tenso no mesmo momento com a ideia de tê-la no mesmo ambiente que o meu, de respirar o mesmo ar que ela e tê-la tão próxima, mas tão longe. Victória parece relutar um pouco, mas aceita o convite. A atmosfera fica densa no exato momento em que ela entra no carro conosco, mas nós dois parecemos disfarçar muito bem. Também passamos na mansão Hauser para levarmos Karlita; ela surge carregando uma forma retangular com um aroma delicioso, tagarelando sobre ter feito um bolo para o "Alfredinho".

No quarto de Alfredo, mamãe já está com ele. Lívia entra primeiro, junto com Victória, e logo atrás eu acompanho Enzo e Karlita - a primeira pessoa a ir ao encontro de meu irmão, abraçá-lo e chorar em seus ombros, dizendo como se preocupou, como pediu por sua vida e como sentiu uma agonia enorme sempre em seus dias de lhe fazer visita. Indiferente a qualquer coisa, Alfredo simplesmente não responde e não retribui ao seu abraço, permanece apático e sem reação.

Karlita cessa o abraço e se afasta só o suficiente para segurar seu rosto com uma das mãos (a outra ainda segurando o bolo, escondido sob um tecido branco) e o olha com olhos pranteados de alegria, acariciando-o no rosto com um amor materno, mas meu irmão continua em silêncio e neutro, sem reação alguma à sua felicidade em vê-lo bem.

- Alfredo, fale comigo - pede, trazendo seu olhar para o dela.

- Oi, Ka - sussurra apenas.

- Fico feliz que esteja bem - dá-lhe um beijo na testa e o abraça outra vez. - Te trouxe um bolo de cenoura - e revela sua forma pequena em formato retangular debaixo de um pano delicado.

Ele olha para o bolo, indiferente, cansado. Bufa, talvez irritado.

- Obrigado, mas minha vida não é motivo de felicidade, e eu não estou com fome. Não quero um bolo idiota de cenoura.

Suas palavras fazem crescer um ódio mortal em mim, no entanto, eu me seguro ao máximo. Alfredo está passando por uma fase difícil, sua oscilação de humor é normal. Karlita o olha, atônita, um pouco sem-jeito, recolhe a pequena forma de bolo. Ela o beija na testa e diz que deixará o bolo na mesinha ao lado, caso mude de ideia.

- Como você está? - pergunto, de repente, um pouco pra quebrar essa atmosfera insólita entre nós depois de seu comentário rude. Alfredo olha pra mim, semblante fechado.

- Minha esposa e filha estão mortas, eu perdi os movimentos das pernas. Como acha que estou? - rebate, visivelmente alterado.

- Alfredo, por favor - mamãe interfere.

Seguro-me mais um pouco. Ele está sendo um idiota e se escondendo atrás da sua dor. Nem sei por que me surpreendo com seu comentário, mesmo sob essas circunstâncias. Por quase uma vida toda nos odiamos, e nem mesmo uma tragédia será capaz de vencer essa barreira de ódio entre mim e meu irmão.

- Tudo bem, mãe. Imagino não estar sendo fácil. - respondo, trincando o maxilar, tentando ignorar sua estupidez.

- Tio... - agora é Enzo o chamando e se aproximando da cama. Ele abraça fortemente o tio, que retribui seu gesto. Pelo menos com Enzo ele se abrandou mais. Seria capaz de injuriá-lo se ele ousasse tratar mal o meu filho.

- Sinto muito pela minha prima Lauren - diz ao pé do seu ouvido enquanto ainda o abraça. - Eu gostava muito dela, como se fosse minha irmã. E também pela tia Sophie. Eu não queria que tivesse acontecido isso com elas.

Por um segundo, sinto muito orgulho do meu filho. Enzo é de uma pureza e sensibilidade incríveis. Uma criança adorável e amável.

- Obrigado, Enzo - responde, as palavras um pouco arrastadas. - Você é especial por isso.

Após abraçar o tio outra vez e depositar um beijo em sua bochecha, ele se senta do outro lado da cama e fica com meu irmão.

- Oi, Alfredo - Victória diz, no mesmo lugar. Sua voz manda uma vibração na minha coluna, uma sensação completamente boa, não sei explicar, o que me faz olhá-la sem discrição alguma. Lívia lhe dá um pequeno empurrão para ela se aproximar mais. - Vim lhe estimar melhoras. - ela quase murmura e encara o piso do quarto.

Alfredo não responde nada por alguns segundos, por isso ela continua:

- Eu realmente sinto muito. Pela sua esposa, pela sua filha. Meus pêsames, de verdade, e...

- E desde quando se preocupa comigo? Achei que me odiasse. - rebate, ríspido outra vez. Porra, por que ele está tratando todo mundo com rispidez quando estamos aqui de boa-fé?

Victória parece buscar pelas palavras certas a lhe dizer; a resposta infeliz de Alfredo a deixou desconcertada.

- Ah, claro, você só não me odiou nas vezes em que trepamos. - Alfredo diz insolentemente.

Eu não sei por qual razão eu sinto mais ódio: por Alfredo estar destratando Victória ou pelo fato de eles terem transado. Santo Deus, é isso mesmo? Victória esteve com meu irmão? E mais de uma vez? Trinco o maxilar de novo, engolindo todas as minhas injúrias, quero sair em defesa de Vic e dizer umas boas verdades pra esse cretino.

Pelo passo à frente de Lívia, percebo que ela defenderá a amiga; mas Victória se mostra capaz de fazê-lo por si só:

- Você pode ter sido um cretino idiota no passado, pode ter enganado a coitada da Lívia, pode ter sido um imbecil sem sentimentos que nunca se importou com ninguém além de si mesmo; mas ainda assim, você sofreu perdas trágicas. E queira você ou não, Alfredo, existem pessoas se importando e se preocupando com sua saúde. Eu não sou uma delas. Você morto ou vivo para mim tanto faz; mas continuo a ser sensível e só vim lhe desejar melhoras sinceramente. Agora, quero mais que se dane! - Victória rebate sem medir suas palavras e passa por todos, saindo do quarto.

As palavras de Vic não o atingem. Ele permanece com o mesmo semblante indiferente. Mas eu quero que ele sinta, se sinta mal; assim, não podendo mais aguentar as palavras em minha boca, despejo:

- Sabe, Alfredo...? - Ele encontra meus olhos. - Você só está pagando por todo mal que fez às pessoas. A morte pra você não seria um castigo, mas uma bênção. Espero que definhe nessa sua dor e apodreça pra pagar seus pecados.

Saio logo em seguida, mas, antes, consigo ver.

Eu o atingi.

***

Saio do quarto do Alfredo com o sangue fervendo. Ele não tinha o direito de tratar Victória daquela maneira. Mesmo abalado com todos os últimos acontecimentos em sua vida e suas recentes perdas, nada justifica seu comportamento não somente com Victória mas com todos nós.

Minha raiva se intensifica ao imaginar que meu irmão esteve com Victória sexualmente em algum momento de suas vidas. A imagem de seu corpo feminino e curvilíneo sob aquele corpo cretino do Alfredo me ensandece e me enjoa, me deixa num estado de agitação que não me reconheço. Nem mesmo quando soube que Lívia tinha transado com ele me senti tão enojado como me sinto agora.

Caminho rapidamente atrás de Victória, andando apressada e abalada até o elevador do andar. Primeiro, para saber o que foi dizer à Lívia, ontem, na lanchonete. Ela não confessou nada à Lívia, disso tenho certeza; mas não posso permitir que ela sequer pondere contar sobre nosso envolvimento. Segundo, para dizer-lhe para não dar atenção às idiotas palavras de Alfredo.

- Henrique... - Lívia me chama, e, quando olho para trás, ela está vindo em minha direção a passos rápidos.

Droga! Por que ela teve de vir atrás de mim?

Olho para o outro lado, Victória continua se afastando. Um impasse entre ficar e ouvir Lívia ou continuar e ir atrás dela cresce em mim. Respiro fundo e paro de caminhar, me virando para Lívia.

- O que foi aquilo? - me pergunta com um tom incrédulo

- Aquilo o quê? - Eu sei do que se trata, mas me faço de desentendido.

- As coisas ditas para Alfredo. Perdeu a sensibilidade, Henrique?

Bufo e passo a mão pelo rosto. Estou cansado de sempre vê-la defendendo esse cretino. Estou cansado de sempre ser o errado da história. Alfredo não pode usar sua dor para justificar suas atitudes imbecis nem para dizer o que bem entender.

- Não o defenda! Não viu como ele tratou Victória? Como ele me tratou? Como tratou Karlita?

Ela me encara sem responder nada. Lívia sabe que estou certo.

- Ainda assim, não deveria alimentar a dor dele.

- Ah, Lívia, por favor! - protesto totalmente irritado - Eu entendo a dor dele, mas isso não lhe dá o direito de sair magoando as pessoas. Todos nós fomos de boa-fé estimar melhoras, e ele nos tratou como se fôssemos NADA!

- Henrique, precisa entender... - Lívia insiste em defendê-lo e justificar sua frieza com todos nós, inclusive com ela. Mas eu estou farto de tudo isso e a interrompo:

- Já chega, Lívia! Tenho mais o que fazer - rebato e viro nos calcanhares, tornando a caminhar, rezando para ainda conseguir alcançar Victória, que já entrou no elevador e desceu.

- Aonde você vai? - Lívia grita nas minhas costas, e eu a respondo sem deixar de caminhar:

- Não é do seu interesse!

Opto pelas escadas, pulando dois degraus de cada vez. Quando chego ao térreo, eu a vejo passando pela porta de vidro e já atravessando a rua. Corro para alcançá-la, meu coração na boca, e cruzo a avenida pouco movimentada sem nem olhar o sinal.

Um carro freia bruscamente quase em cima de mim. Dou um salto para trás, assustado.

- Quer morrer, cara? - o motorista esbraveja.

Dou-lhe pouca atenção e termino de atravessar a rua, correndo, para alcançar Victória na avenida de cima. Ela está visivelmente abalada e caminha rapidamente até o ônibus parado a cinco metros dela. Ela entra na fila para embarcar. Não consigo alcançá-la e impedir seu embarque. Volto correndo para o hospital, pego meu carro e faço o trajeto do itinerário do ônibus, consigo alcançá-lo algumas quadras depois e sigo-o. Victória desembarca quinze minutos depois, cinco quarteirões antes do seu restaurante. Paro o carro três metros à sua frente e vou a pé ao seu encontro.

Andando cabisbaixa, ela esbarra em mim e, erguendo seus olhos, atordoada pelo encontro, finalmente me nota; seus olhos vermelhos por ter chorado há pouco e surpreso por me ver aqui.

-Victória... - começo, mas ela levanta mão, e eu paro de falar.

- Não venha defender o seu irmão - diz, com a voz amarga, sem nem se preocupar em me perguntar como eu a alcancei.

- Não. Vim dizer para não se deixar abalar por aquele idiota.

Ela ri baixinho. Aproximo-me e a abraço. Ela se deita em meu ombro, e uma sensação boa percorre meu corpo. Embora eu ainda sinta raiva por Alfredo tê-la feito chorar, me sinto bem por Victória confiar em mim o bastante pra se consolar.

- O quê... o que disse à Lívia? - finalmente consigo preguntar isso, me atormentando desde ontem.

Victória se afasta bruscamente.

- Eu só queria desabafar. - rebate irritada, evitando me olhar nos olhos.

- Justo com ela? Lívia pode desconfiar, Victória.

- Ela é minha melhor amiga, ok? E eu dormi com o namorado dela umas vinte vezes! Eu... eu precisava encará-la nos olhos, eu... eu precisava saber o que ela diria sobre essa merda toda! - grita, seus olhos enchendo de lágrimas.

Respiro fundo.

- Ela não vai dizer nada, garota. Não espere que ela te incentive a investir nesse relacionamento, porque, obviamente, Lívia não conhece nem um terço da história!

- Você é tão idiota quanto seu irmão, Henrique! - grita e bate em meu peito. Seguro-a pelos punhos, mas ela insiste em tentar me agredir.

- Pare, Victória! - Seguro-a mais forte, mas ela não me dá atenção e investe mais, totalmente descontrolada. - Para com isso, mulher!

- Cretino! - diz chorando - Acha que pode ficar jogando assim comigo? Acha que pode me procurar quando está de saco cheio com a Lívia? Eu não sou o seu consolo! Você é como Alfredo! Fala dele, mas é igual.

Meu sangue ferve. Odeio ser comparado ao Alfredo. Não temos nada em comum a não ser a mesma mãe e o mesmo pai. Às vezes, as mesmas mulheres. Sem perceber, a encosto contra o carro. Minha língua encontra sua carne do pescoço, e eu a chupo intensamente. Sinto seu corpo ceder e preciso ampará-la pressionando-a ainda mais contra o automóvel.

- Sou como o Alfredo, é? - sussurro mordendo seu lóbulo da orelha. - Me diz que ele te fodeu melhor do que eu e então te deixo em paz.

Beijo seu pescoço apalpando seu corpo, depois, mordo seu lábio inferior carnudo. Eu nem me importo em estarmos em uma avenida já mais movimentada, por conta do dia avançando, e as pessoas saindo para iniciarem mais uma rotina.

- Henrique... - ela geme se agarrando em meus cabelos.

- Diga, Victória! - Cerro os dentes - Diga que ele foi melhor do que eu na cama. Diga, e eu nunca mais te procuro. - exijo, encontrando seus olhos, escorregando minha mão pela lateral do seu corpo.

Ela está ofegante. Tento controlar minha respiração enquanto espero por sua resposta.

- Não... - por fim diz - Você foi melhor do que qualquer homem com quem já estive. - ela me responde e é tudo o que eu preciso ouvir.

Empurro-a para dentro do carro. Sento-me no banco do motorista e saio às pressas. Estaciono em uma rua deserta, debaixo de um viaduto abandonado, três quilômetros de onde estávamos. Estabanados, pulamos para o banco de trás; ela recai sobre mim, beijando-me fortemente enquanto tira sua calça e depois abre o meu zíper o suficiente para trazer meu pênis ansioso por penetrá-la.

Nós dois parecemos nos esquecer do trato de não nos vermos mais, de pararmos com nossos encontros. Mas eu não quero me afastar dela, e pelo modo como ela corresponde às minhas investidas e geme prazerosamente em cima de mim, ela também não quer parar com nossos encontros.

Por mais errado que seja.

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