Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 01: Meu reino (im)perfeito

O reino de Valmorath era rico e próspero, localizado em meio a lindas cachoeiras e cercado por densa floresta, parecia ser todo feito puramente de cristais que reluziam à luz do sol formando inúmeros arco íris por todo o lugar. No ponto mais alto do reino, ao lado da maior cachoeira, erguia-se um imenso castelo, construído totalmente de cristal, suas enormes paredes coloridas e os jardins floridos encantavam a todos que o viam.

Ao redor do castelo, ficavam as casas nobres, cujas fachadas combinavam cristais coloridos com pedras polidas. As ruas eram de pedras tão bem cuidadas que pareciam reluzir. O principal meio de transporte eram carruagens que desciam as ruas em direção ao centro do reino, onde se erguia uma imensa catedral. Suas paredes de cristal e vidro formavam a imagem de uma enorme ampulheta, refletindo a luz de maneira hipnotizante.

Ao redor da catedral, havia um grande mercado aberto, com comerciantes oferecendo desde frutas e tecidos até as mais lindas joias. Quanto mais distante da catedral, e mais perto da floresta, as construções se tornavam mais simples, feitas de pedra e madeira, como as casas dos agricultores e pescadores. Essas pessoas cuidavam dos animais e das duas pequenas fazendas que sustentavam o reino.

Seus habitantes eram todos belos possuindo os mais diversos tons de pele e tipos de cabelo, pareciam sempre felizes vivendo de forma abastada graças à flora local rica e até mesmo os animais pareciam mais belos do que em qualquer outro lugar. Ninguém ali adoecia e viviam vidas longas a ponto de as pessoas mais velhas viverem até os 150 anos facilmente, muitos dedicavam-se a música e as artes, cada filho ou filha aprendia o ofício de seus pais e assim continuavam, o mercado local era muito cheio e havia festas e festivais todos os meses para comemorar a harmonia e felicidade do reino.

Era realmente um lugar lindo e onde qualquer um que ouvisse falar ou diria que era conto de fada ou tentaria encontrar a entrada da floresta para acessar o tal reino, porém ninguém nunca achou tal lugar.

Valmorath era realmente incrível, era perfeita e o sonho de qualquer pessoa viva, mas tinha seus segredos, um grande segredo em aberto que era espalhado aos sussurros por todos os valmoritianos sempre que o filho mais velho da família real chegava na idade de 18 anos: a família real estava amaldiçoada.

A cada nova geração, o rei tinha dois filhos, o trono sendo sempre prometido ao segundo filho, enquanto o primeiro só era visto por outros além de sua família com roupas que ocultavam seu corpo e uma máscara de ferro com tintura dourada, uma maldição que aterrorizava todos da nobreza e impedia que Valmorath fosse, de fato, perfeita.

________//\\________

O dia amanheceu chuvoso, para a apreciação do adolescente que simplesmente amava dias de chuva, ali em Valmorath não havia tempestades, apenas chuvas leves para irrigar as plantações e manter a perfeição do reino, as águas da chuva eram tão puras que as pessoas nem mesmo se preocupavam com guarda chuva deliciando-se embaixo da água cristalina, até mesmo porque ninguém nunca ficou doente.

De bom humor, o garoto se postou diante do espelho, seu sorriso se alargando ainda mais ao constatar: continuava irresistível! Facilmente seria a pessoa mais bonita do reino, se os outros tivessem permissão de ver seu rosto.

Batidas na porta o fizeram suspirar, não daria tempo de um momento na banheira antes de começar o dia, não que odor fosse um problema, valmoritianos não exalavam mau cheiro, porém o garoto adorava poder passar pelo menos meia hora meditando na banheira de mármore acoplada a seu quarto.

Vestiu a túnica branca e então as luvas do mesmo tom, ele adorava usar branco - seu irmãozinho dizia que ficava parecendo um fantasma -, antes de buscar em seu espelho a máscara de ferro polida com prata com flores pintadas em ouro líquido antes de a ajustar em seu rosto enxergando através das telas que haviam nos olhos da máscara para impedir que vissem até mesmo a cor de seus olhos, só então abriu a porta para que os criados entrassem para fazer sua cama e servir o desjejum.

Ambrose Alencar era o primogênito da rainha regente, o filho amaldiçoado, ele nunca soube exatamente o que era esta maldição, provavelmente tinha haver com a sua aparência já que, além dos pais, ninguém mais poderia o ver, nem mesmo seu irmão caçula.

Uma vez havia questionado ao pai o motivo de nem mesmo o herdeiro ao trono poder o ver e foi lhe contado a história de quando seu povo foi amaldiçoado quinhentos anos atrás, de o primeiro rei não acreditar nisso e ainda sim fazer uma cerimônia de batismo para seu primogênito e de como o reino quase foi reduzido às cinzas por conta disso, foi a única vez que uma desgraça aconteceu desde que o reino existia: O Grande Incêndio da Era Lee.

Felizmente, William Alencar, o rei, acreditava que a maldição estava para acabar, afinal desde sempre apenas o primogênito era um menino e todo segundo filho real foi uma menina, era a primeira vez que nasciam dois garotos para dar continuidade a uma dinastia e todos tinham como um símbolo de sorte.

Os criados enfim se retiraram e Ambrose sentou-se na varanda, retirando a máscara e as luvas para apreciar o café da manhã enquanto observava a chuva. Suas janelas estavam fechadas e o vidro não permitia que ninguém de fora conseguisse o ver, além de o quarto ficar na torre mais alta do castelo para que pudesse manter os vidros abertos para o sol entrar nos dias ensolarados e ainda sim não ser visto.

O quarto de Ambrose tinha paredes de cristais claros, porém espessos, permitindo que fossem vistos apenas silhuetas, a cama onde dormia ficava na parede a esquerda da porta juntamente de uma mesa de cabeceira onde uma lamparina e alguns livros se encontravam, aos pés da cama havia um baú onde suas roupas eram guardadas, algumas prateleiras contendo livros e até mesmo um vaso com uma linda flor, na parede oposta a porta ficavam as portas que levavam a varanda e alguns quadros que Ambrose costumava pintar, a banheira ficava localizada em um ponto cego das janelas para que pudesse usufruir desta sem precisar sair do quarto, junto a varanda ainda havia um cavalete e tintas e uma vitrola junto de alguns discos que o príncipe gostava de ouvir.

Cantarolou enquanto ouvia as vozes distantes dos criados que trabalham no jardim, suspirou feliz, Valmorath era um belo reino e Ambrose devia se considerar sortudo em viver ali há tanto tempo, mas sabia que sua sorte estava prestes a mudar, em breve faria 18 anos e a maldição se ativaria novamente.

Seu estômago revirou com isso, a vontade de comer passando, céus! O que exatamente seria essa maldição? Sua mãe era a única que sabia, ela tinha apenas 08 anos quando se ativou pela última vez, 30 anos atrás, quando o irmão mais velho dela completou 18 anos e apenas lembrar a aterrorizava tanto que ninguém no castelo falava no assunto.

Soltando um longo suspiro, Ambrose fechou os olhos tentando se concentrar no som da chuva, o som das pessoas animadas e de seu próprio batimento, só abriu os olhos quando estava mais calmo, enfim podendo desfrutar de seu café da manhã.

O sol já estava alto no céu quando decidiu deixar o quarto, seus passos lentos enquanto desfrutava de um dia de folga, com a proximidade de seu aniversário toda sua agenda havia sido liberada para que pudesse aproveitar ao máximo, o príncipe até pensaria que dali um mês acabaria morto com a forma que as coisas ocorriam, mas não queria estragar seu humor voltando a pensar na maldição que carregava.

Ele já havia culpado os pais, quando descobriu sobre a maldição aos dez anos, acreditando que tudo era culpa deles por, mesmo sabendo da maldição, decidir ter filhos, mas teve oito anos para superar tudo isso e sabia que, no lugar deles, também teria decidido arriscar e ter filhos, não por conta da linhagem real, mas para ter a bênção de se ter uma criança em sua vida, então tentava não os culpar e ser grato pela boa vida que sempre viveu.

Ele foi abençoado antes de ser amaldiçoado, sua mãe sempre dizia, abençoado ao viver neste reino incrível onde tudo era sempre perfeito e todos viviam eternamente felizes, se fosse realmente morrer ou qualquer coisa assim não importava, viver 150 anos em eterna felicidade era simplesmente entediante, preferia viver apenas 18 anos de eterna felicidade mesmo.

Ouviu uma voz cantar e parou sua caminhada, um sorriso surgindo em seu rosto antes de mudar seu caminho indo até a sala de música, os criados curvando-se imediatamente ao vê-lo, porém Ambrose só parou ao entrar na sala, sentando-se em uma das confortáveis poltronas enquanto o cantor mantinha os olhos fechados e a voz profunda.

Seu irmão era perfeito, assim como tudo no reino, Amir Alencar seria realmente um rei incrível e Ambrose esperava sobreviver a maldição apenas para ver isso acontecer, no momento o herdeiro ao trono, em seus 16 anos, usava uma túnica sem mangas, amarrada com cordões dourados que combinavam com a maquiagem que usava, os cabelos escuros e cacheados caindo sobre o rosto ainda molhados do banho, o rosto era fino e elegante com o nariz alongado e os lábios fartos, seu corpo tinha poucos músculos de exercícios diários e sempre sustentava um leve sorriso mesmo ao cantar, ele parecia um deus naquele momento e era o maior orgulho do primeiro filho Alencar.

Assim que terminou, Amir abriu os olhos, profundamente castanhos como o de seu pai, antes de arregala-los, o sorriso alargando em seu rosto antes de se jogar sobre o irmão, indo de um deus onipotente para um anjo ingênuo e afetuoso.

– Ambrose, não havia o visto!

– Ninguém me vê, Amir - Ambrose riu de sua própria piada bagunçando os cabelos do irmão - Estava a praticar?

– As aulas entraram em um breve recesso, porém não quis deixar de praticar - O príncipe herdeiro explicou ao irmão mais velho - Fará algo esta tarde?

– Compras, soube que chegaram joias encantadoras no mercado e gostaria de ir vê-las, acompanharia-me?

– Não poderei, irmão - Amir suspirou - Sairei com nossa mãe, porém espero vê-lo no chá da tarde.

– Estarei presente.

Ambrose nunca fazia suas refeições junto da família, geralmente ele comia antes e ficava apenas assistindo os outros comer, tudo para que ninguém visse seu rosto neste momento, mas ele não se importava mais, afinal comer antes só o fazia mais disposto a conversar com todos.

– É melhor eu deixá-lo continuar a praticar, Amir, nos vemos no almoço - Despedindo-se o mais velho saiu dali, seguindo para o jardim assim como tinha planejado desde o início.

O jardim era uma das partes mais encantadoras do castelo, repleto de cristais brilhantes que emergiam do solo, cobertos por musgo verde. Flores vibrantes, com pétalas delicadas e miolos de cristal, adornavam o espaço. Alencar caminhou lentamente em direção à parte sul, passando por árvores cujas flores em tons de amarelo, laranja e roxo refletiam a luz do sol, criando um espetáculo de cores.

No centro do jardim, havia uma pequena fonte, imponente e elegantemente esculpida, que se assemelhava a um trono gigante feito inteiramente de cristal. A água fluía suavemente do topo, descendo pelas laterais e acumulando-se em uma bacia que parecia um lago em miniatura. De lá, a água continuava a descer, formando um segundo lago, um pouco maior, aos pés do trono. Nesse lago, peixes multicoloridos nadavam alegremente, completando a cena mágica e encantadora do jardim.

Ambrose amava este lugar, desde criança vinha ali sempre que possível, era ainda melhor nos dias de chuvas já que o cheiro das flores inundava todo o ambiente com um perfume adocicado.

Buscou uma parte seca na grama extremamente verde e sentou fechando os olhos para meditar, qualquer um dos criados saberia que não deviam se aproximar já que ele muitas vezes tirava a máscara para aproveitar melhor, por sorte, não era o caso daquele dia.

– É realmente um belo lugar - A voz o assustou fazendo o príncipe abrir os olhos de uma vez para encarar o homem à sua frente.

Assim como todos no reino, ele era belo, suas feições maduras na pele bronzeada faziam-no parecer ter pouco mais de 19 anos, os olhos negros eram como uma noite sem lua e seu sorriso fazia aparecer uma covinha em sua bochecha, os cabelos loiros bem arrumados eram longos e ele usava um terno vermelho e uma camisa social branca por baixo não deixando nada para ver sobre seu corpo.

– Como achastes este lugar?

– Hm? Venho para cá todos os dias, vossa alteza - O homem deu de ombros enquanto se aproximava da fonte - Acaso já escutou o mito por detrás deste trono de cristal?

– Sobre o dia em que o verdadeiro rei de Valmorath sentará nele e reivindicará o reino? É nada mais que um mito - O príncipe garantiu - Muitos antes já tentaram isso, da família real ou não, porém nada nunca aconteceu além de destruir as flores ao redor.

– Sim, isso é certo, mas nunca um amaldiçoado tentou, não é mesmo?

– O que diz? - Ambrose arregalou os olhos antes de bufar - Veio aqui perturbar minha paz com histórias feitas para encantar crianças? E nem mesmo me disse seu nome!

O homem riu, um som profundo que quase fez o príncipe suspirar.

– Você já o sabe, Ambrose, contei na última vez que nos vimos.

– Última vez?

– Alteza, sua majestade, a rainha, requisita sua presença para o almoço - A voz de um dos criados soou entre as árvores fazendo Ambrose desviar seus olhos para lá.

– Já estou indo - Disse por fim antes de se virar novamente, mas estava sozinho, só ele, o trono de cristal e a natureza.

Devia ter sido coisa de sua cabeça, desistindo disso, seguiu até o criado para voltar ao castelo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro