till death do us apart.
oi amigos, como vão vocês?
quando vocês não votam nem comentam, eu penso que você não gostaram do capítulo, então por favor votem e comentem pra eu me sentir menos inútil 😭
Meus dedos trêmulos passearam sobre a pele das bochechas rosadas da garota a minha frente. Seus olhos azuis como uma pedra de lazuli me encaravam de uma maneira tão singular que me fizeram desejar que eles carregassem menos dor, o sorriso de lado em seus lábios era suave e demonstrava a tranquilidade do momento em que estávamos.
— Eu nunca vim a praia a noite. — Sua voz ecoa, se juntando as ondas agressivas do mar. — Você acha que deveríamos assistir o nascer do sol?
— É perigoso. — Eu garanto, o sorriso de Billie se abre instantâneamente.
— Eu sou mais. — Ela pisca um de seus olhos, convencida. Meus dedos, que antes dedilhavam o rosto repleto de sardas de minha namorada, agora penteam os cabelos escuros e belos.
— Aposto que sim. — Dou um beijo em sua testa e me levanto de maneira repentina, transformando o olhar de serenidade em um de confusão. Minhas mãos prosseguiram para agarrar a mão alheia e encarar seu rosto plenamente. — Vem comigo. Vou te mostrar um lugar.
Olho os dois lados da rua antes de atravessa-lá, ignorando alguns carros que estavam próximos, mas não tão próximos para nos atingir. O vento que batia em meu rosto era frio e libertador, tinha gosto de felicidade na sua maneira mais verdadeira e pura, conseguia sentir meus fios de cabelos batendo contra meu rosto, e então pude perceber que realmente estava viva. Esse não era uma alucinação, não era um sonho, era a realidade, e é o que eu sempre quis. É o que eu quero para sempre.
Quando finalmente chegamos ao outro lado da calçada, me permito a respirar aliviada e admirar os olhos azuis que me encaravam brilhantes.
— Como você pode se considerar um monstro quando me olha dessa forma? — Meus lábios se curvam em um sorriso bobo, nossos dedos se entrelaçam, e consigo sentir uma faísca queimar sobre todo meu corpo. Como fui capaz de me apaixonar por aquela que deveria me assustar?
— Eu sou de fato um monstro, docinho. — Ela sorri. Não há tristeza, não há felicidade, só inocência. — Eu vim de um monstro, eu matei monstros, matei pessoas.
— Isso não faz de você um monstro. Não 'pra mim. Eu nunca conseguiria te enxergar dessa forma. — Meus olhos piscam suavemente, analisando seu rosto, prestando atenção em suas expressões.
— O que faz de mim um monstro, Ártemis? — Billie solta seus dedos de minha mão, os levando até os fios de minha nuca.
— Eu não sei o que te faz um monstro, Billie. Mas sei aonde os seus sentimentos podem te levar, e isso vai muito além do que um monstro poderia sequer questionar fazer. — Levantei meus olhos, assistindo seu cabelo se mover quanto a brisa. Rodeio minhas mãos por sua cintura, em um abraço suave. — Você é capaz de sentir compaixão, empatia, é capaz de cuidar. Como você pode ser um monstro?
A questão saí em um sussurro carregado de sentimento. É notável o quanto meu coração arde por ela.
— Eu poderia machuca-lós. — Seu dedo aponta para as pessoas caminhando do outro lado da avenida. — Eu poderia matar todos eles num piscar de olhos. Mas não você, eu nunca poderia te machucar. Se dependesse de mim, você nunca mais veria sequer uma gota de seu sangue.
— E isso é o que faz de você qualquer coisa além de um monstro. — A diferença de altura entre nós faz com que os olhos claros pareçam mais escuros, devido a falta de luz. Um sorriso meigo se forma em meus lábios, deixando meus dentes visíveis.
— Um demônio coberto em ouro ainda é um demônio. — Ela pisca. — Eu colocaria fogo no mundo, mas nunca deixaria uma chama te tocar.
Eu queria acreditar que sim.
Mas o fogo se espalha.
E no fim de tudo, eu sabia que seria queimada.
Isso me assustava, mas não me faria recuar.
Afinal, uma história de amor com um final feliz é apenas uma história de amor.
— Vem. Tem algo te esperando. — Eu corto o assunto, puxando a garota pelo seu braço enquanto meus pés me guiam até o destino em uma velocidade considerável.
A distância entre o local não era muito alarmante, em alguns minutos estávamos de frente para uma construção abandonada, deixada em ruínas, com suas paredes pichadas e algumas de suas vigas levemente destruídas. Billie pareceu confusa quando paramos de frente ao tal, mas quando a guiei para dentro, ela parecia interessada pela construção.
A noite caía, os detalhes não eram muito visíveis, mas seus olhos passeavam sobre o local como se enxergasse todo o mundo alí; como se tivesse algo de especial, apenas porquê era algo que eu havia a mostrado. Um sorriso bobo se formou em meus lábios.
Eu iria até o inferno e voltaria por ela.
Eu queimaria pela eternidade só para ter a certeza de que o que a resta de felicidade estivesse preservado dentro de si. Montaria em cavalos selvagens só para não esquecer dos tons de seus olhos, o som de sua risada, suas covinhas magníficas. Eu não me contentaria em esquecê-la.
— Eu costumava vir aqui para escapar da minha mãe. — Eu rio nasalmente. — Não é algo incrível ou diferente, é só o que é. Embora seja especial pra mim. — Eu a abraço por trás, deitando minha testa sobre suas costas. — Nunca trouxe ninguém aqui. Nem mesmo Agnes.
Billie vira de costas e seus olhos me encararam fascinados, algumas pequenas gotas se formam em suas orbes, mas rapidamente são disfarçadas por piscadas ritmadas.
— Você é realmente muito especial 'pra mim, Billie.
— Você não imagina o quanto você significa 'pra mim. — Ela sorri, as lágrimas voltando a encharcar seus olhos. — Obrigada por não fazer parte do inferno e sim de mim. Obrigada por ser a única que me arranca de minha realidade cruel, eu sou grata por você todo dia. E eu nunca pensei que seria grata por algo algum dia.
Eu demoro algum tempo para raciocinar suas palavras, meus olhos não conseguem se afastar dos seus e minha única resposta é colar nossos lábios em um beijo que falava tudo que eu nunca conseguiria por em palavras.
— Tem mais. — Minha cabeça aponta para a escada de concreto. Seus olhos se abrem de maneira interessada e ela segue meu passo, me acompanhado com suas mãos nos bolsos de sua calça cargo com uma coloração escura.
Na parte da laje, apenas algumas vigas não construídas residiam. A visão do céu de Los Angeles não era tão estrelada quanto o nordeste do país, mas ainda sim alguns pontos brilhantes iluminavam o céu.
Me sentei na borda do local, e Billie logo mais se sentou ao meu lado. O silêncio era confortável e me permitia a viajar entre as estrelas acima de minha cabeça; perceber minha irrelevância diante ao universo me levava a acreditar que minha existência era nula. Como se eu fosse o nada em um amontoado de tudo, e anos luz não fossem nada para alguém que deixaria de existir tão brevemente. Eu eternamente teria minha consciência anulada, era uma benção, ou uma ameaça de maldição?
Minhas mãos alcançam meu bolso, puxando uma carteira de cigarro.
Os olhos de Billie não deixaram de me acompanhar por sequer um segundo, desde quando acendia o cigarro com um isqueiro, até quando dei a primeira tragada. Embora seu olhar reclamasse uma súplica, também era uma decepção desdenhada.
— Você quer um? — Eu trago mais uma vez, sentindo a fumaça preencher meus pulmões. Estendo a carteira para a garota ao meu lado.
— Não sabia que você era o tipo de garota que fumava. — Os olhos azuis afirmam, um sorriso pretensioso aparece em meu rosto. As suas mãos cheias de anel procedem para segurar um cigarro entre os dedos, estendido para mim, que levo o isqueiro até o mesmo e o acendo. O cheiro forte da nicotina é quase imediato.
— Todos nós temos uma forma de se matar sem fazer isso de verdade. — Levanto as sombrancelhas. — Me dá uma sensação de controle e poder, mas eu não tenho liberdade 'pra fazer isso com frequência. É abominável e vergonhoso.
— Que parte sua você está tentando matar? — Sua questão soa desafiadora, o cigarro entre seus dedos é levado até sua boca de maneira sedutora. Não posso evitar de pensar por alguns segundos.
— A do medo. — Respondo simplista. — E você?
— A humana. — Ela ri, mas prossegue para morder seu lábio inferior.
— Aposto que não está funcionando. — Desvio o olhar das estrelas para observar o reflexo de seus olhos.
— Como poderia? Ainda vive em mim. — Ela se aproxima, quebrando o espaço que resta entre nós. Deita sua cabeça em meu ombro. — Por que isso parece tanto uma cena fictícia de desenvolvimento de casal? Eu suponho que esse deveria ser um das primeiras cenas de um livro, não uma do meio. — Um sorriso irônico é visível sobre seus lábios.
Levo meus fios para trás, sorrindo orgulhosa. Mais uma tragada envolve meus pulmões e destroça meus órgãos lentamente, posso sentir a autodestruição pairar sobre cada articulação de meu frágil corpo. Mas a sensação de poder de escolha sobre isso e tão satisfatória quanto a liberdade.
— Eu disse que você não é um monstro, mas eu menti. — Eu afirmo de repente. — O que eu realmente quis dizer era que um monstro não é uma coisa tão terrível de se ser.
Sua cabeça se move no meu ombro, e eu posso sentir sua respiração queimante em minha orelha.
— Você não imagina o quão terrível eu posso ser. — Ela sussurra, e apenas sua voz arrastada é capaz de me fazer tremer. — Eu posso te afogar em mágoa e destruir o seu corpo lentamente. Eu posso fazer você sentir dor sem te tocar. Posso te queimar por dentro, te despedaçar por inteira. Eu posso fazer coisas que você nem consegue imaginar, acredite ou não, eu posso te submeter a uma dor que você não seria capaz de aguentar.
— E ainda assim, eu confio em você loucamente.
— Isso é porquê você é idiota. — Ela sorri convencida, puxando meu rosto para um beijo suave que tinha gosto de cigarro. Tinha gosto de caos com paixão. Era amargo e doce- O equilíbrio disfarçado de um demônio de olhos azuis.
Apesar de tudo, eu ainda queria mergulhar nos seus mistérios e ser capaz de reconhecer cada milímetro seu. Eu lutaria com qualquer parte sua que me assustasse apenas para a fazer familiar.
Você é minha, e eu sei disso porquê suas roupas tem meu cheiro. E quando você as tira, você as tira para mim.
Não é maravilhoso que podemos nos destruir juntas?
Até que a morte nos separe.
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passei um mês sem atualizar e esse foi o maior período de tempo sem atualização. desculpem! 😋
minha escrita em português tá muito enferrujada porquê to escrevendo em inglês muito mais frequentemente que em português.
vou ver se consigo atualizar outra vez essa semana. :)
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