Conhecendo a Ameaça
Tony Pov's
O Mandarim ergueu as mãos em rendição.
Ele parecia assustado,o que me deixou um pouco confuso considerando o terror que esse cara espalhou pelo país.
-Pode levar,pode levar tudo.
-Não se mexa.-Ordenei apertando o cabo da arma.
-Não estou me mexendo.O que você quer? Pode levar.Mas as armas são de mentira porque não me deixaram usar as de verdade.
-O que!?-Do que esse maluco tá falando?
-E aí,cara,quer alguma gatinha?-O maluco tá tirando com a minha cara,só pode.
-Já chega,você não é ele,o Mandarim.-Engatilhei a pistola voltando a mirar no velho-O real,onde ele está?
Quando ele não respondeu,comecei a ficar irritado.
-Onde está o Mandarim?-Gritei dando alguns passos na direção dele com a arma em punho.-Onde!?Cadê ele?
O cara começou a tentar se afastar até encostar num canto com as mãos ainda levantadas.
-Está aqui.-Apontou para si mesmo.-Mas não está aqui.
-Como é?
-É complicado.-Mirei na cabeça dele-Aí,é complicado.
-É mesmo!? Então descomplica para mim.-Esse desgraçado vai me dizer o que quero saber-Meninas,para fora.Levantem da cama,para o banheiro.-Elas obedeceram sem questionar e eu tranquei a porta.
Vi o falso Mandarim engatinhando em direção à uma gaveta,dei um tiro de aviso.
Ele levantou trémulo e sentou numa poltrona.
-Meu nome é Trevor.Trevor Slattery.-Revelou num suspiro.
-Você é o quê? Você é um sósia dele,não é!?
-Tipo um substituto?Não,de jeito nenhum.-Ele negou,aproximei a arma-Não machuque meu rosto!Eu sou um ator.
-Você tem um minuto para viver,aproveite bem.-Soltei a ameaça.
-É um papel,o Mandarim,entendeu?Não é real.
-E como entrou nessa,Trevor?-Perguntei hostil.
-Bem,eu tive um probleminha com substâncias.E aí eu acabei fazendo coisas...vou ser sincero com você...que um homem não deveria fazer.
-E depois?-Tava ficando impaciente.
-Depois eles vieram,me ofereceram um papel,e sabiam das substâncias.
-Disseram que iam te livrar delas?-Especulei franzindo o cenho.
-Que iam me dar mais.-Claro que fizeram-Me deram coisas:este palácio,uma cirurgia plástica,me deram coisas...-Ele começou a roncar.
Era só o que me faltava.
-Você tá dormindo!?Ei!-Dei um chute em seu pé.
-Ah e uma lancha grande-Disse quando despertou.-Mas a questão é que ele precisava de alguém para levar a culpa por umas "explosões acidentais".
-Ele...Killian!?-Respirei fundo ou iria surtar-Ele criou você?
-Ele me criou.-Trevor confirmou.
-Um terrorista sob encomenda.-Me afastei tentando processar a descoberta.
-Isso.A equipe dele planejou tudo.-Levantou indo até uma mesa-A patologia de um assassino em série,a manipulação da iconografia ocidental,pronto para mais uma lição...? Blá blá blá.
Sentei na cadeira e Trevor se aproximou com duas latas de bebida.
-Claro que a minha performance deu vida ao Mandarim.
-Sua performance?Pessoas morreram.-Lembrei.
-Não morreram.Olha isso aqui.-Apontou o estúdio improvisado-As fantasias,o fundo verde.Na verdade,eu não estava presente na metade das cenas,e quando estava,era a magia do cinema.
-Escuta,eu tenho um grande amigo em coma que talvez nunca acorde,minha namorada foi sequestrada.-Eu não tinha feito um pedido ainda,mas tá valendo.-Vai responder por isso,eu vou acabar com você,maluco,entendeu?
Senti uma presença atrás de mim,antes que eu pudesse reagir de fato,fui golpeado e desmaiei.
..........................
Não preciso dizer que despertar não foi muito bom naquela situação,estava numa sala diferente,preso pelas mãos e pés com algemas numa estrutura erguida e enferrujada.
Nada confortável.
Maya Hensen estava a poucos metros de mim,numa cadeira de escritório,mexendo nuns computadores.
-Como nos velhos tempos.-Ela comentou ao se virar para mim.
-Com algemas,que maravilha -Fui irônico.
-A ideia não foi minha.
-Então aceitou trabalhar com o Killian.-Era óbvio.
-Aceitei o dinheiro dele.-Retrucou.
-E tá aqui,treze anos depois,num calabouço.
-Não.
-Está.-Afirmei.-E levar a Ânia direto para o cara que a usa como cobaia e suprimento de energia para um projeto doentio.
-Muita coisa aconteceu,Tony,estamos quase lá.-Remexi os pulsos nas algemas tentando me soltar.Maya desceu umas escadas se aproximando de mim.-O Extremis está praticamente estabilizado,e o sangue da Ânia é chave.Killian levou um bom tempo para encontrá-la até um sinal surgir,uma energia em grande atividade...na sua casa.
-Não está não,nunca vai estar!Vocês estão machucando ela.-Perdi a paciência.-Eu vi pessoas explodindo nas ruas manchando as paredes e uma mulher atormentada com os mais terríveis pesadelos por causa das torturas as quais o seu chefe a submeteu-Os olhos dela desviaram incomodada-Maya,você está se enganando.
-Então me ajuda a consertar,a mudar isso.-Ela mostrou um papel antigo que eu escrevi quando nos conhecemos.-E então ela fica livre.
-Quem te garantiu isso?O Killian!?-Zombei balançando a cabeça -Não posso te ajudar.Você tinha uma psicologia moral,muitos ideias.Queria ajudar as pessoas,agora olha só você.Eu passei as últimas semanas com uma garota incrível,doce,gentil e que me tratou como mais do que um Stark,ela é engraçada, inteligente e o total oposto de mim.Estou apaixonado por ela,vou sair daqui de algum jeito e irei salvá-la.
Notei os olhos de Maya marejarem.
-Então se ainda quer fazer a coisa certa,Maya,me ajuda a sair e encontrá-la.A Ânia não merece nada disso você sabe que ela tá sofrendo não importa o que o Killian diga,você sabe.-Falei sem parar de encará-la.
Os passos vindos das escadas daquela espécie de porão foram ouvidos e Maya se afastou.
Era Killian.
Bem vestido num terno branco como se fosse a alguma maldita festa.
-Sabe o que o meu pai adorava dizer?Um de seus muitos ditados favoritos,com certeza você conhece:"Quem ri por último,ri melhor".-Ele pôs uma maleta preta sobre a mesa que havia ali.
-Você ainda tá zangado com o lance da Suiça?-Fui irônico.
-Como posso estar zangado,Tony!?Estou agradecido.-O desgraçado caminhou até mim.
Ainda vou quebrar a cara dele.
-Você me deu o maior presente que alguém já me deu:O desespero.
-Isso incluía sequestro?
-Tá se referindo à Ânia Romanoff!?Ela foi uma benção do destino.Uma mutante perfeita para o meu projeto,com poderes que até a própria Ciência poderia duvidar.Eu a encontrei por acaso depois de vê-la transformar um assediador em cinzas por puro descontrole...aqueles olhos de fênix,eu nunca vou esquecer-Cerrei os punhos com a maneira dele falar sobre a ruivinha -Ela ficou vulnerável,cansada e aquela foi a minha oportunidade de pegá-la e estudá-la até conseguir enfim criar o Extremis.
-Você a torturou!-O interrompi.
-Eu dei a ela um propósito.-Ele retrucou sádico -Sabe,Tony,nos primeiros vinte minutos,eu realmente achei que você fosse aparecer na sacada para me encontrar.Depois eu pensei em dar um pulinho até o chão,se é que me entende.
-Ainda tô tentando entender quem riu primeiro.-Falei arqueando a sobrancelha.
Esse maluco não diz coisa com coisa.
-Ninguém estava me procurando,então eu pensei numa coisa que me guiaria por muitos anos:O anonimato,Tony.Graças à você esse tem sido o meu mantra,não é!?É só governar nos bastidores,porque quando você dá um rosto ao mau,um Bin Laden, um Kadhafi...um Mandarim.Dá um alvo às pessoas.
-Você não existe.-Resmunguei.
-Já o conheceu,não é?-Perguntou sentando na cadeira e abrindo a maleta.
-Já,o samurai de araque.
-Eu sei que às vezes ele exagera,mas não é tudo culpa minha.Ele costuma fazer isso,é um ator de teatro.A questão é:desde que aquele sujeito com o martelo caiu do céu,não existe mais sutileza no mundo.
-O que a sua mente maluca tá planejando?-O olhei com tédio.
-Bem,eu gostaria de retribuir o presente que você tão gentilmente deu para mim.-Fez uma expressão de falsa inocência.-O desespero.
Killian jogou quatro mini esferas de metal diante de mim e ativou-as usando controle remoto.
Aquilo projetou um holograma da Ânia presa numa maca inclinada,gritando de dor enquanto seu corpo era forçado a superaquecer e um tubo era conectado à veia do seu braço,extraindo sangue.
-Estamos ao vivo.-Ele enfatizou-Eu admito que foi meio difícil localizá-la depois daquela fuga e do estrago que ela causou,mas aí lembrei da assinatura genética dela,comparamos no mapa e "bum" lá estava ela na sua mansão,tentando viver como se fosse normal,humana.
-Ânia é mais humana do que você jamais será.-Mexi os pulsos nas algemas fazendo o metal ranger.
-Quem diria!?Eu vivi para ver o grande Tony Stark,o bilionário,o Homem de Ferro vulnerável por uma mulher.-O miserável desligou o holograma e se aproximou de novo,agarrando meu pescoço -Ah ainda não falamos de salario,quais benefícios você quer ter?-Uma parte do seu rosto brilhou sutilmente em laranja devido ao Extremis.
-Solta ele.-A voz firme de Maya chamou sua atenção.
Ela tinha uma seringa apontada para a própria nuca.
-Maya,o que está fazendo?-Killian questionou impassível.
-Mil e duzentos centímetros cúbicos.A metade dessa dose e eu morro.
-É nessas horas que a minha paciência é posta à prova.-O ouvi murmurar.-Maya,me dá o injetor.
-Se eu morrer,Killian,o que vai acontecer com os seus soldados,com o seu projeto?-Ameaçou ela.-Quem vai manter a Ânia sob controle?
Maya fez um movimento de que iria pressionar o injetor,mas Killian se afastou de mim dando poucos passos.
-Não,não. -Ele procurou dissuadí-la. -Não vai fazer isso,tá bom?
-O que vai acontecer com você se for longe demais?-Maya dizia subindo as escadas.
Me surpreendendo e a própria Maya,Killian sacou uma arma e atirou nela.
-A boa notícia é que uma posição de alto nivel está vaga.-Ele disse para mim.
A morena caiu sentada nos degraus antes de desabar no chão,imóvel.
Senti um aperto no peito,Maya havia cometido erros,mas não merecia morrer.
-Você é um maníaco.-Baixei a cabeça em choque com o que acabou de ocorrer.
-Não,sou um visionário.-O observei caminhar até a saída -Maya possuo um maníaco,e ele sobe ao palco esta noite.
O desgraçado foi embora,me deixando ali com o corpo de Maya não muito distante.
..............................
Ânia pov's
A dor não parava.
Eu estava enfraquecendo a cada minuto.
Mal conseguia me mexer.
Aquela máquina infernal iria me matar eventualmente.
Eu ouvia vozes distantes,mas não era capaz de entender o que diziam.
Um dos guardas do Mandarim apareceu.
-Hora de passear,boneca.-Sorriu malicioso-Killian te quer por perto na grande noite.
-Ele não vai escapar.-Falei engolindo em seco,minha garganta ardia assim como o resto do corpo.
Eu sabia que alguns dos capangas que lidavam comigo além dos cientistas tinham certo medo do que eu podia fazer.
-Suas ameaças são nada aqui.
A maca começou a ser empurrada para fora da sala.
Eu precisava de uma oportunidade para sair daqui e achar o Tony.
-Veremos.
Notas finais
Eu mais uma vez sinto muito pela demora.
Infelizmente me bateu um certo desânimo para escrever ultimamente.
Tô tentando vencer isso e voltar com a Ânia e o Tony.
Espero que tenham gostado bjs e até a próxima!
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