Apresentação
Amadores de Boa fé começou a ser idealizado em agosto de 2018, quando passei momentos muito difíceis como acompanhante, num hospital, durante 7 dias. Foram os 7 dias mais longos da minha vida. Mas não foram os únicos. Eu venho fazendo esse papel desde os meus dezessete anos. Já cheguei a ficar um mês dentro de um hospital.
Daí, percebi uma coisa interessante... Romances que se passam em hospitais, geralmente, privilegiam a ótica dos profissionais da Saúde, ou dos pacientes. Poucos privilegiam o lado dos acompanhantes dos pacientes, os familiares que se dedicam a cuidar deles; virando suas vidas do avesso para dar a atenção de que necessitam.
Em meu passado profissional, tive a oportunidade de atuar na área da Saúde, antes, durante e depois da Unificação do Sistema – o atual SUS. Conheci a perspectiva de trabalhadores com diferentes formações. Também conheci as perspectivas dos pacientes e de seus familiares. Tendo sido eu mesma, paciente e acompanhante em diferentes momentos da minha vida.
As experiências que acumulei nos hospitais, dariam para encher não apenas um, mas vários romances – entre momentos trágicos e cômicos. Testemunhei exemplos tocantes de altruísmo, ética e dedicação; mas também exemplos horripilantes de covardia, mesquinhez e irresponsabilidade.
Entretanto, quis, com esta obra, enfatizar o poder da união entre os seres humanos, na adversidade e na dor. Por isso, imprimi um tom mais leve. Para que diferentes leitores tenham a oportunidade de refletir sobre a gravidade de algumas situações, porém, sem que se sintam mal ou deprimidos ao final da experiência. Principalmente, que os leitores tenham a chance de se colocarem no lugar daqueles que cuidam, dentro da família, de alguém acamado. Penso que mais do que nunca, precisamos de empatia. A leitura é uma maneira de exercitá–la. Sem a leitura, não abstraímos, não raciocinamos... Só Deus sabe o quanto este país precisa valorizar a leitura.
Por todas essas razões, não aprofundo os aspectos dos profissionais da saúde, ou dos pacientes. Não que não sejam importantes. Ao contrário! Só que, aqui, tento mostrar o lado dos parentes – muitas vezes, sozinhos em suas cruzadas. E apesar da leveza no tom da narrativa, desejo que fique bem claro. Não é nada fácil.
Florianópolis, 10 de agosto de 2021
MD Gugik
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