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16°Capítulo

Se eu ganhasse um cêntimo por cada vez que um pressentimento meu estivesse certo, já estava rica e não me precisava de preocupar com o que irei fazer para me poder sustentar.

Fazem já 10 minutos desde que a Lydia chegou aqui em casa e fazem 10 minutos desde que o meu namorado a está a tentar fazer entender que já não existe nada entre eles. E que ele tem NAMORADA.

Não sei quanto mais tempo vou aguentar ficar aqui sem dizer nada. Esta situação está a passar do ridículo.

- Lydia, pela última vez. Acabou! Mete isso na tua cabeça! - exclama Christian levantando os braços em frustração.

- Mas... - é interrompida.

- Não há mas nem meio mas. Acabou! - quase que grita. - Agora faz um favor a ti própria e vai embora. - ela assim o faz. Mas duvido que ela tenha mesmo desistido.

- Achas que finalmente ela percebeu? - pergunto.

- Espero que sim. Que mais é preciso para ela perceber? Um desenho? - não aguento e solto uma gargalhada. - Achas isto engraçado? - pergunta tentando parecer sério, mas consigo ver que se está a conter para não sorrir.

-Sim. - continuo a rir. - Vamos só esperar que ela tenha mesmo percebido, porque caso contrário, quem lhe vai explicar ou fazer um desenho, sou eu!

- Minha ciumenta! - puxa-me para si e beija-me a testa.

De repente, ouvimos a porta de entrada abrir.

- Olá pombinhos! - exclama Will. - Acabei de ver a Lydia a sair daqui... - diz com uma expressão confusa.

- É o mesmo de sempre. - diz Christian suspirando.

- Ah é verdade! - exclama. - Hope, vi um anúncio no ginásio a dizer que estão a precisar de uma nova rececionista. Está aqui o número se estiveres interessada. - Will entrega-me um papel com o número.

- Obrigada, Will! - agradeço sorrindo. - Vou já ligar!

Deixo os irmãos na sala e vou para o pátio das traseiras para fazer a chamada. O Will acabou de me poupar imenso trabalho. Não fazia a mínima ideia por onde começar a procurar emprego.

Tenho quase a certeza que ser recepcionista num ginásio não é o que pretendo fazer para o resto da minha vida, mas até descobrir isso, tenho de trabalhar para ganhar algum dinheiro. Não posso nem quero viver às custas do Christian.

Marco o número e atendem ao terceiro toque.

- Boa tarde, fala a Louise do ginásio de  Massachusetts (N/A: desculpem, mas não sei que nome dar ao ginásio ahah) Em que posso ajudar?

- Boa tarde! O meu nome é Hope e estou a ligar porque vi que estão à procura de uma recepcionista. Eu estou interessada.

- Muito bem, Hope. Pode vir cá amanhã pelas 9:30h para falarmos um bocadinho? - pergunta Louise.

- Sim, claro!- digo.

- Então fica combinado. Até amanhã, Hope!

- Até amanhã!

Desligo a chamada e corro até à sala onde os gémeos estão sentados no sofá a jogar FIFA na playstation.

- Tenho uma entrevista marcada para amanhã! - digo sorrindo sentando-me, no sofá, no meio dos dois.

- Boa, amor! Isso é muito bom! - o meu namorado acaricia a minha mão, sorrindo.

- Vais arrasar cunhadinha! - o Will, por sua vez, dá-me uma cotovelada amigável.

- Obrigada, Will por me teres dado o número. Nem sequer sabia por onde começar a procurar.

- Não tens de agradecer, mas... - ele hesita.

- Mas... - incentivo-o a continuar.

- Mas há um favor que eu gostava que me fizesses.

- Que tipo de favor? - pergunto cruzando os braços sobre o peito e arqueando uma sobrancelha.

- Eu sei que fui um idiota, mas achas que podes falar com a Mia e convencê-la a responder às minhas mensagens ou atender as minhas chamadas? - passa as mãos pelo cabelo, um tique nervoso. - Eu estou arrependido do que fiz... Ou melhor, do que não fiz em Ibiza. - Olha-me nos olhos. - Achas que consegues fazer isso? Por favor?

- Eu falo com ela, mas se ela disser que não, eu não vou insistir. - respondo ao fim de um minuto ou dois. - A Mia ficou muito magoada contigo.

- Obrigado, Hope. Eu prometo aqui e agora que se a Mia me der uma nova oportunidade não se irá arrepender. Eu já percebi que fui mesmo idiota e estúpido. Só quero compensá-la por isso.

- Começa a pensar no que fazer para recuperares a miúda, maninho. - provoca o Christian.

- Não te esqueças que fui eu que te ajudei a recuperar a tua miúda. - respondo o Will.

- Está bem, está bem... Eventualmente eu ia acabar por conseguir. - defende-se.

- Sim, sim... Vamos fazer de conta que acreditamos. - provoca e ambos caem na gargalhada.

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