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Capítulo 1

Uma semana antes.

Eu a observo se vestir enquanto ainda estou nu na nossa cama. Os cabelos louros dela estão bagunçados de uma forma sexy e também sedutora. O corpo esguio de Lívia acolhe bem sua saia-executiva preta, abraçando sua cintura, marcado suas curvas generosas, e a camisa cambraia vinho deixa um decote discreto que me faz ter outra ereção.

Ela se senta na penteadeira, esborrifando um pouco de perfume no pescoço fino e branco, então começa a escovar seus longos fios dourados. Ela me olha do espelho e sorri pequeno.

— Não vai se arrumar? — pergunta-me. — Não quero chegar atrasada na Hauser Alimentícia.

A Hauser Alimentícia é a empresa da minha família. Meu falecido pai, Klaus Hauser, em sociedade com meu tio, Fritz, fundou a empresa. Minha mãe, Carmen, foi a contadora deles e esteve junto com meu pai desde o início — até mesmo quando tiveram a primeira falência e quase uma segunda, ambas causada pelo próprio Fritz. Eles se apaixonaram em algum momento enquanto minha mãe trabalhava com eles, mas, infelizmente, meu pai faleceu ainda jovem, pouco mais de quarenta anos, quando eu tinha apenas sete anos de idade.

Mamãe era a Presidente do grupo até o ano passado. Meu irmão mais novo, o cretino do Alfredo, passou uma temporada estudando na Europa e voltou dez anos depois para assumir os negócios da família.

Lívia trabalha na nossa empresa. É secretária executiva. Começou como uma simples estagiária e, pouco a pouco, com seu suor e mérito, foi galgando seu lugar na empresa. Hoje, embora eu odeie a convivência dos dois, ela trabalha ao lado do meu irmão há pouco mais de um ano.

Assim como eu tenho uma história com Lívia, o desgraçado do meu irmão também tem. Há onze anos, quando eu a conheci e éramos namorados, Alfredo pôs na cabeça que iria conquistá-la, mesmo sabendo sobre meu namoro com ela. E ele fez de tudo até conseguir me separar de Lívia, conquistá-la, levá-la para cama e depois abandoná-la. Depois disso, Lívia e eu nunca mais fomos o mesmo casal. Eu nunca mais consegui tocar o coração dela, reacender seu amor por mim, o mesmo amor de antes de Alfredo Hauser. Ainda assim, eu persisti — eu persisto — na nossa relação.

Na última década foram muitas idas e vindas entre mim e ela. Fomos namorados, fomos amigos, fomos amantes. Mas, apesar dos meus esforços, nunca fui capaz de fazê-la me amar de novo. Alfredo Hauser sempre foi uma sombra nas nossas vidas.

Apesar disso, aqui estamos nós — há um ano morando sob o mesmo teto, sendo um casal normal, tendo nossas vidas a dois, criando nosso filho Enzo, a nossa maior alegria. Ela ainda não me ama da forma como eu gostaria, eu sei disso, eu sinto isso, mas eu continuo insistindo, na esperança tola de um dia vê-la superando meu irmão e se permitindo amar outra vez. Me amar outra vez.

Às vezes, em seu horário de almoço, eu gosto de arrastá-la até nosso apartamento e fazer amor com ela. Eu sempre volto mais relaxado para a Hauser e sempre trabalho melhor e produzo mais depois de uma rodada de sexo com a minha mulher. Hoje, fiz exatamente isso. Ela estava saindo da sala do Alfredo, perto do horário do almoço, então a puxei pelos punhos e a trouxe pra cá. Fizemos sexo lento e gostoso, e agora, após de ter tomado um banho, já está pronta para voltar ao trabalho.

— Eu vou, querida — respondo-a, ainda a observando. Gosto de admirá-la, de vê-la se arrumando, de contemplar seu corpo. Embora trabalhemos em áreas diferentes, e ela passe mais tempo com meu irmão do que comigo, gosto de vê-la bem-arrumada.

Confesso, sinto ciúmes em saber que ela está todo o santo dia perto do meu irmão, tão linda e deslumbrante assim. Alfredo está apaixonado por ela, o que é uma grande ironia. Ele começou a alegar esse absurdo de amá-la logo algumas semanas depois do seu retorno da França, e isso já tem mais de um ano. À época, Lívia e eu éramos apenas amantes, e eu até aceitava nossos encontros casuais e sexo sem compromisso. Mas ela começou a se afastar de mim e a dar atenção ao meu irmão. Isso me ensandeceu de uma maneira inexplicável. No final, ela queria apenas se vingar dele, fazê-lo pagar por ter quebrado seu coração. E ela conseguiu.

Meu irmão, hoje, está casado e tem uma filha. No entanto, a aliança em seu dedo esquerdo não o impede de amar a minha mulher secretamente.

— Então ande logo, Henri — alega, repassando a maquiagem no rosto. — Alfredo tem uma reunião com investidores londrinos, e eu preciso auxiliá-lo.

O ciúme sobe à minha garganta e desce me queimando. Não gosto de ouvi-la pronunciar o nome dele, mesmo em ocasiões completamente profissionais. Meu defeito é não conseguir esconder meu desagrado sempre que Alfredo é mencionado entre nós. E ela nota isso, pois para de escovar seus cabelos e se vira para trás, me olhando dentro dos olhos.

— Não faça essa cara — me adverte, se levantando e pegando meu paletó sobre a poltrona. — Vá tomar um banho e se arrumar para irmos. Não posso me atrasar, Henrique. — Então vem até mim, se inclina e beija minha boca. E seu beijo faz esvair-se qualquer chateação.

Ela já me espera na nossa sala, conferindo as horas no celular mais uma vez. Lívia protesta sobre minha demora — não quer chegar atrasada —, e eu a calo com um beijo.

Ficamos um longo tempo presos no trânsito. Mais de uma hora. Houve um acidente entre um utilitário e um ônibus. As avenidas estão bloqueadas, e o fluxo de carro, desviado. Lívia liga na empresa para notificar nosso atraso; por sorte, Alfredo não chegou — ponderamos, inclusive, que ele esteja também no engarrafamento. Ouço-a falando com a assistente deles para remarcar a reunião com os londrinos, pois, pelo jeito, nenhum dos dois chegará a tempo para a tal reunião.

Passamos perto do acidente. O carro envolvido está completamente amassado, e vemos os bombeiros trabalhando para tirarem a vítima de lá, enquanto outros saem com uma maca, carregando um corpo. Olho para o lado e vejo Lívia pálida, pergunto se está tudo bem, e ela me diz que sim, só não gosta de acidentes. A imagem é, realmente, chocante. Penso em como será para a família receber a notícia da morte daquela pessoa.

Conseguimos chegar à Hauser Alimentícia às 14h15min. Lívia mal se despede de mim dentro do elevador antes de eu pular no meu andar. Observo as portas se fecharem antes de seguir para a minha sala.

Trabalho alguns andares abaixo do andar dela, na parte jurídica, formado em Direito, sou o principal advogado da Hauser Alimentícia e, quando adentro minha sala, vejo minha mesa com duas pilhas de questões judiciais para serem analisadas. Volto até a recepção e encho uma caneca de café antes de voltar ao trabalho. Depois de fazer sexo com Lívia, cafeína é a única coisa capaz de me manter produtivo.

Deixo a caneta marca-texto de lado, estou batucando contra a mesa enquanto analiso alguns documentos, e o som parece me desconcentrar. Preciso reler o último inciso porque simplesmente me dispersei.

De repente, minha porta se abre com um estrondo, me fazendo saltar da cadeira de susto, e Lívia surge por ela, perturbadoramente abalada; os olhos estão repletos de lágrimas visíveis a quilômetros de distância, a expressão em seu rosto me assustando sobremaneira.

— Henrique...! — exclama, não podendo controlar sua comoção.

Ao ver seu estado transtornado, imediatamente saio de trás da minha mesa e vou ao seu encontrado, extremamente preocupado com o que possa ter acontecido. Por um instante, penso na única coisa capaz de deixar Lívia dessa maneira: Enzo. Meu coração logo dá um forte salto, e só consigo pensar que alguma coisa aconteceu com meu filho.

— Ei, o que aconteceu? Por que está chorando? — pergunto, aflito, e tento abraçá-la, mas ela se esquiva de mim.

— O acidente... há pouco... Era... era o seu... irmão nele! — balbucia nas palavras, desesperada, os olhos cada vez mais pranteados.

Sua afirmação me deixa um segundo confuso. Então me recordo do acidente na avenida principal que, por causa disso, foi bloqueada, e por isso passamos mais de uma hora no congestionamento. Pestanejo, digerindo a informação, recordando-me do bombeiro carregando uma maca jaz com um corpo coberto pela manta térmica. A ideia me deixa ligeiramente assustado, mas... Alfredo está... morto?

— O quê? — murmuro, em choque, não conseguindo digerir a informação com facilidade. Embora eu odeie meu irmão, a notícia me pega de surpresa.

Então, entre lágrimas e soluços, ela me conta sobre ter recebido uma ligação do hospital de convênio da nossa empresa e família. O ramal de Lívia era o terceiro número nos registros do hospital em caso de emergência e o único que a recepcionista obtivera retorno.

— Qual é o estado dele? — pergunto-lhe, ainda alarmado.

— Está vivo, mas com ferimentos muito graves. Pode não resistir... Henri... eu... — ela soluça mais uma vez, e eu a envolvo em meus braços para acalentá-la. — A recepcionista não me falou de Lauren ou de Sophie... mas nós vimos o carro capotado, a maca com um corpo, não vimos? É ela, não é? Oh, meu Deus, Henrique...

— Precisamos ir ao hospital. E avisar à mamãe. — pronuncio, afastando-a de seu peito e olhando em seus olhos. Controlo meus nervos ao máximo, alguém precisa se manter são.

Ela abana a cabeça freneticamente e, guiando-a, descemos até a garagem do carro. Dirijo até o hospital, meu estômago está embrulhado e, embora eu pareça calmo por fora, meu interior é um poço de preocupações. Mas Lívia não se esforça para esconder suas emoções, seu abalo pelo acidente de Alfredo.

Eu mal estaciono o carro numa das vagas no estacionamento, e Lívia já salta e sai correndo para dentro do hospital, ainda completamente transtornada; preciso esticar mais as pernas para acompanhá-la.

— Somos os familiares de Alfredo Hauser. Queremos notícias dele, da esposa e da filha — ela exige, a voz engasgada, para a recepcionista. Pouso sua mão sobre meu ombro, tentando abrandar seus nervos.

A mulher a nossa frente digita algo em seu computador.

— Chamarei a médica responsável, ela dirá exatamente o estado do senhor Alfredo — a mulher diz e se levanta caminhando por um corredor extenso e virando à esquerda, sumindo do nosso campo de visão.

Lívia e eu nos acomodamos em um sofá ali próximo, enquanto aguardamos pelo médico. Minha mulher está irrequieta, balançando os pés constantemente. Vê-la nesse estado, preocupada e sofrendo por Alfredo, me deixa estranhamente incomodado. Compreendo sua preocupação, seus medos, mas... ela não está exagerando?

Durante a espera eu não paro de me sentir enciumado com isso, pensando se ela ainda o ama, apesar de ter afirmado que Alfredo não significa nada para ela há muito tempo. No entanto, se não há lugar mais para meu irmão em seu coração e mente, por que tanto sofrimento exagerado?

Para me livrar de pensamentos absurdos, subitamente, uma loura usando jaleco surge, nos perguntando se somos parentes de Alfredo. Ela é a primeira a se levantar, antes mesmo que eu tenha tempo de pensar, e pergunta sobre meu irmão.

— Sou a doutora Ariana Mendes — ela nos cumprimenta, profissional e educadamente, me olhando.

Aperto sua mão.

— Henrique Hauser. Sou irmão do Alfredo. Essa é Lívia, minha mulher — a médica aperta sua mão, enquanto Lívia pergunta outra vez por Alfredo, Lauren e Sophie.

Ariana comprime os lábios.

— O senhor Alfredo está na UTI; estado grave. Teve ferimentos muitos sérios e um traumatismo craniano — nos informa, ajeitando os óculos no rosto. — Está em coma.

Lívia leva a mão à boca, reprimindo um gemido assustado. Eu me aproximo, abraçando-a pela cintura, tentando lhe enviar algum conforto nesse ato.

— Ele... não vai mais acordar? — indaga, a voz tensa de medo.

— Ele pode acordar; não há garantias... mas, sim, ele pode. Porém, o coma pode durar alguns dias, ou semanas. Meses. Anos, até. É algo muito complicado, senhorita Lívia.

Ela apenas abana a cabeça, as lágrimas ainda descendo pelo seu rosto.

— E Sophie, a esposa dele? — questiono, me recordando mais uma vez da maca com o corpo sendo retirado do local do acidente.

— Ela sofreu politraumatismo. Morreu ainda no local do acidente, no instante do acidente.

Lívia se agarra em mim, escondendo seu rosto em meu peito e chorando baixinho. Pode soar extremamente egoísta agora, mas sinto um alívio saber que sua tristeza por Sophie se iguala a por Alfredo. Talvez ela apenas seja sensível demais, e seu sofrimento por meu irmão não signifique amor, apenas... empatia.

— E Lauren? — Lívia pergunta, a voz trêmula, os olhos vermelhos.

O semblante da doutora Ariana toma uma forma sombria. Parece ser a pior das notícias a que ela nos dará.

— Infelizmente, a pequenina não resistiu. Sofreu uma forte batida no crânio, e o traumatismo foi... letal.

Lívia balbucia nas pernas, e eu preciso ampará-la para não cair. Nós somos pais e podemos calcular a dimensão da dor de perder um filho. Eu não consigo imaginar como seria se meu filho morresse, nem gosto de pensar em tal assunto, e, por um segundo, uma aflição muito grande preenche meu peito. Lauren era minha sobrinha e, mesmo eu e seu pai nos estranharmos, ela era uma criança adorável, e eu a mimava sempre que podia quando a via com Sophie, zanzando pelos corredores da Hauser depois, ou antes, de passar na sala de Alfredo, ou até mesmo nos finais de semana, nos almoços de domingo na mansão Hauser.

Seguro uma lágrima em meus olhos. Lauren era só um bebê. Tinha menos de um ano de idade; e sua mãe era uma mulher sonhadora. Agora ambas tiveram suas vidas bruscamente interrompidas.

Eu nem percebo Lívia chorando copiosamente em meu peito, se agarrando forte à lateral do meu corpo.

— Nós podemos entrar para vê-lo? — pergunta, após se recuperar.

— Apenas por cinco minutos.

Com essas palavras, Ariana nos guia até o elevador e nos acompanha até a UTI. Quando ela abre a porta do quarto de Alfredo, Lívia é a primeira a entrar; ela se põe ao lado do meu irmão, o pranto ainda inundando seus olhos. Permaneço na porta, juntamente com Ariana, olhando-a, vendo-a pegar na mão de Alfredo e depois acariciar os cabelos dele, chorando.

Desvio o olhar dessa imagem; isso me quebra de uma maneira indizível. Ela ainda o ama, talvez não admita, ou talvez seu amor esteja adormecido, mas Lívia ainda o ama desesperadamente; como o amou onze anos atrás.

Volto meu olhar para frente. Alfredo está entubado, as lesões em seu rosto adquirem um tom vermelho-arroxeado, os olhos um pouco inchados, cortes na testa, nos lábios, nas mãos. Lívia ainda está ao seu lado, murmurando alguma coisa entre soluços, apertando sua mão.

— Vamos deixá-lo descansar, Li — sussurro, não podendo mais presenciar essa cena.

Lívia seca suas lágrimas pela centésima vez desde que entrou no quarto de UTI e concorda, balançando em afirmativo. Então ela o beija na testa, seus dedos ainda entrelaçados nos dele, lhe desejando melhoras. É um beijo completamente puro e inocente, mas o suficiente para despertar o ciúme em mim. E o ciúme, nesse instante, camufla qualquer empatia e compaixão.

Nesse momento, eu só consigo odiar ainda mais o meu irmão.

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