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Capítulo 10

No dia seguinte, eu acordo atrasado para o trabalho.

Esfrego os olhos e me sento no sofá, sentindo-me extremamente cansado — física e emocionalmente. Suspiro e me levanto, andando até meu quarto. A casa está quieta, Lívia e Enzo não estão — obviamente, já que sou eu o atrasado para nossa rotina. Tomo um banho longo e quente, esfregando a pele e os cabelos, tentando ignorar todos os meus pensamentos conflitantes. Eu não queria ter sido tão estúpido com Lívia na noite passada, uma atitude que não é de mim. E eu sei, lhe devo um pedido de desculpas.

Visto-me após o banho, sentindo-me um pouco mais revigorado. Dirijo até a Hauser Alimentícia, ligando para minha assistente e ficando a par dos meus compromissos para o dia. Cancelo todos os do período vespertino, pois procurarei Lívia para conversarmos. Passou da hora de eu me entender definitivamente com ela.

Depois de trabalhar um pouco durante a parte da manhã, resolvo procurá-la na presidência. Entretanto, ela não está. E eu nem preciso pedir mais informações sobre seu paradeiro. Sei exatamente onde procurá-la.

Sigo até o hospital, esforçando-me para ignorar o fato de Lívia continuar dando toda a sua atenção a Alfredo. Ela só está sendo bondosa, Henrique, digo a mim mesmo, como forma de abrandar meu coração e nervos. Lívia está fazendo muito pelo irmão, ajudando-o nessa fase delicada de sua vida, assim como minha mãe, assim como seu melhor amigo. Ela não é a única preocupada e o ajudando. Distanciando meus pensamentos e ciúmes, e reforçando apenas em me desculpar e me entender com Lívia, continuo meu percurso.

Na recepção, eu encontro Bernardo Dousseau, o melhor amigo de Alfredo. Ele está conversando com a recepcionista quando me aproximo; nota minha presença um segundo depois e abre um sorriso amigável ao me ver.

Salut, Henrique — cumprimenta-me em francês.

— Oi, Bernardo. Você viu a Lívia?

— Sim. Ela está no quarto do Alfredo.

Meu coração dá uma alfinetada, e eu engulo o ciúme preso na garganta.

— Você vai entrar para vê-lo? — pergunta, encostando-se ao balcão da recepção e me olhando com um sorriso simpático. Ele põe as mãos no bolso casualmente, aguardando minha resposta.

— Não. — respondo, sem me importar em parecer insensível. — Eu vim vê-lo ontem; não fui bem-recebido. Enfim. Eu quero falar com a Lívia.

— Entendo. — Bernardo anui, dando um passo à frente. — Quer entrar e chamá-la ou quer que eu a chame?

— Se você não se importar, chame-a pra mim, por favor.

Bernardo apenas assente e, antes de passar por mim e ir até o quarto chamá-la, me diz:

— Não acha que um dia terá de passar por cima do seu ódio por Alfredo?

Semicerro os olhos em sua direção, tentando entender aonde ele quer chegar com isso.

— Sim — resolvo responder, apenas. — Mas esse dia não será hoje, talvez nem amanhã.

O francês não responde. Apenas segue seu caminho. E eu resolvo esperar por Lívia na porta da recepção. Não demora muito tempo até eu vê-la se aproximar. Caminha rapidamente, a cabeça cabisbaixa. Quando por fim me vê, parece chocada com minha presença, como se não esperasse me ver por aqui. O francês não a avisou? Um segundo depois, sua postura muda novamente, e agora não parece mais chocada, e sim irritada. E eu até entendo. Ainda assim vou ao seu encontro, dizendo:

— Quero conversar, Li.

Ela passa por mim, ainda traçando seu caminho para fora do hospital.

— Quer conversar com a porra da sua mulher? — dispara rigidamente, repetindo minhas palavras anteriores. Suspiro e a sigo de pronto.

— Me desculpe, amor, eu estava nervoso. — justifico-me

Lívia abana a mão no ar, pouco se importando com minhas explicações. Ela segue andando rapidamente, atravessando o pátio, e me ignorando, enquanto continuo atrás dela, lhe pedindo para me esperar, para conversamos. Mas ela segue me ignorando até chegar a seu carro. Irado, eu a seguro pelos braços quando começa a procurar pelas chaves e forço a olhar pra mim:

— Estou falando com você! — protesto.

— Ontem eu também estava, mas você me ignorou! — rebate, irritada.

— Lívia, eu só estava com a cabeça quente e queria dormir.

— Henrique, por favor, não me insulte. O modo como agiu ontem nem parecia ser você.

— Eu sei — murmuro, baixando o tom de voz e a recostando ao carro, prensando levemente meu corpo contra o seu —, me desculpe.

Ela vira o rosto evitando o contato visual e a minha aproximação quando vou de encontro aos seus lábios, querendo beijá-la. Deus, eu nem sei quando foi a última vez em que a beijei.

— Lívia... — sussurro, quase suplicando, ao ver que ela continuaria a me ignorar e ser inflexível comigo. Ela suspira pesado e me olha.

— Eu te desculpo. — diz, para meu alívio, e então completa: — Se disser onde esteve ontem à noite — insiste no assunto.

Afasto-me dela, dando-lhe as costas, me perguntando por que não imaginei que ela insistiria nesse maldito assunto. Se eu tivesse ponderado isso antes, teria pensando numa mentira convincente. Passo a mão pelos cabelos, sem saber que resposta lhe dar. Segundos depois, volto-me a ela, encarando seus olhos e tendo a coragem de mentir:

— Eu saí pra beber.

Lívia cruza os braços e fecha o semblante. Ela sabe que estou mentindo. Mas que inferno! Nesse momento eu queria ter a maestria de Alfredo em mentir.

— Não. Não saiu. — diz convicta, e quase me entrego.

— Estou dizendo, Lívia — reforço, nervoso.

— Engraçado, eu não senti cheiro de álcool quando se deitou do meu lado — proclama, a voz firme em certeza. Desvio meus olhos instantaneamente, sem saber como convencê-la do contrário. — Henrique, pare de mentir. Disse à sua mãe que ia voltar para casa aquele dia, mas na verdade você não voltou coisa nenhuma. Onde esteve?

— Lívia, pare com esse interrogatório! — digo apenas, exaltado, sem ideia de como continuar mantendo minhas mentiras.

Ela suspira e acena:

— OK — diz, abrindo a porta do carro. — Enquanto não for sincero comigo, pode continuar dormindo no sofá.

Inferno de mulher inflexível! Eu não aguentaria passar nem mais uma noite naquele sofá, longe dela, do seu corpo, da sua pele, do seu calor. Ela já está entrando no carro quando a impeço novamente, segurando-a pelos braços.

— Lívia, ontem eu saí pra beber, sim, mas não bebi muito, não sou disso, você sabe. Mas fiquei conversando, comendo uns aperitivos, essas coisas. — minto mais uma vez, descaradamente. — Eu achei que fosse ficar a noite toda fora por conta do Alfredo... — sussurro, desviando os olhos — Por isso eu não voltei pra casa.

— Tudo bem. — Mas não estava tudo bem. Ela continuaria a me pressionar: — Mas, e no outro dia?

— Eu menti porque você conhece minha mãe. — contorno a situação, dando-lhe o que ela quer ouvir. — Se dissesse a ela que iria sair pra beber uns porres por sua causa, eu iria ouvir toda aquela ladainha de tomar cuidado, não dirigir bêbado e blábláblá. — Outra maldita mentira.

— E ela não estaria errada — adverte.

— Eu sei, Li. Mas não sou nenhum menino de dezessete anos. — justifico, e vejo o indício de um sorriso em sua boca linda.

— Agora, me responda mais uma coisa. — pronuncia, nem percebendo meu corpo prensando o seu contra o carro, ou minha mão afagando suas melenas amarelas carinhosamente. Sinto tanto a falta dela, de trocar carícias. . — Eu senti uma tensão entre você e Victória anteontem. O que foi aquilo? — questiona, me pegando de surpresa.

Afasto-me no mesmo instante, o cenho enrugado, a minha mente trabalhando fervorosamente para encontrar uma explicação plausível. Penso em alguma coisa, abro a boca, mas desisto. Isso só levantará a mais questionamento. Ela aguarda minha resposta, me olhando atentamente.

— Ela está saindo com um cara casado. Sabe disso? — disparo, pensando que não há nada melhor do que contar a verdade. Isso mesmo. Contarei a verdade — em partes, pelo menos. De outro ângulo, talvez; sem citar nomes.

— Sim, ela me contou. Como sabe?

— Bom... — limpo a garganta antes de continuar — esse cara é um antigo cliente meu, e eu os vi juntos no bar em que eu fui, quando menti pra mamãe e... — suspiro, deixando a frase no ar. Estou mesmo mentindo tanto dessa maneira? Para Lívia? Para alguém que nunca menti sobre absolutamente nada? — Enfim, eu a procurei para conversarmos e pedi para ela se afastar do cara e tal... Ela ficou nervosa dizendo que eu estava me metendo na vida dela. Então ameacei contar pra esposa do meu cliente.

— Henrique! — adverte, a voz exaltada.

— É, eu sei! Não deveria ter feito isso. — respondo, sabendo que consegui contornar a situação a meu favor e, depois disso, Lívia não me questionará sobre mais nada. — Mas não se preocupe, já me resolvi com ela, e eu não ficarei me metendo em sua vida.

Sem esperar resposta nenhuma dela, colo meus lábios delicadamente nos seus em um beijo singelo. Ela retribui, parece-me um pouco distante, por isso cesso o beijo e toco seu rosto para contemplar sua beleza e dizer-lhe que estou feliz por termos nos entendido. Então, mais perto dela, noto uma coisa estranha em seu rosto. Inclino a cabeça levemente para o lado e levanto seu queixo, o avaliando melhor.

— Seu rosto... está todo marcado — observo, e ela me olha, seus olhos estão um pouco assustados.

As marcas vermelhas parecem algum tipo de irritação; uma irritação igual à que a aspereza da barba faz em um rosto delicado. Poderia ser a minha barba, não?

— Reação alérgica a um creme novo, deve ser isso. — responde rapidamente, abrindo-me um sorriso.

— É bom parar de usá-lo. — aconselho e então a beijo outra vez.

Ela corresponde, tocando levemente meu peito largo e acariciando-me na nuca com suas mãos leves. Um segundo depois, Lívia se afasta e sorri.

— Vou voltar para a empresa, preciso trabalhar. Veio com seu carro?

— Sim, vamos no meu. Pedimos para um motorista da Hauser vir buscar o seu. — sugiro; Lívia concorda.

Seguimos juntos para a Hauser.

Durante o percurso, eu não paro de pensar em Victória.

À noite, depois do nosso expediente de trabalho, eu tenho um tempo com meu filho, enquanto a mãe dele prepara o jantar. Ajudo-o com os trabalhos escolares, depois, o ponho no banho e brincamos um pouco no videogame antes de Lívia nos chamar. Em torno da mesa, temos um momento família muito agradável, e eu reflito sobre tudo isso, em como é covarde e desonesto trocar minha família por Victória. Minha boca fica amarga de arrependimento, e meu coração bate em batidas indecisas. Eu inegavelmente amo Lívia, mas Victória... Ela tem ganhado espaço em minha mente e coração, pouco a pouco, e meus desejos ampliam também gradualmente.

Lívia toca minha mão durante o jantar, me trazendo de volta ao mundo real, e me pergunta como foi meu dia. Sorrio, feliz pelo seu interesse, e lhe conto sobre alguns processos novos — pessoais e da empresa. Depois, nós três fazemos a organização da cozinha. Lívia conta uma história para Enzo antes de ele dormir, e eu tento fazer a atuação da história do melhor modo, nos rendendo muitas gargalhadas.

De volta ao nosso quarto, ela veste uma camisola de seda vermelha, curta, e se deita do meu lado, o perfume de camomila dos seus cabelos e da sua pele me deixa em êxtase. Então, me recordo que não faço amor com ela desde o acidente de Alfredo. Lívia escova seus cabelos, olhos grudados no noticiário, enquanto a observo. Deito-me mais perto dela, inspirando o cheiro do seu pescoço. Ela sorri e me acaricia. Fico feliz por, finalmente, nos entendermos.

— Senti sua falta — sussurro, beijando seu braço e subindo até a clavícula. — Li, quero muito fazer amor com você. — E então encontro seus olhos castanhos.

Ela deixa sua escova de lado e monta sobre meu colo, espalmando em meu peito despido. Acaricia meu rosto de forma delicada e se inclina para me beijar. Deus, seu gosto é tão bom, seu beijo é tão bom. No minuto seguinte, ela está nua, em cima de mim, flexionando as pernas intensamente, enquanto a seguro pela cintura e a ajudo.

Fazemos amor gostoso, e nesse ato meu amor por Lívia se reafirma. Ao final, Lívia está cochilando sobre meu peito, enquanto procuro por algo na TV; o mesmo ritual patético. Victória me vem à mente. Ela dormiu sobre meu peito ontem, usando minha camisa, e eu também procurei por um canal interessante na tevê.

Delicadamente afasto Lívia; ela se ajeita, virando-se de costas para mim. E eu durmo, pensando em como queria estar dentro de Victória nesse momento.

No dia seguinte, eu sigo sozinho para a empresa. Lívia disse que resolveria outras coisas antes do trabalho, mas não me explicou o que seria. Trabalho arduamente a manhã toda, passo algum tempo no Fórum da cidade e na Justiça do Trabalho até voltar para Hauser. Fico sabendo que Lívia já está na empresa, mas não a encontro em sua sala da diretoria. Busco meus pertences e resolvo esperar por ela. Ligo meu notebook e começo a trabalhar, digitando os processos, revisando-os, consultando alguns pontos importantes na papelada que trouxe comigo em minha pasta. Não muito tempo depois, ela aparece.

— Olá. — diz, entrando na sala e fechando sua porta. — Não esperava te ver antes do almoço.

— Resolvi fazer um pouco do meu trabalho aqui, na sua sala. Aproveito pra passarmos um tempo juntos. Você se importa?

Lívia vem até mim e me beija serenamente nos lábios, sorrindo.

— Claro que não.

Então ela vai para a mesa dela e começa a trabalhar também. Conversamos esporadicamente. Ela me parece animada. Almoçamos juntos, num restaurante perto da Hauser, e voltamos para sua sala quando acabamos. Ela entra na frente e se vira para mim, me recebendo em seus braços e me dando um beijo.

— Vou até o hospital, ver seu irmão. — pronuncia, com cuidado, sabendo que a menção de Alfredo me deixa desconfortável. Suspiro e enrugo o cenho, realmente incomodado com o fato de ela ir visitá-lo. É mesmo necessário? — Agora à tarde sairá o resultado da tomografia dele, pra sabermos se ele poderá voltar a andar. Queria que viesse comigo.

Eu fico em silêncio por um tempo, pensando em como recusar gentilmente sem parecer um insensível, sem parecer que não me importo com meu próprio irmão. Suspiro pesadamente e desvio os olhos. Ela nota minha irritação.

— Você vem ou não? — pergunta, me fazendo um carinho na nuca, como ela sabe que me agrada.

— Não. — respondo, passando por ela e juntando meus pertences. — Preciso terminar de montar o esqueleto de um processo. — Deixo um beijo rápido em seus lábios e volto para minha sala.

Trabalho mais um pouco, dessa vez, muito menos produtivo. Não consigo parar de pensar em Lívia com meu irmão, essa sua preocupação com ele e sua saúde. Isso me irrita de uma maneira inexplicável. Eu sei, é egoísta, mesquinho e cruel, mas não gosto dessa aproximação súbita dos dois. Antes, eu não me importava e nem me preocupava com a sombra de meu irmão em nossas vidas. Lívia o odiava o suficiente, e ele estava longe, além de, claro, ser um grande babaca insensível que não fazia nada além de enganar as pessoas e sentia prazer em ver o sofrimento alheio. Mas agora, agora é diferente. Ele se apaixonou verdadeiramente por Lívia, e se declarou, e tentaram um relacionamento. Ele ainda a ama; e Lívia, embora negue com todas as forças, sei que o ama também; talvez seu sentimento esteja adormecido, sufocado; mas está lá. E eu tenho medo, medo de essa reaproximação despertar nela esse amor que um dia ela teve por meu irmão.

Balanço a cabeça para afastar os pensamentos e a paranoia. Quando, finalmente, paro de me preocupar com Lívia e Alfredo, eu penso em Victória. Em como sinto falta dela, em como a desejei fortemente ontem à noite, depois de estar com Lívia.

Deus!, suspiro, parando de digitar, eu posso mesmo estar apaixonado pelas duas? Não, não é possível!

Victória não para de surgir na minha mente, na frente dos meus olhos, de invadir meus pensamentos, de me fazer desejar dos seus beijos e do seu corpo. Desligo o notebook e guardo minhas pastas. Abandono meu trabalho pela metade e dirijo até o apartamento de Victória, depois de Marcelo, seu sócio no restaurante, me confirmar por telefone que ela está em sua casa. Preciso desesperadamente vê-la.

Chego e toco sua campainha, já ensaiando algumas palavras sobre minha visita, pois eu não deveria mais procurá-la. Ela abre a porta. Sorrio abertamente quando a vejo vestindo uma camisa masculina. Ela me olha, atordoada. Então desfaço meu sorriso. Eu nunca deixei camisas minhas aqui.

O que significa...

Um homem surge logo atrás dela, apenas de cueca, perguntando o que há.

— Henri... — tenta me dizer, a voz trêmula.

— Tudo bem — respondo, duramente. Não está nada bem — É uma mulher livre.

E então, sentindo uma dor esquisita no coração e um nó na garganta, a deixo com seu companheiro.

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