Capítulo 05: Meu pesadelo vivo
Amir franziu o cenho ao ouvir as fofocas das criadas, sua mãe havia feito o que?! O príncipe herdeiro saiu do quarto furioso, ignorando completamente os chamados de Carolina, sua futura conselheira, enquanto seguia em direção a sala do trono.
– Amir, é raro vê-lo a essa hora do dia - William estava sentado em seu trono, alguns dos conselheiros reais ao seu redor que fizeram o príncipe se incomodar, afinal o que o pai fazia com o conselho sem a mãe?
– Onde está a mamãe?
– Da última vez que a vi ela estava atrás de seu irmão - O rei explicou ainda sorrindo para o filho
– Sabia que ela o confinou no quarto? - O herdeiro ao trono cruzou os braços.
– Sua mãe somente preocupa-se demais com vocês dois, meu filho - William descartou a raiva do filho com um sorriso - Seja por quais motivos ela fez isso, com certeza terá uma explicação para você.
– Ambrose já não está preso o suficiente para vocês?! - Amir gritou irritado - Meu irmão passou a vida toda confinado a uma máscara de ferro e agora também o querem prender em seu próprio quarto! Eu não vou deixar que isso aconteça!
O rei e o conselho viram o príncipe deixar a sala irritado, Carolina logo atrás parecendo desesperada para segurar o futuro rei antes que este conseguisse brigar com alguém tão importante quanto a rainha.
Amir não pareceu notar, no entanto, buscando a mãe nos principais lugares onde costumava a encontrar, por fim parando na sala das damas onde a rainha estava em companhia da parte do conselho que não estava na sala do trono com o rei.
Por que os dois tinham reuniões separadas com o conselho? Isso congelou o príncipe na porta tempo o bastante para Carolina o alcançar.
– A-Alteza! - A jovem de cabelos escuros e traços nobres parou na porta claramente cansada de perseguir o príncipe pelo castelo - Oh! E-eles estão em conselho, não deveríamos incomodar...
– Mamãe! - Amir a ignorou, para grande frustração da futura conselheira, enquanto ambos entravam na sala das damas.
– Amir! - Camilla se levantou com um enorme sorriso - Estávamos conversando justamente sobre o baile, una-se a nós!
– Mãe, ordenou que Ambrose se mantivesse em seu quarto até o baile?
A rainha soltou um longo suspiro encarando o filho em busca de algo, porém ele parecia certo nessa pergunta a fazendo indicar um lugar para que se sentasse.
– Amir, querido, é para a segurança de todos.
– Como prender meu irmão como um criminoso pode ser para a segurança de todos?
– Você ainda é jovem, não poderia compreender meus motivos para isso - Camilla garantiu - Quando tiver seus próprios filhos entenderá, por hora Ambrose continuará como está e não iremos discutir sobre o assunto.
– Entenderei o que? Como prender meu filho sem nenhuma consideração por ele?
– É justamente por consideração a meu filho! Não vou deixar que os caprichos daquela criança destruam o reino que conservei para você!
– Caprichos daquela criança?! Mãe, Ambrose é seu filho!
– Meu único filho é você, Amir, Ambrose é só o que te mantém seguro e em poucos dias ele não será mais necessário.
– Não acredito que possa ser tão cruel a ponto de ver seu próprio filho desta forma - O príncipe herdeiro negou insatisfeito antes de virar as costas - Eu nunca permitiria que qualquer um de meus filhos sofresse desta forma!
– Amir! - Camilla chamou irritada - Não diga essas palavras! Sequer entende tudo!
– Posso não saber tudo, mas sei que um pai jamais trata seu filho como um mero objeto - Amir suspirou decepcionado - Estou me retirando agora, Majestade.
Amir deixou a sala das damas, o tempo todo sendo acompanhado por Carolina que parecia escandalizada com a ação do príncipe, mas os dois não foram para o quarto, como a jovem pensou inicialmente, na verdade o caminho que fizeram foi até a ala oposta, uma que quase não visitavam com frequência.
A futura conselheira ainda tentou convencer o príncipe a tentar se acalmar, a jovem de longos cabelos escuros presos em uma única trança e pele amorenada costumava ser a voz da razão do príncipe, sempre atenta a tudo com os olhos negros como jabuticaba que pareciam ver até o menor dos problemas, muitas vezes tendo que segurar Amir a força dando graças ao corpo bem constituído dos treinos que fazia junto a guarda real, porém, dessa vez, sabia que nada conteria a ira do príncipe, ainda mais quando viraram o corredor.
O sangue do caçula da família real ferveu ao ver os dois guardas na porta do irmão, pediu para Carolina esperar do lado de fora antes de entrar encontrando Ambrose jogado em sua cama, vestido como se estivesse em público, isso só serviu para irritar ainda mais o mais jovem enquanto fechava a porta.
– Irmão, o que faz no meu quarto? - A voz do mais velho sequer escondeu como estava chateado.
– Soube do que nossa mãe fez, saiba que não compactuo com isso.
– Não te preocupes, não é como se eu já não esperasse uma atitude dessas dela.
– Já esperava?
O mais velho dos irmãos riu enquanto se sentava, tapinhas na cama indicando que queria Amir sentado ao seu lado, só falando quando o irmão o obedeceu.
– Meu irmão, acaso acha que eu concordei em ter meu último baile planejado por qualquer pessoa se não eu? Sequer sou consultado sobre qualquer coisa em relação a minha própria vida e, desde que nasceu, devo sempre agradá-lo, é assim que sempre foi, mas Camilla nunca deixou que notasse.
– Eu não sabia...
– Não sou filho de Camilla, você é, afinal é você quem vai estar vivo daqui a um mês e eu serei apenas uma memória.
– Não vou permitir que seja assim! Você é meu irmão mais velho e eu o quero comigo, sempre!
Ambrose riu baixinho, mais do que nunca Amir desejou poder ver o rosto do irmão enquanto se permitia ser abraçado.
– Mesmo que não concorde, não vá contra o que a rainha decidiu, ela é a pessoa mais poderosa do reino e eu não quero que fique brava com você, Amir.
– Saberei ser discreto.
Ambrose pareceu suspirar, porém o mais novo não saberia dizer, os dois apenas se permitindo este momento de intimidade, abraçados em completo silêncio, não que o momento durasse muito, Amir nunca conseguia passar mais do que dez minutos em absoluta quietude.
O herdeiro ao trono logo estava de pé, Ambrose parecendo não querer sair da cama enquanto voltava a se deitar, porém Amir começou a andar, como se pensasse, tentando chegar em um meio de desafiar a própria mãe.
Foi quando o mais novo novamente congelou, seus olhos atraídos por um caderno em cima da mesa de cabeceira.
– O que é isso, meu irmão?
– Isso o que? - Ambrose virou o rosto antes de levantar em um salto - Não são para teus olhos!
– Agora são! - Satisfeito, o menor pegou o caderno, passando a ler.
– Amir, devolva-me isso agora!
– São... são suas anotações sobre a maldição - Amir encarou o irmão, parecia querer chorar - O-o que descobriu?
– Nada - Ambrose tomou o caderno guardando-o em sua túnica - Não vale a pena.
– Achou um jeito? Existe, de fato, uma forma de salvá-lo?
– Já disse que não vale a pena, Amir! Deixe isso de lado!
– Então realmente existe um jeito! - O herdeiro ao trono sorriu triunfante - Conte-me! Talvez eu possa ajudar!
– Não farei isso.
– Vamos, meu irmão, tenho certeza de que não é tão ruim!
Ambrose soltou um longo suspiro antes de voltar a sentar na cama, seus olhos pareciam estar no irmão, porém o caçula não saberia dizer já que a máscara de ferro não permitia que visse o rosto.
– Não é nada concreto e sequer poderei continuar pesquisando, só o que sei é que, de alguma forma, todos os amaldiçoados foram vistos pela última vez na orla da floresta, mesmo nosso tio, sua coroa foi encontrada lá, próxima a um velho gazebo ao sul.
– Então a floresta é realmente a resposta...
– Outra coisa que encontrei foi que todos os amaldiçoados nasceram sob uma noite sem lua e é tudo - Ambrose deu de ombros - Como disse: nada que vale a pena, esqueça isso, Amir, foque no baile
– Vou continuar essa pesquisa por você - Amir prometeu enquanto se sentava na poltrona - Enquanto isso, pode passar o tempo me ajudando com o baile, deixando-o do seu jeito!
– Não quero celebrar minha morte - Ambrose franziu o cenho por baixo da máscara - Um baile para comemorar que irei morrer, sinceramente...
– É um baile para comemorar sua vida, irmão!
– Sim, e que ocorrerá dois dias antes dos meus 18 anos, onde todos festejarão o fato de que em breve terão cumprido essa maldição e viverão em paz por mais algumas décadas!
Amir franziu o cenho, não tinha pensado nisso, porém...
– Se eu achar uma cura, e eu vou, então não irá morrer dois dias após o baile, então comemoraremos como deve ser!
Ambrose suspirou, ele conhecia o olhar determinado do irmão, sabia que não iria dissuadir o mais novo da ideia, então nada mais disse, decidindo mudar o assunto.
Eles ficaram o resto do dia juntos e, quando o jantar de Ambrose chegou, Amir se despediu reforçando que iria continuar a pesquisa do mais velho, antes de o deixar sozinho para comer.
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Ambrose caminhava pelo mercado com um enorme sorriso no rosto, parava em cada barraca para cumprimentar os vendedores e dar uma olhada nos produtos, o tempo todo sendo parado por seus súditos que cumprimentavam o rei com animação.
Haveria algo mais belo na vida do que simplesmente sair andando por aí?
Ser rei... tudo o que sempre sonhou! Sem pais para o isolar do mundo, sem uma maldição o perseguindo, apenas ele e sua animação passeando em seu reino.
Seus olhos captaram algo brilhante e Ambrose caminhou naquela direção, um enorme sorriso em seu rosto ao ver as belas flores de pétalas amarelas e botões de cristal que a jovem vendedora tinha.
– Belíssimas - Murmurou antes de sorrir para a garota - Você mesmo quem as planta?
– Sim, majestade, assumi os negócios da família recentemente.
– Elas são realmente lindas - O rei tornou a elogiar encantado com a pureza destas flores antes de se virar para o criado que o acompanhava - Vou querer as melhores, para decorar o palácio a tempo do festival de primavera!
– Como quiser, majestade - O criado se curvou antes de se aproximar para negociar, Ambrose já seguindo em frente.
Uma brisa soprou bagunçando seus cabelos trançados e o Alencar fechou os olhos aproveitando o vento em suas bochechas e a sensação de liberdade, era tão gostoso! Gargalhou somente porque podia antes de se virar, sua expressão congelando na leveza que sentia antes de dar lugar ao pavor.
Em sua direção vinha uma figura coberta por um manto, o rosto escondido por uma pesada máscara de ferro e todos pareciam o evitar, seus ombros eram curvos, como se carregasse um fardo imaginário gigantesco e ele se assemelhava muito mais a um fantasma do que a um ser humano.
O coração de Ambrose disparou, as lágrimas querendo vir enquanto observava o ser chegar cada vez mais perto, aquele... aquele era ele! Mas não tinha como ser! Era livre! Era o rei! Jamais colocaria uma máscara de ferro, então por que conseguia sentir toda a tristeza daquele ser de máscara?
O rei deu um passo para trás, extremamente assustado.
– Majestade, está tudo bem? - A voz de seu criado o fez se virar encarando o homem ainda assustado.
– Quem é... quem é aquela figura?!
– Que figura?
Ambrose olhou novamente, mas não tinha mais ninguém ali, apenas os súditos fazendo suas compras, balançou a cabeça decidindo continuar com o que fazia.
Aos poucos, foi esquecendo-se daquela figura encapuzada enquanto aproveitava mais da animação e festividade do lugar que tanto gostava de visitar, o baile de primavera seria lindíssimo! O primeiro do reino, Ambrose esperava poder fazer disso uma tradição.
Cantarolava animado enquanto fazia o caminho de volta ao castelo quando sentiu-se sufocar novamente, lágrimas inundando seus olhos o obrigando a parar já que nada enxergava, virou-se em desespero percebendo que não mais enxergava claramente, algo obstruia de fato sua visão, tornando-a mais difícil, como se olhasse por dois buracos redondos que só davam margem para suas pupilas, nada de visão periférica e qualquer outra coisa, a brisa noturna não mais atingindo seu rosto apesar de sentir algo frio contra as bochechas, suas roupas mais pesadas e longas do que mais cedo.
Ambrose respirou com dificuldade enquanto encarava-se na parede de cristal do castelo, seus olhos se arregalando ao ver não ele mesmo, com os cabelos trançados e a coroa em sua cabeça, mas aquela figura sombria de máscara de ferro que parecia antinatural e da qual todos fugiam.
Um grito o deixou, assustado com tudo isso enquanto pensava como poderia estar confinado nestas roupas tão de repente
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Ambrose acordou com um grito, não enxergava o teto muito bem e sim através de dois pequenos círculos, sua respiração também parecia mais difícil e isso o fez resmungar enquanto sentava, o barulho de vários tecidos chamando sua atenção.
Buscou pelo espelho, as lágrimas de raiva querendo vir ao perceber que estava com a túnica e a máscara, tudo aquilo tinha sido um sonho, ele não era o herdeiro, jamais seria o rei e, se não fizesse algo a respeito, também não seria livre.
Resmungou antes de olhar para a varanda, vendo as cortinas cerradas, só então retirou a máscara e a túnica caminhando até sua banheira, ele precisava de um banho para lidar com a decepção de acordar daquele sonho.
Fechou os olhos enquanto relaxava, um suspiro de contentamento o deixando que logo foi interrompido por batidas na porta.
– Alteza, trouxemos seu café da manhã.
– Um instante - Resignado, o príncipe saiu da banheira e vestiu-se antes de ir atender recebendo a bandeja sem nem mesmo agradecer.
Não tinha mais motivos para ser simpático com todos, nenhum deles nunca se esforçou para ser consigo e muito em breve ele não estaria vivo mesmo.
Ajeitou seu café da manhã em sua mesa de estudos antes de pegar um cristal em formato de folha e jogar dentro do cristalário, já haviam cinco ali dentro, cinco dias desde que esta tortura começou, o que simbolizavam que restavam 15 dias seu aniversário e 13 para o baile.
– Você parece deprimente - A voz o assuntou fazendo Ambrose quase derrubar o cristalário antes de encarar o homem em sua cama, seus olhos arregalados por baixo da máscara.
– A-Arthur? Como entrou aqui?! - Ambrose se levantou encarando o loiro em sua cama.
– Não foi tão difícil - Raoni deu de ombros - E meu nome é Raoni, não Arthur.
Ambrose estreitou os olhos antes de encarar a varanda, os guardas escondidos pela cortina não pareciam notar o invasor, então Raoni era realmente algo de sua cabeça no fim.
Era realmente triste, o único amigo que teve em toda sua vida não passou de sua própria imaginação.
Soltou um longo suspiro voltando para seu café da manhã, ao menos tinha com quem conversar ao invés do silêncio opressor dos últimos dias, salvo as visitas de Amir que parecia empenhado em alterar tudo no baile para ficar do gosto do irmão.
Ambrose não estava nada animado para o baile, mas dizer isso ao caçula era o mesmo que falar com um cristal, ele jamais ouviria, então dava uma opinião ou outra e permanecia o resto do tempo em silêncio ouvindo o mais jovem falar.
– Parece triste hoje, aconteceu algo? - Raoni levantou da cama indo se sentar junto ao menor.
– Eu estou trancado em meu quarto, o que acha?
– Oh certo - O loiro riu enquanto pegava uma das frutas do prato do príncipe, encarando-o com preocupação - Eu fiquei ausente para garantir que tudo ocorra como deve, prometi te ajudar e é o que farei.
– E como pretende fazer isso?
– Você já notou, não foi? Precisa entrar na floresta no dia do baile.
– Não vou fazer isso - Ambrose descartou imediatamente - Não sou louco de fazer como todos os meus antepassados fizeram e ser morto por seja lá o que tenha naquela floresta!
– Ambrose, este é o único jeito!
– Não é e nós dois sabemos - O príncipe sorriu, um sorriso conhecedor, os olhos amendoados cintilando com malícia - O melhor jeito de quebrar esta maldição é com magia, estou certo?
– Acha mesmo que pode usar magia?
– É a única explicação para que minha imaginação possa roubar minha comida - Ambrose apontou para o fato do loiro segurar a maçã em suas mãos fazendo Raoni rir.
– A explicação mais plausível não seria eu ser real?
– Se você fosse real então os guardas já teriam invadido o quarto - O de dreadlocks explicou - Minha teoria é que com a minha busca pela magia acabei gerando uma parte minha senciente que sabe como acessar a magia.
– E, com esta teoria, você espera que eu te conte algo sobre isso?
– Você já o fez - Ambrose levantou pegando sua maçã de volta enquanto buscava por seus livros e cadernos colando as anotações em sua parede.
– F-fiz?! - Raoni arregalou os olhos.
– Veja bem, Arthur, você sem querer me levou até todos os pontos mágicos deste reino - O príncipe apontou para três desenhos, um enorme sorriso em seu rosto - O principal é, logicamente, o trono de cristal nos jardins do castelo, foi onde nos conhecemos.
– Por causa da lenda?
– Exatamente! Se a lenda diz que algo vai acontecer quando o verdadeiro rei sentar-se ali então logicamente fala de uma magia que só será despertada quando este rei ocupar seu lugar de direito!
– E os outros lugares?
– O segundo lugar é a estátua da catedral - Ambrose apontou para o desenho - Ninguém sabe quem é aquela pessoa, a estátua foi erguida junto do reino e ninguém entende o que simboliza de fato, além disso humanos não têm asas, muito menos asas de borboleta, então só pode ser um símbolo da magia do reino! E se é um símbolo esquecido da magia é claramente um lugar mágico.
Raoni sorriu, Ambrose apontava todas as suas anotações que mostram como chegou a tal conclusão, os livros que leu para chegar até ali e sua lógica para a teoria, era simplesmente adorável a empolgação do menor.
Então era assim que Ambrose Alencar era por baixo daquela fria máscara de resignação? Com os olhos brilhando de entusiasmo e um sorriso que não o abandonava.
– E esse terceiro lugar?
– A cachoeira. Ela é, até agora, o lugar mais perto da floresta, e a mais óbvia também - O príncipe garantiu - Ela literalmente brilhava! Se isso não é magia... enfim, três lugares onde existe magia no reino, três lugares onde estive com você e onde você pareceu bem interessado no que eu posso fazer, claramente está me ajudando a despertar a magia de forma consciente, de forma silenciosa!
O loiro inclinou a cabeça, doía em si ter de acabar com toda a animação do menor, porém não podia o deixar continuar assim.
– Ambrose, não acha que tudo isso seja fruto de seu desespero? Não acha que quer tanto viver a ponto de criar toda essa ilusão e essa teoria sobre existir magia?
O príncipe congelou, era visível a mágoa em seus olhos com o que o outro disse, porém não retrucou, respirando fundo antes de deixar suas anotações.
– Eu sei que a magia existe, se ela não existisse de que outra forma eu poderia estar amaldiçoado? - Ambrose tornou a sentar - E você também sabe disso, afinal você é imune à maldição.
Raoni estalou a língua, seus olhos indo para a cortina antes de suspirar.
– Seu irmão vem aí.
– O que?
Batidas na porta fizeram Ambrose grunhir, isso lá era hora?!
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